segunda-feira, 12 de setembro de 2016

METAMORFOSE AMBULANTE ou PINGO DE GENTE



Republicando...


Tenho muitos egos, ou muitas "Fátimas" dentro do mim.
A psicanálise explica isso. Talvez nada disso, somente uma pessoa em metamorfose ambulante.
Quando era pequena era calminha, quietinha, a primeira da classe todos os anos, as professoras me adoravam. Eu era a oradora da turma e ganhava medalhas por mérito escolar. Algumas professoras me levavam para passeios (claro, sem outros alunos ficarem sabendo, porque geraria ciúmes) ou convidavam para aniversários e festas. Era muito bem educada e só falava entre os adultos, se eles me perguntassem alguma coisa. Nada de atrapalhar uma conversa, mas hoje em dia, vejo tantas crianças que fazem isso!
 Aos 10 anos, já escrevia poesias e  fiz meu primeiro livro de ficção científica: 

Uma Viagem No Tempo

Com ilustrações minhas, pois segundo diziam todos familiares, 
amigos e professoras eu desenhava muito bem.
Bem não era um "anjinho" totalmente, desde pequena tinha pensamentos que eu não entendia na época (libidinosos).
Esse era o lado "capetinha" de mim.

Quando cheguei na adolescência, isso ficou muito mais aguçado, logicamente por causa dos hormônios...
Mas a mudança real foi no meu comportamento: Se antes era calminha e quietinha, tornei-me agitada, falava sem parar nem para respirar! Fiquei também bem mais atuante na outra escola para onde fui: teatro, jazz, etc... Desinibi totalmente, nem sombra da menina do primário!
A rebeldia me acompanhava e muitas vezes bati a porta do quarto que dividia com minha irmãzinha Sandy, irritada com as coisas ao meu redor...
Típica adolescente.
Depois, ao casar aos 16 anos, essa "Fátima", mudou radicalmente de adolescente para esposa e mãe e tudo que isso implica em responsabilidades... Tornei-me calma e branda novamente, reação esperada para quem tem que carregar uma família nas costas. Sem paciência e tolerância, não há família que fique estruturada. Eu era o alicerce dessa nova família. Pois meu falecido marido era extremamente diferente de mim...
E quando ele ficou doente (que durou por 15 anos), fui de esposa à enfermeira dedicada. 
Graças ao curso que fiz sobre saúde na faculdade e o de laboratório de fármacos no secundário, sabia administrar o tratamento que ele precisava. Mas, minha saúde não e nem nunca foi, essas coisas:
 Nesse período também, fiz algumas cirurgias.
Depois de sua morte, uma outra "Fátima" surgiu: Novamente reconheci-me adolescente, mesmo aos 43 anos. Voltei a ser aquela mocinha de 15 anos que queria tudo da vida: passear, fazer caminhadas, dançar
(mesmo sozinha na sala), cantar o dia inteiro e principalmente escrever meus textos, 
porque isso me fora retirado anos a fio, devido à minha condição de mãe de 3 filhos, esposa, "enfermeira do marido" e dona de negócio próprio (uma mercearia e pequena lanchonete), o que me custou 4 estafas durante esses anos de falta de tempo para mim mesma...

Isso sem falar nos meus lapsos de memória que me acompanharam desde os meus 15 anos até os dias atuais. Tornando-me uma outra "Fátima", insegura, com medo de sair de casa e se perder, de esquecer para onde vai e até o próprio nome e de pessoas do meu convívio. Tornei-me de destemida à medrosa, de valente para as situações graves, para frágil como o cristal...
A minha metamorfose não cessa nunca! 
Apenas uma coisa nunca mudou em mim: a libido... Sim, confesso!
Essa, me acompanhou por toda a vida  e apesar de ter sido fiel ao meu marido pelos 27 anos de casamento, depois de sua morte, no meu estado de "nova adolescente refeita", tive alguns relacionamentos.
Depois sosseguei ao encontrar um homem que quis viver comigo, deixando sua vida toda para trás...
Não sei se isso pode ser chamado de amor, da parte dele, mas é difícil hoje em dia alguém deixar tudo que fazia de lado, para viver e cuidar de outra pessoa, como ele cuidava de mim...
Ninguém é perfeito, nem ele, nem eu. 
Assim como meu falecido marido, ele tem muita coisa bem diferente de mim, mas, como da primeira vez, a minha paciência e tolerância fez com que vivêssemos juntos por 6 anos...
A separação se fez necessária, mas, ficou uma amizade  que era como na minha poesia NÓ DE MARINHEIRO...

Não sei o dia de amanhã, assim como ninguém o sabe. Mas só sei que até o fechar dos meus olhos, ainda vou mudar novamente. Isso está no meu ser:
METAMORFOSE AMBULANTE.


Outro texto que foi usado para uma dinâmica:

Eu, Fatuquinha
Sou Fátima Abreu, carioca de 51 anos, viúva, mãe de 3 filhos e avó também de 3 criancinhas lindas!
Estava em um relacionamento sério há 6 anos,  porém, dei um fim em outubro passado.

Os dois casamentos foram bem tumultuados:
Quando fiquei grávida da minha filha caçula, dei um susto na família, porque nessa época, meu primeiro marido já estava doente.
Cuidei dele, da bebê que nasceu, dos outros dois filhos adolescentes, e do negócio da família, que passei assumir sozinha.

Já operei a cabeça por duas vezes, explodi cálculos renais (litotripsia), tive inúmeras infecções urinárias, piorei dos meus problemas ósseos artrose e atrite, 3 hérnias de disco no pescoço e esclerose do sacro ilíaco), além de ter a Síndrome de Meniére (perdendo 40% da audição) e a disritmia que me deixa aérea, com déficit de atenção e com lapsos de memória temporários.

Dezembro de 2015, tirei a vesícula, mas, ainda tem o problema da esteatose do fígado.
Continuo na dieta sem gordura.
E em 2016, deveria fazer mais uma cirurgia dessa vez no aparelho reprodutor.
Bem, sou carinhosa, melancólica, fraterna, solidária, tranquila, porque para me tirar do prumo, tem que estar no ápice de alguma coisa...
Não tenho preconceitos de nenhuma espécie.
Não desrespeito ninguém, pois acho que ninguém é melhor do que o seu semelhante.
Não suporto esnobismos e futilidades.

O pouco já me conforta. Nunca tive ambições.
Apenas viver com as coisas básicas, já está de bom tamanho para mim: Moradia, alimentação, remédios para meus tratamentos e o necessário para pagar as contas e condução.
Não quero ter carro, (nem sei dirigir, quem fazia isso era o falecido), casa própria, nada.
Tudo na vida deixamos, pois aqui é só passagem. Nada é nosso de verdade, pois se vc morre, no dia seguinte, tudo passa para outras mãos...

O que deixamos de lembrança, é o legado das boas ações que praticamos e a pessoa que fomos perante os outros.
Tenho bom caráter, mas, não sou 'santa'. Já errei muito também, como todo ser humano, nesse orbe terrestre.
Meu defeito: Dou valor demais ao sexo. Por isso, cometi erros, deixando-me levar por essa necessidade:
Já tive minha época 'ninfeta' , depois da viuvez, (por ser uma mulher que não esconde o lado sensual), até conhecer e ficar com o meu ex marido.
Dentre os que fiquei antes dele, estava um pastor metodista, e depois soube que era casado. Ele não se importava nada, em trair a esposa comigo.
Como não tenho vocação para ser a "outra", acabei com nosso caso.
Também teve outro, da mesma forma (descobri ser casado) que era jornalista.
Ele disse que a esposa não se incomodava, porque o relacionamento deles era aberto. Para mim, foi o fim ouvir isso! Acabei rapidinho, não passou de 3 encontros.
Teve outros também rápidos, inclusive, um jovem de 25 anos, e eu tinha 43. Então, essa pessoa aqui, por gostar da 'coisa", não foi fácil de dominar esse lado...

Meu ex companheiro, apareceu na minha vida, solteiro, sem filhos, e eu me aquietei novamente, porque sou fiel.
Mas, nos separamos em outubro de 2015, pela sua bipolaridade... Muito difícil lidar com isso, eu ainda aguentaria, mas, tenho uma filha morando junto...
Outro defeito, é um pouco de vaidade que tenho com meus livros e textos. Gosto que elogiem.
O envelhecer para mim, é um problema à parte. Assim como meus pais,
(eles também não aceitaram isso, por um bom tempo) demoro a aceitar o envelhecimento. Sou coroa, mas, me sinto super jovem...
Olho as primeiras rugas aparecendo no pescoço, o cabelo sendo pintado a cada 15 dias, (porque eles teimam em ficar branquinhos na raiz) e me sentir com 25 anos... É uma briga comigo mesma.

Fora isso, gosto de me mudar periodicamente, pois sou meio nômade. Minha família diz que tenho alma cigana. Sou uma cidadã do mundo, não quero ficar presa a lugar algum.
Assim, cubro a minha necessidade de conhecer pessoas diferentes, recomeçar sempre em outros lugares, e deixar minha 'figura' lembrada por onde eu passar, sempre de um modo bom.
Ninguém entende isso. Mas, preciso estar mudando. Fico sufocada numa casa ou apartamento por muito tempo. Jamais aguentaria ficar como os meus pais estão, 42 anos no mesmo lugar!

Gosto de jazz, blues, bossa nova, MPB, música instrumental e românticas 80/90, detesto funk e sertanejo.
Minha cor é azul, meu número preferido é o 8.
Meus animais preferidos são: golfinhos, pássaros, lobos e felinos de grande porte.
Gosto de vinho tinto suave, embora não possa tomar atualmente pela minha dieta  do fígado. Nunca fumei. Detesto cheiro de cigarro.
Amo café, e sem ele não consigo viver!

Curto filmes, livros e documentários sobre mistérios e OVNIs.
Já li quase todos os livros de Sidney Sheldon e Harold Robbins, porque me inspirei em suas obras, para fazer meus romances, principalmente os sensuais.
Acredito em coisas que a maioria das pessoas não, como Ets, Agharta, Atlântida, Universos Paralelos, Viagens extracorpóreas, etc...
Vide meu livro de ficção científica e mistérios:

"A VERDADE DE GAIA"
http://www.clubedeautores.com.br/…/166663--A_VERDADE_DE_GAI…
Podem me achar louquinha, não me importo. Sou assim e não vou mudar.
Peso 45 Kg atualmente, sou baixinha e encolhendo...
Compro roupas em brechós, não uso maquiagem além de lápis e rímel.
Uso manteiga de cacau nos lábios.
Não uso perfume, apenas óleo de almíscar (além de aromático, é afrodisíaco).
Faço as unhas e pinto o cabelo em casa: 
Só vou ao salão para mudar o corte de cabelo, porque sempre enjoo se passar muito tempo com o mesmo corte. Vide minhas fotos...
Sou ansiosa, embora tente disfarçar isso.
Romântica, e também 'manteiga derretida' (me emociono por tudo), outro defeito, pois queria não ser assim...
Sou apressada para definir as coisas do cotidiano, o que piora minha ansiedade, acabo sofrendo por antecipação.
Danço sozinha, canto ( gosto de saber que gostam da minha voz, outra vaidade), desenho e escrevo.
E tenho esperança de que um dia as coisas vão mudar na minha vida. Pois sofrimento, já tive (e ainda tenho) demais, e de toda ordem.
Ah, tenho peculiaridades: Meus olhos mudam de cor, os relógios param perto de mim e tem mais... Porém, não conto porque vocês não acreditariam...

Fátima Fatuquinha Abreu


2 comentários:

  1. Uffaaaaaaaaaa.....
    Que vida linda e bem vivida!!!!
    Que história rica, maravilhosa, que vida cheia de nuances, cheia de reviravoltas, cheia de idas e vindas.... vida de poeta, escritora, uma Frida Kahlo brasileira... Uma vida que te exigiu muito, que te fez crescer (não fisicamente kkk!!).
    Não.. que tua vida NÃO mude... que você continue a mudar o mundo, continue apressada, exigente, poeta, cante e dance sozinha (pelo amor de Deus, sertanejo e funk nãoooo!!!!!).
    Continue usando almíscar...hehehehe!!!
    Delícia de pessoa, de mulher.... delícia de poeta!!!

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    1. ACHO Q VC NÃO DEVE TER IDO A SEGUNDA PARTE...RS:
      " Gosto de jazz, blues, bossa nova, MPB, música instrumental e românticas 80/90, detesto funk e sertanejo.
      Minha cor é azul, meu número preferido é o 8.
      Meus animais preferidos são: golfinhos, pássaros, lobos e felinos de grande porte.
      Gosto de vinho tinto suave, embora não possa tomar atualmente pela minha dieta do fígado. Nunca fumei. Detesto cheiro de cigarro.
      Amo café, e sem ele não consigo viver!

      Curto filmes, livros e documentários sobre mistérios e OVNIs.
      Já li quase todos os livros de Sidney Sheldon e Harold Robbins, porque me inspirei em suas obras, para fazer meus romances, principalmente os sensuais.
      Acredito em coisas que a maioria das pessoas não, como Ets, Agharta, Atlântida, Universos Paralelos, Viagens extracorpóreas, etc"

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