quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Homenagem aos Livros- Ensaio- Parte 3- Poesias

 




Homenagem aos Livros- Ensaio

Terceira Parte: Poesias


Poesias que me encantam, sejam elas: Clássicas, líricas, modernas, ritmistas ou contemporâneas, que me fazem chorar, sorrir e pensar. 

J Davi Miguez






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Se eu tenho de morrer na flor dos  anos Meu Deus! 

não seja já.

Minha terra tem palmeiras

Ouvir o sabiá  cantar, em um pé de laranjeira ou em uma palmeira

Oh! que saudades que tenho.  Da aurora da minha vida,

Lá eu era feliz, porém, não posso mais voltar,

Aqui não queror ficar,

Vou me embora para Pasárgada, lá sou amigo do Rei. 


Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? 

Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes... 

Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus, se eu deliro... Ou se é verdade.

Tanto horror perante os céus?! 

O linho mortuário que retalham para envolver teu corpo! Vejo esparsas,

Saudades e perpétuas, 

Mas sei, também, que só assim verei a coroa da Chama e Deus, meu Rei,

assentado em seu trono do Sertão.  


Não te procurei, não me procurastes,

Foi então que da minha infinita tristeza. 

Aconteceu você...  

Mas tu apareceste com a tua boca fresca da madrugada...

Beijo divino! E anseio delirante na perpétua saudade de um minuto  

Eu amo esses olhos que falam de amores com tanta paixão. 

Mas, para os que amam, o tempo e eterno.   


É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua. 

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...

No terreiro a poeira se espalha na imensidão de paz e de comunhão que não se vê na cidade. 

Eu quero é na sombra da velha mangueira, amar a morena 

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes

encontro nuvens espessas. 

 E a névoa e flores e o doce ar cheiroso do amanhecer na serra, e o céu azul e o manto nebuloso.  

Quem me compra um jardim com flores? Borboletas de muitas cores, lavadeiras  e passarinhos, ovos verdes e azuis nos ninhos?  

Pensa em ti mesma, acharás. Melhor poesia. Viveza, graça, alegria, doçura e paz... 

Vê-la desfiar seu fio, que também chama vida, ver a fábrica que ela mesma, teimosamente, se fabrica... 


Ah! As cartas de Amor!...

O tão famoso e inesperado verso que te deixará pasmo, surpreso, perplexo... Eu te amo, perdoa-me, eu te amo...

Amor é estado de graça, e com amor não se paga.  

Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente.

Meu amor tem duas vidas para amar-te. Por isso te amo, quando não te amo, e por isso te amo quando te amo.

A vez primeira que fitei Teresa, como as plantas que arrasta a correnteza... 

E uma dica, companheiro, se o amor for verdadeiro, já é o AMOR IDEAL.  

Mas há vida, que é para ser intensamente vivida, há o amor... 

O amor, quando se revela, não se sabe revelar...

Sim, eu te amo; porém nunca dos lábios meus saberás...

Se tu me amas, ama-me baixinho... 

Amar-te por amar-te: Sem agora, sem ontem, sem futuro, sem mesquinha  


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E assim termino essa singela homenagem. 

J Davi Miguez


Bibliografia:


Casimiro de Abreu - Canção do Exílio

Gonçalves Dias - Canção do Exílio

Casimiro de Abreu - Meus Oito Anos

Manuel Bandeira -  Pasárgada

Castro Alves -  Vozes d’África e “O Navio Negreiro”

Fagundes Varela - Cântico do Calvário

Ariano Suassuna - A morte - O sol do terrível 

Cora Coralina -Meu Destino

Vinicios de Moraes   -Amor e Paz 

Mario Quintana - Canção do Amor Imprevisto

Olavo Bilac - Um Beijo

Gonçalves Dias -  Seus Olhos Tão Negros, Tão Belos, Tão Puros

Henry Van Dyke - Tempo

Cora Coralina - Nada é Fácil

Alberto Caeiro - Da Minha Aldeia

Bráulio Bessa - Prefiro a simplicidade 

Oswaldo Montenegro - O mesmo assunto

Cecília Meireles - A arte de Ser Feliz

Álvares de Azevedo - Na Minha Terra

Cecilia Meireles - Leilão de Jardim

Machado de Assis - A uma senhora que me pediu versos

João Cabral de Melo Neto - Morte e Vida Severina

Augusto Branco - Carta de Amor 

Cora Coralina - Poeminha Amoroso

Carlos Drummond de Andrade -

As sem-razões do amor

Luís de Camões - Amor é Fogo que Arde Sem se Ver

Pablo Neruda - Amor

Castro Alves -  “ Adeus” de Teresa

Bráulio Bessa - Amor Ideal

Clarice Lispector - Há o Amor

Fernando Pessoa - sem título

Gonçalves Dias - Como Eu Te Amo 

Mario Quintana - Bilhete

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira - Soneto



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Para fechar, uma poesia da anfitriã do blog:

Hipotermia da Madrugada


A estação estava vazia.

Em tons de laranja,

Pela luzes que a encobria.


Uma única pessoa ao longe,

Não se sabia se era homem ou mulher.

Mergulhada em seus pensamentos,

À espera de um trem,

Que lá vinha,

Com o farol também alaranjado,

Dando tons de sol,

A madrugada que já findava...


Um frio cortante, fazia...

E  a pessoa que aguardava, 

Do trem, a chegada,

Encolhia-se...


Queria mesmo era o abrigo,

De uma cama quente,

Um café ou chocolate fumegante,

Que desse um pouco de 'aquecer' ao seu corpo

Que já 'hipotérmico' se encontrava...

E ao abrir sua boca para respirar,

Era fumaça branca que saía no ar...


Triste criatura com frio

Se estivesse nos braços acalorados de um amor,

Nada disso sentiria,

E algo mais encantador

Ela certamente sentiria...


Fria madrugada de inverno

Frio corpo que tremia...

Fria alma vazia.


Fátima Abreu Fatuquinha



Nota: Essa copilação de poesias que J Davi Miguez nos trouxe, assim como os 2 ensaios anteriores (aqui no blog), só vem a nos mostrar como é belo saber ler e interpretar!

Existe toque, cor, aroma, quando a poesia liberta nossos sentidos ao lê-las mais atentamente!

Ele, juntou cada pedacinho das escolhidas "a dedo", e fez nova composição como podemos perceber. 

Tudo se encaixa, e assim devemos observar que há criatividade também nisso!

Fátima Abreu Fatuquinha







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