domingo, 30 de agosto de 2015

Síndrome da Viuvez






Anos e anos atrás...
Eu tinha apenas 13 para 14 anos.
Tinha viajado para passar o final de ano na casa do meu tio Francisco, e boa parte das férias escolares.
Conheci um universitário de 21 anos, na noite de Ano Novo, em Caruaru, PE.
Ele fazia Ed. Física numa universidade do Recife, mas, a família toda morava em Caruaru.

Namoramos durante minhas férias. Voltei para o Rio e ele me levou até a rodoviária chorando muito... Estava visivelmente apaixonado e eu, como primeiro amor, também...
Acenamos até perder de vista, um ao outro...
Parecia cena de filme americano.

Tempos depois, ele veio ao RJ me visitar, e ficou hospedado na casa de uns tios no bairro da Penha, se não me engano...
Minha mãe gostou muito dele. E dava força, afinal era um conterrâneo seu...
Falávamos ao telefone nos fins de semana, e trocamos correspondência por 2 anos.
Enviei algumas fotos dos meus 15 anos para ele na época...

Depois de um tempo, ficava difícil manter esse namoro a distância...
Mas, ele até fazia planos de quando eu fizesse 18 anos, pediria a meu pai para ficarmos noivos...

Ele bebia muito, e isso me incomodava. Tinha medo de casar com uma pessoa que se tornasse alcoólatra.

Então, alegando a distância, acabei com o namoro pelo telefone, numa tarde de domingo.
Ele sofreu mais que eu. Minha tia disse numa ligação telefônica, que ele sempre ia até a casa deles, saber se eu estava bem, se viria nas próximas férias, queria saber se já tinha novo namorado, essas coisas...
Não me esquecia.
Poucos anos depois, ele se casou com uma moça, que minha tia disse na época: "Ele não teve você, ficou com uma parecida."

Bem, eu casei com outro, e cedo, com praticamente 17 anos (faltava 1 mês para meu aniversário).
O tempo passou, eu tive 3 filhos com meu marido aqui no RJ.
Ele lá em Caruaru, teve uma filha.

Quando fiquei viúva, me deu vontade de procurar por ele na web. Na época, usava o ORKUT. Nunca o encontrei. Mas, algo dentro de mim, fazia que volta e meia, eu lembrasse desse meu primeiro amor.

Achei-o no finalzinho do ano passado, com um perfil no facebook.
Entrei em contato pelo chat, perguntando se ele lembrava de mim.
Ele aceitou a amizade, mas, não respondeu.
Achei que ele se manteve magoado por todos esses anos.
Mas, não era isso.
Em janeiro ele faleceu. Morreu com problemas no fígado.
A filha dele que assumiu o fb do pai, me contou tudo com detalhes.
Em suma: Se tivesse casado com ele, de qualquer forma, hoje seria viúva do mesmo jeito.
Espero que ele esteja em bom lugar. Era uma pessoa boa.

Fátima Abreu Fatuquinha 

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