terça-feira, 27 de março de 2012

O esquecimento azul (parte X)



Francis, pega de surpresa, mal podia acreditar que agora tornara-se mentora.
O mentor que lhe deu a fita azul, disse-lhe que seu compromisso com André seria sua principal atividade, mas que sua escrita continuaria, porque era para isso que fora levada inicialmente, para o Complexo do Amanhã. O outro senhor, ainda lhe deu mais uma coisa: Um 'passe' especial, que era vamos dizer assim, uma benção, para seu novo trabalho ali.
Eles saíram, desejando sucesso com seu novo compromisso. Mas Lúcio ainda ficou. Ele a olhava de forma diferente agora: Além do carinho que nutria por Francis, tinha uma espécie de admiração, pelo progresso rápido que ela teve.
Francis rompeu o silêncio entre os dois:

_ E agora, Lúcio, o que faço? Não tenho idéia!
_ Siga apenas o seu bom coração, Francis. As palavras surgirão normalmente, quando estiver falando com André. Foi assim que fiz com você, minha amiga. Como te disse antes, minha experiência tinha sido apenas com pessoas bem jovens e adolescentes, não  sabia como lidar com um alguém um pouco mais velha que eu, mas isso foi mudando dia a dia na nossa relação aqui...
Senti sua confiança total e dediquei-me  ao máximo, para te orientar e desfazer suas dúvidas. Pensava de inicio assim: Sou 17 anos mais jovem que Francis, e isso é uma boa diferença! Como tratar os diálogos numa linguagem que fosse boa para ambos? Depois eu mesmo percebi que isso era uma grande bobagem, porque idade está na cabeça de cada um, ainda mais que aqui, o tempo nada interfere...
Podemos nos plasmar mais velhos, mais novos, e até em crianças!
Vou dizer a verdade dentro da minha alma, Francis: Você me deu um orgulho positivo... Sinto-me grato, por ter sido teu mentor.
Ele de impulso a abraçou. Coisa que nunca tinha feito antes! Ficaram ali, cerca de um minuto, um pouco menos talvez, naquele abraço apertado, vibrando energias positivas de carinho para ambos.

Depois disso, Francis deixando cair lágrimas de seus olhos, que nada mais eram, do que espelhos de sua alma doce.
Ele limpou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto... Francis então disse-lhe:
_ E do mais fundo de meu coração, te digo agora: Não teria tido melhor mentor que você, meu amigo querido.

Eles se entreolharam de um jeito todo especial. Nascida ali, naquele momento, mais que a amizade que os unia todo aquele tempo, era agora uma sementinha plantada para o seu futuro...

Lúcio se despediu de Francis no corredor, de uma forma diferente:
_ Francis, agora oficialmente: Seja bem vinda ao grupo, e nos veremos pelo menos duas vezes por dia, no inicio da manhã, na prece dos mentores, lá na sala que já conhece, em favor de nossos amigos daqui, e no fim do dia de trabalho para a prece final, em favor de nossos irmãos na Terra. Fora desse roteiro oficial, de vez em quando, nos encontraremos nas atividades conjuntas: Palestras ao ar livre no campo, dentro dos prédios, nas salas especiais, etc. Quando quiser me falar entre uma atividade e outra mesmo que seja para te ajudar no inicio, é só pensar em mim... Saberei que está me chamando e onde, dentro do complexo. Sendo assim, logo te encontrarei.
_ Ok. Que seja dessa maneira, a nossa comunicação! Obrigada por tudo, Lúcio.
_ Por nada, Francis. Eu que agradeço ter te tido essa oportunidade. Fica bem, e LUZ NO TEU CAMINHO!
_ Luz, também para você, sempre... meu amigo.

Lúcio plasmou uma flor entre seus dedos...
Juntaram as mãos e depois soltaram devagar, se separavam a passos lentos, ainda olhando-se, seguiam cada um para sua ocupação...
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Francis voltou para o hospital e dirigiu-se para onde D. Neide estava, precisava lhe dar notícias sobre André, como havia prometido antes.
Ao entrar, percebeu que a senhora tirava um cochilo, então a chamou sem assustar:
_ D. Neide... Olha voltei. Estive com André, e está muito bem!  Perguntou pela senhora também. Acalmei-o quanto a isso. Agora tenho que lhe dizer que vamos ter muito tato, porque quando ele souber da verdade, sobre seu novo mundo e que não verá seus pais como antes, poderá ficar nervoso, rebelde, deprimido...
Não sabemos qual será a reação. Mas a senhora deve estar presente, quando eu lhe disser isso, para sentir-se reconfortado por ter pelo menos um, de seus parentes, por perto. Assim, o 'choque' será menor...
_ Sim, Francis, é claro! Estarei com ele nesse momento. Eu tenho a compreensão do meu novo estado, por ter sido espírita, mas ele... é apenas uma criança... Mas você disse que dará a notícia, por quê?
_ Porque agora serei a mentora dele. Acabei de ser informada sobre isso. Veja: recebi a fita azul dos mentores.
_ Francis, mas que ótima notícia! Fico contente por você, e pelo Dedé! Sei que agirá com muito carinho, você sempre pareceu ser uma pessoa boa...
_ Com certeza, cuidarei dele com muito carinho! Adoro crianças, sempre tive muito jeito com elas, e nesse caso em especial vou me dedicar bastante para honrar essa fita azul aqui.
Disse isso, prendendo a fita em seu cabelo, passando por baixo da nuca e amarrando em cima, num bonito laço... Ao estilo: "Alice no País das Maravilhas".

 A fita poderia ser colocada em qualquer parte: Tinha mentores, que a usavam como 'bottom', presa na blusa. Outros, a levavam no pulso ou onde desejassem, mas tinha que estar visível, para indicar o "cargo" e ter acesso aos lugares que nem todos, poderiam se dirigir... Essa fita, tecida em matéria etérea, não poderia ser plasmada por qualquer pessoa, se assim fosse, seria fácil o acesso de indivíduos despreparados, nesses locais.

Retomaram a conversa:
_ Minha filha, e quanto a mim, quem será meu mentor, você sabe?
_ Isso eu não sei, D. Neide. Mas não se preocupe, logo saberá: Ele virá ainda hoje, para se apresentar. Aliás, todos os mentores designados para cuidar dos recém chegados, farão isso. Agora se me dá licença, vou até André. Tenho que fazer a minha parte: me apresentar como sua mentora a partir de hoje...
_ Vai, Francis... Olha, diz para ele, que a vovó enviou um beijinho e que logo irei vê-lo.
_ Pode deixar D. Neide, darei o recado. Fique tranquila e aguarde seu mentor ou mentora...
_ Até depois, minha filha.
Francis apertou sua mão, virou-se, e saiu dali diretamente para a ala infantil.

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Francis chegou perto de André, sentou-se ao seu lado e disse tranquila:
_ Sabe de uma coisinha, André? Tenho uma novidade para você: Serei sua mentora!
_ Sério? Você é que vai explicar as coisas, igual a uma professora?
_ Sim, meu anjo... Fui designada para isso... Ser como uma 'professorinha' para você aqui. Amanhã te levarei para a Colônia das Crianças, como havia dito antes para você, lembra? Lá, vai brincar e muitas coisas mais...
_ A vovó vai com a gente?
_ Bem, se derem o ok, para que ela saia do hospital, vai sim. Mas se acharem que deve ficar mais um pouco...Terá que esperar para que ela te encontre depois.
_ Mas, me responde uma coisa, Francis: Por que meus pais não vem me pegar, em vez de eu ir para essa tal de 'colônia'?
_ Ah, isso é um assunto que vamos conversar depois... Quando sua avó sair do hospital e vier se juntar a nós, eu te direi o porquê.
_ Tá bem, então... Mas eu tô achando tudo isso muito 'doido'...
_ Não é muito fácil para uma criança, mas com o tempo, vai se acostumar... Depois vai entender tudo, Andrezinho... Veja todo esse azul a sua volta: Não é lindo?
_ Engraçado, percebi que aqui tem muito azul mesmo!
_ Sim, Andrezinho... Chama-se "O ESQUECIMENTO AZUL" ...

(continua agora, no meu próximo livro)

Fátima Abreu

domingo, 25 de março de 2012

O esquecimento azul (parte IX)




Dias correram desde a ida ao teatro de Francis e Lúcio, estranhamente, durante a peça ela sentia sensações diferentes, como se lhe tocassem dentro da alma... Cada palavra que a personagem principal feminina dizia, parecia palavras saídas de seus poemas na Terra, coisas que lhe eram peculiares... Mas como a atriz, as usava interpretando o seu papel, ela tomou isso como uma "coincidência"

 Ela comentou isso com Lúcio e ele lhe respondeu:
_ Francis, nada é por acaso... Não há coincidências minha amiga... Alguma mensagem o autor da peça lhe quis passar, pois usou de suas próprias palavras, da sua linguagem, e ao nos convidar para assisti-la, ele já devia saber que causaria essa sensação em você...
_ E será que você poderia depois, quando não estiver tão ocupado, me levar até ele?
_ Sim, farei isso Francis.
Ela agradeceu com um sorriso nos lábios.


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Novas pessoas chegavam da Terra, em turbilhão, naquele dias.
Uma grande enchente em tal lugar, um desabamento que levara muitas casas de outro, um prédio inteiro que desabara...
Todos tinham que ajudar os recém chegados, estavam muito debilitados, por cada situação que envolvera suas mortes.
O hospital foi plasmado então, para aumentar de tamanho e assim ter mais leitos sendo ocupados por eles.
Francis foi uma das socorristas durante os primeiros dias, não oficialmente, mas como voluntária. Cuidava com carinho de casa pessoa que precisava de ajuda e entendimento da sua nova situação espiritual... Oferecia-lhes a água para recuperação, fluidificada justamente para isso e o carinho gentil de todo o seu ser...


Entre as pessoas que estavam sendo cuidadas no hospital, estava uma conhecida sua: D. Neide, que havia morado na mesma rua que Francis morava, na ocasião.
Um senhora ligada ao espiritismo de umbanda. E que algumas vezes havia estado em sua casa, não para isso, mas para lhe dar injeções porque era também enfermeira.
Ela estava no prédio que havia desabado, no apartamento do filho, cuidando do netinho, no dia fatídico...
O menino fora levado para a ala infantil do hospital, e Francis iria visitá-lo logo depois de falar com D. Neide.

_ Como está hoje, D. Neide?
Francis perguntava, segurando uma de suas mãos, sentada em uma cadeira ao lado da cama.
_ Ah, minha filha, ainda sinto algumas dorzinhas... Mas estou melhorando, obrigada. Sabe notícias do Dedé?
_ Isso que vim lhe dizer: Vou visitá-lo agora, se estiver em condições de ser transferido para a Colônia das Crianças, eu o levarei, amanhã ou depois... 
Lá sou ajudante nas horas vagas. Mas antes disso, eu o trarei para vê-la. Logo que a senhora esteja totalmente recuperada, vocês poderão ficar juntos, na vila da colônia, por um tempo.
_ Sim, minha filha eu queria muito continuar cuidando dele, mesmo aqui...
_ Bem, isso eu já não sei... Não é do meu conhecimento, os planos de seus mentores... Ele terá um caminho para trilhar, a senhora também. Cada ser, tem seu próprio caminho para a Luz.
_ Ah...que pena, não poder ficar com ele para sempre...
_ 'Para sempre', não existe nem na Terra, nem aqui,  D. Neide.
A senhora a olhou meio desconsolada... Sabia que Francis estava certa, D. Neide como espirita, mesmo sendo de umbanda, sabia das reencarnações contínuas do espírito, para conseguir progredir.
_ Eu sei, Francis, eu sei...
_ Bem agora vou D. Neide. Depois volto com notícias, ok?
_ Fico aguardando então.

Francis levantou-se  e deu um beijo na testa da senhora. Seguiu pelo corredor e entrou na ala infantil, para procurar por André. O menino estava sentado na cama, olhando para a janela em sua frente. Francis se aproximou e perguntou:

_ Oi, André, você não lembra de mim, me chamo Francis, sou escritora. Mas fui vizinha da sua avó, lá no bairro. Você tinha apenas um aninho naquela época...
_ Agora tenho 8 anos. Já estou crescido! Mas esse hospital é no bairro? Estamos perto de casa?
_ Não é no bairro, está bem longe de casa, para dizer a verdade... Mas isso uma pessoa vem te explicar direitinho depois, uma pessoa escolhida aqui, só para te acompanhar e te ajudar na recuperação. Vai se apresentar para você, como seu mentor ou mentora...
_ E a vovó onde está? Como ela ficou depois do desabamento?
_ Fique tranquilo André: Ela estava machucada no início, mas agora já está bem, e aqui, nesse mesmo hospital.
_ Ah, que bom! Fico contente, porque a vovó é quem cuida de mim, meus pais trabalham o dia todo, só vejo de noite, quando chegam.
Francis olhou para André com um certo dó, sabia que seria um 'choque' quando soubesse que não estaria mais com seus pais...
_ Bem, vou então. Logo você vai ser levado por mim, para conhecer outras crianças: Tem um parque lindo, aqui pertinho, chama-se COLÔNIA DAS CRIANÇAS, onde elas brincam de várias coisas. Você vai gostar!
_ Parece legal, parque é sempre bom.

Francis balançou a cabeça afirmativamente e assim como em D. Neide, deu um beijinho na testa de André.
Saiu do hospital, diretamente para sua conhecida ALA "A", no prédio onde estava acomodada desde o dia que ali chegou. Uma força estranha a levara diretamente para lá, como se fosse um chamado telepático de alguém... Estava certa: Ao entrar nos corredores do prédio, Lúcio a aguardava com uma fita larga, azul, em suas mãos, juntamente com mais duas pessoas que Francis subitamente identificou: Eram 2 mentores que estavam na sala de reuniões, naquele dia, em que Lúcio a levara até o outro prédio.

_ Francis já sabe que te chamamos...
Disse Lúcio.
_ Sim, percebi isso agorinha. Mas o que seria?
Um dos senhores se aproximou, e pegando a fita das mãos de Lúcio, a colocou nas de Francis, dizendo:
_ Com essa fita azul, você, Francis Anjos, torna-se agora mentora de André Vilardes.
_ Eu? 
_ Sim, pelo total  de seus atos aqui e pela capacidade de comunicação com os pequenos que demonstra sempre. Agora mesmo, tratou com cuidado do menino. Saberá seguir em frente com esse trabalho.
Ela olhou surpresa e interrogativa para Lúcio, que compreendera tudo naquele momento:  Francis sendo mentora, não precisaria mais de seus cuidados.

( continua )


Fátima Abreu









sexta-feira, 23 de março de 2012

AS PÉROLAS



As pérolas
Meu 'mundo redondinho', de versos são delas...
Não as tenho em mãos, nem tive em momento algum,
Mas as aprecio infinitamente!
Pelo grão semente...

A areia faz seu trabalho:
Se mistura dentro da concha, aos minerais levados pelo mar
As pérolas então, com a ação do tempo, surgem brilhantes!
Desejada em colares no pescoço,
Fazendo conjunto com brincos, ou não...
Mas é uma beleza única, que reluz!
E emoldura o rosto de quem as utiliza,
Habitando os sonhos, dessa poetisa...

Fátima Abreu

quinta-feira, 22 de março de 2012

O esquecimento azul (parte VIII)





Lúcio apareceu naquela manhã, na porta dos aposentos de Francis, com uma notícia nova:
_ Toc, toc, posso entrar, Francis?
_  Claro que pode, Lúcio. Já estou pronta para mais um dia, nesse novo mundo!
Ele entrou e com seu sorriso de sempre disse:
_ Hoje vamos até o teatro, pois já estão encenando uma nova peça, que servirá de inspiração para quem for escrevê-la na Terra.
_ Pode me explicar melhor? Li em 'Violetas na Janela', sobre o teatro, sobre os transportes que levam os nossos amigos para visitarem seus parentes, e várias outras coisas...
Aliás, é um livro muito bom! E já se fez a peça também!
_ Sim é... Acha tudo aqui bem parecido com o que leu, não é?
_ Falando assim, é verdade... Por que será?
_ Natural. As memórias que estavam em sua mente permanecem, a do livro é uma delas... 
Tentamos fazer com o que há de vínculo terrestre, seja 'esquecido', para que assimile a nova realidade onde habita agora. Apesar que em certos casos, seja bem difícil isso, ainda mais para aqueles que deixaram muitas coisas pendentes ou que não conseguem se desligar do pensamento (conceito) de família.
Nesses casos, o espírito sofre bastante, porque também sente  o sofrimento de seus entes queridos, quando eles choram... 
Pais e mães que deixam seus filhos tão despreparados ainda para as coisas do mundo... ou filhos que são retirados muito jovens do seio familiar, são alguns exemplos.
Outros, deixaram tantas coisas a serem resolvidas e temem que nada seja concretizado pelos que ficaram...
Esses espíritos, acabam por influenciar positivamente ou negativamente os que na Terra ficaram, dependendo da frequência que 'vibrem'... 
Se forem elucidados, e assim souberem controlar os impulsos, ajudarão muito para que os objetivos cheguem a um resultado positivo. 
Mas se forem espíritos rebeldes, acabam por atrapalhar tudo, causando má influência para aqueles que estariam encarregados de levar seus projetos em diante, no planeta...
Esse processo pode ser desastroso, podendo a pessoa ficar doente, depressiva, desenvolver pânico e outras coisas mais... muitas das moléstias da Terra, ligadas a psiquê humana, é causada por influências espirituais...
_ Eu sei, já li muito sobre isso também, Lúcio. As dependências químicas, os vícios de um modo geral, as tendências à sexualidade violenta como o sado masoquismo... Tudo é influenciado e potencializado por espíritos que não tem a LUZ, o entendimento, e muitos nem querem ter isso...
_ Exatamente, minha amiga! Sabe, você daria uma boa mentora, quem sabe logo ocupará esse 'cargo' aqui?
_ Não! Tenho pouquíssimo tempo aqui, e muito que aprender ainda...
_ Aqui não é tempo que conta, Francis, a noção de tempo e espaço é nula nessa realidade. Você diria que faz quanto tempo que se foi da Terra?
_ Uns 2 meses talvez...
_ Viu? Nada disso! Em termos terrestres, já se passaram pouco mais de 3 anos, Francis!
_ Nossa! Sério mesmo?
_ Sim, minha doce Francis, já fazem 3 anos terrestres que você partiu...
_ Quem diria, hein? Nunca imaginaria isso...
_ Então, vamos ao teatro? 

Ele ofereceu o braço, como era de seu costume e Francis respondeu com um largo sorriso:
_  É pra já!

Engraçado é, que não desconfiavam que a peça que seria encenada pelos atores e atrizes, era relativa à suas vidas futuras...

(continua)

Fátima Abreu

quarta-feira, 21 de março de 2012

'PESSOINHAS' ESPECIAIS, ESSE É SEU DIA!


VOCÊ É ESPECIAL POR TER NASCIDO ASSIM:

ESPECIAL, POR TER ACEITADO TAL MISSÃO.
ESPECIAL, POR BRILHAR COM SUA CAPACIDADE DE SUPERAÇÃO!

ESPECIAL, POR MOSTRAR SEUS DONS, AOS QUE NÃO SABEM QUE ELES EXISTEM!
ESPECIAL PORQUE É CAPAZ DE AMAR COM TODA INTENSIDADE, SEM FINGIMENTOS, PORQUE ESTÁ NA SUA 'ESPECIALIDADE', A SINCERIDADE...

ESPECIAL, ESSE É SEU RÓTULO, DADO PELA SOCIEDADE...
MAS PARA NÓS, QUE SABEMOS A SUA PARTICIPAÇÃO ESPIRITUAL AQUI NA TERRA,
E AS MUITAS 'BARRA'S QUE TEVE QUE PASSAR, PARA ACEITAR COM TOTAL ENTENDIMENTO ISSO,
O NOSSO APLAUSO, E PARA SUAS FAMÍLIAS TAMBÉM...
SÃO GRANDES VENCEDORES!
DEUS OS PROTEJA SEMPRE,
AMÉM.

FÁTIMA ABREU

terça-feira, 20 de março de 2012

O esquecimento azul (parte VII)



Distraidamente, Francis seguia conversando com Lúcio até chegarem em um campo verde lindo! Lá estavam muitas crianças. Francis esboçou um sorriso de 'ponta a ponta', ao vê-las brincando ali... Umas soltavam pipas, outras jogavam bola, as meninas brincavam de bonecas e casinha, outras de roda e pique... Seguidas pelos olhos carinhosos de seus mentores.
Lúcio convidou Francis a sentar-se na grama fresquinha e orvalhada... Ficaram ali, a observar casa rostinho e brincadeira que as crianças inventavam.
Francis percebeu um menininho sentado embaixo de uma árvore, distante dos outros. Lúcio explico-lhe que ele era diferente, pois tinha sido autista, na Terra.
Para sua surpresa, seu mentor acrescentou que  o menino, por ter passado assim no orbe terrestre, era apenas para enradiar sua força interior nos pais, que precisavam estar unidos para cuidar dele, e assim acabando com um carma de muitas encarnações  anteriores:
_ Na verdade Francis, os autistas são espíritos elevados, mas não conseguem passar para os demais, quando estão encarnados, a sua mensagem... Porque é muito reveladora e conectada diretamente com toda física e química quântica que envolve a Terra...
Engraçado é que no planeta, são chamados de 'especiais', por se comportarem de maneira diferente dos demais, e no entanto aqui, sabemos que são bem mais avançados espiritualmente.
_ Fiquei contente em saber isso... Mas por que mesmo aqui, ele se comporta assim?
_ Ah, é porque ele chegou recentemente, se bem me lembro, nessa semana... Ainda guarda as memórias ligadas a carne... Mas com o passar do tempo, vai se revelar, na grande espiritualidade que tem. Depois será levado para um orbe em outra dimensão, bem mais elevada do que essa. Como se fosse um patamar parecido com o dos "anjos"...

_  Adorei ter vindo até aqui, amo crianças! Acho que sou uma eterna criança, por dentro...
_ Eu sei disso, Francis.  Por esse motivo, quero te fazer um convite: Quer ser uma auxiliar aqui, nas horas que não estiver na 'sala da escrita'?
_ Mas claro que sim! Meu sonho na Terra, era ganhar um dinheiro que desse para montar um orfanato, para abrigar as criancinhas desventuradas pela vida...
_ Sei disso também, e para dizer a verdade, estudei muito de você, antes que aqui chegasse...
_ Estudou, foi? Mas de que forma, pelo aparelho?
_ Não, por um telão... mas isso não vem agora ao caso... Vamos então? Hoje você terá uma pessoa para lhe dar um depoimento, sobre as coisas que somem sem ter explicação...
 Ela se levantou, com ajuda da mão de Lúcio estendida, e sem mais nada dizer, seguiram de volta ao prédio de origem.

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Um senhor dos seus 55 anos, a aguardava na sala da escrita, sentado em uma das cadeiras azuis, no cantinho que pertencia a Francis...
Francis se despediu de Lúcio, que seguia para seus outros afazeres, e entrou na sala dando um cumprimento para todos que ali estavam. Os outros escritores retribuíram a saudação, e continuaram atendendo aos seus relatores do dia...
_ Muito bem, então o senhor é o meu próximo relator. Como se chama?

Disse-lhe, apertando sua mão gentilmente...
_ Me chamo Gaspar Lemos.
_ Vamos começar, senhor Gaspar? Pode falar tudo que lhe vier na memória, estou aqui para ouvir e depois escrever da minha maneira, sua história...
_ Bem, sempre fui uma pessoa que cuidava das coisas, bem organizado, percebe?
 Mas o que mais me incomodava, era quando as coisas sumiam lá em casa, ou no meu pequeno escritório. Não encontrava explicação para isso!
Minhas duas assistentes do escritório, ficavam 'loucas', procurando as coisas que sumiam! Eu exigia delas, aquilo que nem na minha casa, eu conseguia resolver... coitadas!
A minha esposa Ruth, era tão cuidadosa quanto eu, mas mesmo assim, os objetos sumiam e ficávamos nervosos com isso, até porque, muitas vezes eram coisas extremamente necessárias...
Um dia, uma amiga dela, que era espiritualista, disse-nos que isso era coisa dos 'duendes', que eram seres elementais que gostavam de pregar peças nas pessoas, escondendo tudo.
Claro que nem eu nem ela, aceitamos tal explicação! Isso para mim, era coisa de contos para crianças, ou desenho animado...
No entanto, mesmo com essa explicação meio 'tosca' da sua amiga, Ruth, foi pesquisar e descobriu que existiam seres espirituais que gostavam de fazer esse tipo de coisa mesmo: desmaterializavam um objeto e depois da pessoa até esquecer que tinha perdido, esse objeto reaparecia misteriosamente em outro lugar, que seria o último, a ser procurado...
Certa vez, procurávamos uma faquinha de serra da cozinha, muito usada por nós, e nada de achar... Quase um mês depois, ela reapareceu dentro da caixinha de costura de Ruth!
De outra vez, uma agenda sumiu, e só apareceu um ano depois, na estante da sala, onde procuramos muitas vezes ao tirar tudo, para limpar o pó...
O mais estranho, foi quando fizemos uma viagem para Paraíba do Sul, de carro: Ruth havia levado uma saia, dentro de uma bolsa, no porta malas, para trocar na hora do almoço no restaurante, pois viajava de bermuda jeans... Mas ao abrirmos o porta malas, a bolsa estava vazia! Quer dizer, a saia dela sumiu dentro da bolsa, no trajeto da viagem!
Gostaria que relatasse esses, e outros exemplos que lhe direi, para um capítulo especial do seu livro, sobre os 'achados e perdidos'... E como os espíritos podem fazer esse tipo de coisa, seja para brincar, ou para simplesmente deixar as pessoas desorientadas e nervosas, por algum motivo, que só eles sabem...
_ Sim, agora mesmo! Até porque, eu mesma já tive esse tipo de experiência na Terra, sei bem como é... Mãos a obra!

Assim, Francis dedicou o resto de seu dia, aos relatos do senhor Gaspar... Ela não quis brincar, mas sabia que ele tinha nome de 'duende': GASPAR, O GNOMO DA PROSPERIDADE, ironicamente...

( continua )

Fátima Abreu
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Nota a título de curiosidade:
Mensagem de GASPAR: "Prosperidade não consiste em ter, mas em ser"
               http://www.alemdalenda.com.br/v_foto.cfm?id=658

sábado, 17 de março de 2012

O esquecimento azul (parte VI)



Lúcio levava Francis até o outro 'departamento'. Ficava logo depois das alamedas ajardinadas, em volta do prédio onde estavam antes. Passou por eles um senhor cabisbaixo, parecendo preocupado com alguma coisa...
Lúcio pediu licença por uns instantes para Francis, e foi falar com o tal senhor. Ela sentou-se em um dos bancos da alameda e esperou.
Percebeu que eles conversavam baixinho. Em certo momento, Lúcio deu-lhe um "passe", que era nada mais do que a imposição das mãos sobre  a pessoa, realizando uma prece interna, que energizava a quem recebesse, dando-lhe bons fluidos.
Isso Francis conhecia bem, pois ainda na Terra, ela mesma fez isso em alguns momentos, quando socorria uma pessoa espiritualmente.
Depois disso, o senhor tranquilizou-se e apertando as mãos de Lúcio, agradeceu o conforto e saiu, desta vez com a cabeça mais erguida...
Lúcio voltou até  Francis e retomaram o trajeto para o outro prédio.
Francis nada perguntou, mas Lúcio já sabendo de seus pensamentos e disse:
_ Quem era aquele senhor?
_ Meu pai na Terra. Chama-se Horácio.
_ Seu pai? Nossa! Não esperava que fosse essa, a sua ligação com ele.
_ Sim, ele chegou mais ou menos quando você veio também, uns dias antes...
_ Então você está mais tempo aqui do que ele... É o mentor dele também?
_ Não. É um outro, amigo da família. Mas vamos, depois falamos sobre isso...
_ Ok.

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O local era bem maior por dentro, do que parecia do lado de fora: Paredes brancas, teto azul, amplas janelas... Entraram numa porta que estava entreaberta.
Lúcio se apresentou ao 'Conselho de Mentores' que era uma reunião deles, em volta de uma mesa em forma de meia lua, toda pintada de branco.
Naquele instante, Francis sentiu-se uma intrusa e recuou alguns passos, ficando no salão.
Mas um dos mentores que estavam ali, a chamou de volta:
_ Entre, Francis. Você é muito bem vinda aqui.
Em um momento ela lembrara de um poema que lera nos seus tempos de adolescente:  

IRENE NO CÉU, de MANUEL BANDEIRA

Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.

Imagino Irene entrando no céu:

- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.


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Ela se sentiu a própria 'Irene' do poema. Foi timidamente entrando, e o mentor lhe mostrou a cadeira, para que tomasse assento.
Conversavam sobre os novatos e aqueles que apresentavam rebeldia... Teriam que levá-los para uma sonoterapia talvez... Era isso que decidiam no momento que Lúcio e Francis chegaram.
Francis prestava atenção, para aprender mais sobre aquele 'novo mundo'...
Lúcio optou pela sonoterapia assim como a maioria. Apenas 2 mentores tinham sugerido outra forma de acalmá-los: Levá-los ao hospital, para serem assistidos pelos médicos e psicoterapeutas, com novo tratamento.
 Mas como a maioria decide, a sonoterapia ganhou.
"Aquele rapaz que estava na sala de palestras, seria um dos convocados para o tratamento, com certeza..." Pensou Francis...

Tudo acertado, eles se cumprimentaram e saíram do recinto, ficando apenas Lúcio e Francis ali.
Ela então retomou a conversa sobre Lúcio:
_ Conte-me agora como chegou a mentor, Lúcio. Como seu pai reagiu ao encontrá-lo aqui? E o resto de sua família onde está, ainda na Terra?
_ Calma, Francis! Uma coisa de cada vez... Você tem uma ansiedade muito grande! Teremos que 'trabalhar' isso, em você...
_ Sou curiosa demais, desculpe. Mas ainda vai me contar?
_ Sim, mas vamos por partes;
Primeiro: cheguei aqui no verão de 2004. Meu carro caiu de uma ponte, estava alcoolizado, vindo de uma festa, onde passei do limite na bebida, juntamente com outros jovens...
Ao sentir meu espírito se desprender da carne, vi algumas pessoas em volta dando-me as mãos. Segurei firme, me desprendi totalmente...
Então fui levado através de um corredor cheio de luzes, até essa colônia.
Aqui fiquei uns 2 dias no hospital para "desintoxicar", como nas clínicas da Terra...
Depois, meu mentor veio e me instruiu de todo o resto. A princípio eu não achava que deveria estar entre pessoas tão boas, eu mesmo me achava indigno disso.
Mas só o Criador sabe o motivo para tudo. A mim, cabia apenas a agradecer essa acolhida em tão bom lugar. Com o tempo, fui me interessando e ajudando cada vez mais, aos amigos que chegavam, vitimas dos mais diversos descasos com seu próprio corpo: drogas, álcool, fumo, DSTs...
Então, meu instrutor recebeu uma ordem superior, para me elevar ao 'posto', vamos dizer assim, de mentor também. Eu quase não acreditei nisso, não me achando capaz de tal coisa! Mas ele me convenceu, pois disse que para lidar com jovens 'desorientados', nada melhor que outro jovem.. Aceitei então. Desde aquele dia, cumpro meu dever.
_ Mas eu não sou tão jovem quanto você, e não sou 'desorientada' quanto ao mundo espiritual, por que então o designaram  para meu mentor?
_ Isso é um mistério para mim, Francis. Eu não sei o porquê. Apenas me disseram que teria que ser seu mentor, assim que aqui chegasse... E quando tentei perguntar sobre isso, responderam-me: "Existem coisas que são guardadas para o devido tempo".
_ Bem, então é melhor deixar como está, afinal, gosto de ter você como mentor!
_ Obrigado, Francis. Eu também tenho uma grande simpatia por você. Sabe, uma vez li um conto seu, quando estava na Terra... E achei que era muito talentosa!
_ Agora quem agradece sou eu. Mas voltando ao assunto...
_ Sim, você me perguntou se o resto da família estava na Terra...
Minha mãe Lara, foi a primeira que veio, faz 15 anos que está aqui, e está prestes a reencarnar. Minha irmã Luiza, está viva e se tornou advogada. Ela não sabe ainda, mas está grávida. Em breve, minha mãe será a filha de Luiza.
Meu pai você já viu, ficou contente ao nos reencontrar, mas está inconformado, porque agora que reencontrou minha mãe, já vai perdê-la novamente...
Respondidas todas as suas perguntas, ou tem mais?
_ Ora, só tenho mais uma coisinha para perguntar: O que fazia, qual era sua ocupação na Terra?
_ Era um professor de História, recém formado. A festa onde estava, era dos meus alunos. Aquelas 'confraternizações' de fim de ano...
_ Estou contente em ter partilhado essas coisas comigo.
_ Você é uma pessoa boa Francis, merece toda atenção. Agora vamos sair daqui. Quero te levar para outra  parte da colônia, sei que vai se identificar muito...
_ Nossa, já estou curiosa outra vez!

(continua)

Fátima Abreu

sexta-feira, 16 de março de 2012

O esquecimento azul (parte V)



Francis continuou seu trabalho naquele dia e ouviu a muitos relatos. Uns tristes, outros até engraçados... Realmente, experimentava sentimentos iguais aos da Terra ali, embora este fosse um novo mundo para ela, pode notar que as pessoas sempre refletiam aquilo que haviam sido antes. Salvo aqueles que se encontravam já em um patamar evolutivo acima, como os mentores...
Ela por momentos pensava: Como Lúcio parecia ser tão mais jovem que ela, e já tinha atingido o "status" por assim dizer, de mentor? Será que ele havia sido um exemplo de jovem altruísta, em seu tempo na Terra?

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No dia seguinte, ela foi procurá-lo assim que acordou.
Lúcio estava dando uma palestra, em uma das salas do prédio. Era para os jovens que vieram de religiões que não acreditavam na vida espiritual, na continuação da alma. Eram pessoas que apenas achavam que se morria e fim! Ao perceberem estar na vida pós morte, depois de um período de total incompreensão das coisas, eles foram levados para lá, pelos auxiliares, que eram mais ou menos como nossos enfermeiros(as) da Terra.
Uns achavam que sonhavam, mas que nunca acordavam do sonho, outros pensavam serem vítimas de alucinações ou de algum experimento científico... Pensando enlouquecer, pediam enfim socorro e assim, os auxiliares os acudiam.
Era muito difícil a tarefa de conscientizá-los da realidade em que estavam agora. Mas com calma, paciência e tolerância (porque alguns eram extremamente arredios) conseguiam levá-los para o Complexo do Amanhã, que nada mais era que uma das muitas 'colônias' espalhadas sobre o orbe terrestre, como a conhecida de muitos: NOSSO LAR, que fora retratada em livro, e posteriormente em filme.

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Ao perceber Francis na porta da sala, ouvindo e esperando o término da palestra, Lúcio a chamou para entrar e apresentou-a ao jovens que ali estavam:
_ Apresento aos novos amigos, a nossa mais recente escritora, a chegar no complexo: FRANCIS ANJOS
Ela deu um aceno geral, tímida, mas nada disse. Ficou um pouco sem jeito...
Percebendo isso, uma das moças se levantou e disse:
_ Eu já  li muitos de seus romances e poesias, Francis.
  Francis sorriu e sentou-se em uma das cadeiras. Lúcio continuava sua palestra e tocava agora no assunto sobre as coisas que o espírito pode fazer desprovido da roupagem da carne, como volitar. Alguém perguntou:
_ O que seria 'volitar'?
_ Volitar, seria voar e flutuar sobre as coisas, como nos desenhos animados que assistiam na Terra. Para isso, tem-se que praticar aos poucos, porque a idéia ainda, de 'massa', impede o processo na mente. Outra coisa: Vocês ainda tem a sensação de fome, sede, sono... Aos poucos tudo isso some. Verão que essas 'impressões da carne', se perdem aqui. Para aqueles que se acham 'feios desfigurados' pela causa de sua morte, seja por acidentes ou outro tipo: A boa notícia, é que podem 'plasmar seu aspecto' de antes do ocorrido, ou até de uma forma diferente. Tem algumas pessoas, que plasmam até as feições da vida anterior a última, depois que vêem seu rosto de outras encarnações, na 'sala do retrospecto'...
Bem, por hoje é só. Amanhã retomamos a nossa palestra. Podem seguir para as 'salas de aptidões', e escolher o ofício adequado aos seus perfis, aqui não há ociosidade...
Um jovem que havia sido um 'rebelde sem causa' quando ainda na Terra, dirigiu-se até onde estava Lúcio e Francis, e falou agressivamente:
_ Não vou procurar nada para fazer! Já que não estou mais vivo, quero 'sombra e água fresca', e ninguém vai me forçar!
Lúcio limitou-se apenas a dizer:
_ Se é assim que quer... Mas verá que isso, mudará... O amigo deve tomar da água que está no seu aposento, se sentirá menos revoltado.
Francis  teve o ímpeto de pegar suas mãos, e levar o rapaz para conversar, mas alguma coisa a impediu. Era a mão de Lúcio em seu ombro...
O jovem saiu e eles ficaram mudos por segundos, como se lamentassem...
Francis rompeu o silêncio e disse:
_ Quero saber algumas coisinhas também, Lúcio... E satisfaça minha curiosidade: Pode me dizer a sua história, e de como se tornou mentor aqui?
_ Sim Francis. Mas vamos para outro 'departamento', lá te contarei. Preciso resolver alguns assuntos pendentes...
_ Claro, onde quiser me levar. Estou aqui para isso: conhecer e aprender.
 Ele ofereceu mais uma vez o braço para Francis. E saíram dali, para outro prédio, onde Francis ainda não havia estado...
 (continua)

Fátima Abreu

PEQUENO POEMINHA INFANTIL, COM IMAGENS DE NOSSA INFÂNCIA...

 UMA BRIGA, DUAS OU TRÊS? NÃO IMPORTA, COMEÇAMOS TUDO OUTRA VEZ!


Gatinho de fora, os ratinhos fazem a festa!






O ratinho cansado de ser perseguido, deu o troco no gato, bandido...




Mas o gato lhe preparou mais uma das suas: E o ratinho esperto, acabou por bater no concreto...



O gato malvado também bateu com a cabeça, e um galo se fez...
Ratinho esperto, comemorou outra vez!


Mas como se está aqui na Terra para perdoar,
Os dois fizeram as pazes...
E dividiram o prato de leite, como um jantar.

Fátima Abreu

sexta-feira, 9 de março de 2012

O esquecimento azul (parte IV)




Lúcio, o mentor jovem de Francis, bateu a sua porta de manhã com um sorriso gentil:
_ Bom dia, Francis. Como está no dia de hoje?
_ Muito bem, obrigada. Lúcio, posso fazer uma pergunta?
_ Mas claro, estou aqui para te responder mesmo.
_ Posso começar minha colaboração com o "Complexo do Amanhã"? Quero me sentir útil aqui.
_ Sim. Como você é escritora, te enviarei para a sala onde todos eles estão, já trabalhando nisso.
_ E o que vou escrever lá?
_ Você terá relatos de nossos amigos que estiveram na Terra, passando suas provações, e explicará as muitas vivências deles, para formar seus livros. Depois desse processo de formação dos livros, irá então escolher um escritor ou escritora da Terra, para enviar as mentalizações através da psicografia.
Mesmo que os escolhidos não sejam ligados aos assuntos espirituais, eles receberão essas diretrizes e farão seus livros através da suposta "inspiração"repentina, que tiveram... Compreende agora a importância de seu trabalho como escritora?
_ Sim, agora entendo porque me trouxeram para cá. Me sinto bem em saber disso. Quero começar já!
_ Vamos então, te levarei até a "sala da escrita".
Ela sorriu feliz de começar enfim seu trabalho ali. Francis detestava a ociosidade desde sua estada na Terra. Era uma pessoa que estava sempre para lá e para cá fazendo muitas coisas diferentes. Seu antigo sogro, dizia que parecia uma 'formiguinha', pelo tamanho, e como era trabalhadeira!
Lúcio ofereceu o braço a Francis, que o enlaçou. Seguiram pelo prédio até chegar na tal sala. Era bem ampla e lá já se encontravam vários escritores, alguns vestiam trajes de sua época. Ela então perguntou para Lúcio:
_ Por que eles não usam as vestimentas habituais daqui?
_ Preferem manter os usos de quando eles estiveram na Terra, muitos gostam de vestir o que usavam em sua época, e respeitamos, porque a liberdade de expressão também é isso.
_ Ah, sim. Isso é bom, livre arbítrio. Pensei que só se aplicasse as decisões tomadas na vida. Mas vejo que seja em qualquer parte, temos o direito de  optar pelo que queremos para nós.
_ Sim, é isso, Francis. Claro que como toda sociedade, aqui também temos regras e para manter o equilíbrio vibratório de paz, temos uma hierarquia para ser obedecida. Mas acho que isso você já deve saber...
_ Sei sim, porque lia muito sobre a espiritualidade na Terra. Mas agora, onde me sento para começar?
_ Ali naquele cantinho azul. É exclusivamente para você. Já estava plasmado, antes da sua chegada, para que você assumisse seu papel, na nossa obra.
_ Obrigada pela gentileza, Lúcio. Agora vou sentar na minha cadeira e começar a trabalhar. Onde está meu primeiro relator?
_ Já vem, é uma senhora. Assim que ela sentar e começar a contar sua vida terrestre, você já pode escrever na sua tela.
_ Ok.
Ele deu um aperto de mão e se retirou do recinto.
Uns minutos depois, a senhora veio ter com Francis:
_ Bom dia, Francis. Sou Carmelita.
Francis Anjos, sentiu um arrepio ao apertar sua mão, uma estranha sensação de conhecer aquela senhora de algum lugar. Mas Francis tinha repassado todas as suas vivências na "sala do retrospecto", e não tinha visto em nenhuma delas, aquela senhora como participante.
Deveria estar impressionada. Disfarçando, para que a senhora não notasse seu embaraço, pediu que ela se sentasse ao seu lado e começasse seu relato.
_ Sente aqui D. Carmelita. Pode começar a me contar sua vida, estou aqui para isso.
D. Carmelita sorriu. E novamente Francis sentiu aquela impressão, desta vez foi como se aquele sorriso, lhe fosse tipicamente familiar. Algo que remotava a sua infância...
Carmelita então começou a relatar sua vida, seu sofrimento com o marido que bebia, os amantes que recorria, por não ter contato físico com seu marido, os filhos que só lhe deram dores de cabeça a vida inteira, as noites mal dormidas pelos constantes pesadelos, e finalmente a doença que a mantivera em coma por 3 longos anos.
Uma noite no hospital, o marido veio e desligou o aparelho que a mantinha viva.
Ele foi descoberto, preso, e levado a júri, pela eutanásia.
Os filhos nem se deram ao trabalho de ir ao Tribunal no dia da condenação. Ele apenas ficou preso por 4 anos, depois morreu de cirrose, como já era de se esperar, pelos anos de bebedeira... Agora ele se encontrava nas camadas mais baixas do orbe, no "Vale das sombras"...
Ela se reconciliou com ele, pois foi até lá para perdoá-lo por tudo que a fizera sofrer e também para pedir seu perdão, pelos amantes que tivera no passado.
Ali, em meio a escuridão da noite, e os gritos de dor e pavor, dos espíritos doentes pelos seus erros cometidos na Terra, eles se abraçaram e o perdão mútuo, ajudou no próximo passo da sua evolução espiritual. Estavam prontos para mais uma vez usar da vestimenta da carne e voltar a habitar o orbe terrestre, desta vez como mãe e filho.
Nesse ponto, Francis parou de teclar suas anotações para o livro, e perguntou:
_ Quer dizer que vão reencarnar, os dois novamente?
_ Sim, Francis. Eu irei primeiro, para casar e ser a mãe. Depois ele virá como o primeiro de meus 2 filhos.
_ Hummm, então terá mais um filho... E quem será o outro?
_ Será uma menina, terei um casal. Você a conhece, mas não posso revelar quem seja. Aqui temos normas, você já sabe disso, tudo vem ao seu tempo...
_ Sim, claro. Desculpe-me, acho que fui além da conta. Muito obrigada pelo seu relato, D. Carmelita. Agora do meu jeito, vou escrever o livro. E já sei até o título, que acha de "Duas vidas e o perdão" ?

_ Você é quem decide, pois é a escritora, mas gostei sim. Agora vou para minha 'aula' sobre a nova vida que terei, o lugar onde vou nascer, viver, a minha nova ocupação, essas coisas... Engraçado é, que depois temos que passar pela 'sala do esquecimento'...De verdade, não entendo bem isso: Aprendemos e depois esquecemos...


Francis balançou a cabeça levemente, concordando com ela. Então disse apertando a mão de Carmelita, se despedindo:
_ É o tal "esquecimento azul"... conheço bem isso...  Boa sorte, na sua nova vida, D. Carmelita.
_ Obrigada, minha filha.
Ela sorriu novamente, e Francis compreendera tudo naquele instante...

(continua )

Fátima Abreu

quinta-feira, 8 de março de 2012

Absurdos Surreais

ARTIGO

Estão demais os casos absurdos, que a TV nos apresenta, eu diria até surreais...
Depois de assistir ao documentário sobre os mineiros da Bolívia e me entristecer com tal situação, troco de canal e vejo outra coisa que me chama atenção:
Uma noticia sobre uma mãe que deixa seu filho morando em casa diferente, da dela, apenas vivendo com a babá e o privando da escola ( ele tem 7 anos ), mas além disso, que por si só já era de 'amargar', ainda não deixa que a babá faça nada que tenha que sair de casa com o menino, sendo assim, até a comida ela tem que pedir via SMS, pelo celular para a patroa( vejam bem: nem é para falar, apenas escrever mensagem de texto ), assim que ela receber o SMS, ela providência que algum restaurante ou similar, entregue comida já pronta, na porta da casa, que diga-se de passagem é de gente remediada...
O menino tem conforto, mas falta o principal: A presença da mãe em sua vida e os estudos!
Disseram na reportagem, que havia 2 hipóteses para o 'abandono' da criança pela mãe:
A primeira, era de que ela tinha um companheiro que não a queria com filhos, então ela mantinha o menino, afastado.
E a segunda, era de que o pai da criança era violento, e ela não queria que ele fizesse parte da vida do filho, deixando-o bem longe de qualquer convivência.
Seja qual for o motivo que levou essa mãe a manter o filho em exílio, não justifica tal atitude. Não sou juíza de ninguém, e acho que ninguém o é, mesmos os juízes da Terra, são falhos.
Mas de qualquer forma, me doí com isso, achei surreal... Como mãe, não teria esse desatino.
Enfim, essas coisas acontecem e até piores do que isso!

Mas nessas horas pensamos:
Para onde vai o ser 'humano'?

Fátima Abreu

Esse foi o meu primeiro texto na web

Nota: FOI NO SITE PORTUGUÊS

www.fontedeluz.com 
Q EU POSTEI NA ÉPOCA.

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PREPARANDO O FUTURO

Desde que o homem anda sobre a Terra que procura saber de onde veio e para onde vai...

Há milhões de anos, existia  apenas um grande continente. Uma grande massa de Terra cercada por um oceano. Nessa época, o progresso intelectual, material e espiritual da Humanidade  dava os seus primeiros passos. E os "deuses" andavam pela Terra...

Para esta afirmação podemos usar como base algumas investigações que cientistas, arqueólogos, historiadores e também,  por que não dizer, a força que o mundo recebeu em relação a essa teoria, com o livro "Eram os deuses astronautas?"

Como explicar que em civilizações diferentes podemos encontrar pontos em que se identificam entre si?

Tomemos por exemplo as pirâmides do Egito, as do México, ou até as pouco conhecidas mas não menos importantes do Império da China. Como se explicar que em locais diferentes do globo existiam caracteres parecidos,  deuses antigos partilhados em diferentes culturas?

Cavernas em que se encontram desenhos e pinturas semelhantes e coloridas, são também uma  prova da passagem dessas entidades em diferentes épocas do passado na Terra.

No Brasil existe uma caverna onde foram encontrados nas suas paredes dizeres fenícios. Os cientistas não tem como explicar como foi possível uma civilização tão antiga  estar no Brasil numa época em que os seus primeiros habitantes, os índios, não habitavam no país. Anos e anos mais tarde, é que as populações indígenas se instalaram no Brasil vindos de outros países vizinhos e formando uma nova raça, com dialetos distintos, costumes diversos e mesmo nessas culturas a figura dos seres vindos do céu estão presentes. Existe uma lenda de um homem  alto que chegou a uma tribo,"caído do céu" e que começou a ensinar os índios a trabalharem na agricultura, a protegerem-se dos animais ferozes e entre outras  como tirar da natureza através das plantas os remédios para qualquer mal.

O ser humano veio habitar este planeta com a finalidade de evoluir e para que tal fosse possível  foi ajudado por certas entidades que tanto podem ser anjos para uns, extraterrestres para outros, ou seres iluminados que passaram também por um estágio idêntico ao que estamos a passar neste  momento mas que subiram a um patamar onde o amor ao próximo fala mais alto, desejando então ajudar esse tão sofrido planeta, de almas oriundas das Plêiades, mais precisamente de Capela.

Sim, somos almas vindas ao planeta Terra, para remissão de pecados anteriores, e que encarnadas aqui, tentam reerguer-se para progredir espiritualmente e intelectualmente.

Estamos preparando o nosso futuro para a Nova Era! O futuro da Humanidade está sendo traçado...

Paz, luz, amor em todos os corações!

Fátima Abreu
2008-02-08
www.fontedeluz.com

PELO DIA INTERNACIONAL DE TODAS NÓS!

DIA INTERNACIONAL DA MULHER




MULHER

PARA SER FÊMEA DA ESPÉCIE,
PARA TER O AMOR QUE MERECE.

MULHER
PARA SER MÃE,
PARA TRABALHAR,
E SEU ESPAÇO NO MUNDO, CONQUISTAR.

MULHER
CHARMOSA NO ANDAR
LINDA, DE QUALQUER FORMA!
BASTA SER MULHER,
PARA ENCANTAR

MULHER
FILHA, MÃE, TIA,  SOBRINHA, AVÓ, BISAVÓ
CHEFE, EMPREGADA, TÍMIDA, EXTROVERTIDA
DE TODAS AS ETNIAS
BASTA SER MULHER
PARA TE DAR PARABÉNS NESSE DIA!

Fátima Abreu

domingo, 4 de março de 2012

O esquecimento azul (parte III)



Francis fez um verdadeiro 'tour' pelo seu passado, outras vidas, outras eras... Através do aparelho, que lhe foi apresentado pelo seu mentor, naquele recinto.
Mas compreendeu que por seus erros e acertos, teve várias 'roupagens' de formas diferentes: Algumas vindo mulher, outras homem, uma vez rica e poderosa, e na outra, pobre e servil. Assim ela foi descortinando seu "esquecimento azul", do primeiro dia ali.

Francis agora já se achava disposta a ajudar no que pudesse fazer. Sentia-se mais forte para isso. Resolveu sair da 'salinha da retrospectiva' e procurar o seu mentor.
Ela chegou ao departamento onde ele ficava: O dos novatos, e pediu a moça que estava na recepção, para dizer que ela queria falar com ele.
A moça, de jaleco branco e calça azul, muito gentil e sorridente, lhe respondeu:
_ Ah, ele já a aguardava, Francis. Pode entrar...

Francis adentrou sem bater na porta. Viu que seu mentor estava sentado atrás de uma mesa giratória, e atrás de si, havia um painel enorme, representando a Via Láctea.
Era como se pudessem entrar pelo painel e viajar através das estrelas... Muito lindo!
Ele, percebendo seu deslumbramento, disse:
_ Quer saber se poderia viajar assim, despida da massa corpórea, pelo Universo?
_ Sim, isso passou pela minha cabeça.
_ Pode sim, Francis. Aqui como te disse antes, não há os limites que na Terra se tem... Então, até isso é possível, bastam apenas 2 coisas para tal:
Permissão superior e preparo interior.
_ Peço permissão para quem, especificamente?
_ Para o Conselho de mentores. Eles analisam se está ou não, preparada para esse tipo de viagem. Com certeza que não. Pois acaba de chegar, e isso leva muito tempo, há muito o que aprender ainda, para que ingresse nessa etapa exploratória do Universo...
_ Certo. Então me preparo primeiro bastante e depois peço a permissão.
_ Isso, Francis. Disciplina é sempre muito cobrada aqui. Se o ser não tem disciplina, não tem como se livrar de sentimentos errados, mas com você, vejo que vai ser uma tarefa fácil, pois sei que é uma pessoa muito afável.
_ Afável... Quanto tempo não escuto essa palavra!
_ Bem aqui sempre usamos as palavras devidas no momento certo. As 'gírias' da Terra, perdem o sentido aqui. Aliás, se quiser aprender outra língua, que é usada para todas as colônias, matricule-se no curso de ESPERANTO. Esse é o idioma universal, para os seres que habitam as 'esferas' em volta do planeta. Assim, uma pessoa que viveu no Brasil, como você, pode se comunicar com outro que passou a vida inteira falando mandarim, por exemplo.
_ Hum... Muito interessante isso. Mas e se for por telepatia? Ele entenderá também o que lhe digo?
_ Com a telepatia é diferente da linguagem usual... Os pensamentos por si só, já são captados e entendidos seja em que idioma for. Assim também é, com as mentalizações que algumas pessoas na Terra recebem, através da psicografia.
_ Entendi. Mas vamos então cuidar, de que eu aprenda rápido tudo por aqui, para que possa explorar o Universo.
_ Calma, Francis tudo tem sua hora... Aos poucos, vai se inteirando...
_ Está bem, aliás, tenho todo o tempo disponível mesmo, sem estar presa a contagem do relógio para isso ou para aquilo, como na Terra...
_ Sim, aqui o tempo e o espaço é uma coisa só. Percebeu isso logo, não foi?
_ Claro, até porque, notei que não teve noite.
_ Há noite sim, mas para os que estão nas colônias inferiores, são orbes especialmente para pessoas que fizeram muito mal na Terra, para elas mesmas e para os outros: Suicidas, assassinos, psicopatas, sociopatas, viciados e toda sorte de desventuras humanas, que 'escurecem" o espírito.
_ Sim, li bastante sobre isso, quando estava no planeta. Mas sempre há a chance deles saírem da escuridão, isso é confortador para os que sempre amaram esses desventurados...
_ Isso é verdade. Sempre a LUZ pode chegar, e tirar um espírito dessa 'noite' que lhe cobre.
Francis sorriu concordando com ele.
Apertou sua mão agradecendo a entrevista, e seguiu para seus aposentos azuis.
Amanhã, seria mais uma nova etapa ali...

FÁTIMA ABREU

quinta-feira, 1 de março de 2012

LAR = MÃE



Um LAR...
Será que todos o tem?
Não... Infelizmente uma casa por si só, não é um LAR...
LAR, é onde você se sente bem, é acolhido, 
onde pode dizer "EU TE AMO",
E ser retribuido...

LAR: três letras, como MÃE...
Talvez o LAR verdadeiro, seja como ela:
Te deixa quentinho, nas noites de frio,
Te abriga sempre, como a mãe, quando nos abraça.
LAR, seja em qualquer lugar
É onde você sabe que te querem bem:
Pode rir e chorar,
Sem ter medo dos sentimentos vividos,
Pois seu lar, é seu melhor amigo...

FÁTIMA ABREU

Paisagem mitológica




PAISAGEM MITOLÓGICA

Um rio, margens cobertas de limo
Ao redor, mais verde:
O das plantas, que crescem sem pedir licença,
Mas a Mãe Natureza permite.
Ao longe, uma cadeia de montanhas altas,
Parece inalcançáveis!
Mas os olhos, permitem olhá-las...
As árvores dançam com o vento.
Num bailar que é admirável!
As ninfas, correm entre elas,
Brincando...
São guardiãs da floresta, esse é seu papel
Gaia deixou filhas lindas, entre mar e céu.

Um barulhinho vindo de não sei onde,
Vinha tocar-lhes os ouvidos:
Era Pã com sua flauta encantada,
Trazendo vinho em sua garrafa,
Para oferecer as ninfas,
Mas elas sabiam: Nele, não poderiam confiar,
Bastava tomar seu vinho,
Para a 'festa' começar...

Gaia ficaria transtornada, 
Se suas filhas embriagadas, caíssem em tentação:
A missão lhes fora dada,
Para que, com total responsabilidade,
Cuidassem das florestas, rios e mares
Com a devida atenção...

Baco chamou-o de volta,
Não queria problemas com Gaia,
Se suas filhas deixassem de cumprir o trabalho,
Seria um verdadeiro caos!
A revolta da Mãe Natureza seria tão grande,
Que não valia o desafio!
Assim Pã, foi embora, 
Encontrando com Baco, na beira do rio...

FÁTIMA ABREU