segunda-feira, 30 de junho de 2014

A Sacerdotisa do Amor


Starlight (detail), Emile Vernon (1872-1919) 

IMAGEM:  
Emile Vernon (1872-1919)



O corpo da noiva celta, estava preparado com óleos aromáticos.
A translúcida vestimenta, azul  nuvem, deixava visível o corpo jovem.

 Os enfeites eram apenas um broche da Deusa Mãe, entre os seios. No braço, outro broche com pedras e pingente da pérola nua e crua, sem entalhe.

 O manto dourado mostrava sua natureza:
Era do amor, uma sacerdotisa; e para isso fora instruída.
Esperava ansiosa a hora do enlace.

Quando seu corpo virgem seria finalmente tocado.
Dali em diante, apenas ela poderia fazer os encantamentos de  paixão. Pois o que faltava ainda, seria lhe dado então:
 Fêmea da espécie, recebendo o que para ela fora guiado...

Fátima Abreu

Manuela Sente Ciúmes de Esmeralda e Alejandro






 Manuela sentiu ciúmes, enquanto olhava Alejandro aos beijos e amassos, com aquela  pedante  e bonita, Esmeralda.
Não tinha até então percebido que nutria por ele algo mais que amizade...
Foi apenas observando o casal à sua frente, que se deu conta disso.
Sentiu um calor subir pelo seu rosto, não sabia se era raiva ou excitação. Sim, pensando melhor, estava sentindo as duas coisas!

Colocou o disco que havia escolhido na vitrola, e começou a dançar sozinha no meio da sala, queria se distrair e esquecer o que via...
Entretanto, parecia que Esmeralda estava gostando de estampar o romance que tinha com Alejandro, na face rosada de Manuela:
Deitou-se no sofá sobre as pernas de Alejandro  e dessa forma, ele abaixava a cabeça para beijar-lhe...
Manuela tossiu para interromper:
- Com licença, vou me retirar, tenham uma boa noite.
Alejandro voltou-se para Manuela:
- Já vai se deitar Manu? Ainda é cedo!
- Não tenho companhia como você tem, meu amigo...
Manuela piscou o olho e se virou subindo a escadas.

Esmeralda puxou-o de volta para si. Não queria dar tempo para que ele argumentasse mais alguma coisa com Manuela.

Naquela noite, Manuela não conseguia dormir. Virava-se de todo jeito na cama. Pensava como estariam se divertindo lá na sala, ou... até mesmo, já no quarto de Alejandro...
O ciúme tomou ares de uma súbita curiosidade:
Foi a passos lentos e silenciosos até a porta do quarto dele.

Encostou o ouvido para escutar se estavam ali. Sim! Podia ouvir os gemidos, de Esmeralda!
Uma mistura de excitação e raiva tomou conta de si.
Estava com o corpo tremendo, as faces vermelhas e quentes; e quanto mais ouvia o barulho da intimidade daquele casal, mais sofria de duas formas: Pelo ciúme de Alejandro e pela vontade louca de estar participando daquilo...
Manuela, quando mocinha, teve seus casos com algumas amigas de colegial.
Depois de casada, suprimiu esse seu lado...
Mas, quando ouviu os gemidos de Esmeralda, isso veio à tona... Queria estar ali, fazendo um trio.
Voltou para seu quarto e se "aliviou" como podia... Na sua mente, o corpo bonito de Esmeralda e os beijos quentes de Alejandro pela sua pele...

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 Esmeralda


 Collier's, "Person To Person" (1945) Rose

Esmeralda era uma das quatro telefonistas da cidade. Trabalhava  durante doze horas com sua amiga e folgava no dia seguinte, quando a outra dupla as substituía. Moravam juntas as quatro em um pensionato para moças.

Conhecera Alejandro quando um dia sofreu um acidente de lambreta e foi levada para o hospital.
Alejandro sempre preferiu trabalhar no Pronto Socorro que nos consultórios dando consultas.
Para ele, tentar salvar o máximo de vidas, era uma emoção em potencial.

A cor de mel de seus cabelos brilhantes, e aqueles olhos verde- amarelados, chamou sua atenção logo no primeiro contato, quando ainda engessava seu braço e perna direita, quebrados.
Mas, foi ela quem deu o primeiro passo insinuando-se para o médico:
Quando voltou a trabalhar depois do acidente, fez uma ligação para o hospital direcionada ao PS, e foi Alejandro quem atendeu, pois estava mais próximo do telefone naquele momento...
Dois dias depois, ela o convidou para um piquenique com a desculpa de agradecê-lo pelo bom tratamento  de sua parte no hospital.

                                                                                       Arthur Sarnoff

Ele que já estava interessado, aceitou de imediato.
Depois de vários encontros decidiram namorar mesmo.

E a primeira vez que tiveram contato íntimo, foi no carro esporte de Alejandro, na colina:
Um local reservado para encontro de casais. De lá, se podia avistar a cidadezinha  inteira, iluminada pelos postes, lojas e casas.
Se a levasse a um motel, a cidade inteira saberia no dia seguinte, porque isso se espalha facilmente, e Esmeralda ficaria "mal falada".

Aquela noite, Alejandro decidiu que a levaria para sua fazenda, porque seria melhor dali em diante, pois como já tinha a companhia feminina de Manuela em sua casa, ninguém repararia se a levasse...
Seria como uma reunião para jantar entre três pessoas, nada demais.
Mas, para Manuela, tinha sido o despertar de sentimentos confusos...


Fátima Abreu 


OBS: A CONTINUAÇÃO VAI PASSAR PARA MEU OUTRO BLOG "DELÍRIOS":

 http://fatuquinha.blogspot.com.br/


PORQUE NESSE AQUI NÃO PONHO EROTISMO. 
NO MÁXIMO, ALGUM TRAÇO SENSUAL COMO FOI ATÉ AQUI...


Romance, 1953 style





domingo, 29 de junho de 2014

A TALE OF SAND AND SEA/ UM CONTO DE AREIA & MAR

http://www.amazon.com/gp/aw/d/1611028949/ref=mp_s_a_1_1?qid=1404043849&sr=8-1&pi=SL75

Na Amazon.com, meu livro já pode ser encontrado na versão em inglês. Indique para amigos e parentes no exterior. É um belo romance de época: Passado em fins do século XIX e une a minha ficção à fatos na vida do autor JULIO VERNE. 


E NO SITE DA ASB TAMBÉM:
http://www.americastarbooks.net/9781611028942.html 




 

sábado, 28 de junho de 2014

Manuela Divide Opiniões



Manuela agora morena, atraía a curiosidade dos fregueses da lanchonete. Aumentou em uma semana de trabalho, a renda do estabelecimento. 
O gerente estava satisfeito e até agradecido ao Dr Alejandro, por tê-la indicado.
Todos queriam dar uma espiadinha na morena forasteira, que viera se estabelecer na localidade...
Sem falar no "disse me disse", que ela criara em torno de si:


Contra as chamadas "normas" da sociedade da época, uma mulher que vivia no mesmo teto que o doutor da cidade, sem estar casada com ele, era admirável e ao mesmo tempo ousada...
As más línguas falavam que eles eram amantes.
Mas, até então, realmente nunca foram...
Ela gostava de provocar a atenção feminina, pois sabia que falavam dela. 
Então ela criou um jeito de nutrir os boatos:  Quando algumas senhoras das mais puritanas, entravam na lanchonete, Manuela desabotoava alguns botões do uniforme que usava, para escandalizar e para rir-se delas depois...

Entretanto, se estivessem homens no local, não fazia isso. Dava-se ao respeito. 
Em uma semana de trabalho, recebeu várias investidas masculinas, e ela simplesmente ignorava, fingindo não perceber.
 Joe De Mers Artist


As opiniões estavam divididas a seu respeito:
As mulheres achavam que Manuela era uma libertina, enquanto os homens a achavam uma mulher de fibra e que não cedia às cantadas, ou seja: Difícil.

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Manuela sempre que chegava na fazenda no fim da tarde, corria para fazer o jantar e deixar tudo bem cuidado. Alejandro sentava-se com ela nesse momento, ouvindo suas histórias e ria-se. 
Imaginava as expressões que as ditas senhoras, fariam ao olhar para o decote aberto de Manuela...

Foi na outra semana, que finalmente Manuela conheceu a senhora que cuidava da roupa de Alejandro: 
D. Eulália.


July 1940. Farm woman washing clothes with her wringer washer. Uma senhora grisalha, que já estava nos fundos da casa lavando a roupa e passando nos rodízios para espremer. A segunda etapa seria estender no varal, e cerca de 40 minutos de sol quente, retiraria tudo e levaria para a área de serviço, para começar a passar... Era sua rotina de todas as sextas feiras.
Manuela aproximou-se e a cumprimentou:

- Olá, bom dia! A senhora certamente é a D. Eulália. Sou Manuela.
- Ah, bom dia. Sim, eu sei quem  a senhora é. A cidade é pequena, todos estão falando sobre a 'forasteira"...
- Sei disso. Tudo é novidade quando numa cidadezinha chega alguém de outras paragens... D. Eulália, vou sair para trabalhar agora. Estou deixando tudo na mesa da cozinha para que faça uma refeição, enquanto espera a roupa secar para depois passar...
- Muito agradecida, mas já venho para cá alimentada. Na minha idade, não se pode sair sem comer, pois dá fraqueza...
- Ah, sim. Bem, de qualquer forma, está tudo lá, caso queira simplesmente tomar um cafezinho  e comer uma fatia de bolo...
- Obrigada, não se preocupe comigo.

Manuela saiu dando um aceno.  Teve certeza que ela não era mesmo uma pessoa para muitas conversas, mas, algo lhe dizia que era extremamente confiável e sincera. 
Como Alejandro dissera mesmo?
"É uma senhora rabugenta, mas no fundo, boa pessoa..."

*******************

Oito meses se passaram... 
Um dia, quando Manuela voltou  para casa no finzinho da tarde, teve uma surpresa ao encontrar Alejandro em companhia de uma mulher bonita aos beijos e amassos na sala.
Passou sem ser notada pelos dois, subindo as escadas para seu quarto.

Forbidden Fruit...Illustration by Lynn Buckham 
Não queria incomodá-los, mas, precisava fazer o jantar. 
Tomou banho, trocou de roupa e desceu novamente, passando diretamente para a cozinha.
Alejandro ao escutar o movimento de panelas e pratos, percebeu então que ela já estava em casa.
Pegou a mão da mulher com quem estava, e a levou para a cozinha para que fizesse as apresentações.
Foi uma noite de provocações...

- Manuela, quero que conheça Esmeralda Santiago, minha namorada.
- Olá, Esmeralda! Boa surpresa tê-la para o jantar. Espero que goste do que estou preparando.
- Se você  trata bem o 'meu' Alejandro, tudo que fizer, eu vou gostar com certeza.
- Ele é um bom amigo. Trato-o muito bem, não é mesmo Alejandro?
Ele percebeu que ela não queria ser tratada como uma "hóspede que cozinha" perante Esmeralda, então afirmou:
- Sim, nos damos muito bem, você é uma amiga para todas as horas.

Esmeralda  meio incomodada com os olhares de cumplicidade que havia entre eles, disse então:

- E seu marido, morreu há muito tempo? É muito bonita, não tem um namorado?
- Prefiro não falar dele. Quanto à sua pergunta: Não tenho namorado algum. Nessa cidade não há homens que me atraiam... Vamos jantar agora?

" Menos mal, assim não terá nada com Alejandro",  pensou Esmeralda.

Manuela foi ajudada por Alejandro, a colocar a mesa. 
Esmeralda novamente ficou chateada com a situação.
Durante o jantar, ela tentou arrancar qualquer coisa que dissesse respeito ao passado de Manuela, porém foi inútil. Percebeu que ela não falaria mesmo de sua vida anterior à chegada na cidadezinha.

Entretanto, Manuela sentiu-se vitoriosa naquela noite, porque claramente Alejandro a colocou na posição de amiga, e nunca de uma hóspede.
Sentiu-se grata por isso.

Agora, uma coisa teria que saber pois muito lhe interessava: 
Alejandro teria planos de casar com Esmeralda?
Caso isso estivesse em sua mente, Manuela teria que se afastar dali: Ir para um pensionato, ou alugar um quarto com banheiro talvez...

Sondaria sobre isso no dia seguinte. 
Alejandro depois do jantar, sugeriu que Manuela escolhesse uns discos para que escutassem . 
Ela rapidamente sentou perto da vitrola e se pôs a selecionar algo que fosse agradável. 
De vez em quando, observava como eles se beijavam sem se incomodar com a sua presença ali. 
Dessa vez, foi ela quem se sentiu incomodada...
Pensou então resoluta:  Teria que decidir seus caminhos o mais rápido possível...

Fátima Abreu







sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Mudança de Manuela



Manuela encontrou uma cozinha que precisava de arrumação.
Certo, primeiro comeria ao lado de... Quem ele era mesmo?
Percebeu que ainda não sabia seu nome, e ela por sua vez, também não havia se apresentado!

Ele puxou uma cadeira para que ela se sentasse, dizendo:
- Sirva-se do que quiser: Temos café, leite, suco de laranja, bolos, pães, geleias e biscoitos. Só não tenho frutas no momento...
- Ora, não se preocupe: Isso tudo é mais do que esperava para meu primeiro 'café da manhã', em um novo estado! Pensei que tomaria um simples café expresso e umas duas torradas com geleia, em alguma lanchonete...
- Ah, veio de outro estado?
- Sim, sou professora de classes infantis. Busco um novo emprego aqui. Mas se não arrumar outro, continuarei professora mesmo... O que me aparecer primeiro, eu agarro 'com unhas e dentes'! Precisarei me manter...
- Compreendo... Olha, por acaso tem uma vaga na lanchonete de um conhecido...É no centro comercial, estaria disposta?
- Oh, sim! Tenho que trabalhar o mais rápido possível, porque como pagaria algum aluguel e comeria?
- Quanto ao aluguel não se preocupe. Pode ficar aqui na minha fazenda, não cobrarei nada. Tem quartos de sobra! Apenas peço que quando puder, dê uma ajeitadinha nessa cozinha. Já deu para perceber que precisa de uma alma feminina por aqui...
- Só isso, cuidar da cozinha? Não tem mais nenhuma outra coisa que eu possa fazer, para agradecer pela  estadia em sua fazenda?
- Não precisa, porque tenho uma pessoa para lavar e passar a roupa para mim.
- Ah, sim... Mas não tem arrumadeira. Pois se tivesse, a cozinha estaria um "brinco"!
- É verdade... Arrumadeira eu não tenho. As moças não gostam de trabalhar na casa de solteiros, sabe como é... Tem medo que eles tentem algo com elas...
- Então a pessoa que lava e passa sua roupa, é uma senhora, presumo...
- A D. Eulália? Ela poderia até ser minha mãe! É uma senhora rabugenta, mas no fundo boa pessoa...
- Está combinado então nos meus termos: Cuido da cozinha e do resto da casa, quando não estiver no horário de trabalho da lanchonete. D. Eulália continua com as roupas.
- Certo. Se quer cuidar da casa também, que seja! Mas, fica registrado que eu não te pedi isso!
- Sim, sim... Faço porque, afinal, gosto do trabalho doméstico também.
- Deve ter sido uma boa esposa para seu falecido marido...

Disse isso, olhando a aliança que ela ainda usava.
- Ah, sim...Ele que não foi bom para mim... Mas isso é passado. Quero recomeçar a vida aqui, quem sabe eu até seja feliz?
- Espero sinceramente que sim. Pois noto um tom de amargura na sua voz...
- Deixe isso esquecido, certo? Não falemos de tristezas... Ainda não me disse seu nome!
- Tampouco disse o seu.
- Sou Maria Manuela Ramirez. E agora, você é...(?)
- Alejandro  Hernandez De Castillo, médico.
- Ah, muito prazer,  Señor Doutor Alejandro...

Manuela disse com um sorriso debochado, e apertaram as mãos se cumprimentando.

*************************

No comecinho da tarde, Manuela foi até a farmácia da cidadezinha para comprar tinta para seu cabelo.
Depois, pensando melhor, aproveitou o resto de suas economias para ir ao cabeleireiro:
Além de pintar, iria cortar o cabelo. Entrou então, em um dos dois únicos salões que a localidade tinha.
Por esse motivo, estava lotado.
As fofoqueiras 'de plantão', notaram logo que a moça loira, de cabelos longos que entrara ali, era uma forasteira.

Manuela queria mudar sua aparência antes de se apresentar para a vaga na lanchonete no dia seguinte.
Deixando assim, a antiga  dona de casa e professorinha  no passado.

Alejandro ficou surpreso ao reencontrá-la já à noitinha: Parecia outra pessoa! Como um corte de cabelo atualizado, e uma tintura, podem deixar uma mulher já bela, mais linda ainda!
Percebeu que durante o tempo que ela esteve em casa, fizera o jantar, dando finalmente o 'jeitinho' na cozinha, que somente uma mulher saber dar: Tudo estava organizado e limpo.
A comida deliciosa...
Alejandro então, no final do jantar lhe disse:
- Manuela, faz muito tempo que não como um prato tão saboroso! Lembrou a comida caseira da minha mãe...
- Porque é comida caseira, ora! Só não deu tempo de fazer uma sobremesa, porque estive no salão bastante tempo. Mas, no  jantar de amanhã, teremos uma torta de maçã bem apetitosa, garanto!

Riram juntos...
Depois, ela lavou a louça, e Alejandro enxugou enquanto conversavam animadamente.
O telefone tocou e Manuela foi atender. Era alguém do hospital dizendo ter uma emergência para o Dr. Alejandro. Ela passou o fone para ele, que balançando a cabeça afirmativamente, disse:
- Prepare a maca.  Já estou indo para o local do acidente!

Imediatamente, ele pegou sua maleta e vestiu o jaleco branco para sair. Acenou já na porta para Manuela e disse:
- Obrigado pelo bom jantar, durma bem.O dever me chama.
Ela fez que sim com a cabeça.  Foi para a sala, assistiu um pouco de televisão e depois já com sono, seguiu  para o quarto que havia escolhido.
No dia seguinte teria de estar bem descansada: Sabia que para trabalhar numa lanchonete teria que ser muito rápida e eficiente.

 *******************

Quando Alejandro finalmente chegou em casa, lá pelas seis horas da manhã, ela já estava de pé com o café prontinho. Cansado, foi tomar um banho para sentar-se com ela e fazer a primeira e mais importante refeição do dia.
 Depois ele dormiria um pouco... Antes porém, deixou uma carta de recomendação prontinha para que Manuela apresentasse  ao gerente da lanchonete. Deu-lhe o endereço do local também.
Ela agradeceu e arrumou novamente a cozinha, lavando a louça usada, para depois trocar-se para ir ao centro da cidadezinha.

Mas subitamente, Alejandro voltou-se para ela dizendo:
- Acho melhor eu mesmo levá-la até meu conhecido, o gerente.
- Não é preciso, vou caminhando até lá! Durma, porque está cansado: Foi uma noite muita longa trabalhando no hospital.
- Imagine! Pior deixar que ande dois quilômetros na estrada, e chegue suada para apresentar-se!

Sem dar tempo para que ela dissesse algo mais, ele a pegou nos braços, saiu porta a fora, e a colocou na caminhonete que usava para carregar o feno.
Foi o começo do segundo dia juntos...

Fátima Abreu

Carried Away! ~ Ed Vebell, ca. 1950s. Jm.












quinta-feira, 26 de junho de 2014

Manuela

Makin' Hay! I don't think so.


Não era  mais possível Manuela viver com Arnaldo, mesmo para os anos 50...
Ele a tratava de forma agressiva, com palavras rudes e quase sempre, desfazia de tão linda criatura, falando mal de sua forma de cozinhar.

Muitas vezes ele a empurrou, noutras ele gritava para quem quisesse ouvir, que ela só servia como 'mulher objeto", na cama... Pois para ele era somente nesse campo, que Manuela se destacava...

Na verdade, era isso que os mantinha ainda juntos, depois de cinco longos anos...
Em um dia de embriaguez, quando ele quebrou algumas coisas contra o muro, chegando  com raiva de seu sócio, Manuela tremia escondida no banheiro, com medo de que a fúria daquele homem se revertesse para o lado dela.
Decidiu então que já aguentara demais. Poria um fim naquilo.

Afinal, não fora criada em meio de desavenças: Nunca houve esse tipo de coisa, em seu lar paterno...
A princípio, pediu que ele fosse embora várias vezes.
Ele  não se dava  por entendido, e nesses momentos, a levava para a cama, onde ele achava que tudo se resolvia...
Sabia que Manuela era fogo em figura de fêmea. O caminho mais curto para convencê-la de qualquer coisa, era a intimidade sexual...

Mas, como tudo se desgasta com o tempo, ela não aguentava mais...
Numa manhã em que ele havia saído de casa, ela resolveu fugir.
Sabia que para os moldes da época em que vivia, que sair de casa, era abandono do matrimônio e consequentemente, seria mal vista pela sociedade local:
Era o mesmo que "falhar" como dona de casa e mulher.

Teria de ir embora para outro lugar, onde ninguém a conhecesse.
Os primeiros quilômetros na estrada, foram de táxi. Depois, ao chegar em uma estação de trem, comprou um bilhete para outro estado. Ali, recomeçaria sua nova vida!

Entretanto, ao chegar na primeira cidadezinha do outro estado, verificou que os albergues, pousadas e pequenos hotéis, estavam todos lotados.
Isso era devido à Feira do Gado e Hortifrutigranjeiros, que só acontecia  duas vezes no ano, naquelas paragens.
Não tendo onde ficar naquele resto de dia e começo de noite, caminhou e achou um celeiro aberto, na fazenda mais próxima do centro da cidade:
Estava a apenas dois quilômetros e meio. Seria fácil no dia seguinte, caminhar de volta ao centro da localidade, tentando conseguir uma hospedagem.

O que ela não contava é que exatamente ali, em meio ao feno, encontraria  a felicidade...
Dormiu tranquilamente, só sendo incomodada pelos insetos de vez em quando.
Quando amanheceu, teve uma surpresa ao abrir os olhos:

Um homem alto, rosto comum aos espanhóis, cabelos castanhos (cortados como soldado), dos seus 30 a 32 anos a olhava  admirado.
A loira e bela Manuela, sentou-se e antes que ele fizesse qualquer pergunta lhe disse:
- Passei a noite aqui, porque não tinha hospedagem em local nenhum da cidade. Desculpe-me a ousadia. Esse deve ser o seu celeiro, acertei?
- Sim, na verdade era da minha família. Meus pais me deixaram de herança. Não se preocupe, porque não vou denunciá-la por invasão de propriedade...Está com fome?
- Oh, obrigada. Estou com muita fome sim. Não como desde ontem de tardinha...

Ele ofereceu a mão para que ela se levantasse e disse:
- Venha, tenho um café da manhã muito bom, na mesa da cozinha.

Manuela sorriu agradecida.
Era mais do que poderia esperar, para começo de sua nova vida...

Fátima Abreu


* Continua? Não sei... Vai depender da minha inspiração...

quarta-feira, 25 de junho de 2014

SOBRE OLHOS ( reeditado hj )

OLHOS, ESPELHOS D' ALMA 




Eles podem ser de algumas cores:
Verdes, azuis, castanhos, negros, cor de mel...
Mas  as cores são apenas questão estética
Nos olhos, a alma desperta...

Os olhos definem o estado de espírito:
Choro ou alegria, eles demonstram
Fácil, fácil...
Nos olhos, todo sentimento é guardado
Concorre lado a lado, com o coração
Onde o sentimento é instalado
E é uma grande competição!




O olhos, lindos espelhos:
Pedintes, ou sedutores,
Tristes, com dissabores...
Alegres, chegam a brilhar!
Mas são lindos, quando o verbo é amar...

Olhos de lince
Olhos de tigre
Olhos de loba
Olhos são sempre comparados
Existe, um 'animal' por trás...
Quando esse estado de espírito, reflete
Na alma de cada gente,
Os olhos parecem diferentes...



Os olhos são amigos:
Com eles enxergamos praticamente tudo...
Mas, a cegueira pior,
Não é de quem não enxerga...
É de quem teima em não enxergar!
Bem, os olhos me fazem exprimir,
Todo o meu sentir...




Se estou feliz, ficam radiantes!
Se triste, ficam cabisbaixos, marejados...
Se excitada, beiram à luxúria.
Se bem amada, são só meiguice!

Devem sim, ser reflexos meus.
São olhos que revelam você para mim...
Fátima Abreu




terça-feira, 24 de junho de 2014

RAZÃO X EMOÇÃO


Michael & Inessa Garmash


Sinto o ar faltando,
Peito dilacerado...
Sufoco.
Dor de ter me deixado levar pelos impulsos.
Agora, colho os frutos...

Por não ter pensado em todas as possibilidades antes,
Minha vida mudou naquele breve momento de anseio,
Nada foi mais  impensado,
Do que aquele ato.

Deixando-me levar pelas palavras febris,
Com um corpo que pedia calor masculino,
A mente não registrou a razão.
E agora num pensamento triste,
Não acho solução...

São as razões talvez do destino,
Que nos prega peças...
Ou, nada mais do que puro merecimento:
Não sei o que fiz na vida passada.
Nessa, eu tentei ser correta quase o tempo inteiro...
Mas, por duas ou três vezes fracassei.
Natural, se não tivesse erros, estaria num patamar melhor:
Nada desse orbe de expiações...
E sim, estaria  em algum dos mundos felizes,
Onde não se vive mais de ilusões...

Fátima Abreu

MORRENDO E APRENDENDO DUBLADO FILME COMPLETO (ÓTIMO FILME)





EU AMEI ESSE FILME E RI TAMBÉM. CONVIDO A ASSISTIR AQUI, COM MEU QUERIDO ATOR ROBERT D. JR

O filme não segue à risca o espiritualismo, mas ensina de uma maneira alegre, que não devemos deixar para amanhã o que se pode fazer hoje... Pois no segundo seguinte, pode ser tarde e ficar preso nesse orbe terrestre, por não ter terminado algo, é bem complicado.
Vale assistir também, por mostrar como podemos nos importar uns com os outros, de maneira fraterna.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Já está à venda meu livro na AMERICA STAR BOOKS! Confira já o link:

                               http://www.americastarbooks.net/9781611028942.html

ESSE É O LINK DO MEU LIVRO NA AMERICA STAR BOOKS, A EDITORA AMERICANA QUE O ESTÁ PUBLICANDO E DISTRIBUINDO.
QUEM TIVER AMIGOS NOS EUA, CANADÁ, REINO UNIDO, POR FAVOR, DIVULGUE PARA ME AJUDAR, OK?
DESDE JÁ AGRADEÇO.

FÁTIMA ABREU



 Product Description:

"Irina is a young woman who became an orphan at the age of 17. From the French countryside, she went to live on the coast near the port of Nantes. There, so many things happened. She had dreams of going to different lands and experiencing other cultures. She dreamed of adventure and she read books by her favorite author, Jules Verne. From Nantes, she went to Paris to study because she wanted to be a writer of the genre that she had learned to appreciate; a genre created by Jules- science fiction. This step changed the course of her life. This also had a profound effect on another person, Gaston Verne, the nephew of the author. Indirectly, he seemed to be Jules Verne himself."






domingo, 22 de junho de 2014

ACORDES DO CORPO


..Busker

E num instrumento ela se tornou,
Pela paixão desmedida do seu amor.
O corpo tatuado de forma a apresentar, 
Um cenário quente e sedutor...

Ele a tocava imaginando seus acordes:
Fantasia.
Ela, em sua devoção de mulher apaixonada,
Nada dizia...

Quem por ali passasse, ficaria surpreso
Com tal cena à luz do dia:
Ela seminua, com seios expostos na direção do seu homem,
E o dorso nu, em direção da rua...

Submissa, mas feliz.
De estar satisfazendo seu grande amor
Um artista que teve a feliz ideia de aproveitar,
Aquele lindo corpo de fêmea 
Que antes seria só para se amar...

FÁTIMA ABREU


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Area Q - Filme Completo




ESSE FILME TEM MUITO COM MEU NOVO LIVRO, "A VERDADE DE GAIA":
POIS TRATA DE ALGUNS DOS ASSUNTOS ABORDADOS POR MIM, NESSA OBRA. COMO ABDUÇÕES, OVNIs, REENCARNAÇÃO... 

ACHO QUE DEVO DIVULGAR NÃO SOMENTE MEU LIVRO, MAS TUDO QUE LEVA À TESTAR SUA MENTE SOBRE ABRIR-SE À UMA NOVA REALIDADE, AINDA DESCONHECIDA DE MUITAS PESSOAS: 
POR COMPLETA IGNORÂNCIA, OU MEDO DO ASSUNTO, COMO TAMBÉM PELA TRAVA DE ALGUMAS RELIGIÕES...
ASSISTA JÁ, VOCÊ VAI GOSTAR. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

Minha Versão, de João & O Pé de Feijão


Fora presa pelo gigante
A harpista formosa
No seu castelo sobre as nuvens, ele a aprisionara
Simplesmente para não se sentir solitário
Fizera a jovem de serva.
Dessa forma, todo dia
Tinha toques de melodia...

Mas João, subira pelo pé de feijão
Encontrou a harpista cansada
Dias a fio que tocava...
Quis salvá-la do cárcere imposto pelo gigante.
Mas este, matreiro, sentiu de João o cheiro...

Antes que pudesse escapar com a harpista
E a galinha dos ovos de ouro que ali também estava,
Armou-lhe uma cilada.

Entretanto, o mal não pode prevalecer em nenhuma história infantil
João escapou com a harpista e a galinha embaixo do braço
Descendo rápido por onde ali chegou
E ao sentir a terra firme, do chão
Cortou o pé de feijão.

Fátima Abreu




Edição definitiva em inglês. Veja como ficou a página no facebook do livro.



https://www.facebook.com/pages/A-Tale-of-Sand-and-Sea/729915540387860?notif_t=page_invite_accepted 


Curtam a página meus amigos e leitores. Ficarei grata com isso.



 Um Conto de Areia & Mar, agora na versão em inglês,  que será distribuído pela America Star Books, nos EUA, Reino Unido e outros países de mesmo idioma.

Em breve estarei divulgando aqui também o link na Amazon, onde encontrarão essa versão do meu romance passado em fins do século XIX.

Sempre admirei a obra de Julio Verne, esse livro é também um tributo ao grande autor, pois ele faz parte do livro como personagem da trama.

Para relembrar o enredo desse livro, a quem leu alguns capítulos no meu blog LAR:

 

Sinopse


Irina é uma jovem que torna-se órfã aos 17 anos. Resolve sair do interior da França para morar no litoral, pois era perto do Porto de Nantes, onde tudo acontecia...
Tinha sonhos de conhecer terras distantes, culturas diferentes, viver aventuras, como nos livros que lia de seu autor preferido: JULIO VERNE.

De Nantes, ela vai para Paris estudar Letras, pois quer ser escritora do gênero que aprendera a apreciar, criado por Julio: A ficção científica.
Esse passo muda o rumo de sua vida e mais tarde, de outra pessoa: Gaston Verne, sobrinho do autor.
Envolva-se nesse conto passado nos fins do século XIX.


Fátima Abreu
Fatuquinha
                                               

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Mundo dos Extremos - CRÔNICA


É esse o mundo de opostos que vivemos:
Dezenas de turistas latinos, acampados em uma área interna da Rodoviária do Rio de Janeiro, por falta de hotéis, pousadas ou albergues baratos.
Somente americanos e europeus estão bem acomodados nos hotéis reservados há um bom tempo.
Quem é pobre, é pobre em qualquer lugar.
Agora me respondam:
Vale tamanha humilhação?
Passam o dia por aí, comem, assistem aos jogos e depois voltam para a rodoviária para pernoitar por lá.
Não sei se o futebol vale tanto assim. Pode ser uma paixão doentia que explique o que leva famílias inteiras a isso!

Bem, nós os pobres do mundo, alimentamos paixões que nos cegam. Os ricos não precisam:
Pois quando tem uma paixão muito forte é fácil de se resolvida.
O dinheiro deles compram tudo de material que quiserem.
Bem, até imaterial: falsas amizades, rostos que lhes sorriem o tempo todo, prazeres de uma noite ou mais...

O que faz uma pessoa se vender, falando nisso?
Eu respondo: O desespero de causa.
Tema até de filme!
Lembram do: "PROPOSTA INDECENTE"?





Muita gente para não passar fome, pagar dívidas, comprar remédio ou pagar tratamento para um membro muito amado da família, doente, faz coisas que nunca pensou fazer.
Mas, esses exemplos, não são das paixões mencionadas acima, no texto.
São atos de desespero ou amor.

Como no filme: UM ATO DE CORAGEM, onde Denzel W. faz de tudo para conseguir dar o tratamento que o filho precisa:



 


Se uma celebridade, seja atriz ou cantora, tira fotos nuas, ela vende bem e não é rotulada de prostituta.
Se uma mulher comum, do povo, pobre, faz isso na hora de um "desespero de causa", certamente se as fotos  caírem nas mídias, ela seria chamada no mínimo de vadia, pelas pessoas que a conhecem, como já houve alguns casos.
Isso é novamente o tal mundo dos rótulos, preconceitos e extremos que eu vivo comentando aqui.

É rico ou celebridade, se pode tudo; se é pobre, vai ser rotulado e humilhado.

Estou dura, mais do que mastro de bandeira, sem 1 Real na conta.
Talvez seja por esse motivo que ando revoltada.
Se fosse pelo menos um pouco melhor de vida, essas coisas passassem sem eu notar e  não ter essa vontade de falar sobre elas...

Fátima Abreu

domingo, 15 de junho de 2014

Precisa-se de Sol - CRÔNICA


Rumo à padaria para comprar com meu último Real, os cinco pãezinhos franceses que essa quantia dava,
eu andava pela rodovia Amaral Peixoto.
Na volta, resolvi ir por outro caminho.
Andava cabisbaixa pensando na vida:                           (AV. GUARUJÁ- MARICÁ)
Pela Avenida Guarujá, recém asfaltada.





Seguia e repentinamente olhei para o céu nublado.
Pedia Sol.
O vento trazia ao panorama geral, uma tristeza momentânea...
Dessas, de final de filme dramático.

À minha direita, percebi restos do que fora um dia, uma cantina:
Do tipo que se vende doces e biscoitos de salgadinho amarelo, que só fazem mal para a saúde.
Tinha aquela tradicional portinhola com batente (com um coração pintado em branco acima), por onde se atendia  a quem chegasse.
Sempre desconfiei que o batente fosse para alguém se debruçar e jogar 'conversa fora', pedindo sempre algo para disfarçar sua permanência no local.
Eu mesma fiz isso, umas duas vezes na vida.
Recordo bem:
Uma vez, foi para pedir um leite achocolatado, naquela antiga embalagem longa vida de triângulo.
E na outra, foi para beber uma água gasosa depois de uma longa caminhada.

Tem dias que precisamos fazer isso: Sair, caminhar ao vento, esquecermos que temos que voltar.
 Aí chegamos perto de uma pequena cantina, pedimos alguma coisa, só para puxar uma conversa por instantes, com alguém que nada sabe sobre você.
Um ouvinte anônimo. Assim como também você seria para ele.

A cantina que vi hoje, ficava anexada à uma casa velha amarela, beirando a cor de mostarda.
O quintal cercado por arame farpado, algum dia teria sido bem cuidado:
Pois havia árvores frutíferas como duas bananeiras que eu pude notar. Agora, era apenas um monte de folhagens pelo chão e lixo espalhado.

Quando olhei novamente para  a casa, vi que um senhor já grisalho, parecia observar a rua, sentado em uma cadeira rente à janela.

Aquela casa deveria ter uma história triste, que culminou com o abandono que era perfeitamente observado por quem passasse ali.
Lembrei então, de outra vez que fiz esse mesmo trajeto e vi que outro senhor mais velho do que o de hoje, era levado gritando:

- Não sou louco, me deixem quieto!
Sim, ali o ambiente tinha uma névoa cinza, pior do que o céu nublado sobre nossas cabeças.
Precisavam de Sol.


Fátima Abreu




sábado, 14 de junho de 2014

Artigo: O capitalismo dos blogs das "Patricinhas"


                                                                    Eu e Catarina


Hoje vi numa emissora de TV a cabo, um programa sobre as blogueiras de sucesso e atualmente 'endinheiradas' por conta disso.
Não sei, mas, como sou atualmente mais pobre do que já fui antes, fiquei um pouco indignada:
Pois todas as figuras mencionadas, conseguiram o sucesso através de blogs sobre moda, maquiagem, fitness, etc.
Concluí duas coisas:
* Uma pessoa vaidosa procura espaços na web que são do seu tipo de vida ou comportamento.
Nada mais além disso.
Ou seja: Coisas que são de seu interesse para manter a forma e cada vez mais melhorar seu visual.
Dessa forma, gera também interesse de propaganda de marcas (parcerias no blog)que vão desde cosméticos, roupas e calçados, até academias, alimentação natural e objetos para fitness...

* Blogs literários ou de outro tipo de variedade, só interessam momentaneamente. São menos acessados e portanto, pouco procurados para parcerias com lojas e produtos a serem anunciados.

Minha filha caçula Thalia Catarina, disse para mim, ao assistir o programa comigo:
- Mãe, você tem que mudar seu blog para ganhar dinheiro!

Eu fiquei meio chateada com isso.
Sei que não posso dar quase nada a mais para ela.  Tampouco, sou apta a trabalhar fora, por motivos vários, inclusive meus lapsos de memória...
Vivo de uma pequena pensão que atualmente só paga contas.
Hoje por exemplo, tenho apenas 1 Real. O que recebi no pagamento de Junho, já acabou.

Catarina ainda não tem emprego, faz 17 anos em agosto, e está terminando o secundário esse ano.
Tudo é difícil nessa idade, pois os sonhos são grandes e geram expectativas...
Ela sonha alto.
Já eu, não posso mais do que faço.

Se para ganhar dinheiro, eu tenho que chamar a atenção no meu blog, de uma forma que não é a minha linha de pensamento ou modo de vida, vou ficar pobre por muito tempo.
Não sei ser fútil. Sou uma pessoa simples.
Falo dos meus problemas e sentimentos abertamente aqui nesse meu espaço na web.

Mudar isso, seria quase que me vender ao capitalismo geral que eu tanto detesto e a futilidade que abomino.
Essa então, é crescente nas pessoas. Essa cultura do " tem que ser fashion, linda, estar em forma", não é para mim.

Meu blog tem o nome de LAR, não é por outro motivo senão, ser a minha casa aberta para que todos entrem, sem bater.
Conhecem minha vida, tomam café comigo, leem minhas poesias e contos, artigos e a propaganda de meus livros.
Se sou querida, continuam a me ler.
Se não gostarem de algo aqui, desculpem, mas nem Jesus agradou a todos quando andou pela Terra...

Nunca fui contatada para essas parcerias de lojas e produtos. Acho que nunca serei.
Meu blog é minha casa, moldada da minha maneira. Certamente literatura não interessa para gregos e troianos.
Mas isso implica em dizer que tenho leitores seletos: Intelectuais ou pessoas que gostam de boa leitura, que abram suas mentes.
ISSO, BLOGS DE 'PATRICINHAS' NÃO FAZEM...


Fátima Abreu

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Considerações


                              O meu novo livro, A VERDADE DE GAIA, tem um gancho com o outro:  
         O 'ESQUECIMENTO' AZUL


 *Quem leu 'O ESQUECIMENTO AZUL', certamente vai gostar desse novo também.




HÁ ESPERA NA ESPERANÇA


País das desigualdades, esse nosso!
Enquanto eu luto para vender uma meia dúzia de e-books, tem gente que gasta 300 Reais de uma só vez, em álbum de figurinhas da COPA 2014!
Quando fico sabendo desse tipo de coisa, me sinto enojada.
Quanta gente passando fome,  e outros gastando com sua futilidade que não tem limites.
Ou, o dinheiro é fácil demais para eles...
Gente do céu, vamos ser mais fraternos!
Se hoje você tem dinheiro sobrando, ajude a quem não tem; ao invés de gastar comprando bobagens que vão ficar esquecidas depois, no "fundo do baú"...

Caramba, se eu tivesse dinheiro, não precisaria blogs para divulgação do meu trabalho, tampouco participaria de redes sociais ( fora algumas amizades que vale a pena manter, pois são muito especiais para mim).
Por que?
Porque não precisaria vender meu produto: Os livros. Deixaria apenas disponível para quem quisesse baixar na web.
Quem é rico não está nas redes sociais: Eles pagam agências de propaganda para criar campanhas publicitárias para seus negócios e que também cuidam da divulgação.

Eu não sou rica, pelo contrário:
Cada mês é um sufoco maior para minha sobrevivência, com essa inflação galopante...
Compro menos, pago mais.
Ah, se minha saúde fosse boa!
Mas não é lá essas coisas.
Cada vez me aparece coisas diferentes ano a ano.
 Ainda mais agora, que me tornei cinquentona...
O envelhecer é triste. Só é bom para quem goza de boa saúde.

Não sei o que fazer da minha vida. A não ser pedir ao Criador que me ajude, pois só ELE, pode todas as coisas. E nunca me deixou em pior situação da que já estou.
Como sempre digo aqui: HÁ ESPERA NA ESPERANÇA.
Eu continuo esperando duas coisas:
Saúde e pessoas boas que queiram comprar meus e-books.

Fátima Abreu



O e-book pode ser pedido pelo e-mail: fatuquinha@gmail.com
Darei os detalhes da conta para o depósito, que também pode ser feito em loteria.
Custa apenas 10 Reais, levando outro de brinde da minha estante virtual, basta escolher:

http://www.bookess.com/profile/fatuquinha/books/


QUEM QUISER DAR UMA OLHADINHA NO LINK, TEM ALGUMAS PÁGINAS DO LIVRO DISPONÍVEIS PARA LEITURA:

                                      http://www.bookess.com/read/20625-a-verdade-de-gaia/

terça-feira, 3 de junho de 2014

Solarização

 “Que o sol a brilhar nas manhãs chuvosas tenha força para radiar os corações cinzas.” Caio Fernado Abreu

Não falarei de rosas hoje.
Elas são para dias reluzentes.
Tal qual as pérolas.

Dias cinzas existem.
Ontem foi um deles, hoje, já não sei...
Pelo menos lá fora, continua cinza.

Não riam! Não foi um gracejo.
Está nublado mesmo!

Entretanto, mesmo com as flores caídas,
Em dias de tristeza sentida,
Podemos levantar a cabeça,
Depois de desabafar no choro...

E enxergar lá fora, algo para sorrir.
Mesmo que o sol, não aponte no horizonte.
Que seja cinza!
Ainda há esperança no coração:
Uma breve, mas eficaz solarização...

Fátima Abreu