Capítulo 1
Era uma tarde fria de fins de outono e começo de inverno.
A quadra estava lotada de alunos do secundário fazendo sua Educação Física semanal.
O jovem professor não era muito alto, media em torno de 1,70m.
Cabelos muito negros e que eram maiores do que os cortes atuais.
Ele chamava atenção pelo corpo malhado e pelo sorriso largo e espontâneo que tinha, mas, desfocava com um nariz aquilino.
O nome dele era Juvenal. Tinha preconceito com o próprio nome.
Claro! Dizia ele: Que ideia dos seus pais, numa época que se tinha vários nomes (até estrangeiros a escolher), colocar um bem antigo e sem graça como esse!
Quando apresentado a alguém, usava o seu sobrenome italiano que era bem mais charmoso: Rossini.
Entre as alunas ele era o Prof. (gato) Rossini.
Chegava sempre como sua moto, e encantava as adolescentes que estavam com os hormônios explodindo...
Havia uma em especial que ele prestava atenção:
Uma baixinha de cabelos castanho escuros, que cobriam seus ombros e de olhos castanhos tão claros, que beiravam a cor de mel. O que tinha de bonita, tinha de enroladora:
Não gostava de fazer Educação Física, porque na maioria das vezes, eram esportes, o que para uma pessoa baixinha como ela, ficava difícil...
Ela preferia a ginástica e de preferência, a rítmica.
Somente em dias de ginástica ela fazia aula.
O professor percebendo isso, um dia a chamou num canto e disse:
- Mocinha o que você tem contra os esportes? Percebi que responde a chamada e depois vai saindo de mansinho, e fica lá pelo banheiro até terminar a aula de Educação Física... Já em dias de ginástica, você faz a aula inteira e sorridente...
- Professor Rossini, não sei se já percebeu que sou a segunda mais baixinha da turma... Não posso ir bem nos esportes desse jeito. Perco todas as bolas e acabo ouvindo aqueles risinhos por trás... Não quero ser motivo de chacota da turma, ora! Já a ginástica me faz bem, modela o corpo e não passo constrangimentos...
- Seu corpo já é bonito não é a ginástica que o modela. Mas, se sente constrangimento nos esportes vou dar outra tarefa apara que faça: Em vez da aula prática que tanto detesta, e para não ficar sem fazer nada, fará um trabalho escrito sobre cada modalidade ao fim de cada bimestre. Só assim posso dar uma nota sem estar encobrindo seu problema.
- Obrigada professor, pela sua ideia. Fico tão aliviada com isso! É muito chato ter que ficar no banheiro esperando a aula terminar, todas as vezes que é um esporte... Garanto que meus trabalhos vão ser bem detalhados, para merecer uma boa nota.
Ele assentiu e voltou para a quadra. A jovem ficou sentada numa parte da arquibancada, tirando um caderno da mochila, para anotar tudo sobre basquete, que era a aula daquele dia.
O professor apitou no fim da aula e pediu que todos fizessem um círculo em volta dele, antes de irem para os banheiros.
Queria anunciar que a jovem Layla, estava como "assistente" em suas aulas de esporte: Assim, faria sempre um relatório sobre cada modalidade para apresentar à turma.
Dessa forma, justificava que ela não fizesse a aula prática, mas, que montasse um trabalho teórico para ser apresentado em sala de aula.
A turma foi dispensada e depois no vestiário do banheiro feminino, a conversa rolou solta...
Uma das moças perguntou para Layla:
- Como conseguiu ser a "assistente" do professor? Enfim, ficou livre dos esportes que tanto detesta!
E ainda vai dar aula teórica para nossa turma. Que sortuda!
- Ah, mas as aulas que vou apresentar, serão para ganhar minha nota. Vocês terão as suas, pela prática. Dá no mesmo!
- Não sei não... Estou achando que o professor tem uma 'quedinha' por você. Ele não é tão mais velho assim...Outro dia, ele comentou na aula, que tinha 24 anos. Você tem 17 para 18... Logo vai estar maior de idade.
- Nossa, como você imagina coisas que não existem! Agora chega desse assunto, Stella.
Entretanto, a 'pulguinha atrás da orelha' de Layla ficou:
" Será que o gato do professor Rossini, estava mesmo prestando atenção nela?"
Continua...
Fátima Abreu
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