terça-feira, 6 de novembro de 2018

Duas Dinâmicas










 LAURA: A QUE TINHA AMOR NO CORAÇÃO

Miranda estava já sem esperanças, seu problema cardíaco piorava dia a dia. O cardiologista lhe dera uma única solução: O transplante de coração.
Para isso, ela ficaria em uma lista de espera para uma doação.
Ela ficava triste de saber que para poder viver, alguém teria de morrer, chegava a ser mórbido isso...

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Foram dois anos de espera, e a notícia chegou numa tarde de inverno, quando Miranda saía da sua lojinha, o celular tocou:
_ Boa tarde, Miranda. Tenho boas notícias: Vá para o hospital imediatamente, pois ficará internada para o transplante, um coração já está a caminho, não perca tempo.
_ Sério, doutor? Conseguiram então?
_ Sim, mas venha o mais rápido que puder, essas coisas tem que ser agilizadas.
_ Ok, vou ligar para Peny, para ela levar minhas coisas para o hospital. Até lá.

Desligou o celular e um 'sorriso amarelo' preencheu seus lábios... É, alguém tinha morrido, e ela teria uma vida normal de novo...
Peny sua companheira, chegou afobada ao hospital trazendo a pequena mala de Miranda.
Miranda abraçou-a e conversaram bastante, até o médico pedir para que Peny saísse, pois já era hora de Miranda ser transferida para o centro cirúrgico.
Peny jogou um beijo no ar, e Miranda acenou e pediu que rezasse por ela, para dar tudo certo.
A cirurgia correu bem, no início Miranda pela tensão, teve que ser medicada, pois estava com uma ligeira alta, na pressão sanguínea...

Passados alguns dias, ela teve alta e Peny a veio buscar. Miranda estava alegre, com as esperanças renovadas, bem diferente dos últimos anos!
Miranda contava sempre com a ajuda de sua companheira Peny, que era enfermeira e cuidou dela durante toda a recuperação com carinho e atenção, nunca deixando passar da hora dos remédios, porque se fosse por conta da própria Miranda, esqueceria, pois ela tinha a memória muito ruim, e era comum encontrar por todo apartamento delas, lembretes colados aqui e ali...

Miranda mudara seu comportamento: Estava alegre, usava roupas mais jovens, falava muito agora, (antes, quase não abria a boca, falando somente o necessário) mudara também os gostos na alimentação, e até no cabelo, deu um corte radical... Parecia outra pessoa, e essa mudança foi notada não somente por Peny, mas também pelos funcionários de sua lojinha.
De vez em quando, ela escutava um comentário de relance:

_ Nossa, como a D.Miranda está diferente, em tudo! Até está falante, antes vivia pelos cantos...
_ É verdade... Melhor assim, está mais alegre, mais simpática!

A conversa parava quando percebiam que ela escutava. Mas ela sorria satisfeita, para os funcionários, estava realmente contente de que eles pensassem assim dela.

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Laura foi sua doadora e de outros também: Tudo que servisse para retirar de seu corpo, e ser doado, foi utilizado. Era esse seu desejo expresso para a família, muito antes de sua morte fatídica...
Laura tinha um coração bondoso, preocupada em ajudar ao próximo, fazia caridade, ajudava aos enfermos como voluntária em hospitais, sua maior alegria eram as crianças, e quando ia ao hospital do câncer, fazia uma festa para elas...

Laura era uma jovem de 24 anos, loira, bonita, alta e esbelta.
Tinha um noivo, iria se casar no final daquele ano, mas a fatalidade não deixou...
Quando Laura chegava em casa em seu carro, no final daquela tarde, foi abordada por 2 homens até bem vestidos, mas que lhe roubaram as chaves, o celular e a carteira.
Ela não reagiu ao assalto, mas quando virou a cabeça para ver se alguém percebia e a socorria, eles  não pensaram duas vezes e lhe deram um tiro na cabeça, e 'chispando' com o carro de Laura, deixando o corpo caído em frente ao portão da casa.
Seus pais escutaram um tiro e saíram correndo, ao encontrar a filha caída, ainda chamaram o socorro, mas ao chegar ao hospital já estava constatada a sua morte.

Como era o desejo de Laura, que doassem seus órgãos (parecia adivinhar sua morte prematura) a família tratou de realizar isso.
Para Miranda foi levado o coração bondoso de Laura.

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Peny ficara feliz com a mudança de sua companheira, mas achava que parecia ter desenvolvido outra personalidade, as ações eram diferentes, um desejo de ser voluntária, vivia agora rodeada de crianças, e era comum encontrá-la brincando nas praças, com elas...
Tudo era muito estranho!
Para Miranda estava tudo ótimo, apenas se preocupava com uns sonhos que andava tendo: Sempre a mesma moça loira, andando  em sua volta...
SABIA QUE ELA NÃO LHE FARIA MAL ALGUM.
Acabou por entender que a moça se tratava de sua doadora.

A pedido de Peny, ela foi se consultar com uma psicóloga, que fez uma sessão de 'regressão'.
Mas, a surpresa, era que ela não tinha lembranças suas, e sim de Laura! Inclusive, do momento de sua morte.
A personalidade de Laura vivendo dentro de Miranda era evidente!
O órgão transplantado, continha células que foram geradas pelo DNA  de Laura, e ela estava numa "simbiose", com Miranda totalmente...
Ela leu casos na Internet, parecidos com o seu, e até foi à locadora, alugar um filme com esse tema.
Resolveu então procurar a família de Laura e contar o que se passava, porque estranhamente sentia que agora tinha uma família, também. Ela havia guardado o número do telefone e fez a ligação:

_ Alô, é da casa dos Monteiro? Aqui é Miranda a paciente que recebeu o coração de Laura. Gostaria de poder lhes falar, marcar uma visita, se possível.
_ Ah, bom dia, Miranda! Aqui é a mãe de Laura. Sim, pode vir na sexta, lá pelas 15:00h, está bem?
_ Sim, está ótimo. Até a sexta, então. E obrigada.
_ De nada, minha filha.

Para Miranda, aquilo soou tão familiar...

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Ao chegar na casa dos Monteiro, foi recebida com alegria e carinho, pela mãe de Laura D. Dolores.

_ Venha Miranda, te aguardávamos, por aqui, por favor, minha filha...

De novo... Parecia que ela adivinhava o que se passava no interior de Miranda.
Foram dar no jardim, que ficava nos fundos do casarão. Miranda ficou surpresa ao perceber que havia algumas pessoas ali. E disse então:

_ Ah, acho que não cheguei em boa hora, estão com visitas, volto outro dia, então...
_ Não, Miranda, eles estão aqui pelo mesmo motivo que você...

CADA UM, RECEBEU UM ÓRGÃO DE LAURA:
Olhos, rins, fígado...
_ Quer dizer que esse encontro é proposital?
_ Sim, todos sentem a 'LAURA'  dentro de si..
Perdi uma filha, mas ganhei filhos! E você foi presenteada com o coração amoroso de meu anjo.

Miranda entendia tudo agora:
Laura vivia dentro de cada um, ela estava dentro deles desde a cirurgia, a mensagem era apenas uma:
AMAR AO PRÓXIMO, como ela fez, doando-lhes os órgãos.

Fátima Abreu Fatuquinha


 Esse texto fiz há muitos anos, quando se falava que no transplante de órgãos, se passava para o receptor, não somente o DNA contido nas células do órgão, como também seus sentimentos e percepções  do mundo modo de agir, etc...

*Nessa época surgiram alguns filmes sobre esse tema, e alguns até meio de suspense beirando o terror, como um com a Jessica Alba, e outros lindos, como o q eu acabei de assistir nessa noite:
O Melhor de Mim.
Bem, nossa dinâmica vai ser dividida em 2 temas:
O que acham: A pessoa receptora recebe também as emoções  do doador?

 E o outro tema lembra o filme Armageddon, com Bruce Willis, trilha sonora maravilhosa de Aerosmith... 😊... Bem, é o seguinte: Hipoteticamente, a Terra vai receber o choque de um gigantesco meteorito, e ele vai chegar em 9 meses, precisamente 20/7/2019.
Nesses meses que faltariam para isso acontecer, o que faria? 
Como aproveitaria esse resto de tempo que a Humanidade teria?








Dinâmicas  1 e 2:

A pessoa estava doente, fraca e sem ânimo.
Ela estava com doença grave que a levaria para a morte.
Só a morte de outra pessoa, manteria sua vida.
Somente uma pessoa muitíssimo egoísta, não teria conflito dentro de si.
Como ela poderia ter alegria numa situação dessa?
Conversar sobre o que?
Sobre sua doença...?
Ela descarregaria toda sua raiva e decepção ao seu interlocutor, que não teria nada a ver com isso...
Transferindo assim, toda sua carga negativa, para ele...
Depois da operação, sua alegria volta. Porque tira-se dos seus ombros um peso enorme.
Pois, a pessoa doadora, já morreu e ela nada poderia fazer.

As pessoas acham que foi pelo órgão novo que receberam, na verdade, não é.
E sim, pela alegria de estar bem novamente; A pessoa que tem uma doença grave, e se cura, tem uma visão diferente do mundo, e passa a ter mais sensibilidade.
Sobre a pergunta: Eu não acredito na possibilidade da transferência das características do doador para o receptor.

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Quanto a segunda: Eu não mudaria nada, porque não vejo sentido algum em mudar mesmo sabendo que tudo vai se acabar...
Claro, tenho muitas coisas que gostaria de fazer, mas, que nunca foi possível e não consegui realizar, por questão financeira.
Gostaria de realizar sonhos por prazer, e não pelo fato do mundo se acabar.

JDavi Miguez


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Eu Fátima Abreu:


Quando escrevi sobre o tema da transferência de características da pessoa doadora para a receptora, nesse texto do blog, anos atrás, realmente fiz muita pesquisa na web. Link original de 2011:
https://fatuquinhaeseular.blogspot.com/search?q=laura
Hoje em dia, nem me lembro os sites por onde andei colhendo informações sobre isso...

*Quanto à dinâmica 1:

Eu acredito sim, que quando o DNA de outra pessoa contido em cada célula do órgão transplantado chega ao corpo do receptor(a), ele cria uma simbiose que transmuta muito mais do que se pensa...
O DNA é fonte viva de informação. Essa então passa a ser "captada' por aquela pessoa que recebe o novo órgão, na minha singela opinião.
Dessa forma, é até bonito e poético dizer, que a pessoa vive dentro de você... Ou como no meu conto, dentro de várias outras receptoras.
Claro, não poderíamos falar isso de todos doadores. E se fosse um assassino, psicopata, sociopata?
Isso já traria um problema enorme!
Melhor  pensarmos que doadores de órgãos são pessoas equilibradas mentalmente. Sim, até pelo fato de quererem ajudar a outros... Seja depois da morte, ou ainda em vida, como doar um rim, ou um pulmão.

* Segunda pergunta:

Bem, não tendo expectativa para além de 9 meses no planeta, pois um meteorito vem em direção da crosta terrestre, eu não poderia mudar muita coisa... E sem entrar dinheiro a mais na minha conta, não poderia viajar, tampouco doações aos que precisam; Enfim, nada que dependesse de estar bem financeiramente... Todavia, viveria intensamente cada dia que ainda faltasse para o grande evento.
Faria sempre o Bem, pois, acho que esse seja a cura para tudo, juntamente com o Amor.
E se o grande EVENTO vem, não na forma de meteorito, mas, de uma limpa na Terra, eu tento me manter tranquila: O que tiver que ser, será!
Pois, o Julgo já está em andamento faz tempo...
Quem se redimiu, muito bem, quem não, só posso pedir que repense tudo, e peça perdão ao Criador.


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Lílian Furtado:


Se as pessoas que recebem o órgão de um doador, podem receber também as emoções dela? Sinceramente, entendo que se tratam apenas de órgãos humanos; E acredito que seja meio utópico pensar que os receptores poderiam receber emoções e sentimentos do seus doadores....
Mas, seria muito bom se fosse verdade. Pois, teríamos uma outra forma de renascermos, ou ver nossos entes queridos renascer no corpo de outros seres humanos.
Seria sem dúvida, no mínimo reconfortante, saber que poderíamos sentir partes das pessoas em nós mesmos.

Dinâmica, segunda parte:

Se um meteorito estivesse para se chocar com a Terra em 2019, eu tentaria aproveitar ao máximo cada dia na Terra: Ficar ao lado das pessoas que eu gosto.
Buscaria fazer tudo o que vivo adiando, e viajaria para o máximo de lugares possíveis, até que o mundo acabe ao lado do meu grande amor.











Um comentário:

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