quarta-feira, 3 de abril de 2013

As Mãos De Uma Poetisa


REEDITADO


OLHOS FIXOS NO PAPEL
A CANETA AZUL
DESENHA LETRAS
FAZ SEU POEMA
DELINEANDO PALAVRAS
VINDAS DE DENTRO DE SEU SER
LETRAS BEM ESCRITAS
PERCEBE OS DEDOS ANTES TÃO BONITOS
TRANSFORMADOS
SÃO DEDOS GROSSOS AGORA.
A ARTROSE FOI SUA INIMIGA
FAZ DE SEUS DEDOS, DOR SENTIDA...

AS UNHAS LONGAS,
SÃO MUITO BEM PINTADAS,
DISFARÇANDO A DOR DA MULHER.
A VAIDADE TEM SEU PAPEL:
MESMO EM DEDOS TORTOS, USA-SE ANEL.

FICA TRISTE POR UM MINUTO...
LEMBRANDO QUANDO TINHA AS MÃOS BELAS:
AS MÃOS QUE ESCREVIAM VERSOS, PINTAVAM TELAS.

A ARTROSE NÃO A ALCANÇAVA NAQUELA ÉPOCA...
BATIA MÁQUINA POR TODA MADRUGADA:
POEMAS, QUE SAÍAM SEM ESFORÇO
BASTAVA ALI FICAR,
E A INSPIRAÇÃO SE INSTALAR.

A MÁQUINA ERA AZUL,
ASSIM COMO A TINTA
QUE ESCREVIA NO PAPEL:
SEMPRE A MESMA COR,
AGORA, PASSA PARA A TELA FRIA DO COMPUTADOR.

 
AQUELES TEMPOS, A MULHER DEIXOU PARA TRÁS
ERA MOCINHA NOVA,
PASSADO QUE NÃO VOLTA MAIS...

AS PALAVRAS MUDARAM,
OS SENTIMENTOS TAMBÉM:
OS TEMAS ESTÃO DIVERSIFICADOS,
ELA SEMPRE TENTA IR ALÉM...

A MULHER,
POETA DE NASCIMENTO,
NÃO JOGA PALAVRAS AO VENTO:
QUER IMORTALIZÁ-LAS
EM VERSOS.
DEIXANDO AQUI E ALI
PARA AS GERAÇÕES QUE ESTÃO POR VIR.

SÃO LETRAS DESENHADAS
PELAS SUAS MÃOS DE FADA. 

TOQUES SUTIS
DE CORPO, ALMA E CORAÇÃO,
COLOCANDO EM SEUS VERSOS TAMBÉM,
CERTA DOSE DE SEDUÇÃO.

FÁTIMA ABREU 



2 comentários:

  1. Fatuquinha, que interssante achei aqui, esta presença de um objeto já obsolescido, outro atualíssimo, outro ainda a prestar serviços ocasionais, tudo servindo para as mãos da mesma mulher, um dia belas, agora doloridas, sem dispensar a feminilidade do esmalte,
    b á r b a r o !

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  2. __Assim se admira a mulher, a verdadeira mulher!...

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