Fatuquinha :
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O BAÚ DO PIRATA "PAVIO
CURTO"
Séculos
atrás, os mares estavam infestados de piratas.
A
pirataria era crime que levava um homem à forca ou outras penalidades daqueles tempos...
Havia um pirata chamado 'PAVIO CURTO', que navegava pelos
mares do Caribe com seus companheiros, saqueando as naus que por ventura
viessem da Europa.
Uma nau
espanhola acabara de atracar no porto, para descarregar algumas mercadorias,
quando os piratas atacaram. Houve tumulto e uma moça que levava consigo um
bauzinho, que continha as poucas jóias da família, tropeçou e caiu no chão.
Havia
dentro do seu bauzinho, um colar de esmeraldas e uma pulseira cravejada de
rubis.
Era isso
que sua mãe havia lhe deixado como única herança antes de falecer.
Carmensita
descera ali no porto, procurando um lugar para trabalhar e morar, pois não
restava mais ninguém de sua família.
Assustou-se
com os piratas e procurou se esconder para que não lhe levassem o seu bauzinho.
PAVIO
CURTO,
entretanto, a viu, e de um puxão segurou-a ela cintura e a trouxe perto de si.
Carmensita
era uma bela morena de curvas sinuosas e chamava atenção.
Ele, a
olhando de cima a baixo disse:
- Ora,
ora, o que temos aqui? Uma bela jovem, no meio dessa confusão toda! Mas que
sorte a sua, de ser eu a te encontrar mocinha! Se fosse outro, talvez estivesse
em apuros...
-
Deixe-me em paz, seu pirata grosseiro! Quero sair daqui, agora, solte-me!
- Nossa,
mas como ela é corajosa! Sabe, gosto disso numa mulher... Vou levá-la comigo.
Suba no meu navio, vamos!
Assim,
foi empurrando Carmensita para dentro do navio sujo, dos piratas.
A pobre
moça, nervosa, apertava contra o seio, o seu bauzinho. Não poderia deixar que
eles tirassem dela, a sua lembrança de família.
Olhou
tudo ao redor e percebeu então a quantidade de homens que ali estava e temeu
que lhe fizessem algum mal, pois a olhavam de forma indecorosa...
‘PAVIO
CURTO’ percebeu
que ela levava o bauzinho, mas estranhamente, não o tirou dela.
Ele a
levou para a cozinha do navio e mandou que fizesse a comida, juntamente com o
cozinheiro Nestor.
A moça
sentou-se numa cadeira em frente à bancada cheia de batatas, e o cozinheiro
deu- lhe uma faquinha para que começasse o trabalho...
À
noitinha, todos jantaram. Carmensita comia triste, temendo a sua sorte em meio
aqueles piratas terríveis!
PAVIO
CURTO anunciou
durante o jantar, que no dia seguinte, iriam para sua ilha, onde guardariam o
baú do tesouro acumulado pelas pilhagens.
Foram
todos dormir, ficando acordados, apenas dois vigias e o capitão. Naquela noite,
Carmensita não conseguia pegar no sono, preocupada.
Mas ao
mesmo tempo, sabia que o capitão PAVIO CURTO, a protegeria dos
outros. Notou que havia despertado interesse nele...
E para
dizer a verdade, ela também nutriu uma simpatia por ele, porque até aquele
momento, foi respeitoso para com ela. Algo novo surgia em seu coraçãozinho, que
nunca antes havia experimentado...
Carmensita
decidiu sair do alojamento onde estava, e foi até o convés, para tomar o ar
fresco da madrugada. Distraiu-se olhando o mar e não percebeu a chegada de PAVIO
CURTO...
Ele vinha
de mansinho e mais uma vez a segurou pela delicada cintura.
O pirata
a virou e ficaram de frente um para o outro. Os olhos castanhos dela brilharam...
Ele
percebeu isso, e tomou como aprovação, pelo que viria a seguir:
Um beijo
ardente! Estavam apaixonadas, sem dúvida alguma.
Um
silêncio veio a seguir, pois as palavras tornaram-se desnecessárias...
Ao
amanhecer, chegaram à ilha. Carmensita ficou a bordo. Alguns piratas desceram
com o capitão, levando pás para enterrar o tesouro.
Fizeram
um mapa da localização exata.
Tudo
terminado voltaram para o navio.
O pirata PAVIO
CURTO procurou logo por Carmensita.
Daquele
dia em diante, viveram uma grande paixão, mas que não agradava nadinha, alguns
tripulantes do navio, principalmente o contra mestre...
Ele
achava que um amor para o capitão, seria desastroso em suas empreitadas:
Um lobo
do mar teria que ser solteiro a vida inteira, pensava...
Resolveu
fazer algo para atrapalhar aquele romance:
Colocaria
o mapa que foi feito do local onde estava o tesouro, nas coisas de Carmensita,
para que o capitão não confiasse mais nela.
Dessa
forma, o contra mestre entrou na cozinha, pegou o bauzinho de Carmensita que
estava lá, e depositou o mapa, que ele havia roubado do capitão, na noite
anterior.
Na hora
do almoço, todos estavam alegres cantando e tomando rum, quando o capitão
colocou a mão no bolso, percebendo que o mapa não se encontrava ali...
Ficou
atônito.
Berrou
com todos, dizendo que iniciassem uma procura por todo o navio, imediatamente!
O malvado contra mestre foi até a cozinha fingindo estar procurando por lá.
Depois,
disse ao capitão:
-
Capitão, achei! Estava ali na cozinha, dentro do bauzinho da moça.
PAVIO
CURTO surpreendeu-se.
Carmensita
nervosa disse:
- Mas,
como foi parar aí? Eu nunca peguei nisso antes, e não tenho porquê.
O capitão
disse então para Carmensita:
- Tem
certeza? Será que não pretendia ir embora, assim que estivesse em terra,
novamente?
- Não! E
não posso acreditar que esteja desconfiando de mim! É evidente que fui vítima
de alguma trama. Alguém colocou o mapa no meu bauzinho, para me deixar mal com
você! Existe gente no navio, que não gosta da minha presença aqui!
Além
disso, como poderia chegar até a ilha, já estando em terra firme em algum
porto? Não vê que nada disso faz sentido? Se não acredita em mim, não é digno
do meu amor!
- Espere,
Carmensita. Perguntei isso, porque tenho receio que se vá da minha vida. Está
mais do que certa: Alguém aqui tramou para nos desentendermos... E vou
descobrir quem!
Carmensita
analisou os rostos de cada um, para descobrir algum traço de insegurança ou
insatisfação.
Cabisbaixo,
parecia estar sentindo culpa...
Achando
seu suspeito, cochichou no ouvido de PAVIO CURTO, que chamou
imediatamente seu subordinado.
Esse, não
conseguia encarar o capitão. Isso mostrava sua culpa, faltava apenas a
confissão.
O contra
mestre, então disse de cabeça baixa:
-
Desculpe meu capitão! Achei que seu romance com essa moça mudaria muita coisa aqui...
- Ah,
quem pensa que é para decidir por mim? Nunca admiti que alguém se metesse em
minha vida, que disparate!
O contra
mestre aguardava o seu castigo.
A moça
então tomou o seu bauzinho de volta e disse para PAVIO CURTO:
- Tive
uma ideia! Faça com que ele fique sozinho na ilha, tomando conta do local onde
vocês colocaram o tesouro.
Carmensita
disse isso com um ar de ironia, pois queria assistir a reação do homem.
Ele logo
suplicou:
- Não,
por favor! Não suportaria a solidão!
O capitão respondeu:
- Agora
tem medo? Peça desculpas para Carmensita, porque ela foi a vítima da sua
artimanha!
Dirigindo-se
para a moça, o contra mestre disse arrependido:
- Mil
perdões!
- Desculpa
aceita. Mas não volte a conspirar contra mim!
Tudo
resolvido, Carmensita deu as mãos suaves, ao capitão e saíram dali. Deixando a
cargo de seus tripulantes, os olhares de desaprovação para o contra mestre, no
convés.
Passaram-se
vários meses desde aquele dia. Carmensita teve um menino, fruto de seu amor com
o capitão.
PAVIO
CURTO deu o
nome de Santoro, ao seu filho.
Voltaram
à ilha para desenterrar o tesouro.
O capitão
decidiu depois do nascimento de seu filho com Carmensita, que ficaria em terra,
e formariam uma família de verdade, com uma casa à beira mar.
Daria a
parte de cada um de seus tripulantes, depois venderia o navio para comprar a
casa, a mobília, e tudo que precisassem para um lar.
Queria
que Carmensita e o bebê estivessem em segurança.
Mas, ao
chegar à ilha, um bando de outros piratas, estava lá.
O capitão
lutou contra eles, juntamente com seus companheiros...
Enquanto
isso, um dos piratas oponentes, capturou Carmensita e Santoro.
O chefe
dos outros piratas disse para PAVIO CURTO:
-
Entregue seu mapa do tesouro agora, ou essa mulher e o filho morrerão!
O pirata estava
com uma faca no pescoço de Carmensita, enquanto ela segurava o bebê em seus
braços.
Seu
coração acelerou. Jamais se perdoaria se alguma coisa acontecesse com eles!
O pirata
inimigo, tomou o mapa das mãos de PAVIO CURTO, soltando Carmensita e
seu filho.
Ela
correu para os braços do capitão, que a abraçou e beijou o bebê.
Aproveitando
da distração dos piratas inimigos, o contra mestre fora até o local do tesouro
e desenterrara. Pegou o baú com muito esforço, pois era bastante pesado e
arrastou para o pequeno barquinho que veio até a ilha, voltando para o navio
com ele.
Deixou
apenas algumas moedas de ouro no local que antes estava marcado no mapa com o X.
Quando a
tripulação do 'GALERA DOS MARES' voltou ao navio, a grande surpresa estava
lá:
O baú do
tesouro!
Teriam
que partir o mais rápido possível, pois quando os outros piratas chegassem ao
local e apenas encontrassem uns dobrões de ouro, certamente ficariam furiosos e
iriam atrás deles!
Colocaram
as velas ao alto e partiram dali...
Carmensita
agradeceu ao contra mestre, porque agora teria a chance de ter uma vida nova
com PAVIO
CURTO e seu filho, graças à astúcia do homem:
-
Obrigada, dessa vez eu não tenho que perdoar e sim, agradecer...
- Não há
porquê. Afinal, agora estamos quites! Também
levarei a minha parte no tesouro.
- Sim,
todos aqui!
O capitão,
aproveitando a 'deixa', disse então se voltando para os companheiros:
- Agora
mesmo! Vamos repartir tudo, justamente!
Assim, PAVIO
CURTO, Carmensita e Santoro viveram com tranquilidade e segurança numa
casa à beira mar, (sem ele temer pela forca), onde todos os dias poderiam
apreciar o encontro do horizonte com o oceano...
Menina vc nasceu p/ escrever ! Vc Passa uma emoção ! Bjinhos
ResponderExcluirOBRIGADA CATITA! SÓ AGORA VI! RS... BEIJO E VOLTE MAIS VEZES! <3
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