sexta-feira, 20 de março de 2015

Nice & O Poeta


Quando acordei com o nome do poeta desconhecido por mim, na cabeça, corri ao pc. Procurei e achei...


Nice caminhava ao encontro de Carlos Góes.
Era uma linda manhã, do outono de 1920.
Não era comum encontrar-se com cavalheiros não apresentados pela família.
Mas nada disso, a Nice, atrapalharia... 

Conhecera-o numa biblioteca. 
Estava lá, o escritor. A ler tantos outros...
Nice não sabia quem ele era.
Tampouco que ficaria encantada pelo homem e sua obra.
 Sem esperar, roubara-lhe a atenção.
Um romance clandestino, 
Surgira então...


A passos lentos, ela seguia para mais um encontro.
Ele escolhera aquele lugar, pois era muito lindo, nessa época.
Um rio, coberto por uma leve neblina outonal,
Um caminho coberto de folhas marrons, colorindo o passeio.
Ornado por árvores centenárias:
Todas, rigorosamente plantadas na mesma direção.
Nice seguia, no compasso íntimo, 
Das batidas de seu coração...

Fátima Abreu

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Nota: A poesia une minha ficção à realidade

Carlos Goés, (1881- 1934) poeta, dramaturgo, gramático e dicionarista brasileiro, observou o número excessivo de palavras francesas em uso no português dos anos 20 e 30 no Brasil. No Dicionário de Galicismos (1921) de sua autoria, Goés recomendou o uso de palavras existentes no idioma com a finalidade de proteger a língua portuguesa da proliferação de palavras de origem francesa. Todavia, apesar do esforço do renomado especialista, os falantes dos anos 20 e décadas seguintes persistiram em usar muitos dos mesmos galicismos por ele combatidos.

Fonte(s):


2 comentários:

  1. Um carreiro tapado de folhas castanhas, pintando o passeadouro.
    Ornado por árvores centenárias:
    Todas, inexoravelmente semeadas no mesmo sentido.
    Nice percorria, no cadencio privado,
    Das palpitações de seu coração...

    Lindo poema...

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