Como a dinâmica do grupo 'Amigos' desse fds, foi a do riso, republiquei alguns textos de humor e coloquei lá também...
CONTOS DE HUMOR
"D. NANCY"
O PAGODE NA CASA DA D NANCY
_ MENINA, OLHA QUE O CARLISON TROUXE HOJE PRA EU FAZER, PRO PESSOAL AQUI DA VIZINHANÇA...
_ E O QUE FOI, D. NANCY?
_ DOBRADINHA! E JÁ VOU LÁ PRA COZINHA... VOU COLOCAR A PANELA NO FOGO, E
VOCÊ, APROVEITA E COME AQUI COM A GENTE HOJE, FRANCINEIDE...
_ TÁ CERTO D. NANCY, EU JÁ ESTOU ACABANDO DE COLOCAR A ROUPA NA CORDA MESMO, FICO ENTÃO!
_ MENINA NÃO É PRA ME GABAR NÃO, MAS NÃO TEM NINGUÉM QUE FAZ 'DOBRADINHA' COMO EU!
_ ACREDITO, D. NANCY...
PASSADO UM TEMPO, A COMIDA JÁ NA MESA, A LAJE ENCHEU DE GENTE! TODA
VIZINHANÇA DAS QUATRO CASAS VEIO COMER DA "BUCHADA" DA D. NANCY.
OLHA QUE ERA GENTE PRA CACHORRO!
E OS CACHORROS TAMBÉM VIERAM...
D. NANCY FICAVA CONTENTE, GOSTAVA QUE ELOGIASSEM SEU TRABALHO, A COMIDA FEITA PRA TODA AQUELA GENTE!
DEPOIS DE MUITA CERVEJA E 'DOBRADINHA' ROLANDO, O PAGODE COMEÇOU, E A
LAJE FICOU CHEIA DE MULHERES SAMBANDO, ALGUMAS EXIBINDO AS BOAS FORMAS,
OUTRAS NÃO...
D. NANCY PEDIU UM MINUTO DE ATENÇÃO, E A BATUCADA CESSOU.
_ MEUS QUERIDOS VIZINHOS, VOCÊS VÃO TER O PRAZER AGORA, DE COMER O MELHOR 'BRIGADEIRO' DA HISTÓRIA!
E ALGUÉM LÁ NO FUNDO, QUE ERA UM GRINGO, CONVIDADO DE UM CONVIDADO, FALOU:
_ MAS, EU NÃO SABIA QUE VOCÊS AQUI NO BRASIL, TAMBÉM COMIAM GENTE...
FÁTIMA ABREU
O DIA DO NIVER, TAMBÉM É O DO TATU
D. Nancy estava muito preocupada: Quantos adolescentes viriam em sua
casa?
Não contava com isso: A filha fazia anos, naquele dia, e chamou
quase todos que conhecia...
Ela então disse naquele jeitinho simplório de pessoa nascida e criada no subúrbio:
_ Olha menina, que por essa eu não esperava: Você convida todo esse povo, e não me diz nada?
_ Ah, mãe, deixa estar, meus amigos não vão querer nada além de pipoca!
Vamos alugar filmes de terror na locadora, e aí senta todo mundo no
chão mesmo... Pipoca e refrigerante, não precisa fazer
mais do que isso!
_ Aniversário sem bolo não existe! Tenho agora que fazer correndo...
Logo hoje, que o Carlison tá de ‘piripiri, não pode me ajudar com as
compras, lá no supermercado... As filas para o caixa, no fim
de semana, ficam de virar de um canto pra outro... Haja tempo para esperar!
_ Ora mãe, o Carlison ajuda, mas não é tão insubstituível assim, se ele
tá com dor de barriga, que fique em casa! Eu vou então te ajudar a
trazer as coisas...
Deixa ver:
Copo descartável, refrigerante,
milho de pipoca, e os ingredientes do bolo, guardanapo, velinhas de
aniversário... Ah, e vou querer então, daquelas que ficam imitando fogos
de artifício!
Tem que ter brigadeiro, isso não pode faltar, é o meu
doce preferido! Então vamos ter que comprar forminhas para o doce...
Hum, acho que é só...
_ Ora menina! Para quem disse que os colegas
só comeriam pipoca com refrigerante, você já aumentou muito a minha
lista... Mas deixa, tudo bem, adolescente é assim mesmo...
_ Mãe, foi você quem disse, que sem bolo não tinha graça... Não reclama então!
Pois muito que bem, vamos lá enfrentar o supermercado...
Pegaram as sacolas e lá se foram...
No caminho, encontraram Rosineide, e a mocinha virou para a aniversariante dizendo:
_ Mas, olha quem está por aqui... Não é hoje seu aniversário? Então meus parabéns!
_ É sim... Mas não vamos fazer nada lá em casa, o Carlison não está bem, a mamãe tá muito
cansada, eu vou só ali no mercado com ela, comprar umas coisinhas para o almoço, então tô indo...
Foi legal te ver Rosineide, aparece lá qualquer hora dessas...
_ Vou sim, apareço quando menos você esperar... Um beijo, tchau!
_ Tchau!
D. Nancy, que tinha ficado calada, então disse desaprovando a filha:
_ Menina, como é que você faz uma coisa dessas? Depois ela fica sabendo
do povo todo, que você chamou lá pra casa, e vai ficar chateada porque
não a convidou...
_ Que nada, mãe! A senhora não conhece essa
garota... Ela é igual tatu, vive na toca: Não sai de casa para nada, é
da casa pra escola, da escola pra casa... Como que ela ficaria sabendo
se não tem vida social? Esquece mãe...
O que Jéssica, a aniversariante, não sabia, é que tapar o sol com a peneira, não adianta...
Assim, quando Rosineide chegou em casa, comentou com a mãe, que sua colega Jéssica, não iria ter um bolinho, coitada!
A D. Mercedes ficou com pena, e resolver comprar um bolo confeitado, na
padaria da esquina, e aparecer lá com a Rosineide, pra fazer uma
surpresa!
Bolo comprado, lá se foram em direção à casa de Jéssica, levando ainda um refrigerante pet de 2 litros, geladinho...
Carlison estava na porta da vila, quando viu as duas chegando perto, e cumprimentou:
_ Oi, Rosineide, boa tarde D. Mercedes!
_ Boa tarde, Carlison! Sua irmã está em casa?
_ Sim, podem entrar, sempre tem lugar pra mais duas...
Elas não entenderam bem, o que ele quis dizer, mas foram em frente...
Quando apertaram a campainha, notaram um barulho enorme, vindo de dentro da casa...
D. Nancy gritou que alguém atendesse a porta, porque estava ocupada.
Jéssica, abriu e deparou com o sorriso de Rosineide e de sua mãe,
entregando em suas mãos o bolo, gritando simultaneamente:
_ SURPRESA!
_ Affff, por essa eu não esperava!
_ Quisemos te fazer essa gentileza, para não "passar em branco" teu niver, Jéssica.
_ Mas, mas... É que uns colegas da escola, tiveram a mesma ideia, não reparem, vão entrando...
_ Nossa, a casa tá cheia, amiga!
_ É uma chance de você fazer mais amizades então, Rosineide... D.
Mercedes fica à vontade, minha mãe tá na cozinha, enrolando os
brigadeiros. Vai lá um pouquinho, fazer companhia pra ela...
Sabe como é: Depois daquele pagode na laje, ninguém come brigadeiro, sem lembrar do gringo...
Vem, Rosineide, vou te apresentar umas pessoas.
Dentro de si, pensava:
"Que hora mais danada, para um tatu sair da toca!"
Fátima Fatuquinha Abreu
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O PIQUENIQUE DA D. NANCY
D. Nancy, festeira como sempre,
inventou dessa vez, um piquenique.
Foi o maior rebuliço na rua, todos
queriam participar, e ela já teve que seus planos mudar...
Ela, que
iria apenas com seus familiares, que já encheriam uma van inteira, mas,
teve que transformar em um passeio para toda a vizinhança, em ônibus
alugado para essa ocasião.
No dia marcado, todos estavam afoitos e falando muito, um domingo que estavam esperando ser ensolarado, mas não foi assim...
O dia amanheceu claro, e as expectativas do passeio eram muitas...
D. Nancy teve que organizar os grupos familiares para entrar no ônibus.
Depois de tudo pronto, (o que não foi fácil), ela deu o seu ok para o
motorista, e lá se foram...
Muita cantoria pelo caminho, rolava até um pagodinho... Bem ao gosto dela!
Muitas brincadeiras fizeram dentro do ônibus, enquanto ele seguia o seu
percurso até o local do piquenique. Ela escolheu um lugar quase
inexplorado ainda por turistas, na restinga.
Eles não sabiam onde ficava, seria surpresa, para toda aquela moçada!
A restinga era bem perto da praia, e quem quisesse se aventurar e fazer uma caminhada até lá...
Desceram do veículo, meio que desanimados com o lugar, ao perceberem que não tinha infra estrutura, nada havia por lá...
Não era como uma "Quinta da Boa Vista", onde se tem banheiros, lanchonetes, trenzinho, museu...
D. Nancy não havia explicado isso, seria uma aventura quase exploratória, um piquenique ali.
Sem falar nos lagartos, bois, cobras da região.
Foi quando as perguntas começaram então...
Sua filha Jéssica, para ajudar, começou à responder as questões...
O primeiro, foi o próprio irmão, o Carlison:
_ Aonde é que o povo vai estender as toalhas para o piquenique, aqui só
tem mato para todo lado, nada de lugar aberto, para a gente colocar as
coisas...
_ Calma Carlison, mamãe já esteve aqui antes, deve saber
direitinho onde tem uma clareira para a gente ficar e começar o nosso
piquenique...
D. Nancy, tentava acalmar o pessoal, que estava já fazendo um círculo em sua volta:
_ Gente, gente! Por favor, eu sei onde vamos ficar! Tem uma clareira bem ali, é só me acompanhar...
E seguiram D. Nancy.
O lugar tinha uma vista bonita: Um rio à frente onde se viam três
pescadores sobre a ponte, na tentativa de conseguir alguma coisa...
Embaixo de uma árvore frondosa, abriram as toalhas de xadrez. As
crianças já corriam de um lado a outro, e os ânimos enfim se
acalmaram...
Uma forte rajada de vento, anunciava a mudança de tempo...
O pessoal do pagode, começava a animar o povo. D. Nancy ficou mais tranquila. Carlison, como sempre, já colocava uma "pilha":
_ Olha mãe, não sei, mas o tempo vai mudar... Esse vento chato, é chuva que vai cair na certa!
_ Cala a boca, Carlison, e vem me ajudar a tirar o resto das coisas do ônibus!
_ Tá bem, mas depois não diz, que não avisei...
D. Nancy também estava preocupada, pois havia notado a mudança do
tempo, mas não queria admitir para ninguém. Tinha medo de outros, terem
notado também...
Jéssica e Rosineide, ficaram mais amigas depois do aniversário, e agora faziam tudo juntas...
Estenderam uma toalha, e retiravam as sobremesas do piquenique, das cestas, para serem expostas aos comilões de plantão...
D. Mercedes e D. Nancy, cuidavam de tirar as cervejinhas e os refrigerantes do isopor, para servir.
Os rapazes do pagode, se dividiam entre a música e o churrasco...
Os jovens faziam um grupo, as crianças outro, e as mães cuidavam para
que tudo desse certo. Os mais idosos, ficaram jogando dominó e
baralho...
A vontade de urinar começou, mas para os homens isso é fácil de resolver, ainda mais no mato!
Mas, as mulheres...
Isso se resolveu, uma fazendo "paredinha" para outra, em local mais reservado.
Muita cantoria, brincadeira de roda, comida, uma boa "pelada" de futebol, mas o tempo virou...
A chuva começou rapidamente, e foi uma correria para lá e para cá, todos recolhendo o que podiam bem acelerado...
Entraram no ônibus, e esperavam que a chuva fosse passar, mas ledo engano!
Só ficou a piorar...
O vento forte também chegava, e as árvores balançavam freneticamente. Dando a ideia que seria um temporal demorado...
D. Nancy já se arrependia, da ideia do passeio. Afinal, deveria ter consultado a previsão do tempo!
Esse era seu maior receio...
Ela pediu ao motorista que tomasse o caminho de volta, pois sabia que
não passaria nem tão cedo, a chuva que caía sem dó nem piedade, para sua
tristeza, e de toda a sua comunidade...
O homem manobrou o ônibus, e
seguiu pela estrada de terra batida, mas a certa altura, ele atolou na
lama, formada pela chuva incessante. Aí que a "coisa ficou preta",
muitos tiveram que descer do veículo, e empurrar, para ele desatolar...
As crianças dentro do ônibus começavam a chorar, as mães tentavam
acalmá-las. Até que finalmente tudo melhorou, e conseguiram partir
dali...
D. Nancy estava muito chateada, nunca tinha tido uma experiência tão ruim... Sua filha vendo sua mãe abatida, disse:
_ Ora mamãe, a culpa não é sua! Quem iria adivinhar, que o tempo mudaria, assim tão rápido?
_ O Carlison me avisou... Eu que não dei ouvidos, ou não queria acreditar...
_ Ai, o meu irmão! Vai ver que foi a boca dele então!
_ Filha, não fala assim... O Carlison é um bom menino, não iria falar por mal.
_ Mãe, sabe de uma coisa? Melhor mesmo ter acabado tudo cedo, e estarmos de volta...
_ Mas, por quê, Jéssica?
_ Melhor a segurança do lar, do que ser picado por cobra ou qualquer bicho de lá...
_ Isso é verdade, tinha muitos bichos! E até bois soltos passaram por nós, várias vezes...
_ Ah, mas ainda bem que não tinha ninguém de vermelho entre nós!
_ Sei lá Jéssica, não sei não, eu estou de "bandeira vermelha", vai que boi fareja, e gosta disso...
Fátima Fatuquinha Abreu