Ela olhava seu reflexo no espelho,
Nua como sempre...
Arrumava o arranjo no cabelo,
Prendia-o num coque fofo.
Maquiada, já estava.
Tinha uma leve altura em seu ventre,
Era dessa forma que fora exposta ao pintor:
Nada de figura anoréxica!
Teria de ser como qualquer mulher...
Seus seios ainda rijos
Declaravam passar pouco da juventude.
Pernas bem torneadas,
Pés bem cuidados.
Sentada numa seda rosa que cobria a cadeira,
Continuava a se olhar,
Procurando traços de possíveis rugas...
Não era pobre,
Pelo contrário, vivia no luxo!
Mas o dinheiro não compra tudo:
Nos seus olhos havia tristeza
E um choro mudo...
Fátima Abreu
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