Uma análise pessoal do texto de Drummond:
Sempre o admirei, mas tenho que dizer que não concordo com vários trechos desse texto, até porque, hoje em dia, a poesia livre é a mais usada. Temas que ele considerava inadequados e não deviam ser usados, é o que mais se vê por aí...
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Procura da Poesia
Carlos Drummond de Andrade
Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
* CONSIDERO ISSO UM ERRO DA PARTE DELE, POIS A VIDA E A MORTE INSPIRAM A POESIA, OS ACONTECIMENTOS ENTRE UMA E OUTRA, SÃO AS VERDADEIRAS FONTES DE NOSSA ESCRITA. OS ACONTECIMENTOS TEM SUA IMPORTÂNCIA, E É NATURAL QUE FAÇAMOS DE FORMA POÉTICA, ANIVERSÁRIOS PRINCIPALMENTE, VEJAM ESSE POEMA QUE FIZ CERTA VEZ PARA MINHA FILHA DO MEIO, IZABEL:
A MENINA DOS MORANGOS...
DESDE PEQUENA QUER SEU BOLO ENFEITADO
COM MORANGOS POR TODOS OS LADOS...
GOSTA DO SABOR, DO AROMA
DOS MORANGOS,
DA COR VERMELHINHA,
A MINHA MENININHA...
E MAIS UMA VEZ
O BOLO SE FEZ
DE CHOCOLATE
COM MORANGOS
NA COBERTURA, E RECHEIO DE PAVÊ
TUDO ISSO FAZEMOS JUNTAS EU E VOCÊ...
MINHA MENINA DOS MORANGOS
PARABÉNS PARA VOCÊ
QUE TENHAMOS MUITOS BOLOS DE MORANGO,
PELA FRENTE...
NOS ANOS QUE VÃO NASCER...
Fátima Abreu
***********
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
* ESSA PARTE ENTÃO DISCORDO MUITO, PORQUE A POESIA É FEITA DE ALMA E PELO CORPO QUE A ESCREVE... EU SOU UMA POETA DE CORPO ( VIDE MEUS POEMAS SENSUAIS E ERÓTICOS ), ALMA E CORAÇÃO.
O SENTIMENTO E PENSAMENTO SÃO PARA MIM, ALGO BEM PECULIAR DE MINHA PERSONALIDADE, ASSIM COMO ACREDITO, DE QUALQUER OUTRO POETA.
SE OS SENTIMENTOS NÃO BROTASSEM, AS LETRAS NÃO SE ENCAIXARIAM A E ASSIM SENDO, NÃO HAVERIA NO MUNDO, QUALQUER FORMA DE POESIA, PORQUE ELA É A ALMA DA ESCRITA DO AUTOR. VEJA MEU SENTIMENTO NESSE POEMA:
Pensaria Eu, Estar Nas Estrelas
Quando teu corpo tocasse o meu...
Nada disso era verdade
Apenas meras ilusões de minha parte.
Pensaria eu, ter o teu sorriso sincero.
Mas apenas gargalhadas de pura ironia,
Dos teus lábios eu conseguia...
Pensaria eu ter a tua atenção,
Mas nada passava de uma doce encenação...
Pensaria eu, assim como pensaria você
Se no meu lugar estivesse.
Se com o mesmo enamorado coração,
Tentasse encontrar
Gotas de paixão dedicadas,
Em um mar de solidão.
FÁTIMA ABREU
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
* OUTRA PARTE QUE NÃO ACEITO: CORA CORALINA 'CANTAVA' POEMAS DO COTIDIANO DA CIDADE DO INTERIOR. É LINDO FALAR SOBRE NOSSA CIDADE SEJA URBANA OU RURAL, A CHUVA, A NOITE... VEJAM MAS ESSE PROSA POÉTICA MINHA:
VIDA NOTURNA
CAÍA A NOITE. OS SONS DIMINUÍAM: APENAS O RUÍDO DOS GRILOS E SAPOS NA FAZENDA.
LONGE DALI, A CIDADE “FERVILHAVA” AINDA, EM BARES, TEATROS, RESTAURANTES, DANCETERIAS, CINEMAS E MOTÉIS...
A VIDA NOTURNA ESTAVA A PLENO VAPOR:
ÔNIBUS, CARROS, MOTOS E CAMINHÕES VINDOS DE TODA PARTE, DEIXAVAM OS FARÓIS LUMINOSOS MARCANDO O ASFALTO DE LUZ.
NAS ESQUINAS, AS BELAS E TRISTES “MENINAS”...
DE LÁBIOS PINTADOS EM EXAGERO, ROUPA CURTA E DECOTES GENEROSOS, SALTO ALTO, E UMA FORTE VONTADE DA NOITE ACABAR...
COLORIAM A NOITE ESCURA, COM SEUS TREJEITOS SENSUAIS, ABORDANDO TODOS QUE PASSAVAM, DA RUA ATÉ O CAIS...
LÁ ESTAVAM GRUPOS DE VÁRIOS TIPOS E PARA TODOS OS SERVIÇOS...
Para dar um toque de poesia, havia
O LUAR QUE CAÍA SOBRE A BAÍA...
Os barcos ao longe, com alguns pescadores já preparados com a rede em punho,
Pareciam estrelas cintilantes, num “céu” de água escura, ao brilho suave das lanternas...
Um dorso nu, estendia uma esteira, na espera de sua companheira...
FÁTIMA ABREU
***************
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
* O POETA É UM SER NOSTÁLGICO POR NATUREZA... POR QUE NÃO FALAR, DAS MEMÓRIAS DE UM TEMPO QUE ELE VIVEU E QUE TEM SAUDADES?
O DRAMA VIVIDO, TAMBÉM É FONTE DE INSPIRAÇÃO: O DESESPERO, A DESILUSÃO, A INDAGAÇÃO, SÃO FREQUENTES NOS ESCRITOS DOS POETAS.
DESPEDIDA
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
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Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
* CONSIDERO ISSO UM ERRO DA PARTE DELE, POIS A VIDA E A MORTE INSPIRAM A POESIA, OS ACONTECIMENTOS ENTRE UMA E OUTRA, SÃO AS VERDADEIRAS FONTES DE NOSSA ESCRITA. OS ACONTECIMENTOS TEM SUA IMPORTÂNCIA, E É NATURAL QUE FAÇAMOS DE FORMA POÉTICA, ANIVERSÁRIOS PRINCIPALMENTE, VEJAM ESSE POEMA QUE FIZ CERTA VEZ PARA MINHA FILHA DO MEIO, IZABEL:
A MENINA DOS MORANGOS...
DESDE PEQUENA QUER SEU BOLO ENFEITADO
COM MORANGOS POR TODOS OS LADOS...
GOSTA DO SABOR, DO AROMA
DOS MORANGOS,
DA COR VERMELHINHA,
A MINHA MENININHA...
E MAIS UMA VEZ
O BOLO SE FEZ
DE CHOCOLATE
COM MORANGOS
NA COBERTURA, E RECHEIO DE PAVÊ
TUDO ISSO FAZEMOS JUNTAS EU E VOCÊ...
MINHA MENINA DOS MORANGOS
PARABÉNS PARA VOCÊ
QUE TENHAMOS MUITOS BOLOS DE MORANGO,
PELA FRENTE...
NOS ANOS QUE VÃO NASCER...
Fátima Abreu
***********
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
* ESSA PARTE ENTÃO DISCORDO MUITO, PORQUE A POESIA É FEITA DE ALMA E PELO CORPO QUE A ESCREVE... EU SOU UMA POETA DE CORPO ( VIDE MEUS POEMAS SENSUAIS E ERÓTICOS ), ALMA E CORAÇÃO.
O SENTIMENTO E PENSAMENTO SÃO PARA MIM, ALGO BEM PECULIAR DE MINHA PERSONALIDADE, ASSIM COMO ACREDITO, DE QUALQUER OUTRO POETA.
SE OS SENTIMENTOS NÃO BROTASSEM, AS LETRAS NÃO SE ENCAIXARIAM A E ASSIM SENDO, NÃO HAVERIA NO MUNDO, QUALQUER FORMA DE POESIA, PORQUE ELA É A ALMA DA ESCRITA DO AUTOR. VEJA MEU SENTIMENTO NESSE POEMA:
Pensaria Eu, Estar Nas Estrelas
Quando teu corpo tocasse o meu...
Nada disso era verdade
Apenas meras ilusões de minha parte.
Pensaria eu, ter o teu sorriso sincero.
Mas apenas gargalhadas de pura ironia,
Dos teus lábios eu conseguia...
Pensaria eu ter a tua atenção,
Mas nada passava de uma doce encenação...
Pensaria eu, assim como pensaria você
Se no meu lugar estivesse.
Se com o mesmo enamorado coração,
Tentasse encontrar
Gotas de paixão dedicadas,
Em um mar de solidão.
FÁTIMA ABREU
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
* OUTRA PARTE QUE NÃO ACEITO: CORA CORALINA 'CANTAVA' POEMAS DO COTIDIANO DA CIDADE DO INTERIOR. É LINDO FALAR SOBRE NOSSA CIDADE SEJA URBANA OU RURAL, A CHUVA, A NOITE... VEJAM MAS ESSE PROSA POÉTICA MINHA:
VIDA NOTURNA
CAÍA A NOITE. OS SONS DIMINUÍAM: APENAS O RUÍDO DOS GRILOS E SAPOS NA FAZENDA.
LONGE DALI, A CIDADE “FERVILHAVA” AINDA, EM BARES, TEATROS, RESTAURANTES, DANCETERIAS, CINEMAS E MOTÉIS...
A VIDA NOTURNA ESTAVA A PLENO VAPOR:
ÔNIBUS, CARROS, MOTOS E CAMINHÕES VINDOS DE TODA PARTE, DEIXAVAM OS FARÓIS LUMINOSOS MARCANDO O ASFALTO DE LUZ.
NAS ESQUINAS, AS BELAS E TRISTES “MENINAS”...
DE LÁBIOS PINTADOS EM EXAGERO, ROUPA CURTA E DECOTES GENEROSOS, SALTO ALTO, E UMA FORTE VONTADE DA NOITE ACABAR...
COLORIAM A NOITE ESCURA, COM SEUS TREJEITOS SENSUAIS, ABORDANDO TODOS QUE PASSAVAM, DA RUA ATÉ O CAIS...
LÁ ESTAVAM GRUPOS DE VÁRIOS TIPOS E PARA TODOS OS SERVIÇOS...
Para dar um toque de poesia, havia
O LUAR QUE CAÍA SOBRE A BAÍA...
Os barcos ao longe, com alguns pescadores já preparados com a rede em punho,
Pareciam estrelas cintilantes, num “céu” de água escura, ao brilho suave das lanternas...
Um dorso nu, estendia uma esteira, na espera de sua companheira...
FÁTIMA ABREU
***************
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
* O POETA É UM SER NOSTÁLGICO POR NATUREZA... POR QUE NÃO FALAR, DAS MEMÓRIAS DE UM TEMPO QUE ELE VIVEU E QUE TEM SAUDADES?
O DRAMA VIVIDO, TAMBÉM É FONTE DE INSPIRAÇÃO: O DESESPERO, A DESILUSÃO, A INDAGAÇÃO, SÃO FREQUENTES NOS ESCRITOS DOS POETAS.
DESPEDIDA
Esperou por uma palavra
Nada
Com o nada
Veio a mágoa,
Com a mágoa
Veio a dor...
Com o a dor,
O consolo de um novo amor...
Caminha feliz, sempre.
Ela diz de coração...
Foi breve e bonita,
Essa relação...
Fátima AbreuNada
Com o nada
Veio a mágoa,
Com a mágoa
Veio a dor...
Com o a dor,
O consolo de um novo amor...
Caminha feliz, sempre.
Ela diz de coração...
Foi breve e bonita,
Essa relação...
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
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