sábado, 24 de setembro de 2016

Duetando com Vinícius... republicado

"Quando a madrugada entrou eu estendi o meu peito nu sobre o teu peito
Estavas trêmula e teu rosto pálido e tuas mãos frias
E a angústia do regresso morava já nos teus olhos.
Tive piedade do teu destino que era morrer no meu destino
Quis afastar por um segundo de ti o fardo da carne
Quis beijar-te num vago carinho agradecido.
Mas quando meus lábios tocaram teus lábios
Eu compreendi que a morte já estava no teu corpo
E que era preciso fugir para não perder o único instante
Em que foste realmente a ausência de sofrimento
Em que realmente foste a serenidade."
Vinícius de Moraes


E no fechar dos olhos, uma lágrima desceu.
Era um instante de corpo sereno, que antes fora teu.
Na mansidão do momento que se estendia, desligava o enlace feito desde muito tempo
Era assim, como se o vento parasse e ali somente uma brisa leve te tocasse.
 Sentia, percebia...
O instante era sério: Via transcendentais mistérios!
 Tornava-se doce e serena a partida, pois a promessa, era de nova vida...
Uma vida a dois, futura, depois dos descaminhos...
Ele a olhava e depois, certo que um dia de novo estariam juntos, foi embora... com o lenço enxugando a lágrima que teimava em descer, naquele triste entardecer...
Fatuquinha

3 comentários:

  1. Mais um primoroso espetáculo de palavras que são semeadas em nossas almas e nossos corações...Sublime a pureza deste sentimento, Poetisa Fátima Abreu!Escreves de maneira impar...Digna de aplausos!Magnífico Dueto!!Que a sua poesia seja reflexo pleno de sua felicidade sempre...Eh que o amor e a paixão impere em sua vida. Saudações Poéticas!

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