De repente o mundo mudou. Gente chorou com perdas, outros agradeceram a recuperação.
Uns se habituaram com a própria casa, que antes só era usada como dormitório e restaurante para o jantar. Outros redescobriram seus filhos que praticamente não viam! Claro, os afazeres de trabalho, viagens e qualquer coisa que pudesse justificar a ausência impediam esse contato maior...
Alguns tiveram que segurar seus pais mais velhos e avós em casa.
A mídia amedrontava. As mentes se contorciam...
Os dias ficaram longos.
As noites mais curtas.
O sono ficou comprometido.
As máscaras e luvas eram vistas por aí...
As ruas se esvaziaram e em todo lugar havia preocupação.
Aprendia-se novos idiomas, artes e até a culinária esquecida dos mais abastados, pois para eles, restaurantes, ou a cozinheira da casa, ofereciam aquilo que eles quisessem comer, então, aprender a cozinhar não era necessário...
Mas, os restaurantes fecharam e só o delivery permanecia. Cozinhar se tornou hobby para aqueles que nunca fritaram um ovo na vida.
Tinha-se que aprender algo, para passar pela quarentena.
E a gente então, para pensar:
Outras pandemias vieram no passado, como a Gripe Espanhola, que ficou na Terra por dois anos, talvez muito longos para quem a vivenciou. O que faziam sem internet, TV?
Sobreviviam um dia após o outro!
Assim, descarte noticiários. Viva sem ler estatísticas, faça a quarentena como nossos antepassados.
Crie, cante, dance, faça Arte!
E medite o quanto isso tudo pode mudar sua vida daqui em diante.
Pois, de tudo se tira uma lição.
Reflita.
Era Para Ser Uma Crônica da Quarentena... Mas, deixei como prosa poética:
Um dia ao abrir o jornal, ao escutar o rádio, ao ligar
a TV, a mesma notícia tínhamos que saber:
Um vírus que poderia ser letal, invadia nosso espaço e
nosso cotidiano natural...
A mudança em todos os setores estava instalada, e
muitos não queriam isso, todavia, era preciso!
E a cada noticiário fosse em qualquer uma das mídias
existentes, mais assustadora, ficava toda gente...
O meu cotidiano não foi muito mudado, pois, minha
casa, já é meu espaço de trabalho normal.
E se contar de tantos anos vividos, nada ficou
desigual.
Leio, escrevo, limpo, cozinho, canto e danço, tudo
como antes.
Embora agora, tenhamos o tal vírus agravante.
Meus dias só mudaram em um aspecto: Não saio à rua se
não for necessário.
Não quero ser uma carta fora do baralho.
Sim, estou no grupo de risco, pelo o ar me faltar
quando a asma teima em chegar...
Assim, o melhor a fazer, é em casa permanecer, até
esse tal vírus finalmente perecer!
Minhas manhãs começam quando dia está despertando
ainda, e o galo da vizinhança canta e canta...
Levanto-me e sigo para o banheiro, depois, já faço meu
café. Aquele pretinho quente, que agrada tanto a gente!
Depois disso, a lida diária começa, e ligo o rádio
para me manter um pouco mais informada, sem me abater pela estatística mortal
do vírus.
Por que me contaminar com tristeza? Eu posso fazer meu
dia alegre, e passar pelas notícias ruins, como se fosse apenas um mal estar ou
algo assim...
Depois disso, paro um pouco os afazeres domésticos
normais e ligo meu notebook para escrever um pouco mais.
Novo livro estou escrevendo agora, será o de número
vinte oito, e nesse caso, será especial para mim: Pois se trata de um romance
de época, coisa que muito me agrada fazer.
E assim, viajo nas minhas próprias palavras e me
distraio esquecendo mais uma vez o Corona perigoso...
Já no fim da tarde, depois de um banho delicioso, que
me renova as forças, procuro filmes para assistir com meu namorado.
Sempre dois ou três títulos de gêneros diferentes, e
que nos distraia sem violência, e dor, pois, dos meus preferidos estão os filmes
de amor.
Amor, que remove tudo de ruim, tanto para você que me
lê, quanto para mim.
E de mãos entrelaçados como jovens namorados,
esquecemos a meia idade e nos transportamos em imaginação, para um cinema,
talvez assistindo a um filme de ação.
E se assim for, aperto mais a mão dele, pois a
adrenalina sobe!
Para depois, me acalmar no próximo filme, aquele de
romance, que me faz sempre sonhar...
A noite se vai, e dá lugar à madrugada, ainda estamos
acordados, pois, em dias de quarentena, como umas férias, não se tem pressa de dormir,
mas, de acordarmos vivos e sorrir.
Fátima Abreu (Fatuquinha)
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