Homenagem aos Livros- Ensaio
Terceira Parte: Poesias
Poesias que me encantam, sejam elas: Clássicas, líricas, modernas, ritmistas ou contemporâneas, que me fazem chorar, sorrir e pensar.
J Davi Miguez
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Se eu tenho de morrer na flor dos anos Meu Deus!
não seja já.
Minha terra tem palmeiras
Ouvir o sabiá cantar, em um pé de laranjeira ou em uma palmeira
Oh! que saudades que tenho. Da aurora da minha vida,
Lá eu era feliz, porém, não posso mais voltar,
Aqui não queror ficar,
Vou me embora para Pasárgada, lá sou amigo do Rei.
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes...
Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus, se eu deliro... Ou se é verdade.
Tanto horror perante os céus?!
O linho mortuário que retalham para envolver teu corpo! Vejo esparsas,
Saudades e perpétuas,
Mas sei, também, que só assim verei a coroa da Chama e Deus, meu Rei,
assentado em seu trono do Sertão.
Não te procurei, não me procurastes,
Foi então que da minha infinita tristeza.
Aconteceu você...
Mas tu apareceste com a tua boca fresca da madrugada...
Beijo divino! E anseio delirante na perpétua saudade de um minuto
Eu amo esses olhos que falam de amores com tanta paixão.
Mas, para os que amam, o tempo e eterno.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
No terreiro a poeira se espalha na imensidão de paz e de comunhão que não se vê na cidade.
Eu quero é na sombra da velha mangueira, amar a morena
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas.
E a névoa e flores e o doce ar cheiroso do amanhecer na serra, e o céu azul e o manto nebuloso.
Quem me compra um jardim com flores? Borboletas de muitas cores, lavadeiras e passarinhos, ovos verdes e azuis nos ninhos?
Pensa em ti mesma, acharás. Melhor poesia. Viveza, graça, alegria, doçura e paz...
Vê-la desfiar seu fio, que também chama vida, ver a fábrica que ela mesma, teimosamente, se fabrica...
Ah! As cartas de Amor!...
O tão famoso e inesperado verso que te deixará pasmo, surpreso, perplexo... Eu te amo, perdoa-me, eu te amo...
Amor é estado de graça, e com amor não se paga.
Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente.
Meu amor tem duas vidas para amar-te. Por isso te amo, quando não te amo, e por isso te amo quando te amo.
A vez primeira que fitei Teresa, como as plantas que arrasta a correnteza...
E uma dica, companheiro, se o amor for verdadeiro, já é o AMOR IDEAL.
Mas há vida, que é para ser intensamente vivida, há o amor...
O amor, quando se revela, não se sabe revelar...
Sim, eu te amo; porém nunca dos lábios meus saberás...
Se tu me amas, ama-me baixinho...
Amar-te por amar-te: Sem agora, sem ontem, sem futuro, sem mesquinha
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E assim termino essa singela homenagem.
J Davi Miguez
Bibliografia:
Casimiro de Abreu - Canção do Exílio
Gonçalves Dias - Canção do Exílio
Casimiro de Abreu - Meus Oito Anos
Manuel Bandeira - Pasárgada
Castro Alves - Vozes d’África e “O Navio Negreiro”
Fagundes Varela - Cântico do Calvário
Ariano Suassuna - A morte - O sol do terrível
Cora Coralina -Meu Destino
Vinicios de Moraes -Amor e Paz
Mario Quintana - Canção do Amor Imprevisto
Olavo Bilac - Um Beijo
Gonçalves Dias - Seus Olhos Tão Negros, Tão Belos, Tão Puros
Henry Van Dyke - Tempo
Cora Coralina - Nada é Fácil
Alberto Caeiro - Da Minha Aldeia
Bráulio Bessa - Prefiro a simplicidade
Oswaldo Montenegro - O mesmo assunto
Cecília Meireles - A arte de Ser Feliz
Álvares de Azevedo - Na Minha Terra
Cecilia Meireles - Leilão de Jardim
Machado de Assis - A uma senhora que me pediu versos
João Cabral de Melo Neto - Morte e Vida Severina
Augusto Branco - Carta de Amor
Cora Coralina - Poeminha Amoroso
Carlos Drummond de Andrade -
As sem-razões do amor
Luís de Camões - Amor é Fogo que Arde Sem se Ver
Pablo Neruda - Amor
Castro Alves - “ Adeus” de Teresa
Bráulio Bessa - Amor Ideal
Clarice Lispector - Há o Amor
Fernando Pessoa - sem título
Gonçalves Dias - Como Eu Te Amo
Mario Quintana - Bilhete
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira - Soneto
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Para fechar, uma poesia da anfitriã do blog:
Hipotermia da Madrugada
A estação estava vazia.
Em tons de laranja,
Pela luzes que a encobria.
Uma única pessoa ao longe,
Não se sabia se era homem ou mulher.
Mergulhada em seus pensamentos,
À espera de um trem,
Que lá vinha,
Com o farol também alaranjado,
Dando tons de sol,
A madrugada que já findava...
Um frio cortante, fazia...
E a pessoa que aguardava,
Do trem, a chegada,
Encolhia-se...
Queria mesmo era o abrigo,
De uma cama quente,
Um café ou chocolate fumegante,
Que desse um pouco de 'aquecer' ao seu corpo
Que já 'hipotérmico' se encontrava...
E ao abrir sua boca para respirar,
Era fumaça branca que saía no ar...
Triste criatura com frio
Se estivesse nos braços acalorados de um amor,
Nada disso sentiria,
E algo mais encantador
Ela certamente sentiria...
Fria madrugada de inverno
Frio corpo que tremia...
Fria alma vazia.
Fátima Abreu Fatuquinha
Nota: Essa copilação de poesias que J Davi Miguez nos trouxe, assim como os 2 ensaios anteriores (aqui no blog), só vem a nos mostrar como é belo saber ler e interpretar!
Existe toque, cor, aroma, quando a poesia liberta nossos sentidos ao lê-las mais atentamente!
Ele, juntou cada pedacinho das escolhidas "a dedo", e fez nova composição como podemos perceber.
Tudo se encaixa, e assim devemos observar que há criatividade também nisso!
Fátima Abreu Fatuquinha