sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Duplo Sentido




E mais uma vez o trem partiu.
Devagar, foi percorrendo seu caminho
Ao circular a estrada de ferro,
Entrava no túnel e saía...
Entrava novamente, saía...
Pela mesma estação várias vezes passava.
Não apitava, mas, sua cadência anunciava novamente a  passagem.
As emoções eram muitas no vai e vem do trem.
Quando ele sumia no túnel, era mais um delírio...
O maquinista cansando daquele percurso,
Outra linha queria percorrer.

Desfez da montada.
Para uma nova construir...
Queria um túnel reto para entrar e sair com mais velocidade!
O trem chegava ao outro lado:
Passando por uma cachoeira,
Um pequeno lago abaixo.
Dele, um  veio  a planície deslizava
O trem entrava e saía  no novo túnel, com toda a velocidade...
Aquele movimento frenético dava ao maquinista muito prazer!
Tempos depois, exausto, deu o último apito para a brincadeira encerrar.

JD


********


O trem e o maquinista descansaram da viagem, de todo o trecho percorrido na ferrovia.
Certamente que aquele percurso novamente seria feito...
Era o cotidiano do trem e sua estação final.
Nos caminhos percorridos haviam montes e vales, e desagues...

Rios espessos de uma cor quase translúcida.
Sons que cortavam o silêncio dessas paragens...
O maquinista renovado então, recomeçava outra vez sua viagem calorosa...
O trem seguia ávido de novas aventuras!
E aquele caminho tão sinuoso, com curvas detalhadas, o recebia contente.
Passava mais uma vez pelo túnel...

A certeza era de que, ao chegar novamente na estação da partida inicial, nesse movimento de vai e vem,
o apito mostraria o êxtase total...

Fátima Abreu Fatuquinha



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