Nélia tinha desde bem pequena, a curiosidade de saber o que havia na mesinha do quarto de seus pais.
Ela estava sempre trancada, a chave em algum lugar, bem guardada...
Local totalmente desconhecido para ela.
Um dia depois da morte de seu pai, ela perguntou à mãe se sabia onde estava a chave da tal mesinha.
"Cedo para isso", disse a mãe.
O tempo passou e não mais, disso se falou...
Cinco anos depois, a mãe também se foi. Nélia agora estava completamente sozinha...
Lembrou-se então daquela mesinha:
Fazia parte de sua vida, um mistério a ser desvendado,
Desde o mais remoto passado...
Procurou por toda parte, a chave que abriria o móvel antigo.
Encontrou-a embaixo do travesseiro que fora de sua mãe.
Correu ao quarto de seus falecidos pais, ajoelhou-se em frente à mesinha
Pronta estava, para desvendar seu segredo.
Ao abrir encontrou apenas um papel. Nele, letras tremidas, reparou que não havia data... Assim dizia:
"Quando ler essas linhas, filha querida, significará que aqui não mais estaremos. Então, o maior de todos os segredos será revelado: A retiramos de um orfanato.
Com muito amor que tivemos sempre por você:
Seus pais."
Por muitos anos, ela ali viveu sem saber que era adotiva. Era esse o segredo da mesinha!
Mas agora finalmente de tudo sabia...
Um vento suave, quase uma brisa, balançou-lhe o robe que vestia.
Era um beijo de sua mãe que a visitava e o sorriso do pai que a acompanhava...
Fátima Abreu
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