sábado, 11 de julho de 2015

RELEITURA (ou reescrevendo poeticamente): "O PEQUENO PRÍNCIPE"



http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/573708/gd/131563610044/Aerografia-Infantil-Fernando-Pow-O-Pequeno-Principe.jpg

(Republicado)


O interessante é que passam os anos e sem perceber, nossas mentes vão sofrendo um processo lento e gradual de "metamorfose de ideias"...
Eu relutei para achar a obra " O Pequeno Príncipe", mundialmente aclamada, (muito por esse motivo) tudo aquilo que diziam.
Não sei se porque, quando tive o primeiro contato tão jovem, não pude observar os detalhes escondidos: Uma mensagem a ser decodificada pela mente.
Também era meio rebelde e o que agradava a maioria eu descartava, como dei a entender, acima...

Bem, o fato que é ao reler com calma na manhã de hoje, observei coisas que me fizeram "matutar" e por conseguinte, me emocionar...
Não, definitivamente uma criança ou jovem, não entende as entrelinhas!
Tem que se ter a maturidade necessária para tal.
De qualquer jeito, poderiam (não sei se já existe, porque não pesquisei isso) fazer uma nova versão na linguagem infanto juvenil.
Eu acho que seria uma releitura atualizada, com palavras de conhecimento da garotada.


Aqui vai um, em forma de poema, para esse texto:


O Pequeno Príncipe

De um mínimo planeta ele provinha
Cabelos dourados e espigados como o trigo
Não tinha família
Se ocupava de três vulcões: 
Dois para cozinhar
Um já extinto, lhe servia de banco.
Além disso, tinha uma pequena companhia:
A rosa. 
Vaidosa, egocêntrica e mentirosa.
Mas, que ao coração do jovem príncipe, falava:
Como o murmúrio da pétalas ao vento, de quem ela não gostava...

Resolveu dar um passeio, o menino.
Correu seis mundos antes do nosso.
Viu gente de todo jeito, mas, virtude não encontrou:
Eram pessoas ocupadas consigo mesmas.
Talvez por estarem sozinhas em seus mundinhos físicos e pessoais
Não haveria espaço suficiente, para ninguém mais...

O aviador a quem o menino loiro encontrou,
Tornou-se seu amigo.
Antes dele, a raposa matreira. 
Porém com o príncipe, fora muito delicada:
Ele havia cativado seu coração!
A raposa olharia depois da partida do jovem viajante, 
De uma forma diferente, para os campos de trigo:
Lembraria dos cabelos dourados de seu único amigo.

A amizade entre o aviador e o menino,
Deu-lhe forças para espantar o fatal destino:
A sede que já o deixava febril.
Pois no deserto do Saara, sem água, 
É cruel ardil! 

Entretanto, o jovem príncipe tinha uma responsabilidade:
A rosa, vaidosa.
Ela não tinha virtudes, somente beleza.
Mas ainda assim, era sua rosa.
Fácil cuidar dos bons,
Difícil gostar  dos maus!
Somente uma alma pura e dócil,
Pode fazer isso.
O Pequeno Príncipe tinha.
Voltou então, de uma maneira transcendental... (ou não)
Para sua eterna companheira de sina.

Fátima Abreu


Não poderiam julgar como eu fiz no passado, ser um livro chato, embora curto.
Se é para ser lido por todas as gerações que passam pela Terra, como é de literatura mundial, que seja reformulado, sem perder a essência, é óbvio!
Até porque, hoje as crianças e jovens não entenderiam certos termos usados no tempo cronológico em que se passa a aventura do menino dos cabelos cor de trigo...
Um exemplo disso é sobre os trens:
"Rápido iluminado"
XXII
-
Bom dia, disse o principezinho.
-
Bom dia, respondeu o guarda
-
chaves.
-
Que fazes aqui! perguntou
-
lhe o principezinho.
-
Eu divido os passageiros em blocos de mil, disse o guarda
-
chaves. Despacho os trens que os carregam, ora para a
direita, ora para a esquerda.
E um rápido iluminado, roncando como um trovão, fez tremer a cabine do guarda
-
chaves.
-
Eles estão com muita pressa, disse o principezinho. O que é que estão procurando?
-
Nem o homem da locomotiva sabe, disse o guarda
-
chaves.
E
trovejou, em sentido inverso, um outro rápido iluminado.
-
Já estão de volta? perguntou o principezinho...
-
Não são os mesmos, disse o guarda
-
chaves. É uma troca.
-
Não estavam contentes onde estavam?
-
Nunca estamos contentes onde estamos, disse o guarda
-
chaves.
-
E um terceiro rápido, iluminado, trovejou.
-
Estão perseguindo os primeiros viajantes? perguntou o principezinho.
-
Não perseguem nada, disse o guarda
-
chaves. Estão dormindo lá dentro, ou bocejando. Só as crianças esmagam o nariz
nas vidraças.
-
Só as crianças sabem o que procuram, disse o principezinho. Perdem tempo com uma boneca de pano, e a boneca se
torna muito importante, e choram quando a gente toma...
-
Elas são felizes... disse o guarda chaves...

O que  importa realmente, é a filosofia que se tem na obra:

"O essencial é invisível para os olhos"

Explicar isso para uma criança é complicado. Cabe ao adulto, ter discernimento para fazer com que se entenda essa mensagem.

O essencial para o Pequeno Príncipe, foi na minha ótica, a responsabilidade que ele se impôs para cuidar de sua rosa. Que afinal, não tinha lá nenhuma virtude: Era vaidosa e fútil, gostava de ser bajulada a todo momento e ainda era mentirosa.
Mesmo assim, o menino a amava e se preocupava com sua segurança, pois achava que aqueles  quatro espinhos que  a rosa possuía, de nada serviriam frente a um grande perigo. 
Essa preocupação com quem não tem grandes virtudes me chama a atenção, pois eu sempre menciono algo parecido em alguns de meus textos: 
Fácil gostar do que e de quem é bom. Difícil é gostar do que e de quem é mau.
Um instigante desafio, esse...
Tenho uma certa "queda" por tentar consertar o lado mau de tudo: Seria como transformar uma lagarta feia e nociva,  através da metamorfose, numa linda e agradável borboleta.

A camaradagem da raposa, também me encantou: Além de explicar ao menino vindo das estrelas, o que seria "cativar", ela acabou pedindo que fosse cativada e isso foi o que aconteceu. 
E ao olhar os trigais, nunca mais esqueceria do "Pequeno Príncipe": 
O menino de cabelos dourados, tal qual o trigo nos campos. 

Acho que os outros personagens vistos nos outros seis planetas, em nada contribuíram, a não ser para mostrar o quanto as pessoas podem ser egoístas, vaidosas, ocupadas, sem auto estima, gananciosas e egocêntricas.
Na Terra, o sétimo planeta, finalmente ele encontrou o que tanto procurava: amizade verdadeira.

Mesmo realizando seu desejo, ele volta para sua rosa. A sua responsabilidade! 
Ainda que fosse fútil e egocêntrica, era a SUA rosa. Preciosa aos seus olhos.

Fátima Abreu

 

 "Você é responsável por aquilo que cativas."




2 comentários:

  1. Eu nunca li, já li comentários e as frases chave do livro.
    Pequeno Príncipe é um clássico.


    bjokas =)

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    1. Bell querida, boa tarde! Olha, eu acho que meu poema dá para entender bem o enredo desse pequeno livro, já q vc não leu... O mais bonito ( agora eu acho isso ) são as mensagens nas entrelinhas como eu disse no texto de cima... Um beijão! Ah, sempre bom ter vc aqui!

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