quinta-feira, 31 de outubro de 2013

SOBRENATURAL





VAI AQUI UM CONTO DO SOBRENATURAL QUE ACONTECEU COMIGO:


Naquela noite, o meu marido (agora falecido) foi dormir mais cedo do que de costume, minha filha Catarina, que na época tinha apenas 4 aninhos, também.
Vivíamos numa casa bem pequena de um quarto, sala, cozinha e banheiro. Do lado de fora, na extensão da casa, uma varanda em que eu havia colocado um móbile ornado com cristal de rocha, cor de rosa. A casa era pequena, porém, o quintal era bem grande e escuro de noite: Apenas uma lâmpada pertinho do portão, iluminava o caminho cimentado, que levava até  a varanda da casa.
O vento batia forte e produzia um ruído muito gostoso de se ouvir no móbile rosado, de cristal (pelo menos, era essa a minha opinião).
Eu fiquei na sala, assistindo a TV, até dar sono.
Lá pela meia noite, não conseguia dormir e continuava a passar os canais displicentemente...

Foi quando ouvi um barulho no teto de laje, como se houvesse alguém correndo em cima. Isso me assustou bastante, pensei tratar-se de um ladrão.
Fui ao quarto. Tentei acordar meu marido, mas que nada! Ele dormia pesado, parecendo estar dopado:
Eu o sacudia, chamava seu  nome, mas não adiantava!
Voltei para sala. Percebi que agora o ruído provinha da porta de entrada. Ela era separada em duas partes, e tinha vidro na de cima. Na parte debaixo, era apenas ferro.
Começaram umas pancadas, como se martelassem a porta.

Pois para minha surpresa, notei que já estava totalmente amassada!
Tremi. Queria falar, mas, a voz faltou.
Queria gritar, chamando o marido adormecido, porém, nenhum som saía da minha boca!
Fiquei tremendo minutos que me pareceram uma eternidade...
A única coisa a fazer, era rezar em pensamento para aquilo tudo acabar.
Depois de mais ou menos vinte minutos, ouvi passos fortes no teto, outra vez.
Tive coragem de olhar no vidro da janela da porta, entretanto, nada vi além do meu móbile comido, com marcas de dentes...
Resolvi deitar e continuar minhas preces para aquela assombração ir embora dali.
No meio das orações, finalmente dormi.
Ao acordar pela manhã, soube que em toda a vizinhança, coisas estranhas aconteceram durante a noite: Foram encontradas galinhas mortas, sem sangue, cães e gatos também.

Não sabemos até hoje, o que aconteceu ali, mas supõe-se que tenha sido  o tal "Chupa Cabras", que tenha passado naquele bairro, por ter uma região de mata, bem pertinho dali...
De uma coisa desconfio: Ele deve ter quebrado alguns dentes, comendo o meu móbile!

Fátima Abreu

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

GOLES DE TRAIÇÃO


Goles de Traição

Na mesma cafeteria onde se encontraram um dia,
Estava ele e sua mais recente conquista,
Enquanto ela, tomava mais uma xícara dupla de café.
Traída, olhava à espreita...

Querendo revelar sua indignação.
Mas, em vez disso, ela ficou apenas calada.
Experimentando goles de traição.
Numa palavra muda, presa na garganta.
Uma pergunta e um olhar de mágoa:
Quem seria a loira que com ele, ali estava?


Fátima Abreu Fatuquinha



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Atendendo a pedidos: Cont 4, do conto para o novo livro

Mimi se sentou ao lado de Pietro e sem rodeios começou a falar:
_ Vi um anúncio de sua loja na Internet. Parece que está se reerguendo, não é?
 Mas o passado te persegue Pietro: Estou aqui e  desta vez decidida a te levar comigo. Estes quatro anos que não te via, não houve um momento que não te procurasse em toda web, por uma pista sua.
Não desisti de você, embora tenha me dado muitos motivos para isso...
_ Não quero nada com você, Mimi. Hoje em dia, tenho outra pessoa nos meus planos.
_ Ah, é? E essa pessoa sabe bem quem é você, e de todos os seus erros?
_ Não sabe por enquanto. Mas, assim que estiver confiando em mim, lhe contarei mais detalhes da minha vida passada.  E acho que não te devo explicação nenhuma, não sei porquê estou me dando ao trabalho de responder suas indagações. Vá embora antes que eu perca a paciência!
_ Sim, sei bem como é sua agressividade... Entretanto, sei que não quer se expor agora... Então tenha certeza que vou dar um jeito de levar comigo de volta para a França.
_ Duvido que consiga. Minha vida eu decido.

Mimi se levantou jogando um beijo no ar e disse resoluta antes de virar as costas para Pietro:
_ Vamos ver quem dá a última carta.

Ele fez um gesto com a mão de descarte, pegou mais um cigarro e  acendeu. Olhou para a fumaça que saía em rodelas no ar e pensou:
" Nem que eu tenha que sumir com você do mapa! Não te darei  a chance de atrapalhar meus planos com Núbia... "

*************

De volta à Londres, ligou para Núbia para ver se ela também já havia retornado de viagem. Porém ela ainda estava em Londres cuidando da irmã e orientando seu sobrinho, Breno.
Com o passar dos dias a notícia veio para Pietro, através de mais um telefonema:
Ela não voltaria tão cedo para casa, porque a irmã havia falecido e teria que ajudar seu sobrinho no inventário, pois ele ainda era menor de idade.
Talvez decidisse levá-lo para sua casa e vender tudo que pertencia sua à irmã, em Londres.
Era o mais certo  a se fazer, pois ele estaria sob sua tutela até alcançar  a  maioridade. Faria com que ele terminasse o secundário numa boa escola e por conseguinte, tentar ingressar numa universidade.
Seria uma forma de saber que sua irmã ficaria tranquila e contente, onde estivesse...
Elas tinham uma diferença de treze anos de idade, e a irmã tinha sido quase  como sua mãe, já que essa  as deixou para seguir a vida com um italiano (ela não sabia, mas esse era da família de Ítalo). Pois sempre repetia que merecia ser feliz alguma vez na vida.

O pai das duas irmãs tinha sido um homem que seduzira  sua mãe, Paola, aos quinze anos:
Ela engravidou de Marcelle e se casaram.
Mas, Giorgio era viciado em jogo e tudo que tinha, punha nisso.
Cansada, sua mãe, foi embora  carregando Marcelle já menina moça e com Núbia  no ventre.
Mesmo sabendo que uma gravidez era tudo que não precisava naquele momento decisivo de sua vida, resolver continuar a gestação.
Núbia nasceu numa noite de tempestade, numa casinha simples e o parto fora feito por Marcelle, sua irmã, em socorro da mãe.
Nunca conhecera o pai, mas não fez falta. Tinha a mãe e Marcelle, isso lhe bastava.
O tempo passou...
Até que um dia, Paola ainda jovem, conheceu "aquele" senhor...
Enfim, resolveu recomeçar a vida com ele.
Achou que Marcelle, que já trabalhava na ocasião em um escritório, daria conta de cuidar da irmã.
Enviava mensalmente, o dinheiro do aluguel e pagamento das contas, para desencargo de sua consciência...


Um dia, veio um telegrama  triste: Paola havia falecido, vítima de um assalto na rua: estivera em estado grave no hospital, por algumas horas, até que morreu devido a uma hemorragia interna.
As duas irmãs foram ao enterro da mãe, mas em nenhum momento, se dirigiram ao "senhor" com quem Paola havia vivido durante os últimos quatro anos...

Marcelle cuidava então, para que não faltasse comida,  vestuário e alguma outra coisa que precisasse, para a sua irmã e ela mesma.

Chegou a época que Núbia completara também o secundário e logo a seguir fez um curso rápido de secretariado para ingressar no mesmo escritório que Marcelle trabalhava.
Isso de certa forma, deixou Marcelle um pouco triste: Almejava para Núbia, uma universidade.
Mas, eram tempo difíceis para as duas, então, qualquer dinheiro a mais, seria bem vindo.

Javier AlcaldeMarcelle estava grávida nessa época, (fruto de uma relação casual com um amigo), mas não queria fazer qualquer menção à uma união futura, então, não revelou ao amigo, sua gravidez.
Resolvendo ter o bebê e ser mãe solteira, contou com o apoio de Núbia, que tratou de começar a trabalhar para cobrir sua própria despesa.  Afinal, Marcelle teria que se preocupar com tudo que um bebê precisaria: Enxoval, berço, fraldas, etc...
Breno nasceu numa tarde de outono. Era um bebê forte, e parecido com o pai.
Entretanto, Michelle enfraquecer bastante depois do parto cesáreo:
Houve complicações, pontos soltaram, outros infeccionaram... Além de ficar com 'aderência', o que lhe causava dor, quando ovulava nos meses seguintes...
Tomou antibióticos durante um bom tempo, o que lhe deixou anêmica.

Os anos passaram... A anemia que se tornou crônica, foi piorando cada vez mais, a saúde de Marcelle.
Núbia tinha se mudado para outro país, por conta de um bom emprego. Ajudava mesmo distante, à irmã e o sobrinho.
Até que um dia, soube que Michelle estava com leucemia, quando pediu que Núbia voltasse para Londres. Núbia seria uma esperança, caso fosse compatível doadora de medula.
Infelizmente, não era.
Soube disso, assim que chegara no hospital quando fez os testes.
Durante dias ficou ao lado de Marcelle e de Breno, incentivando-os e cuidando para que nada faltasse...
Mas, a morte fechou os olhos tristes de Marcelle, para sempre.

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Fátima Abreu

sábado, 19 de outubro de 2013

Oi, visite-me lá também!



Café & Companhia...

Ah, um bom dia, se começa com café e companhia.
Um aconchego ao amanhecer.
E a vontade de mais nada se fazer...
Um café, coisa boa! Que seja para os dois!
Beijinhos e amassos logo depois...
Fátima Abreu Fatuquinha




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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Mar De Lágrimas




Mar de lágrimas já chorei
Nas linhas  que escrevo
Sorrisos também partilhei
Embora nessa vida inteira,
Tenham sido mais,
Na minha infância.
Gotas escorridas pela face
Sabor de mar
Lágrimas e um sentimento de perda no peito
De inércia...
Os poetas são assim:
Dramatizam gotas
Pequenos mares
Um oceano de sentimentos que não podemos colocar além da escrita
Apenas ela, nos faz parte de tudo!
E de uma gota salgada, de lágrima
Uma poesia acontece...

Mar de lágrimas já chorei
Reflexiva encarei o teto
Olhos estacionados em um ponto
Procurando respostas para o meu lamento...

Mar de lágrimas já chorei
Mas a pena da minha escrita,
Não sai da minha mão,
Aqui jogo palavras para serem lidas
E não ao vento, sem noção...

Mar de lágrimas já chorei
Mas a brisa me conforta
Vento amigo
Que abre a minha porta...

Mar de lágrimas já chorei
Tempos idos, enfim...
Mas parece que as lágrimas nunca secam
Quando os dias correm ruins...

Mar de lágrimas
Entretanto, cubro com mais um sorriso:
Meu bom humor não se abala
E a pena, a tinta e o papel
Passam para essa minha tela...

Fátima Abreu

Um Próximo Conto De Amor? (cont 3)


Conselhos para os Casais ;)

Núbia  tentava decifrar o que o destino lhe reservava em relação à Pietro.
Ao chegarem em Londres, tiveram de cada um ir para seu lado, resolver suas coisas:
Ele, seguiu para visitar revendedores que estavam interessados em produtos da sua loja.
Já Núbia, foi logo para a casa de sua irmã que estava muito mal realmente.
Quando voltassem para casa, marcariam um encontro verdadeiro.
Entretanto, o destino que até então conspirava a favor desse provável romance, deu uma virada...

*******************

Núbia não sabia nada sobre Pietro.
Ele havia se relacionado com uma francesa durante quatro anos.
Era uma mulher bem mais velha do que ele. Mas, na época, ele sem ter rumo certo, entregue ao vício do álcool, de sua total falta de responsabilidade, sem emprego (pelo temperamento explosivo que tinha), achou que com aquela solteirona pudesse estabilizar sua vida, pelo menos até quando desse...
Era um aproveitador de viúvas, solteironas e divorciadas.
Mesmo sendo homem culto e formado, nada disso lhe adiantava, porque não ficava muito tempo trabalhando em nenhum lugar, para poder ajeitar  sua vida. Guardar dinheiro? Nunca, guardou!
O que tinha, era para alimentar seu vício na bebida e nos prazeres com mulheres da vida, nos 'night clubs'. Podia gastar em uma noite, o trabalho de um mês.
Dessa forma, viver às custas de uma mulher para ele, não era nada demais...

A francesa o levou primeiramente para a Espanha, depois para  a França. Sempre pagando tudo.
Mas, talvez nem ela tenha conseguido conviver com  o temperamento de Pietro, que era muitas vezes até agressivo: fosse em palavras ditas aos gritos, fosse ao jogar tudo que via pela frente contra as paredes, quando estava movido e irado pelo álcool.

Ele voltou para casa de parentes, depois desse relacionamento, e ficou vivendo de trabalhos rápidos, quando estes apareciam... Porém era um homem disposto, criativo e ainda jovem. Tratou de criar seu próprio negócio com empréstimos bancários e a ajuda de mais uma de suas conquistas, através da enganação de outra mulher: Uma dona de academia de ginástica, com quem ele fez uma "sociedade"...

Depois de  dois anos, mais outro desastre nos negócios:
Ele não cumpria com as atividades que havia se comprometido a fazer.
Um dia, entregou a chave para essa dona  e foi embora, novamente para casa dos parentes.
Que na verdade, não era família de sangue, pois Pietro fora adotado.
Sua mãe biológica o deixou em um orfanato, assim que nasceu.
A família que o adotara, já tinha três filhos de sangue.
Nunca esconderam de Pietro, que era filho adotivo. Fazendo crescer uma raiva incontida da mãe que o abandonara um dia...

Aos seis anos de idade, tentou fugir de casa. Não se achava incluso no seio familiar.
Na adolescência, foi expulso de um colégio por mau comportamento.
Aos 19 anos, serviu ao Exército. Mas, nem isso deu a ele, alguma disciplina.
Cursou uma faculdade, paga pelos pais adotivos. Mas não fazia por merecer isso, essa era a verdade.
Suas bebedeiras incomodavam vizinhos, e era visto como um "bad boy', em seu bairro.


Porém, era atraente, alto, corpo definido, inteligente e de uma cultura exemplar, usando disso para conseguir seus objetivos.
Passando anos, entre uma  e outra conquista...
Pelo seu poder de sedução, conseguia  até companhia feminina sem pagar, ou mesmo quem o pagasse pelos seus 'serviços íntimos'.
Algumas vezes se prostituindo para  as viúvas e divorciadas, numa questão de sobrevivência.

Nunca amou de verdade, nenhuma mulher que passou em sua vida. Aliás, decidiu nunca ter esse tipo de sentimento: Romance para ele, era fora de cogitação.
Até que conheceu Núbia.  Passou a achar que poderia se apaixonar.

Já estava com sua loja há algum tempo. Esperava finalmente prosperar, mas o álcool, não largava.
Era um homem muito envolvente quando queria, e quem o conhecesse superficialmente o acharia interessante, mas ao mesmo tempo, quando as pessoas passavam a conhecê-lo de verdade, percebiam o seu "lado negro".
Teria que tentar mudar, para conseguir alguma atenção maior de Núbia, com certeza.  Mesmo ela não desconfiando de nada disso, poderia com o tempo, perceber: Assim como aconteceu com outras pessoas antes...

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Londres
Londres era o local onde os dois destinos que estavam se cruzando até então, foram separados:

Em uma mesa de bar, a francesa apareceu. Veio como uma 'sombra do passado', já bem distante.
Foi difícil para Pietro reconhecê-la. Estava mais velha ainda.
Mimi, era jornalista. Entretanto, não era com isso que juntara dinheiro durante a vida, e sim com sua esperteza: Alugava pequenas suítes em Paris para turistas, que geralmente passavam de  três a quatro dias em visita à 'Cidade Luz'. Depois desse prazo, entrava outra turma que podia chegar até dez pessoas dividindo o pequeno espaço!  Era cobrado por cabeça e diária!
O banheiro, poderia  ser comparado a um lavabo de bar: Tinha um vaso sanitário e ao seu lado, um chuveiro; não tinha pia.
Para lavar o rosto e mãos, tinha que se abrir o chuveiro.
Também não haviam camas ou colchonetes no quarto.

Ela dizia assim mesmo, quando apresentava suas suítes aos estrangeiros visitantes:
_ Aqui está o espaço, se virem como puderem para dormir.
A resposta vinha imediata:
_ Não se preocupe madame Mimi: A cidade tem muito a oferecer e temos que aproveitar, não pretendemos dormir mesmo...

Realmente, quase não ficavam ali. As suítes alugadas, eram apenas para se ter onde guardar as bagagens  e tomar um banho entre uma visita e outra, aos monumentos históricos, museus, galerias de Arte, bares noturnos e cafés.

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Monocle Café in London / photo by Mark Appleton
Mimi aproximou-se de Pietro, que cortava seu pedaço suculento de cordeiro grelhado, bebericando com prazer, uma taça de vinho. Colocou a mão sobre seu ombro, fazendo com que se virasse imediatamente.
Ali, naquele momento, ele já sabia que estava refém do passado que queria esconder de Núbia...

( continua no meu próximo livro )

Fátima Abreu






segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Um Próximo Conto De Amor? (cont 2)




Núbia tinha que apressar-se mais uma vez: pois se não chegasse ao aeroporto rapidamente, perderia o avião para Londres.  Perguntou a si mesma, por que ultimamente andava sempre chegando em cima da hora, aos lugares. Antes nunca fora assim! Na verdade, desde aquele dia em que viu  Pietro pela primeira vez, isso acontecia...
Era pontual no trabalho. Mas sempre que tinha que viajar, estava  acontecendo isso.

Lembrando repentinamente dele, riu-se sozinha...
O engraçado é que ao encontrá-lo outro dia na rua, perto do café francês: Pietro a segurou como se fosse puxá-la para dançar um tango, assim que  a viu... 
De certo que havia gostado daquela atitude inesperada! Foi muito agradável estar com seu corpo momentaneamente, encostado ao dele...
Um calor subiu para suas faces, ao relembrar.
Ficaram de se encontrar novamente, qualquer hora que seus compromissos na agenda deixassem, ou (possivelmente e mais certo seria) em um final de semana, quando ambos estariam de folga.

Núbia então caminhou para o aeroporto para visitar sua irmã que estava adoentada. Qual não foi sua surpresa, ao deparar com o carro conversível de Pietro, bem em frente ao hangar!

Olhou para sua roupa e reparou que estava com o mesmo vestido do dia em que acabara de se lembrar, quando quase dançaram na rua... Se Pietro estivesse por ali, no mínimo pensaria que ela  vestia aquilo como uniforme!
 Na verdade Núbia tinha poucas roupas. Tentava combinar as poucas peças de seu vestuário de formas diferentes, para não parecer repetitiva. Era um truque que aprendera com uma colega, na adolescência...

Não houve tempo de pensar em mais nada, para mudar seu visual naquele momento: Pietro já a havia avistado e saía do bistrô do aeroporto, já se encaminhando em sua direção...
Foi com um efusivo "Olá!"  que ele a beijou pela primeira vez, sem nenhuma preocupação com uma possível represália.
Como ele adivinhara antes, ela correspondeu. Isso, o deixou com mais vontade de continuar a comprimir aqueles lábios convidativos e carnudos de Núbia...

Mas ela teria de pegar o avião... Olhando fixamente nos olhos de Pietro, disse então:

_ Tenho que ir, Pietro, preciso visitar minha irmã em Londres. Assim que eu voltar te telefono ou vou à sua loja; tenho o seu cartão, lembra?
_ Sim, mas por que teríamos de nos separar agora, se estou indo exatamente no mesmo avião que você, para Londres?
_ Isso é sério, está indo mesmo?
_ Mas claro que é, meu doce! Veja, aqui está  a passagem!
Ela pôs a mão na boca numa demonstração de espanto, e achou que "algo" os estava impelindo a ficar juntos...

Ele então pegou  o braço de Núbia, sorriu daquele jeito que encantava,  e foram para o embarque no avião.
Mais uma vez o destino os colocou no "mesmo barco"...

(Continua)

Fátima Abreu




domingo, 6 de outubro de 2013

Um Próximo Conto De Amor?



Núbia & Pietro

Uma nova chance, para quem havia decidido não se envolver com ninguém afetivamente.
Quando quisesse alguma atenção "mais especial", sabia onde encontrar "acompanhantes"...
E tudo se resumiria a isso: Sem envolvimentos.

Entretanto, havia acontecido algo no meio do caminho, que mudaria seus pensamentos quanto ao coração:
"Aquele" encontro...
Numa estação de trem, ele estava a espera do "noturno" para casa.


********************

Pietro havia saído de sua loja de produtos (gastronômicos) italianos, pois o horário de trabalho havia acabado finalmente. Mesmo sendo o dono, ficava sempre até o final da noite: Não deixando a cargo de seu gerente, o fechamento de caixa. Ele fazia isso.

Fechou  a porta  e dirigiu-se para o café francês que ele (rigorosamente) toda noite passava...
Pediu um capuccino, comeu umas rosquinhas de chocolate com nata, pagou e foi embora, rumo à estação ferroviária.
Apesar de ter carro, ele o deixava na garagem de casa praticamente a semana inteira.
Gostava de usá-lo apenas nos finais de semana, quando se poupava da loja e deixava o gerente cuidando de tudo, para que folgasse.

Além disso, a viagem de trem até a pacata cidadezinha onde morava, era em si, um prazer para todos os dias da semana: Lindas paisagens iam se moldando, como quadros pintados e ao mesmo tempo, se desfazendo pela rapidez de passar pelos lugares...
Os trens europeus eram melhores que os de qualquer outro continente, ele tinha certeza disso!

Acendeu um cigarro, sabendo que seus pulmões já não eram os mesmos, devido aos dez anos como fumante. A tosse era constante durante o dia. Deu uma tragada e emitiu bolinhas no ar, feitas com a fumaça expelida. Riu-se. Ele sabia que estava sendo masoquista. Aquilo era autodestruição...

*******************

 Núbia estava atrasada naquela noite: Sempre chegava à estação, bem antes do trem.
Entretanto, ao consultar seu relógio de pulso, viu que estava em cima da hora do embarque!
Correu e seu chapéu caiu. Não se deu conta.

Pietro estava recostado à uma parede, onde se via  em uma cortiça enquadrada, os papéis com horários das idas e chegadas de cada itinerário dos trens, quando Núbia passou na sua correria para a plataforma de embarque. Pegou o chapéu caído e gritou:
_ Moça, seu chapéu caiu! Aqui está, tome!

Ela se virou, e ele já vinha ao seu encontro com o chapéu numa mão e o cigarro na outra.
_ Oh, obrigada. Estou correndo porque meu trem já vai sair!

Dizendo isso, já ia (desta vez andando) apressadamente, para a plataforma de embarque.
Não houve tempo de Pietro dizer qualquer outra coisa.

Instintivamente, ele a seguiu sem que percebesse. Para sua surpresa, ela iria pegar justamente o mesmo "noturno" que ele!.
Núbia entrou  finalmente no trem e depois dela, mais quatro pessoas, até que Pietro subiu também...
Ele então sentou ao lado de Núbia, dizendo:
_ Ah, mas que coincidência, pegarmos o mesmo trem, hein?
_ Sim, é verdade.  Graças à você, tenho aqui comigo, o chapéu!

Pietro deu um leve sorriso de lado, (que era o seu "charme pessoal") e disse:
_ Meu nome é Pietro. E o seu?
_ Sou Núbia Santoro.
Apertando as mãos, e retomaram a conversa animadamente. Falaram dos mais variados assuntos, até que Núbia anunciou:
_ Foi realmente bom conhecer você. Mas está chegando a minha estação: é a próxima! Então até qualquer hora dessas, se nos esbarramos por aí, quem sabe...
_ Bem, que há de se fazer? Estava gostando tanto dessa nossa conversa, mas se tem que ir... Olhe, aqui está meu cartão. Quando quiser comprar uma boa massa italiana, vá até a minha loja. Poderemos conversar mais.
Ela segurou o cartão agradecendo, e sorriu muito espontaneamente dizendo:
_ Obrigada, lembrarei disso.

Núbia saiu do trem e ele acenou olhando-a pela janela. Ela respondeu ao aceno, com um mover de lábios, que dizia: "Até logo..."
"Sim", ele pensou: "Está aí uma mulher interessante!"

Depois que o trem saiu novamente da estação, ele relembrou cada diálogo que tiveram durante aqueles trinta minutos que passaram juntos.
Quando percebeu, estava exatamente na estação que tinha que descer.
Jogou seu chapéu para o alto e sorriu sozinho, daquele jeito que deixaria qualquer mulher suspirando...
Pela primeira vez, em dois anos e meio, estava interessado novamente em alguém...

(Continua)

Fátima Abreu







quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Fátimas (Vintage)



Se eu fosse uma empresária de sucesso nos anos 80...








Se fosse dona de casa, dos anos 50




      Se fosse uma atriz de cinema, em noite de Oscar, nos anos 40



Uma "acompanhante" dos anos 60









  Se fosse eu mesma, (como escritora) numa noite de autógrafos para lançamento de todos os meus 10 livros... Agora!


* Se for bom observador(a), notará algo em comum em todas as imagens...
 Dica: Uma coisa que gosto de falar em alguns dos meus poemas, uma certa paixão...
Vamos ver quem  sabe?

Fátima Abreu

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

ANJOS, ANGELES, ANGELS

OS ANJOS ESTÃO PRESENTES EM NOSSAS VIDAS TODO TEMPO.
MUITAS VEZES PELAS ATRIBULAÇÕES DIÁRIAS, ACABAMOS POR ESQUECER DISSO...
MAS COMO NOSSOS GUARDADORES, ELES PODEM SER CHAMADOS PARA MAIS PERTO, JUSTAMENTE NAS HORAS QUE MAIS PRECISAMOS DA SUA AJUDA.
VEJA O TEXTO ABAIXO QUE COPIEI DO FACEBOOK, NESSE LINK:
   https://www.facebook.com/photo.php?fbid=333959320071958&set=a.134297980038094.27270.134148186719740&type=1&theater

PARA QUE MEUS LEITORES DO BLOG, TENHAM TAMBÉM ACESSO A ESSA MENSAGEM LINDA E QUE REALMENTE SE ACREDITAR, SURTIRÁ EFEITO:
A FÉ É A CHAVE DE TUDO!

Fátima Abreu


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*****Imagine um Anjo*****

" ***Imagine..... que um Anjo de Deus está ao seu lado
neste momento..... Silêncio.....
Mantenha-se tranquila (o) e pense em todos os problemas que gostaria de solucionar.
Tudo que te angustia, que te faz chorar, te oprime, te preocupa, te deixa triste.
Deixe de ter medo do futuro, de equivocar-se, de escolher um caminho errado.....

Pense agora em tudo isso..... Abra o seu coração e imagine-se entregando tudo isso a Deus.
Coloque suas mãos em posição de entrega.
Imagine-se entregando tudo agora, como quem entrega um saco bem pesado a outra pessoa para que o leve.

Imagine.....que um Anjo de Deus está ao seu lado
neste momento.....Agora, imagine tudo de bom que você quer que aconteça, ou que já tenha acontecido na sua vida.
Momentos de felicidade, de amizade, de carinho, de paz, de amor.
Imagine-se colocando tudo isso em suas mãos, e faça um gesto de estar guardando em seu coração, como se guardasse uma joia numa caixa.

Guarde esse tesouro bem dentro de você, e dê "Graças", com muita fé, de coração.
Agradeça..... por tudo de bom que virá e por tudo de mal que irá embora.
Conte até três e respire bem fundo.
Agora..... imagine que o Anjo voou e está levando as suas orações até Deus.***

("Desconheço a autoria")"