sexta-feira, 1 de abril de 2016

CONT DO CAPT 2


Dizem por aí, que quando uma mãe está grávida, deve escolher bem o nome para sua criança, pois ela assimila de imediato as características desse nome.
Sherazade, do árabe, significa: Filha da noite.
E nesse caso do livro, era mostrado isso, porque ela passou 1001 noites contando suas histórias...
Agora, uma pessoa que recebe nome de uma personagem, de um livro qualquer, assimilar características dela, seria no mínimo inusitado!
Porém, não se sabe porque, mas, algumas vezes isso acontece...

Sherazade já desde menina gostava de contar histórias:
Era para os três peões do sítio onde cresceu, outra hora para as coleguinhas da escola, criava mundos diferentes em sua cabeça, heróis e heroínas, fábulas, etc...

Era isso que encantara (e de certa forma, não teria como não compará-la a personagem) à Xariar.
Desde o primeiro dia no escritório, ela foi contando suas histórias na hora do almoço, ao pessoal no refeitório.
A fama de boa contista, chegou ao chefe. Ficou espreitando um dia, para poder ouvi-la sem ser percebido no local do almoço de seus funcionários...

E se ela fosse tão sedutora quanto a personagem também? Lembrou-se do dia em que ela se apresentou, com a blusa  levemente molhada, revelando os mamilos...
Sim, ela poderia ser muito sensual, ainda mais se vestisse um dos trajes típicos das Arábias, ou da dança do ventre.
Já passava pela cabeça, comprar algo assim, para que usasse quando finalmente conseguisse levá-la para sua cobertura.
Fechou os olhos e até imaginou uma das cenas descritas no livro...


A noite de outono estava bem fresquinha e Sherazade chegou a janela que dava para a varanda, para apreciar os vagalumes.
Nos sítios do interior são bem comuns, e ela já imaginava qual seria sua próxima fábula...
Sua irmã Duniazade pôs a mão sobre seu ombro, despertando-a das suas viagens:
- Maninha, venha, mamãe chama a todos lá na cozinha.

- Por que será? Acabamos de jantar e ela não disse nada...

-  Também não sei, vamos...

A cozinha era típica de sítios: fogão a lenha, panelas de barro, réstias de cebolas penduradas, caçarolas e utensílios também pendurados, uma mesa de tronco, para servir de apoio ao lado do fogão a lenha e uma mesa muito grande, com doze cadeiras:
Oito para os filhos, duas para o casal, e mais duas para quem chegasse de visita.

Todos sentados, D. Aracy revelou:
- Meus amores, a doença que estou, não é a que o médico pensou no início, é algo um pouquinho mais complicado... Talvez tenha que ficar até internada por um tempo. Teremos que recorrer a um empréstimo novamente com o sr Xariar, para garantir meus dias fora de casa, alimentação, estadia, passagens, exames, remédios...

Foi a vez de seu Augusto falar:
- Não queríamos falar durante o jantar, para que não comessem direito... Mas, o caso é que teremos mesmo que recorrer ao seu chefe novamente Sherazade...

Com o olhar dos pais e irmãos voltados para si, ela percebeu tudo:
O pedido de empréstimo cabia a ela fazer.

Sherazade, se levantou e disse:
- Não se preocupem, papai e mamãe, em breve terão uma surpresa... Tenham o cálculo certo do que vão precisar, e me deem amanhã, antes que eu saia para trabalhar. Considerem o dinheiro na mão.

A luz da cozinha foi apagada, as crianças ainda assistiram um pouco de TV, depois foram dormir, apenas a jovem criativa, demorou a fechar os olhos e dormir naquela noite:
Sua mente estava em turbilhão, teria que apressar seu plano agora...

continua no próximo capt

Fátima Abreu Fatuquinha




 

*Imagem de Elisabeth Alba

Nenhum comentário:

Postar um comentário