REEDITADO
Romance
Ela andava triste e cabisbaixa, não sabia o que faria sozinha. A filha, tinha ido morar na Europa, desde pequena dizia para a mãe:
"Ainda vou morar em Londres, é o meu sonho mamãe".
Olhava para a menina, balançava a cabeça, e dizia:
" Ai, minha filha, se tudo fosse como sonhamos, que bom seria"...
Mas a filha arrumou um intercâmbio, lá se foi... E ficou!
Agora se encontrava só, o marido já havia morrido há uns 3 anos, os parentes, estavam distantes, moravam em outras cidades.
Ela resolveu dar uma reviravolta em sua vida, e decidiu alugar um quarto na casa onde morava, assim teria companhia, alguém para conversar, comentar um filme, comer junto, essas coisas, que fazem falta, para quem não está acostumado a viver em solidão...
Colocou um anúncio no jornal, e em 4 dias, recebeu um telefonema de um senhor um pouco mais velho que ela, pois ele já tinha lá os seus 50 anos, e ela, 45...
Esse homem disse estar interessado, pois era também viúvo e seu único filho estava em Portugal, fazendo um estágio. Era provável até que arrumasse uma estabilidade na firma onde estava, foi isso que ele dissera ao pai, quando telefonou na semana anterior.
"Que coincidência", ela pensou... "
Minha filha também foi para a Europa, e nós dois somos
viúvos"...
Ela combinou que ele viesse dar uma olhada na casa, para saber se o quarto lhe agradaria, depois de dar devidamente o endereço.
No dia seguinte, sem esperar tão cedo, o senhor bate em sua porta:
_ Bom dia! Desculpe vir tão cedinho assim, mas estava curioso, e quero logo achar um cantinho para ficar, a solidão não me agrada em nada!
_ Ah, sim...Bom dia! Me chamo Fiona, e o senhor? Não me recordo se disse o seu nome ao
telefone...
_ Não, não disse. Porque a senhora também não mencionou o seu, naquela ocasião...
_ Desculpe-me... Ando tão aérea ultimamente... Mas entre.
Ele adentrou a sala e percorreu com os olhos, percebendo tudo muito ajeitadinho, peças de
artesanato, que possivelmente teriam sido feitas pelas mãos dela...
Fiona mostrou o sofá, para que ele se sentasse. E começou a puxar conversa, para poderem se conhecer a partir dali:
_ Bem, sr?
_ Mário, esse é meu nome.
_ Bem, sr Mário, o senhor tem algum vício?
_ Não, apenas gosto de tomar um bom vinho, nos fins de semana, é pela minha descendência
portuguesa...
_ Ah, pensei que fosse descendente de italianos, mas não sei porque tive essa impressão...
_ Ora, não tem problema, muita gente pensa isso, acho que é porque existem mais "Mários"
italianos, do que portugueses...
_ Bem, isso é mesmo... Mas voltando a nossa conversa: O senhor quer ficar mais ou menos por quanto tempo aqui?
_ Se a senhora se acostumar com a minha presença, o tempo é indefinido. Meu filho vai ficar
mesmo pela Europa, sei disso... E não tenho mais ninguém nesse mundo, além dele. Sinto-me muito só. Gostaria de estar com alguém conversando, jogando damas, comentando filmes que se possa assistir junto, cozinhando, passeando...Essas coisas que não se pode fazer sozinho.
_ Exatamente como eu penso! Isso eu sinto na carne, sr Mário, desde que fiquei só também...
_ Se é assim, diga-me quanto vai querer no aluguel do quarto, que eu já pago agora adiantado uns 3 meses, dinheiro não é problema...
_ Conversamos sobre isso no almoço, estou lhe convidando para almoçar, porque vejo que o senhor não veio para ficar hoje ainda, não trouxe suas coisas...
_ D. Fiona, as minhas coisas estão no meu carro, apenas estacionei um pouco mais distante da sua casa, por falta de vaga.
_ Ah, então seu carro está aqui na rua, com tudo dentro?
_ Sim, é só ir buscando aos poucos as minhas coisas. Percebi que aqui não tem garagem.
_ É não tem, porque comprei essa casa assim, já que nunca tive carro mesmo, e nem sei dirigir.
_ Hum, terei que arrumar um estacionamento por aqui, e pagar mensalmente. Mas isso resolvo depois. Agora vou buscar minhas tralhas e me acomodar no quarto. Se incomoda de me mostrar agora, onde vou ficar?
_ Não, claro... Venha, é por aqui...
Fiona foi levando Mário pela casa, e mostrando tudo em cada detalhe, para que ele se inteirasse do funcionamento...
Até que mostrou o quarto, era bem arejado de janelas amplas, com cortinas rústicas, cama de casal, tudo com muito artesanato. Era uma suíte, na verdade... Ele gostou muito mesmo, e mostrou isso sorrindo.
_ Gostei de verdade... Então vou pegar minhas coisas. E já vou colocando aqui.
_ Sim, vá...
No decorrer da primeira hora, foi colocando as suas coisas desordenadamente na suíte. Fiona ajudou-o porque diga-se de passagem, ele não tinha o menor jeito para arrumar nada!
Tudo arrumado então, foram almoçar e acertar os detalhes do aluguel.
Depois, Mário foi procurar um estacionamento em que pudesse guardar seu carro, pagando
mensalmente a vaga...
Passados uns dias, a integração entre os dois era total, parecia que tinham se conhecido durante a vida inteira! Faziam as refeições juntos, passeavam, assistiam filmes que escolhiam juntos, na locadora, e até caminhavam bem cedinho pela região...
Meses correram...
Agora, um sentimento mais forte já os unia, mas nem um nem outro admitia, talvez por timidez... Até que um fato veio a mudar essa situação:
Fiona saída do banho, escutou o celular tocando insistentemente, e correu para atender... Estava apenas de toalha, e sentou-se em sua cama para falar melhor ao celular. Era sua filha de Londres...
Dizia estar passando bem, mas não era como a hospitalidade brasileira, os ingleses eram muito sérios, e cada um se preocupava com a própria vida, não tinham a convivência entre vizinhos... "Nem Fiona, sorriu levemente", pensando como ela realmente estaria, sem sua comida caseira...
Conversavam animadamente, quando Mário chegou, vendo a porta do quarto de Fiona aberta, pensou que poderia lhe falar, não contava que ela estivesse praticamente nua ali, no momento...
E ao entrar, lhe deu um susto, mesmo sem querer...
Fiona terminou a conversa com a filha e desligou o aparelho.
Voltou o rosto para Mário, e disse:
_ Ah, Mário, que susto me deu, meu amigo!
_ Desculpe, Fiona. É que, como vi a porta aberta, pensei que poderia lhe falar...
_ Sim, esqueci aberta... Você não tem culpa. Mas fale...
_ Nunca tinha percebido como seus ombros são tão bonitos!
_ Ora, que nada! Mas não era isso que queria me dizer...
_ Fiona, te vendo assim, agora tenho coragem... Um sentimento diferente tenho por você. Faz
tempo que quero te dizer, mas sou muito tímido...
_ Será que é o que penso? Está se apaixonando por mim?
_ É isso sim... O que começou com uma amizade, acabou se transformando em amor.
Espero que não me leve a mal, mas gostaria de saber o que acha, e se tenho chance de conquistar você...
_ Olha, Mário, eu também estive com esse problema com uma pessoa, sem saber como dizer que estava apaixonada... Mas sabe, essa pessoa se adiantou e se declarou agora!
_ Quer dizer, que sou eu? Que você também sente o mesmo?
_ Sim, Mário!
Sem mais um segundo de espera, eles se beijaram ardentemente, e ali mesmo se entregaram ao amor, tantos meses recolhido em seus corpos...
Passaram a viver como marido e mulher depois daquele dia...
Parecia que nada iria abalar esse relacionamento, mas a filha dela resolveu voltar ao país, e uma nova virada nessa estória aconteceu:
Quando ela foi receber a filha no aeroporto, Mário foi junto, porque Fiona e ele, sempre faziam tudo juntos.
Não havia mencionado nada sobre seu novo companheiro para a filha, seria uma surpresa...
Ao chegar no desembarque, sua filha estava abatida, Fiona correu para lhe abraçar, Mário veio logo atrás.
Fiona apresentou-o à filha:
_ Filha, esse é meu novo marido, Mário. Moramos juntos há um ano, já... Não te contei antes,
porque queria fazer uma surpresa...
_ Ah, sim... Tudo bem? Que surpresa mãe! Mas sabia que a senhora do jeito que fala tanto, não iria conseguir viver sozinha... Sem ter com quem falar, comentar alguma coisa...
_ É filha, mas Mário me conquistou primeiro a amizade, depois fomos nos apaixonando dia a dia, até que... Deu certo!
Mário, que ainda nada havia dito, então se adiantou:
_ Sua mãe é maravilhosa, impossível não se apaixonar por ela!
Fiona respondeu:
_ E você é a pessoa mais dedicada do mundo! Filha ele até me serve café na cama, todos os dias, acredita?
_ Bom pra você, mãe... Agora vamos?
Fiona notou a falta de interesse da filha, pelo seu momento atual.
Seria a experiência na Inglaterra tão deprimente, que ela havia voltado pior?
Porque ela sempre foi muito distante, e só procurava o "colo" materno quando estava muito precisada, com alguma depressão, problema, etc...
Seu temperamento era bem parecido com sua avó paterna, já falecida...
Sempre desse jeito: Muito calada, meio egoísta, e criava um mundo onde não deixava transparecer os sentimentos...
Era uma pessoa digamos fria, que quase não ria.
Sua filha era realmente parecida em vários aspectos, com sua falecida sogra...
Isso deixava Fiona triste...
Uma filha que enxerga seus problemas em primeiro lugar e a mãe vem depois...
"Enfim... Cada um com seus problemas", pensou.
Os três entraram no carro de Mário, e dirigiram-se para casa.
Os dias foram passando, algumas mudanças foram feitas na rotina do casal, devido à presença de Carolina na casa...
Mário ficava chateado com algumas coisas que ela fazia, como por exemplo:
Deixava as coisas sujas onde comia, não limpava, não levava para a pia, molhava o banheiro social, não enxugava, ficava até altas horas da madrugada no computador, batendo papo com as amigas de msn, fazia muito barulho antes de dormir, quando já ele e Fiona estavam dormindo há tempos...
E acabavam por acordar.
Além de praticamente só querer sair acompanhada da mãe, o tempo todo...
Era muito insegura, e não sabia se virar sozinha. Talvez fosse por isso que não deu certo na
Europa.
Isso incomodava muito Mário, mais que tudo... Afinal, Fiona e ele não durariam para sempre, e ela tinha direito de ser feliz enquanto vivesse junto dele. Carolina teria que entender isso, e não exigir tanto da mãe, porque o mundo aí fora, não passaria a mão pela cabeça dela, ela teria que aprender viver com seus próprios passos...
Mas em matéria de amor, ele e Fiona estavam cada vez mais apaixonados, isso nada mudou.
Seu relacionamento era quente, cheio de volúpia, se davam muito bem na cama, e no cotidiano, havia apenas as divergências pela presença de Carolina, que fazia sempre das suas para irritar a mãe, e em consequência disso, a ele também...
Um dia, seu filho lhe enviou um e-mail dizendo estar voltando também para o Brasil.
Então passou dias analisando a situação. Não comentou no mesmo dia com Fiona.
Deixou passar um tempinho, até que decidiu revelar, pois já estava se aproximando o dia da chegada de Mauricio, seu filho.
Mauricio era um jovem de 25 anos, bonito e que chamava a atenção feminina, de estatura mediana, forte, de cabelos castanhos claríssimos, beirando o loiro... Olhos esverdeados, como os de seu pai, Mário.
Fiona estava ansiosa para conhecer o enteado, e saber qual seria a reação dele, ao saber que seu pai agora estava com ela.
Carolina, por sua vez, era indiferente ao novo membro da família, fosse quem fosse, para ela não teria importância, pois seu 'mundinho' não seria abalado por nada...
Todos estavam juntos aguardando a chegada dele no aeroporto, mas Carolina foi a pedido de sua mãe, para não dar a entender que não ligava para a chegada de Mauricio.
Ele veio de encontro ao pai, assim que o avistou, diferentemente de Carolina, quando chegou de sua estada na Inglaterra.
Logo percebeu que o pai estava acompanhado, e foi se apresentando com um sorriso largo, bem característico de sua personalidade...
Isso muito agradou Fiona, por desta forma perceber que ele ficara contente de seu pai ter alguém...
Feitas todas as apresentações, saíram dali para a casa de Fiona, onde um quarto já estava
separado para ele.
Bem instalado, jogaram conversa fora muito tempo, na sala...
Depois Fiona foi para a cozinha com Mário adiantar o jantar.
Carolina e Mauricio ficaram na sala, numa situação meio chata, pois ela mal abria a boca, apenas para responder aquilo a que ele questionava...
Maurico resolveu então investir na conversa, mais drasticamente:
_ Percebi que você é muito calada mesmo, Carolina. Não gosta de novas amizades?
_ Para te falar a verdade, Mauricio, eu tenho dificuldades de relacionamento com todo mundo, até com a mamãe...
_ Entendo... Mas nada que uma boa terapia não resolva. Já tentou?
_ Fiz terapia por uns seis meses, depois até isso já me irritava... Aí decidi cair fora...
_ Bem, tem outras maneiras também, atividades que te levem ao contato maior com as pessoas. O que você faz atualmente?
_ Quer saber? Para uma pessoa que acaba de chegar, você pergunta muito! E se me dá licença, vou para o meu quarto.
Dito isso, saiu 'chispada' da sala, com cara de poucos amigos...
Mauricio percebia agora, que seria mais difícil do que pensava, dobrar aquele mau gênio da moça, para que pudessem conviver bem ali...
Os dias transcorriam bem, embora Carolina não conversasse muito com Mauricio. Entretanto ele estava encantado com Fiona, adorou o jeito de ser dela.
Parabenizou o pai mais de duas vezes pela escolha de uma mulher tão boa, para se conviver.
Carolina estava enciumada, achava que sua mãe dividia a atenção com muita gente agora...
Mauricio não havia desistido de conseguir a amizade da moça, e a convidou para um cineminha, ela poderia escolher o filme.
Ela respondeu:
_ Bom, se é assim, eu vou, tem mesmo um filme que estou querendo assistir. Isso é uma das coisas que nunca recuso, um bom cineminha...
Nos seus 22 anos, Carolina, parecia mais ser uma velha do que uma mulher da atualidade, vivia reclusa, e apenas algumas atividades como ir ao cinema e ao shopping, a agradavam... Mas uma coisa ela adorava de verdade: Ler!
Podia ficar horas dentro de uma biblioteca ou livraria, folheando os livros...
Fiona e Mário acharam ótima a idéia dos dois saírem juntos, para uma maior integração...
Quem sabe a amizade poderia sair desse passeio?
No sábado, lá se foram do shopping para o cinema, depois um lanche na praça da alimentação, e terminariam em uma das livrarias, para deleite de Carolina...
Enquanto isso, Fiona e Mário não poderiam estar mais apaixonados, e aproveitando a saída deles, fizeram algo bem diferente:
Colocaram uma música para tocar, A MÚSICA DELES, e dançaram na sala, se encaminhando para a cozinha...
Depois, Mário despiu bem devagar Fiona, e fizeram amor ali, retirando tudo de cima da mesa...
A intensidade era tanta, que os vizinhos poderiam até ouvir os gemidos do casal...
Depois de um bom banho, onde juntos se ensaboavam com carinho, Mário a levou de volta a sala, e tirou tudo da mesa de centro de madeira antiga, que valia um bom dinheiro, e disse:
_ Sobe aqui, amor...
Fiona ficou relutante, pensando que a mesa não aguentaria, mesmo pesando apenas 48 kg...
_ Não sei... Será que aguenta, amor? Mesmo eu sendo magra, acho que para uma mesinha de centro, ainda é peso...
_ Sobe, querida, ela suporta sim...
Fiona subiu e perguntou a Mário:
_ E agora?
_ Agora vou por outra música, e você dança aí em cima da mesinha.
Assim foi...
Ele reverenciava a dança de Fiona, uma dança do ventre, ambos gostavam de música árabe ou cigana...
Mário beijava-a com ardor, em tudo! Desde os cabelos, face, ouvidos, nuca, até os dedinhos dos pés de Fiona, não eram esquecidos...
E brincavam como crianças, esquecendo da idade madura que estavam: Rolavam pelo chão
abraçados, ele fazia cócegas nela, que quase morria de tanto rir, bebiam vinho tinto suave, que tanto gostavam de tomar nos fins de semana, e depois faziam amor de novo...
A noite chegou, e com ela, Maurício e Carolina chegavam em casa.
Ela estava mais animadinha, depois de um ótimo dia com Mauricio no shopping...
Realmente a amizade nasceu desse dia em diante...
Um dia, Carolina acordou mal, e teve de ser hospitalizada as pressas, era uma apendicite...
Fiona, Mário e Mauricio foram para o hospital com ela, e aguardavam as notícias do lado de fora do centro cirúrgico.
Depois de quase duas horas ela finalmente saiu da cirurgia, carregada em uma maca e sendo levada para um quarto particular. Onde eles puderam ficar esperando que ela acordasse, pois tinha tomado anestesia geral.
A sua cirurgia foi complicada e exploratória...
Meses depois desse susto, Mauricio e Carolina já eram mais do que "irmãos emprestados", ele conseguiu conquistar aquele coração tão indiferente do começo...
Estavam até pensando em se casar, já que Mauricio estava com a vida estabilizada por aqui, pois ocupava um bom cargo na firma que trabalhava. Carolina, por sua vez, arrumou também o que fazer, e agora trabalhava como instrutora de Informática, porque mexer com computador era mesmo sua especialidade...
Os pais adoraram a idéia desse casamento, afinal, eles teriam vida nova fora dali...
Um começo, em um novo lar...
Mas levaram um susto, quando Mauricio e Carolina revelavam que pelo menos durante um ano, ainda morariam com eles ali... Até poderem comprar mesmo um imóvel.
Fiona e Mário se entreolharam, mas... O que fazer? Aceitaram então que ficassem mais um ano ali, com eles.
Fiona comentou à noite, deitada com Mário, porque era nessa hora que eles colocavam todos os assuntos em dia:
_ Amor, parece que temos que levar nossos filhos nas costas, por mais um ano mesmo...
_ É querida... Só espero que isso não seja "fogo de palha", e que depois de um ano, resolvam se separar, e dar tudo no mesmo...
_ Não isso não vai acontecer, Mário, estão mesmo apaixonados!
_ Não tanto como nós... Agora vem aqui meu amor...
_ Ah, Mário... Te amo tanto, que até dói, amar assim desse jeito!
Ele a abraçou com carinho, beijou-lhe os olhos, desceu para seus lábios de canela, e se amaram por toda noite...
FÁTIMA ABREU