Vida laçada
A esperança que consolava, não há mais.
Não a reconheço dentro de mim. A perdi.
Sonhos morreram com a falta dela, dentro do ser.
Dores, tristezas, nós na garganta...
Dias futuros? Não sei mais.
Cada segundo é variável.
Antes sabia, a esperança era amiga.
Existia em todos os momentos de minha vida.
Contando com isso, me enganei.
Cansada...
Tantas coisas, tanto tempo se passou...
Nada mudou.
Não posso jogar tudo para o alto.
Tenho responsabilidades, ainda...
Se não as tivesse, não me importaria tanto.
Sigo... Vou onde a vida me levar.
Dia após dia, segundos de cada vez.
Sem mágoas. Apenas tristezas.
Acho que a maioria daqueles, que me fazem sofrer, não percebe isso.
Talvez fosse diferente, se passassem o que eu passo.
Se sentissem o que sinto.
Se vivessem a minha vida, desde o início...
Nasci laçada pelo cordão umbilical, e ele apertou meu pescoço até hoje.
Crendice popular? Não sei, talvez...
Só sei que mesmo tendo nascida laçada
E tendo nome de Maria também, para cortar o efeito disso,
A vida, me fez correr todos os riscos.
Fátima Abreu
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