domingo, 28 de abril de 2013

COMPREM E NÃO SE ARREPENDERÃO!


ESTA É CAPA DO MEU NOVO ROMANCE, PELA AGBOOK.
  MAS O LIVRO ESTÁ TAMBÉM NA BOOKESS, APENAS NÃO POSSO COPIAR  A CAPA QUE ESTÁ NA OUTRA EDITORA... 
DE QUALQUER FORMA, EMPURRE  A BARRA PARA A DIREITA E ENCONTRE NO ALTO, A CAPA DE LÁ (COM ALGUMAS PÁGINAS PARA APRECIAÇÃO DA OBRA) AQUI MESMO NO MEU BLOG =>
 É BEM DIFERENTE DESSA, EMBORA EU ACHE QUE TANTO UMA COMO OUTRA, ESTÃO BOAS.

SINOPSE:

Por: FÁTIMA ABREU
Marília era filha de Donana e a mãe de Maribel. Passou para a filha boas lições de vida, ensinou como ser uma pessoa organizada e objetiva. Era amante das citações de NELSON RODRIGUES. Uma mulher independente para sua época. Venceu na vida fazendo fotos publicitárias para calendários masculinos. Maribel cresce seguindo os passos da mãe como modelo fotográfico e também torna-se escritora. A trama se desenvolve a partir daí, com outras personagens e a presença de Maribel, bem marcante em suas vidas.


NOTA:
  O romance começa em 1939 e segue pelas décadas até os dias atuais... Todo o glamour dos Anos Dourados, citações de Nelson Rodrigues, prosas poéticas, poesias, contos e uma crônica, também estão no meu livro. Apaixone-se por essa história já!

Peça o seu em e-book (é bem  mais barato do que  a versão impressa pelas livrarias virtuais, além de receber logo pelo seu e-mail) basta enviar msgm aqui no meu blog ou pela minha página no facebook:

http://www.facebook.com/fatimaabreufatuquinhaautora

Darei os detalhes da conta para depósito de 10 Reais, dessa forma, ainda ganha outro e-book de brinde, o também recente:  2 CONTOS & 1 CAFÉ

Agradeço muito quem quiser comprar comigo, pois o dinheiro pode ser depositado na loteria e assim, entra mais rápido na minha conta. Meus exames e consultas, pago com o extra dos meus e-books, pois se esperasse o repasse das editoras virtuais, teria que estar sentada...
Eles exigem que se venda 100 Reais em livro, para somente depois disso, repassar para o autor.
Vamos falar a verdade: No Brasil o povo passa sufoco por tudo, vão pagar mais de 30 Reais em um livro? Só quem tem sobrando!
Eu mesma, não tenho um exemplar impresso de nenhum dos meus livros!
Não posso pagar. Esse dinheiro cobre passagens (para o outro município onde faço minhas consultas médicas), remédios, etc...

Um beijo:
                Fátima Abreu


 NA AGBOOK:

https://www.agbook.com.br/book/144540--Maribel_Nao_Tinha_Olhos_Cor_Do_Ceu

NA BOOKESS:

http://www.bookess.com/read/16208-maribel-nao-tinha-olhos-cor-do-ceu/

A TERCEIRA IDADE


 


  Quando se  envelhece só, apenas as palavras cruzadas, um café, chá com rosquinhas ou bolinhos, podem lhe fazer companhia.
  O ser humano nasceu para ter um par. Mas se ele se for antes do esperado, melhor procurar outro companheiro de seu agrado.
  Numa hora de precisão ou simplesmente de ter com quem conversar, não achar ninguém ao lado, é muito triste! A solidão na minha concepção, tem que ser uma escolha. No meu caso, eu não suporto. Não estou nessa faixa etária ainda, mas tenho esse pensamento:
Saber que não estou desacompanhada, que tenho alguém ao lado para partilhar momentos, sejam de alegrias ou tristezas. Flores ou lágrimas.

 Diferente quando temos alguém: Aprendemos mais com outra pessoa, do que talvez a vida inteira, se estivermos sozinhos.
  Na terceira idade atual, os idosos são bem mais dispostos do que nas gerações anteriores:
Hoje, o idoso aprende informática, faz exercícios em praças ou mesmo em academias, vai aos bailes para a terceira idade, excursões próprias para essa faixa etária, etc.
Geralmente escolhem um animal de estimação para os acompanhar, talvez seja a forma de compensar os filhos já adultos e que formaram sua própria família. Existe dentro deles ainda, a necessidade latente de cuidar de alguém, mesmo que esse alguém, seja seu gato.
Querem se sentir vivos e atuantes!
Usam dos últimos anos de sua vida, com mais gosto. Não apenas deixando o tempo passar...
  Quem dera meus avós,
 tivessem aproveitado disso tudo!

Fátima Abreu
 












sábado, 27 de abril de 2013

MAIS UM TRECHO DO LIVRO:



MARIBEL NÃO TINHA OLHOS COR DO CÉU

Achando-se ainda sonolenta, fixou bem no espelho e lembrou-se de uma parte do conto:
“Espelhos são portais”...
O do banheiro parecia que sim... Seria o espelho da penteadeira de sua mãe, também um portal?
Correu de volta ao quarto que estivera dormindo antes. Pode ver como se tivesse acontecendo naquele momento: Era Marília, sua mãe ali: Como em um filme, ela estava vendo o passado...





OS ÚLTIMOS DIAS DE MARÍLIA


Era o outono de 1989. Marília contava 50 anos agora. Ainda era bonita, apesar da pele clara, revelar algumas ruguinhas em torno dos olhos. Desde 1970, não trabalhara mais como modelo fotográfico. Depois disso, passou apenas a trabalhar nos catálogos das novas modelos que surgiam: Uma verdadeira “febre”, em muitas mães que estavam querendo transformar suas filhas, em modelos de passarela ou fotográfico. Até seus últimos dias ela trabalhou com isso.

Maribel estava com 25 anos e já conhecera Jairo naquela época. Estavam apaixonados e queriam morar juntos, depois casar.
Marília, mulher de mente aberta, nada achou de errado nisso. A filha tinha direito de fazer da vida dela o que quisesse...
Dias antes de Maribel sair de casa, para morar junto com Jairo, Marília teve um mal estar. Desmaiou no estúdio, quando tirava fotos das mocinhas candidatas à modelo...
Seus assistentes de produção acharam melhor telefonar para Maribel, avisando para buscar a mãe no estúdio, pois passara mal e não era certo voltar sozinha para casa.
Maribel veio em disparada de táxi, buscar sua mãe.
Quando chegaram em casa, Maribel disse:
_ Mãe, me diga: Quer ir ao médico? Eu te trouxe para casa, porque sei que não gosta de médicos, mas se for algo mais grave, acho melhor irmos já para uma clínica...
_ Não se preocupe Maribel. Nada é por acaso nessa vida...
_ Mãe, não está assim porque vou embora de casa, e só depois me casar, é?
_ Como diria o meu autor preferido, Nelson Rodrigues: “O casamento não é culpado de nada. Nós é que somos culpados de tudo”.
Não é seu casamento filha, fique tranquila. Eu que não me cuido, ando fraca... Marília fechou os olhos como se fosse dormir, mas não foi isso que se deu: Ela partiu do mundo, em apenas um suspiro: Seu coração parou simplesmente...


FÁTIMA ABREU

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Marília






Marília: Doce jovem loira, linda, e sem rumo certo na vida.
Perdera a mãe recentemente.
E sem saber o que fazer, foi para a cidade grande tentar a vida.
Um cartão em sua mão:
E a procura pelo emprego, sonhado...

Se a mãe estivesse viva, não deixaria.
Era para entrar no mundo de 'certas' fotografias...
Não uma simples foto de revista, mas calendários para oficinas e borracheiros.
Numa época em que isso, era como se fosse vender o corpo na mais próxima esquina!

Agora era o que lhe restava, ninguém mais havia no mundo para lhe orientar...
Precisava de dinheiro: Fome, não poderia passar!
Foi até o estúdio que estava no cartão.
Seguiu seus instintos, quebrando regras para as moças da época.
Apreciava Nelson Rodrigues, e achava que ele era mal compreendido, pela sociedade 'falso moralista' daqueles tempos...
Afinal, o mundo era assim: Homem e Mulher
Que mal havia, se falassem sobre essa sexual empatia?

Dessa forma, ela se via:
Uma jovem mulher de 19 anos, procurando seu lugar ao sol, e quem sabe depois, arrumasse alguém para lhe cobrir de beijos nas noites de precisão:
Quando seu corpo esbelto e quente, precisaria dos braços de um homem ardente...

Fátima Abreu

NOTA: Marília é uma das personagens principais, do novo romance que estou escrevendo...


sexta-feira, 19 de abril de 2013

O Gato de Botas & O Ratinho

O Gato de Botas, não era mais o mesmo:
Vivia cansado coitado!
As andanças pelo mundo, o havia chateado...
Encostou-se em uma árvore e ali ficou.
Querendo esquecer as muitas aventuras que passou...


O Ratinho, aproveitando de tal comportamento do Gato,
Cutucou-o com provocações...
Mas o Gato não lhe dava atenção,
Devido ao seu estado, de completa exaustão.

O Ratinho atrevido, murmurava coisas ao seu ouvido.
Quando o Gato de Botas, finalmente se achou descansado,
Pensou consigo:
" Deixa estar Ratinho safado, já já vai para a minha pança"
Pegou o Ratinho e comeu-o, quando ele estava distraído.

Moral:
Não dê chances ao destino.

Fátima Abreu








quarta-feira, 10 de abril de 2013

2 Contos & 1 Café - PRONTINHO!

 * Contos que comecei no blog, para continuar em livro. Portanto, quem quiser reler aqui os primeiros escritos, para entender as 2 tramas, é só colocar na procura do blog, acima, o nome deles: 

 O PODER FEMININO
UM BAILE, UMA VIDA 


 São dois contos bem distintos, porém visando mostrar a importância do Universo Feminino.

No primeiro, o realismo fantástico faz a tônica. Personagens e deuses da Grécia Antiga, misturam-se com "As Elementais": 

                                  * As Senhoras Detentoras Do Poder da Terra de Gaia.

O PODER FEMININO


 

Já no segundo, um romance passado no final do século XIX e início do século XX, as mulheres são retratadas como eram em seu cotidiano: casadoiras, obedientes primeiramente ao pai, depois ao marido, e a vontade crescente de algumas delas de mudar tudo isso...


UM BAILE, UMA VIDA
...


 * Além do feminismo, existe lições de vida, de superação das dificuldades, variedades de sentimentos, e de um tema muito além dessa época: O relacionamento amoroso de duas dessas personagens. Além de todas as personagens femininas, estarem envolvidas numa amizade que vai desde a mais tenra juventude, até a idade madura, mesmo cada uma tomando um rumo de vida diferente...

 
 A tônica  são as mulheres, sua força, poder e persistência, portanto, ali eu mesma me divido, representando todas. Algumas personagens existiram realmente, mas já não estão aqui há muito tempo, outras eu criei, dando como sempre, um toque 'meu mesmo', em alguma característica da personalidade ou pensamento das personagens... Vale conferir! Vamos pedir em e-book, gente! Basta enviarem msgm para mim aqui (pelo e-mail que fica do lado direito do Blog) ou no facebook, darei os detalhes como proceder, custa baratinho: apenas 10 Reais! Ainda leva outro e-book de brinde, à escolha entre os anteriores!














segunda-feira, 8 de abril de 2013

Uma Boa Semana Para Todos






Uma Boa Semana Para Todos

Que seja de alegrias
Pois felicidades, não se tem todos os dias...
Uma boa semana, com saúde e paz
Nos ventos de tempestade, encontramos a certeza da calmaria depois...
Ainda que demore um pouco.
Brisa que vem e toca o rosto,
Mas que passa rápido...
A vida é assim: Busca constante
E no amanhecer de cada dia,
Esperança que se renova,
Mesmo com lágrimas nos olhos...
Elas caem, mas secam.

Fátima Abreu

quarta-feira, 3 de abril de 2013

As Mãos De Uma Poetisa


REEDITADO


OLHOS FIXOS NO PAPEL
A CANETA AZUL
DESENHA LETRAS
FAZ SEU POEMA
DELINEANDO PALAVRAS
VINDAS DE DENTRO DE SEU SER
LETRAS BEM ESCRITAS
PERCEBE OS DEDOS ANTES TÃO BONITOS
TRANSFORMADOS
SÃO DEDOS GROSSOS AGORA.
A ARTROSE FOI SUA INIMIGA
FAZ DE SEUS DEDOS, DOR SENTIDA...

AS UNHAS LONGAS,
SÃO MUITO BEM PINTADAS,
DISFARÇANDO A DOR DA MULHER.
A VAIDADE TEM SEU PAPEL:
MESMO EM DEDOS TORTOS, USA-SE ANEL.

FICA TRISTE POR UM MINUTO...
LEMBRANDO QUANDO TINHA AS MÃOS BELAS:
AS MÃOS QUE ESCREVIAM VERSOS, PINTAVAM TELAS.

A ARTROSE NÃO A ALCANÇAVA NAQUELA ÉPOCA...
BATIA MÁQUINA POR TODA MADRUGADA:
POEMAS, QUE SAÍAM SEM ESFORÇO
BASTAVA ALI FICAR,
E A INSPIRAÇÃO SE INSTALAR.

A MÁQUINA ERA AZUL,
ASSIM COMO A TINTA
QUE ESCREVIA NO PAPEL:
SEMPRE A MESMA COR,
AGORA, PASSA PARA A TELA FRIA DO COMPUTADOR.

 
AQUELES TEMPOS, A MULHER DEIXOU PARA TRÁS
ERA MOCINHA NOVA,
PASSADO QUE NÃO VOLTA MAIS...

AS PALAVRAS MUDARAM,
OS SENTIMENTOS TAMBÉM:
OS TEMAS ESTÃO DIVERSIFICADOS,
ELA SEMPRE TENTA IR ALÉM...

A MULHER,
POETA DE NASCIMENTO,
NÃO JOGA PALAVRAS AO VENTO:
QUER IMORTALIZÁ-LAS
EM VERSOS.
DEIXANDO AQUI E ALI
PARA AS GERAÇÕES QUE ESTÃO POR VIR.

SÃO LETRAS DESENHADAS
PELAS SUAS MÃOS DE FADA. 

TOQUES SUTIS
DE CORPO, ALMA E CORAÇÃO,
COLOCANDO EM SEUS VERSOS TAMBÉM,
CERTA DOSE DE SEDUÇÃO.

FÁTIMA ABREU 



terça-feira, 2 de abril de 2013

Um baile, Uma vida IV


Depois de levada pelo mordomo da Viscondessa Nadine, para ser instalada em seu novo quarto, Beatrice foi conhecer as crianças.
Victor brincava com seu cãozinho na varanda dos fundos, que dava para um grande jardim, nele, havia quatro bancos de madeira. Em um desses bancos, estava a pequena Marina com sua boneca de louça nos braços, ricamente vestida, parecendo também uma linda bonequinha.
Chamou-os:
_ Venham crianças, quero conhecer vocês, sou sua nova preceptora!
Eles vieram correndo, obedientes.
Victor foi o primeiro à falar:
_ Nossa, você é bem novinha! A outra, era uma senhora de cabelos brancos. Como se chama?
_ Sou Beatrice. E vocês são: Victor e Marina, acertei?
 Marina respondeu antes que o irmão abrisse a boca:
_ Sim, esses são os nossos nomes. Você é muito bonita Beatrice.
_ Hum, obrigada menina Marina. Mas só quando estivermos os 3 sozinhos, me chame só pelo nome. Na frente de outras pessoas, é senhorita Beatrice, certo? Etiqueta é uma das coisas que tenho que ensinar  como sua preceptora.
_ Sim, senhorita Beatrice!
Responderam os dois irmãos em coro.

Beatrice deu as mãos segurando um de cada lado, levando-os para o quarto de estudos: um cômodo do casarão, especialmente para essa função. Ali havia quadro negro, e 3 mesas: A grande com gavetas, seria para ela e as menores, para as  2 crianças. Havia sobre  a mesa da professora, um globo, apagador e giz. Nas paredes, cópias pequenas de quadros dos grandes mestres Renascentistas, pois fazia parte do estudo, conhecer as Artes. Um livro com imagens de esculturas clássicas também estava sobre  a mesa.

Daquele dia em diante as crianças tiveram uma simpatia muito grande por Beatrice, era recíproco. Pois ela era formada em Magistério, mas nunca usara seu diploma antes, para trabalhar. Seu pai a mantinha como  a 'princesa' da casa, que deveria esperar pelo seu casamento arranjado, com alguém de dinheiro, como eles eram antes...
Esse contato novo com crianças, realmente lhe fez muito bem, até porque, crescera filha única sem ter com quem brincar, além das coleguinhas dos tempos de colégio. E parava por aí. Nunca era permitido ir à casa de outras coleguinhas, a não ser que fosse um convite para uma festa de aniversário.
A falta da Viscondessa Nadine, como mãe, no seio familiar, (pelos seus compromissos sociais) foi inteiramente substituída por Beatrice. Um vínculo forte havia se formado entre ela e as crianças.
Coisa que as outras preceptoras anteriores, nunca tiveram tempo para criar: A Viscondessa Nadine tinha um gênio difícil e se aborrecia por tudo. Acabavam então, por pedir demissão.

O Visconde Victório, homem observador percebia dia após dia  o crescente afeto entre eles. Certo dia, chamou Beatrice para uma conversa em seu gabinete ao lado da biblioteca:

_ Senhorita Beatrice, vejo que meus filhos tem uma grande estima por si. Gostaria de acompanhá-los em uma pequena viagem à região serrana? Será no próximo final de semana, pois será feriado na sexta feira, dessa forma poderemos aproveitar mais tempo por lá...
_ Sim, é claro que irei. Já não consigo ficar longe desses pequenos. Nunca tive irmãos, sabe? E brinquei muito pouco na minha infância regrada. Eu os ensino, mas aprendo muito também... é uma troca de constante!
_ Fico muito contente mesmo com isso. Já que a Viscondessa não tem tempo para os filhos, a senhorita cuida deles mais do que uma professora, é sua amiga realmente.
_ Eles são crianças adoráveis mesmo! A Viscondessa disse-me no primeiro dia, e é a mais pura verdade.
_ Lastimo que ela não desfrute disso... Bem, deixemos as coisas como estão. Está combinado: Sexta feira todos iremos para a serra.  Lá temos boa casa, com um imenso gramado, onde eles poderão brincar à vontade, sob os olhos da senhorita...
_ Grata pelo convite. Mais uma pergunta: Existe um piano nesta casa da serra?
_ Sim, existe, a senhorita toca piano?
_ Gosto muito, toco desde os meus 6 anos, a idade de Marina. Pensei em ensiná-la em aulas extras, se o senhor e a Viscondessa aceitarem pagar-me em separado. Pois na nossa grade de ensino, o piano é tratado como atividade extra classe, devendo ser pago por fora do salário.
_ Isso não é problema. Está contratada então para ensinar à Marina. Caso Victor queira aprender também, não tenho nada contra.
_ De certo. Fico agradecida por mais essa contratação. Bem, agora retiro-me, pois há muito o que fazer com os pequenos no dia de hoje ainda...
_ Vá então. Tenha um bom dia, senhorita Beatrice.
_ O mesmo para o senhor, Visconde.

Ela fechou  a porta do gabinete, certa de que estava mesmo agradando ao senhor da casa. Era um bom início para seus planos. Além do que, amava já aquelas crianças de verdade, sabia que era correspondida.
A Viscondessa era segundo plano na vida do pai e dos filhos: Beatrice agora era dona de seus corações.


(continua no meu próximo livro)


Fátima Abreu

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Um Baile, Uma Vida III


Nada pode ser mais óbvio, do que uma jovem na cidade grande, sozinha, ser abordada pelos homens. Estando certos de que conseguirão dela, aquilo que esperam... Isso normalmente. Mas quando ela é mais esperta, tendo tudo traçado em sua mente, pode ser diferente...
************************************************

Na manhã seguinte, Beatrice tomou seu café da manhã no pensionato, logo depois de um banho reconfortante e usar o seu melhor perfume francês. Vestiu-se com um de seus melhores vestidos, pois sabia pelo anúncio do jornal que exigiam boa aparência... Isso ela tinha de sobra!
Beatrice foi a pé até o Solar dos Almeida, não gastaria dinheiro com um coche já que tinha boas pernas para caminhar e boca para se informar onde ficava.
Bateu à porta do imponente casarão. Um mordomo veio recebê-la:

_ Sim? O que a senhorita deseja?
_ Bom dia, estou aqui pelo anúncio do jornal. É sobre um emprego para preceptora de 2 crianças.
_ Ah, sim. Pode entrar e siga-me, a levarei até a Viscondessa Nadine.

Eles seguiram pelo enorme hall de entrada até uma biblioteca, onde já se encontrava a senhora da casa, lendo o 'livro do momento', ao lado de uma xícara de café fumegante e biscoitinhos de nata.
Apresentou-se à Viscondessa Nadine. Foi um verdadeiro interrogátorio, claro, depois dela pedir que Beatrice se virasse (para observar se ela estava de acordo com sua aparência, para o emprego).
Pareceu que isso a importava mais do que, ela teria de ensinar para o seu casal de filhos.
Com a educação esmerada de uma jovem 'ex' dama da sociedade, Beatrice se postou à altura disso.
Satisfeita com sua apresentação e respostas, a Viscondessa Nadine  a contratou.

_ Pode começar hoje mesmo. Terá que mudar-se para cá, pois quero que fique em tempo integral com meus filhos. Eu tenho muitas coisas para cuidar, socialmente.
_ Sim, senhora. Voltarei ao pensionato onde hospedei-me na noite anterior, para pegar meus pertences. Logo estarei aqui de volta para começar meu trabalho com as crianças. Que idade eles tem?
_ Marina tem 6 anos e Victor tem 9 anos. São crianças adoráveis; pena que tenho pouco tempo para estar com eles... Os assuntos fora de casa, tomam muito do meu tempo! Mas o que há de se fazer? 
São as normas da sociedade, tendo que viver conforme manda os costumes: chás beneficentes, círculos de leitura, almoços no clube aos domingos, jantares em casa de amigos, enfim...
_ Entendo senhora, Já participei dessas coisas com minha mãe,  em um passado não muito distante...
_ Sim? Então o que a levou a procurar tal emprego?
_ Meu pai infelizmente teve problemas com os negócios, tivemos dívidas que tiveram de ser pagas e foi isso!
_ Certo, isso acontece mesmo com algumas pessoas que não sabem administrar aquilo que tem.
_ Pois é... Então com sua licença, vou até o pensionato pegar a bagagem.
_ Vá e não demore por favor, eles estão sem preceptora desde 5 dias atrás, quando a outra foi embora.
_ Não demorarei.

Beatrice saiu silenciosamente, fechando a porta da biblioteca com muito cuidado, pois a Viscondessa já havia retornado ao livro em suas mãos (para com certeza poder comentá-lo no próximo círculo de leitura)...
Na saída, Beatrice esbarrou em um homem de seus 35 anos no máximo, não imaginando que era o Visconde!

 _ Oh, desculpe-me...Como sou  afobada!
_ Estava com pressa mocinha?
_ Sim, sou  a nova preceptora das crianças desta casa. Vou agora buscar minhas coisas.
_ Bem, não sou eu quem vai atrapalhar... Pode seguir por ali, senhorita...(?)
_ Beatrice  Marques Fonseca, ao seu dispor.
_  Prazer em conhecê-la. Sou o Visconde Victório.
 Beatrice engoliu em seco. Acabara de esbarrar no senhor da casa!
_ Bem, nesse caso, desculpe-me novamente senhor.
_ Não se preocupe, mocinha. Vá, cuide do que tem para fazer.

Ela virou-se e seguiu o caminho que dava ao grande portão de ferro, com o brasão da família para ganhar a rua. Mas dentro de si, já sabia como começar sua escala pelo sucesso em sua vida: O Visconde Victório.

(continua)

Fátima Abreu