MELINDA, A MELINDROSA
Melinda, a melindrosa
Não corria dos homens
Dava-lhes um dedo de prosa...
Melinda, a melindrosa
Punha carmim nos lábios convidativos
Meias grossas com ligas
E vários murmúrios em seus ouvidos...
Melinda, a melindrosa,
Cobria apenas o necessário:
Expondo na dança insinuante,
Do cabaré,
À noite,
Um pouco de si:
Corpo esbelto, mas de carnes firmes.
Nos olhos, um pouco de tristeza.
Mas fingia assim mesmo,
Alguma alegria...
Pois se assim não fosse,
Afastava a freguesia...
Melinda, a melindrosa
Lia, saboreando as páginas de seus livros
Pensando em um dia,
Sair do Cabaré
Onde agora,
As vozes de homens embriagados
E sedentos de prazer,
A chamavam
feito loucos,
Para a eles entreter...
Fátima Abreu
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