quarta-feira, 16 de maio de 2012

VIDA LAÇADA- REPUBLICADO






REPUBLICADO


 Vida laçada


A esperança que consolava, não há mais.
Não a reconheço dentro de mim. A perdi.
Sonhos morreram com a falta dela, dentro do ser.
Dores, tristezas, nós na garganta...

Dias futuros? Não sei mais.
Cada segundo é variável.
Antes sabia, a esperança era amiga.
Existia em todos os momentos de minha vida.

Contando com isso, me enganei.
Cansada...
Tantas coisas, tanto tempo se passou...
Nada mudou.

Não posso jogar tudo para o alto.
Tenho responsabilidades, ainda...
Se não as tivesse, não me importaria tanto.
Sigo... Vou onde a vida me levar.

Dia após dia, segundos de cada vez.
Sem mágoas. Apenas tristezas.
Acho que a maioria daqueles, que me fazem sofrer, não percebe isso.

Talvez fosse diferente, se passassem o que eu passo.
Se sentissem o que sinto.
Se vivessem a minha vida, desde o início...
Nasci laçada pelo cordão umbilical, e ele apertou meu pescoço até hoje.

Crendice popular? Não sei, talvez...
Só sei que mesmo tendo nascida laçada
E tendo nome de Maria também, para cortar o efeito disso,
A vida, me fez correr todos os riscos.

Fátima Abreu

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