sábado, 3 de maio de 2014

RESUMO BÁSICO PARA O LIVRO DA MINHA AMIGA MAZÉ, QUE TAMBÉM TERÁ MINHA PARTICIPAÇÃO


Tem muitos leitores que já leram esse meu conto autobiográfico. Entretanto, para quem não quer ler capítulos seguidos, aqui vai o resumo que também está no meu livro:
'FIOS DO DESTINO '




                         PINGO DE GENTE”



“Pingo de Gente”, quase nascera na boleia de um caminhão.
Sua mãe entrara em trabalho de parto e o pai da criança estava trabalhando. Restou pedir ajuda ao vizinho caminhoneiro, que acaba de chegar de viagem. Ele a levou a primeira clínica que achou no bairro. Entretanto, essa clínica não estava inaugurada ainda, estava fazendo os retoques finais para isso.
A pedido do homem e a título de emergência, eles aceitaram realizar o parto.
A clínica não tinha nenhum bebê nascido ainda, por estar nesse processo de término das obras. Na frente da sala de recepção, estava uma santinha no alto de uma prateleira de mármore, com uma rosa branca e um terço nas mãos.

A mãe então decidiu de imediato, trocar o nome escolhido para a filha (que seria Cristina), para o nome da santa. Vendo isso como um sinal dos céus: De certa forma era, porque a menina nascera laçada.
O povo antigo dizia que quando uma menina nasce laçada tem que ter nome de Maria na frente.  Então ela tornou-se Maria, seguido pelo nome da santa.
Dizia-se também que meninas que nascem dessa maneira, seriam videntes.
Assim, elas eram confundidas com ‘feiticeiras’ nas épocas medievais, pelo dom da clarividência.
Com ela não foi diferente. Mas seus dons de premonição eram apresentados em sonhos e citações em seu ouvido esquerdo.

Dessa forma, soube quando a mãe de Denise ( sua vizinha na época ) viria a falecer. Teve a premonição da morte de seu primo aos onze anos, quando durante a noite, sonhou que se casava com ele. Toda vez que sonhava estar vestida de noiva casando, alguém de seu conhecimento, morria... Era fato.

 “Depois, muitos anos mais tarde, ‘Pingo De Gente” teve uma visão ao acordar:
Na beira da cama, estava aquele que viria a ser seu neto. O filho de seu filho mais velho:
Um menininho de cabelos negros e olhinhos puxados, um mestiço, já que a sua futura mãe seria uma nissei.

Pingo de Gente acostumara-se com esse efeito em sua vida, embora muitas vezes saber o futuro, pode não agradar.




Descrição de ‘PINGO DE GENTE’, por ela mesma, quando fez um artigo:


Tenho muitos egos, ou muitas "Fátimas" dentro do mim.
A psicanálise explica isso. Talvez nada disso, somente uma pessoa em metamorfose ambulante.
Quando era pequena era calminha, quietinha, a primeira da classe todos os anos, as professoras me adoravam. Eu era a oradora da turma e ganhava medalhas por mérito escolar. Algumas professoras me levavam para passeios (claro, sem outros alunos ficarem sabendo, porque geraria ciúmes) ou convidavam para aniversários e festas.
Era muito bem educada e só falava entre os adultos, se eles me perguntassem alguma coisa. Nada de atrapalhar uma conversa, mas hoje em dia, vejo tantas crianças que fazem isso!
 Aos dez anos, já escrevia poesias e  fiz meu primeiro livro de ficção científica: 
Uma Viagem No Tempo
Com ilustrações minhas, pois segundo diziam todos familiares, amigos e professoras eu desenhava muito bem.

Bem não era um "anjinho" totalmente, desde pequena tinha pensamentos que eu não entendia na época (libidinosos).
Esse era o lado "capetinha" de mim.
Quando cheguei à adolescência, isso ficou muito mais aguçado, logicamente por causa dos hormônios...
Mas a mudança real foi no meu comportamento: Se antes era calminha e quietinha, tornei-me agitada, falava sem parar nem para respirar!
Fiquei também bem mais atuante na outra escola para onde fui: teatro, jazz, etc... Desinibi totalmente, nem sombra da menina do primário!
A rebeldia me acompanhava e muitas vezes bati a porta do quarto que dividia com minha irmãzinha Sandy, irritada com as coisas ao meu redor...
Típica adolescente.
Depois, ao casar aos 16 anos, essa "Fátima" mudou radicalmente de adolescente para esposa e mãe e tudo que isso implica em responsabilidades... 

Tornei-me calma e branda novamente, reação esperada para quem tem que carregar uma família nas costas. Sem paciência e tolerância, não há família que fique estruturada.
Eu era o alicerce dessa nova família. Pois meu falecido marido era extremamente diferente de mim...
E quando ele ficou doente (que durou por 15 anos), fui de esposa à enfermeira dedicada. 
Graças ao curso que fiz sobre saúde na faculdade e o de laboratório de fármacos no secundário, sabia administrar o tratamento que ele precisava. Mas minha saúde não é, nunca foi, essas coisas:
 Nesse período também, fiz algumas cirurgias: Tirei um tumor do interior da bochecha e quatro freios linguais, duas operações na cabeça, uma litotripsia.

Depois de sua morte, outra "Fátima" surgiu:
Novamente reconheci-me adolescente, mesmo aos 43 anos. Voltei a ser aquela mocinha de 15 anos que queria tudo da vida: passear, fazer caminhadas, dançar (mesmo sozinha na sala), cantar o dia inteiro e principalmente escrever meus textos, porque isso me fora retirado anos a fio, devido à minha condição de mãe de três filhos, esposa, "enfermeira do marido" e dona de negócio próprio (uma mercearia e pequena lanchonete), o que me custou quatro estafas durante esses anos de falta de tempo para mim mesma...

Isso, sem falar nos meus lapsos de memória que me acompanharam desde os meus 15 anos até os dias atuais. Tornando-me outra "Fátima", insegura, com medo de sair de casa e se perder, de esquecer para onde vai e até o próprio nome e de pessoas do meu convívio. Tornei-me de destemida à medrosa, de valente para as situações graves, para frágil como o cristal...
A minha metamorfose não cessa nunca! 
Apenas uma coisa nunca mudou em mim: A libido... Sim, confesso.

Essa me acompanhou por toda a vida  e apesar de ter sido fiel ao meu marido pelos 27 anos de casamento, depois de sua morte, no meu estado de "nova adolescente refeita", tive alguns relacionamentos, inclusive com um jovem de 25 anos, que poderia ser meu filho, pois eu já estava com 44 anos.
Depois sosseguei ao encontrar um homem que quis viver comigo, deixando sua vida toda para trás...
Não sei se isso pode ser chamado de amor, da parte dele, mas é difícil hoje em dia alguém deixar tudo que fazia de lado, para viver e cuidar de outra pessoa, como ele cuidava de mim...
Ninguém é perfeito, nem ele, nem eu. Assim como meu falecido marido, ele era  bem diferente de mim, mas como da primeira vez, a minha paciência e tolerância, fez com que já vivêssemos juntos por seis anos...

Não sei o dia de amanhã, assim como ninguém o sabe. Mas só sei que até o fechar dos meus olhos, ainda vou mudar novamente. Isso está no meu ser:
METAMORFOSE AMBULANTE
FÁTIMA ABREU



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