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domingo, 31 de março de 2013

Palavras Que Não Decepcionam

As areias, o tempo, o mar,
Palavras Que Não Decepcionam
Sol, Lua, loucura de amar,
A chuva, o vento, as flores,
Os pássaros, as pérolas, as dores...

Palavras que se sentem,
Outras não...
Concretas ou abstratas,
Muitas, intensamente repetidas,
Nesse mundinho da minha escrita...

Existem feras ainda,
Que estão em um corpo miúdo
Loba ou leoa elas são...
Despertam em minhas letras agrupadas,
Frases de beleza, paixão...

Amigos eu faço em maioria
Graças ao que dizem, à minha simpatia...

As pedras do caminho tentamos afastar
Resta- nos chutá-las para bem longe!
E deixar a brisa no rosto tocar...

Fátima Abreu

sábado, 30 de março de 2013

O VENTO CARREGA AS PALAVRAS...




TENHO MUITO O QUE DIZER
MAS AS PALAVRAS TEIMAM EM CALAR...
SENTIMENTOS AMBÍGUOS
SOLTOS NO AR...

TENHO MUITO O QUE CALAR
MAS AS PALAVRAS TEIMAM EM SE SOLTAR...
SENTIMENTOS AMBÍGUOS
PERMANECEM NO AR...

TENHO MUITO O QUE AGRADECER
MAS MUITO O QUE CHORAR TAMBÉM...
SE ASSIM NÃO FOSSE,
NÃO PERTENCERIA À HUMANIDADE
ANJOS NÃO NASCEM AQUI
ESTÃO EM SEUS AFAZERES CONSTANTES!
NA TERRA, APENAS FICAM,
AQUELES QUE DISSO,
AINDA ESTÃO, BEM DISTANTES...

TENHO MUITO O QUE DIZER,
MAS AS PALAVRAS FOGEM...
COMO O VENTO QUE SOPRA LÁ FORA,
LEVANDO COM ELE, AS MINHAS LETRAS A MAIS,
QUE DESFIARIA, COMO LINHA DE BORDAR,
TECENDO AS TRILHAS DE MINHA ALMA
ESCREVENDO AQUI
PARA QUE TODOS LENDO, SAIBAM UM POUCO DE MIM
MAS O VENTO É REBELDE, 
NÃO QUER QUE EU ASSIM FAÇA...
LEVA ENTÃO MINHAS PALAVRAS,
DEIXANDO A POETA AQUI,
DE MÃOS ATADAS...

CONTINUO TENDO MUITO O QUE DIZER,
MAS O SENTIMENTO AMBÍGUO, ME FAZ CALAR...

FÁTIMA ABREU

Um Baile, Uma Vida II

 
CONTINUAÇÃO

Beatrice já estava uma ano e seis meses na casa da fazendinha com seus pais, mas continuava inconformada com aquela vida interiorana. Precisava arquitetar um modo de voltar
à vida social da cidade, mas de forma que todos respeitassem sua família novamente... Para isso teria que enriquecer, mas esse era o atual problema: Como? Aquele café plantado ira demorar muito a dar solução para seus problemas, o mesmo diria do gado leiteiro, que afinal dava apenas para a venda dos queijos feitos ali, nada em grande escala, já as frutas, verduras e legumes eram mesmo para alimentar sua família e a família do caseiro que morava ali há muitos anos, quem sabe por toda sua vida...
Seus pais não quiseram tirar dali, as pessoas que cuidaram com tanto amor e afinco daquela terra, por tanto tempo. Agora então, eram 2 famílias que utilizavam do que a terra dava.
Sua mãe estava enfraquecida, andava muito adoentada desde que saíram da cidade. Os ares do campo em vez de lhe fazer bem, fizeram mal até: Pegara uma espécie de alergia  que  a incomodava muito. Vivia pigarreando, sentia falta de ar de vez em quando ficava afônica... Isso sem falar na depressão que tomara conta de si. Naqueles tempo, não era dado esse nome, mas os sintomas são iguais em qualquer época...
Vivia pelos cantos da casa, chorosa, lamentando pelo futuro da filha, rejeitada pela sociedade, pelo erro do pai. E pela sua própria saúde que estava frágil, disso ela sabia.

Já o pai de Beatrice, ficava alheio à tudo. Sabia-se culpado do que fizera para sua família, mas fingia que estava contente em recomeçar tudo do zero, ali na fazendinha que fora de seus pais antes dele.
Beatrice resoluta, disse para a mãe que arrumaria um emprego de professora particular, na fazenda de algum barão do café na vizinhança, para ajudar nas despesas. 
Ela concordou, mas o pai ficou achando aquilo uma afronta! Como permitir que sua filha, antes uma jovem dama da sociedade, viesse a se tornar uma mera preceptora?
Não, aquilo era o fim!

Mas Beatrice não seu ouvidos ao seu pai, acabara de fazer 21 anos, era  agora uma mulher! Poderia  sim trabalhar onde bem quisesse. Além do que, transformara-se em uma mulher obstinada,  calculista e quem sabe: Logo seria totalmente independente?
Brigada com o pai depois de uma breve discussão, quando ele  quase deu-lhe um tapa no rosto, mas deteve-se a tempo de fazer tal coisa, pegou suas malas e arrumou tudo apressadamente...

A mãe chorosa, não pode conter a resolução da filha, de deixar a casa paterna. 
Beatrice olhou sua mãe bem nos olhos e disse-lhe cheia de carinho (pois sua mãe era a única que a deixava parecida com a jovem amorosa de antes):
_ Não chore, mãezinha. Logo voltarei totalmente refeita de posses e pronta para tirar a senhora daqui e levá-la para a cidade, onde todos nos respeitarão novamente. O dinheiro compra até respeito, quando não, bajulação.
_ Minha filha querida, vou sentir tanto sua falta! Mas já que está decidida, e não consigo argumentar nada que a detenha, então vá com minhas bençãos:

" DEUS ABENÇOE E TE GUARDE, TE PROTEJA E DÊ SAÚDE, E A LIVRE DE TODOS OS PERIGOS, VISÍVEIS E INVISÍVEIS,  TE LEVE E TRAGA BEM, AMÉM "

Feito isso, a mãe deu-lhe um beijinho na testa, como fazia sempre, desde que ela se entendia como gente...
Beatrice retribui o beijo, dando um outro, no rosto de sua mãezinha.
Saiu do quarto com as malas pesadas para colocar na carroça da fazenda. Disse olhando  a mãe na varandinha:
_ Vou deixar a carroça na estação de trem,  aos cuidados da minha amiga da bilheteria, a Diva. Peça  por favor, ao senhor Aquino, que vá pegá-la de volta lá.
_ Sim, filha.  Assim que ele voltar da lida, eu falo com ele, para que vá pegar a carroça.
_ Até breve, mãezinha!
_ Vá com Deus minha filha amada.

Beatrice chegou à cidade grande, cheia de planos. Desceu do coche, na praça principal:
Era ali que tudo acontecia de importante. Uma linda estátua de mármore fazia a beleza no centro da praça arborizada, mas já com as folhas secas pelo outono, que havia chegado...
Vendedoras de flores, pareciam que faziam já parte do lugar, como se fosse um cenário pintado, em que elas eram a parte mais importante.
Muita gente bem vestida, não se via mendigos. Eles eram afastados dos grandes centros urbanos, viviam na periferia. Haviam abrigos que  a prefeitura oferecia, para pernoite e café da manhã, desde que se mantivessem afastados dos ricos.
Lá estavam os 2 teatros: Um para peças e outro para sinfonias. Também havia os grandes cafés, onde se encontravam toda gente rica, bem nascida e de cargos importantes do local.
Uma catedral imponente em estilo gótico chamava atenção; a praça tinha lojas de todos os tipos, desde vestuário, sapatarias e chapelarias,  boticas, até de alimentos em conserva e doces caseiros.
Seu primeiro pensamento fora de cadastrar-se na rede de ensino, como preceptora de filhos de casais ricos. Afinal, entendia bem de etiqueta, tocava muito bem piano, fazia belos bordados e costura, e principalmente, de línguas e aritmética.
Sabia que os ricos preferiam esse tipo de educação em suas residências: Era melhor do que enviar filhos e filhas para colégios em que se podiam ter conhecimento de idéias liberais demais, junto aos outros alunos.

Comprou um jornal do menino que gritava alto, dando as notícias da tarde.  Rapidamente passou os olhos  na capa, mas foi direto para colina dos anúncios de emprego. Achou finalmente o que queria!
Ali estava em destaque:

Precisa-se urgente de preceptora para casal de filhos. 
Procurar a Viscondessa Nadine Santos  de Almeida, no seguinte endereço:

Rua das Esmeraldas, número 23. Alameda Principal, Centro.
Solar dos Santos de Almeida.
Exigimos boa aparência, comprovação do magistério e conhecimento de Etiqueta e Francês.

Beatrice trataria de levar sua bagagem para um hotel ou pousada, para passar a noite. No dia seguinte, logo cedo iria até o Solar dos Santos de Almeida para se apresentar como candidata ao emprego.
Poderia ganhar até um pouco mais, se oferecesse seus conhecimentos de piano, como aula extra independente.
Estava cansada da viagem quando finalmente achou um pensionato para moças que podia pagar com que tinha na bolsa. Não trouxera muito dinheiro, pois o que havia guardado durante meses eram pequenas economias. Mas ainda tinha suas jóias. Isso não fora dado como pagamento das dívidas do pai. Mas infelizmente as de sua mãe, sim. Ao lembrar disso, disse para ela mesma:

Quanta coisa a mãezinha passou, até suas lindas jóias teve que dar, para pagar as dívidas de papai! Mas em breve, vou comprar-lhe muitas. Ser preceptora, é só  uma 'ponte' para o que quero realmente!

Lavou o rosto e as mãos, com a ânfora sobre  a cômoda (que ficava ao lado da cama), colocou um camisola e dormiu sem lembrar que não havia colocado nada no estômago, desde que chegara à cidade...

(continua)

Fátima Abreu

quarta-feira, 27 de março de 2013

Liberdade de Expressão do Pensamento

Crônica

Postei no facebook o seguinte:
Isso é a maior religião: Amor ao próximo!
NÃO PRECISA ROTULAR NOME, POIS NÃO É UMA INSTITUIÇÃO, NÃO PRECISA CRIAR DOGMAS OU REGRAS, HORÁRIOS, NADA!  
 *Basta apenas seguir o coração fazendo boas ações para com o teu semelhante. O Bem e o Amor, são a face de DEUS!
 
Nada contra quem segue a sua religião edificada em um templo, igreja, sinagoga, mesquita ou qualquer forma de edificação, mas da mesma forma que eles tem a liberdade de escolha, eu também tenho. Livre arbítrio! Só quero ter o meu direito de opinião, liberdade de expressão. Isso não é nenhum " pecado"...
Na minha família, existem católicos, evangélicos, espíritas, agnósticos... Cada um escolhe o caminho que quer seguir, basta que se pratique o BEM!
Se eu não tenho religião definida, é porque sou reflexo de todas essas, que conheci na infância e idade adulta. Eu faço o meu Caminho para Deus. Não preciso estar numa edificação e contribuir com dinheiro para alcançar uma graça. 
Só Deus pode nos dar as coisas dessa vida, (e não um chefe religioso: seja pastor, padre, mãe de santo, rabino ou qualquer outro tipo )e só Ele pode ser nosso juiz, ninguém mais.
Sei que choco. O fato é que as pessoas interpretam mal imagens e palavras.
Mas, a minha filosofia de vida é: Perdoar, tolerar, paciência e caridade.
Gosto de Logosofia e Teosofia.
Embora muitos desconheçam o teor dessas duas correntes, acho que deveriam tentar olhar além de livros escritos há muitíssimos anos atrás, pelo Homem,  que é falho, e que tem várias interpretações, pois que 'conta um conto, sempre aumenta um ponto'...
 Não digo que eles não estão certos, absolutamente! Apenas quero que reflitam que  a nossa mente deve estar aberta para novos horizontes e conhecimento, além daqueles que já nos ensinaram e no 'fundinho', não concordamos com esse ou aquele ponto; alguns tem vergonha de afirmar isso, por medo das cobranças alheias, de ser excluído de algum meio social, por pensar diferente e fazer o questionamento, pondo em dúvida algum assunto...
Liberdade, gente! Cada um nasce com seu livre arbítrio, não deixe que pensamentos incutidos por essa ou aquela pessoa, mude quem você realmente é, e pensa! Faça sua escolha, mas não seja preconceituoso (a) com a de outras pessoas, assim como eu, que não tenho religião definida, me considero apenas espiritualista, pois acredito na sobrevivência da alma no mundo espiritual, na reencarnação como forma de evolução, pois Deus nos dá outras chances para recomeçar e no poder da caridade, fraternidade, igualdade e LIBERDADE!
Perdão e tolerância sempre!
Nota: é por esse motivo que em outra postagem, eu disse que não comento muito sobre religião, por que esse assunto gera polêmica demais. Espero que meus leitores que tenham a mente mais aberta, me apoiem, e aqueles mais tradicionalistas e rígidos, que não deixem de me ler porque posso discordar deles... 
Afinal, o mundo tem diversidade em tudo!
Já pensaram se fosse tudo preto e branco, sem outra opção? Que seria das outras cores? Deus é cor, metaforicamente falando. 
 Fátima Abreu
 
 

terça-feira, 26 de março de 2013

ORAÇÃO DA UTOPIA

  ORAÇÃO DA UTOPIA


SENHOR :
CONCEDEI A GRAÇA DE QUE POSSAMOS TER UM MUNDO DE PAZ ENTRE OS POVOS, A PARTIR DE AGORA
QUE NÃO NOS FALTE O TETO SOBRE A CABEÇA, SERVINDO DE ABRIGO
QUE NÃO NOS FALTE JAMAIS, A COMIDA SOBRE A MESA
QUE NÃO TENHAMOS INIMIGOS NOS INCOMODANDO
QUE NÃO HAJA VIOLÊNCIA CONTRA QUEM QUER QUE SEJA
QUE OS CATACLISMOS NÃO MAIS ACONTEÇAM
QUE A VIDA SE TORNE MELHOR PARA AS FAMÍLIAS
QUE O ÓRFÃO ENCONTRE QUEM O CUIDE
QUE AS MÃES SOLTEIRAS POSSAM SEGUIR EM FRENTE E ACOLHER SEU FILHO COM DIGNIDADE
QUE AS PESSOAS ENVOLVIDAS NO VÍCIO, SEJAM TOTALMENTE RECUPERADAS
QUE A HUMANIDADE SEJA FEITA, CONFORME A TUA VONTADE!


PEÇO QUE ABENÇOE A MINHA FAMÍLIA E AS FAMÍLIAS DE MEUS AMIGOS
QUE CUIDE DAQUELES DOENTES NOS LEITOS DOS HOSPITAIS
E DOS DOENTES TERMINAIS...
CUIDA TAMBÉM SENHOR, DE RECUPERAR AQUELES QUE UM DIA SEGUIRAM O MAU CAMINHO
DA CRIMINALIDADE...

CUIDA PARA QUE ELES VOLTEM A SER BONS CIDADÃOS, NA SOCIEDADE...

SENHOR, TE PEÇO AGORA PELA MINHA SAÚDE, QUE NÃO ANDA LÁ ESSAS COISAS, MAS NA VERDADE, NUNCA FOI MESMO...
SÓ SENHOR ME DÁ FORÇAS PARA CONTINUAR, E VIVER MELHOR...
CUIDA DOS PROBLEMAS FAMILIARES DE CADA UM DE NÓS,
FINANCEIROS TAMBÉM...


AFINAL, SEM DINHEIRO, NÃO SE PODE VIVER

( INFELIZMENTE ASSIM É )
 CUIDA SENHOR, DAS DORES DAS MÃES QUE PERDEM SEUS FILHOS, E VICE E VERSA...
CUIDA SENHOR, CUIDA...


É O QUE TE PEÇO, A HUMANIDADE PRECISA DE TI!
E EU TAMBÉM... E QUE SEMPRE ESTEJA A SORRIR!


FÁTIMA ABREU


UMA POESIA DE REFLEXÃO EM RELAÇÃO À NATUREZA


O SOM DO PLANETA TERRA: APENAS UM LAMENTO

reeditado

A CHUVA CAI SEM PARAR
DIAS E DIAS INCESSANTEMENTE...
O SOL NÃO DESPONTA NO HORIZONTE,
FAZ FALTA PARA O COLORIDO DA ESTAÇÃO!
DIAS DE CHUVA CINZENTOS,
NÃO COMBINAM COM O VERÃO.

E AS CIDADES DO INTERIOR ALAGADAS,
QUASE TODO O BRASIL EMBAIXO D'ÁGUA
E ATÉ BOTES SERVEM PARA RESGATAR
AQUELES QUE NÃO TEM ONDE FICAR...

QUE O MUNDO ESTÁ DE PONTA A CABEÇA,
TODOS SABEMOS DISSO!
NÃO EXISTEM ESTAÇÕES MAIS DEFINIDAS
DETALHES DA MUDANÇA DO PLANETA
QUE O HOMEM DEVAGAR, ACABOU POR ESTRAGAR!

E NISSO ELE MESMO SOFRE:
TSUNAMIS, GEADAS, TERREMOTOS,
DEGELOS NAS CALOTAS POLARES,
QUEIMADAS E ALAGAMENTOS
CADA CASO, EM UM LUGAR.
E MUITOS EM SEU PAÍS,
SEM TER ONDE MORAR...

FICAM DESABRIGADOS,
ATÉ AO RELENTO...
ESPERANDO QUE SEUS GOVERNOS
TOMEM AS DEVIDAS PROVIDENCIAS...
MAS QUE GOVERNO TEM PODER SOBRE O TEMPO?
PARA A TERRA AGORA,
SÓ MESMO O SOM DE SEU LAMENTO...

FÁTIMA ABREU

**************

Sei que o Homem contribuiu com tudo isso,
Destruindo sua própria casa, seu abrigo...
Nada além de lamentar agora
já que o caos está todo lá fora...

Em todo o mundo há desastres naturais:
Sejam enchentes, nevascas, ou algo mais...
Um planeta envolvido em água,
Que nela, a maioria se acaba...

Que diriamos aos maias agora?
A mão humana, não é tão "humana"...
Destrói e faz sua "própria cama"!

Os astrólogos da Antiguidade, fossem egípcios, maias
Ou de qualquer cidade,
Se encantavam com o céu,
E achavam que o caos viria de lá
Que talvez os seus "deuses astronautas",
Resolvessem à Terra voltar...

Mas não...
O HOMEM!
APENAS O SER MAIS INTELIGENTE, QUE AQUI HABITA,
ACABA COM SEU MUNDO,
NÃO PRECISA QUE DO CÉU
DESÇA QUALQUER VISITA!

FÁTIMA ABREU

segunda-feira, 25 de março de 2013

O Navio E A Sementinha


O Navio E A "Sementinha"

Brenda olhava pensativa para o mar à sua frente...
Tudo ficara para trás: emprego, casa e algo mais.
"Ele não merecia uma lágrima que fosse", pensou magoada.
Nem ouro, diamantes ou qualquer coisa que ele havia lhe dado,
Traria de volta, o que ficara agora, no passado...

O navio deixara o cais apenas por meia hora!
Mas para Brenda, era como se viajasse semanas a fio.
"Nada de canções que o lembrasse", pensou mais uma vez, resoluta!
Fato é que seu coração partido, não iria recuperar o compasso
Algo maior o lembraria sempre:
Havia dentro de si, uma 'sementinha' nova, crescendo:
Resultado de horas em que o amor,
Foi ao ápice supremo...

Fátima Abreu


ARTE







Sempre apreciei nus na Arte. Vez por outra, copio do facebook, nas páginas de Arte, uma imagem e me inspiro automaticamente em um poema,  conto ou prosa poética.
Acho não, tenho certeza, que as Artes estão interligadas por certa 'magia telepática' entre quem faz e quem aprecia, daí  a formar um novo trabalho em cima daquilo que já existe.

Eu vejo a pintura e penso nas palavras para descrever a cena.  Mas nada mais bonito, do que cenas do cotidiano, paisagens e nus femininos!
Continuarei pesquisando as imagens que me tocam na alma e me fazem construir meus escritos.
Sempre frisando que colho essas imagens do facebook e do Google. Muitas vezes não sei de quem é a pintura, mas como está na web, acho que é Universal: Para ser vista pelo mundo inteiro.
Caso o "dono"queira que eu retire de um texto meu, basta enviar um comentário. Assim que lê-lo com certeza farei isso.

Mas acho que a Arte é isso:
Uma junção de tudo. Seja pelo quadro do artista, seja pela literatura ou qualquer outra forma de Arte.

Fátima Abreu

domingo, 24 de março de 2013

Norma



Pelas ruas sozinha ela caminhava...
Ainda vestida de camisola, Norma estava.
Poucas horas antes do amanhecer,
Numa madrugada chuvosa, mas não fria...
Era outono, temperatura agradável.
Levava sobre o ombro, o casaquinho amarelo que ele lhe dera,
Quando ainda estavam juntos, na última primavera...

Ruas vazias, ninguém por ali andava...
E ela seguia sem rumo certo:
Decidira sair de casa.

O tic tac do relógio na parede, a incomodara na noite insone.
Pegou apenas o guarda chuva e o casaquinho, caso sentisse algum frio.
E batendo a porta do apartamento, ganhou  a rua para caminhar...
Não sabia como resolver as coisas.
A indecisão lhe acompanhava nos últimos dias...
Tirava-lhe o sono,
O que faria?

Mudar para outro lugar, seria a solução,
Ou ali mesmo ficar, numa cidade de ilusão?
Norma criara uma norma para sua vida:
Se aqui ou ali, não estivesse dando certo,
Para outro lugar ela iria.
Era o seu 'espírito cigano'
Nesses instantes, que prevalecia.


Fátima Abreu

Sobre Mim ( peculiaridades )




Um dia, um amigo me disse que em algumas fotos, eu parecia ter o sorriso da 'Monalisa'.
O tempo passou e depois outro amigo disse a mesma coisa...

A foto acima é de ontem, mesmo com meus probleminhas de saúde, mantenho o sorriso, seja da "Mona" ou não.
Por que não sorrio abertamente? Fácil: tenho diastema ( meus dentes da frente são separados ).
Apesar de não me incomodar com isso a vida inteira ( pois desde que mudei para a segunda dentição, que passou a ser assim), não gosto de mostrar isso nas fotos. Tem gente que diz ser meu charme, o que me faz diferente, mas não é isso que me faz ser distinta dos demais.
Afinal, há outras pessoas que tem diastema e até juntam os dentes, por se sentirem incomodadas. Foi assim com a presidente Dilma e com o jogador Ronaldo, entre outros...
As peculiaridades de cada um, é que fazem
A diferença!
                            Aqui eu e Catarina, minha filha caçula no RJ:   Dezembro de 2011.




                                                   Esse mês... Mudei? Acho que aparentemente, não muito.

O que nos faz mudar é a mente.
A minha está mais fraca que em 2011.
Esqueço mais das coisas, tenho déficit de atenção.
A assimilação da mensagem para o cérebro, também está mais lenta:
Demoro a entender o raciocínio das coisas... Assim também com a leitura, que muitas vezes tenho que repetir para assimilar.
Faço palavras  cruzadas, leio muito, escrevo mais ainda, mas com tudo isso, a mente falha.
Na semana passada, descobri que estou com perda de audição moderada, devido a parte neurológica.
Fiz exame audiométrico e foi constatado que o problema não é do tímpano, exposição
à poluição sonora ou infecção.  Em resumo: nada da parte 'física' do ouvido.
Se alguém fala comigo, muitas vezes eu escuto, mas não compreendo  o que dizem... Há um conflito na percepção de alguns sons.
É leitores, além da artrose que eu puxei do meu avô Eduardo, agora estou ficando surda como ele ficou...

Mas em outras coisas, sou um pouco diferente das pessoas ditas  "normais" ( se é que alguém seja ):
Que não me tomem como extraterrestre! Brincadeirinha...
* desde 2008 que passei a menstruar 2 vezes dentro do mesmo mês.
* desde essa época também, passei a ( de vez em quando ) mudar a cor dos olhos, passando de castanhos até tons quase cor de mel, principalmente se estiver em dias de sol.
*ouço sons finos, como se fosse um sinal agudo, em qualquer hora do dia.
* não uso relógios porque eles param comigo... Todos! Sejam de pulso ou até de parede.
Bem, as outras coisinhas já são mais transcendentais, e como tenho leitores de todas as crenças, prefiro não falar sobre isso, para não receber comentários que eu não gostaria de ler.
Infelizmente, existem pessoas que não sabem enxergar além da religião de origem.
Simplesmente aceitam o que lhes dizem e não questionam que possa existir algo mais...
Portanto, nada falo sobre as minhas experiências transcendentais.

 Essas peculiaridades que muitos podem achar até que sejam problemas de saúde, não são. Apenas nos fazem diferentes. Todos temos, mas muitos escondem com medo de ser mal interpretados ou simplesmente por não quererem que ninguém saiba nada de suas vidas.
Mas penso que minha vida, seja como um livro : Faço do meu blog quase um "diário" aberto para quem quiser ler.




sábado, 23 de março de 2013

O TEMPO, O RELÓGIO, A AMPULHETA

O TEMPO, O RELÓGIO, A AMPULHETA

Tempo foi, vem, tempo vai...
Não há na verdade um 'Presente'
Pois se houvesse, um segundo depois já seria passado...
O próximo momento é o futuro, o 'Presente' nem se sente!
Tempo contado, não que seja de nosso agrado
Ele nos envelhece!
Porém nos torna experientes e talvez até sábios...

O relógio para comigo, não sei o porquê.
Mas sei que quanto a isso, nada posso fazer.
Espero que o 'relógio biológico', dure na sua batida ainda bastante tempo,
Para que possa alçar voos que nunca fiz:
Realizar ainda algumas coisas pendentes,
Que o passar do tempo, não completa na gente...

A ampulheta sempre foi um objeto especial para mim
Desde pequena tive uma
Areias coloridas de um azul muito lindo
Talvez aí esteja, a razão da minha paixão também por essa cor.
Mas a ampulheta é a mais implacável de todas as formas de contar o Tempo:
Quando o último grão de areia cai,
É sinal que mais um importante momento, se vai...

O Tempo, o Relógio e a Ampulheta, andam de mãos dadas
Apesar do primeiro não ser um objeto, como os outros dois
Faz o pior estrago:
Conta, conta e nos mantém presos nessa conta, horas, dias, meses, anos a fio...
E no fim de tudo, apenas o tempo de se fechar os olhos.

FÁTIMA ABREU


* ESSE POEMA ESTAVA NO MEU CONTO: 'MARIBEL'.
MAS LEMBREI DELE E POSTEI SEPARADO, PARA QUEM NÃO LEU ESSE CONTO.

quinta-feira, 21 de março de 2013

O VESTIDO VERMELHO



O baile seria na semana seguinte, Ticiana esperava seu vestido ficar pronto ansiosa. Seria coroada a rainha do colegial, por votos muito a frente das outras duas candidatas.
Queria o vestido vermelho para realçar com o loiro de seu cabelo.

A  costureira apressou-se pois as encomendas eram muitas.
O vestido estava quase terminado, mas não vestiu a jovem Ticiana: 
Ela fora atropelada por um coche desgovernado, pois o condutor, não conseguiu segurar seus cavalos.

Morta no chão molhado pela chuva, Ticiana deixou de ser rainha.
Mas não faltaria no baile: Iria em espírito.
Tomada dessa decisão não seguiu a luz branca, que vinha em sua direção...

Optou por aqui ficar, até que o dia do evento esperado chegasse. 
Mirna, a costureira sem saber do que havia acontecido, continuava a costurar o vestido.
Ticiana fora então olhar se estava pronto, mas lembrara repentinamente, que não tinha mais seu corpo para vesti-lo, e ficou muito triste...

Ao olhar seu reflexo no espelho, (que Mirna tinha no quarto de costura) viu-se segurando o vestido tão desejado. Entendeu então, que não precisaria ter a matéria física para vestir:
Bastaria  agora, em sua nova condição, desejar e estaria vestida com ele. 
Poderia seguir em frente, pois aqui já não era mais seu lugar.
Dois dias depois, Mirna soube então da morte da jovem Ticiana: 
Seus parentes foram pagar o vestido vermelho, que sua dona, nunca chegou a usar.
Mas agora, ela o veste e dança, em algum outro lugar...

Fátima Abreu



DESCOBERTA



Sabe aquela saudade que bate de quem você nunca viu?
A saudade de quem você apenas tem a voz na lembrança...
Uma saudade de algo que é quase impossível de acontecer, ainda assim, é como se já tivesse acontecido...


Descobrimos a nós mesmos
Na face um do outro
Nos gostos parecidos
Nas mensagens bonitas que provocam sorrisos...

Na música suave do jazz ou do blues,
Nas imagens das obras de Arte, que nossos sonhos reluz.

Lembra daqueles dias?
Que ouvíamos juntos as músicas
Em completa sintonia...

E dançamos... o pensamento viajou...
Por momentos embriagantes de amor e prazer,
Ele passeou...

Ah, quanto tempo se passava e nós nem sentíamos!
Nada além daquele sentimento bom,
De se estar junto
De fazer planos de amor
Ainda que nessa passagem pela vida
Não tenhamos o enlace,
Me parece que como nós, almas assim, estão fadadas
Ao amor sem fim...

Fátima Abreu

quarta-feira, 20 de março de 2013

ACORDES




ACORDES

E NA RODA VIVA,
DA VIDA,
VAMOS LEVANDO
MOMENTOS
GUARDADOS NA MENTE,
DE PALAVRAS E SONS
QUE TOCAM A GENTE...

MAS NÃO FALO DA VIDA,
APENAS DOS ACORDES DE UMA CANÇÃO.
LEMBRANÇAS QUE VEZ OU OUTRA, VOLTAM,
AO ESCUTAR A VOZ, DE QUEM DEDILHA O VIOLÃO...

Fátima Abreu

Florzinhas Do Meu Jardim ( reeditado )



Devagar foram nascendo:
Florzinhas do meu jardim,
Frutos de mim...

Primeiros passos, primeiras falas...
Primeiros problemas!
Tudo, vivendo por elas.
Mas cada uma tomou seu rumo...
E formaram nova família de flores.

O jardim aumentou:
Mais flores nasceram!
Uma de cada vez,
Coloriram a grama verdinha...

Regadas com carinho, todos os dias.
Mesmo quando o sol castiga, não perdem o viço.
A chuva acalma as florzinhas,
Tornando-as belas e fortes!
Crescendo mais, a cada primavera...


Fátima Abreu

Pelos meus 3 filhos e 3 netinhos.

DIA MUNDIAL DA FELICIDADE



DIA MUNDIAL DA FELICIDADE

A ONU criou o dia da felicidade: 20 de março.

FELICIDADE

Quem no mundo pode dizer que é feliz de verdade?
Felicidade é questão de momentos bons em que temos uma sensação prazerosa.
Pode ser um almoço de fim de semana com a família, saber que agora resolveu esse ou aquele problema que havia tempos te preocupando, pode ser a realização de um sonho, o nascimento de um filho que era há muito tempo esperado, ou a união em casamento, com o ser amado...

Não a ONU, nada sabe de felicidade, pois essa, nasce em cada coração individualmente.
Ninguém tem a receita, menos ainda, o caminho.
Cada um, tem o seu momento para ela chegar batendo na porta e pedindo para ficar.
Mas dentro de nós, sabemos que é impossível que ela fique por muito tempo.
Ela nos visita, nos deixa com um sorriso no rosto, depois se despede e vai embora...
Até outro instante que volta em nova e breve visita.
E assim, vamos levando a vida...

A felicidade de uns, pode ser tão simples, como ganhar um presente; a de outros, pode ser tão complexa, como receber um órgão doado, quando já não havia esperança...

Sim, a felicidade é algo que pode ser tangível e ao mesmo tempo abstrata.
A felicidade pode ser ganhar um pedaço de pão e um gole de água quando se está faminto e com sede, para uma alma sofrida e branda; Como pode também em contrapartida, ser a surpresa de ganhar um presente sonhado (para uma pessoa que se baseie no que o dinheiro possa lhe proporcionar) ou passar num concurso bem disputado...

Não há como medir a felicidade. Sabe que a ONU, acha que tem como?
O Butão, um país situado entre a China e Índia, é conhecido como o país mais feliz do mundo: Todos gozam de boa saúde, boa comida, nada falta...
Em tese, porque se perguntar para um habitante do lugar, o que lhe faria mais feliz, a resposta seria unânime: Mais estradas!
Então se concluí o quê? Sempre haverá algo faltando para sermos felizes totalmente...

O mundo não foi feito para colhermos rosas sem espinhos: Eles estão lá. A natureza fez dessa forma.
Temos cada um, a nossa pedra no caminho.
De vez em quando, damos a volta por ela, passamos por cima, mas, ela estará sempre lá.
Teremos sim, que aceitar a presença da rocha e conviver com a dificuldade que ela nos traz.
Para isso temos a fé e a esperança. Com a ajuda desses dois elementos, podemos passar por esse mundo de expiações, driblar as pedras que possam surgir de vez em quando, tendo momentos de alguma felicidade...

Para mim, a verdadeira felicidade está em se fazer o que gosta: sem amarras, sem ter que fingir ser quem não é, ter liberdade de expressar o pensamento, amar e ser amada, praticar a caridade
(dá um bem estar, inigualável ), fazendo boas ações e ler tudo isso, no sorriso de alguém além de si...

Fátima Abreu

domingo, 17 de março de 2013

BELA





Bela 

Bela era uma jovem voluntariosa, arredia
Mas quem a olhasse à primeira vista, nada percebia...
Tez rosada,
De uma beleza Vitoriana.
Vinha de família abastada,
Mas tinha ideias liberais, demais...

Talvez muito além de seu tempo
Sua mente estava...
A família já percebera,
E trataram de arrumar-lhe, alguns pretendentes

Sabiam que se não casasse rápido, 
Teriam de enviá-la a um convento
Para tornar-se freira. 

Pois a libido aguçada da moça,
A faria perder a cabeça...
Mas nada de escolher entre aqueles que lhe apresentavam:
Ela mesma queria ir à sua caçada por um marido:
Rejeitava então, todos que a família lhe indicava.

Certa noite, ao ir ao teatro para um concerto muito esperado, 
Deu com seus olhos em um rapaz, do outro lado.
Pegou seu binóculo então, interessada em observar melhor
Aquele belo espécime masculino,
Que despertara seu instintos mais íntimos...
Deixando-a sem interesse na sinfonia,
Mas com calor na pele!
Dessa forma, balançava apressada seu leque...

Fez sinal ao rapaz de longe.
Ele não percebera...
Quando, decidida,
Saiu de onde estava,
E foi até ele!

Bateu em seu ombro, e quando ele virou-se para olhar
Ela ofereceu a mão já retirada a luva, para que a beijasse.
Estranhando tal atitude, de uma moça que não conhecia,
Ele beijou a mão oferecida, mesmo assim:
Para não ser indelicado
E a por em constrangimento,
Perante todos, naquele momento.

Bela murmurou-lhe então ao ouvido:
"Quer casar comigo?"

O rapaz que era efeminado
Tomado do susto, teve um desmaio...
Depois de recuperado, disse-lhe segredando com a mão posta sobre o rosto, 
                                                              Em sinal de sigilo:
" Meu prazer é outro, mas admito sua impetuosidade e respeito quem vai atrás do que quer, embora não goste de amar nenhuma mulher. "



Bela assentiu, virou-se e voltou ao seu lugar.
A mãe, que notara sua falta, perguntou-lhe:
 " Onde foi, Bela?"
Fui tomar uma ar fresco, apenas isso...

Daquela noite em diante, Bela tomara a decisão:
Aguardaria um destino conveniente,
Ainda que fosse a clausura do convento, 
Caso não achasse nenhum novo pretendente.


Fátima Abreu

TOLOS PIRATAS



TOLOS PIRATAS

Pobres piratas (!) no que se tranformaram?
Em tolos!
Sereias fizeram o que queriam, os enganaram...
Com a beleza que lhes é peculiar, o canto encantado
Fizeram seu barco naufragar, e com todo tesouro, ficaram.
O baú, antes levado à bordo com dificuldade, tal o roubo que fizeram na pequena cidade.
Agora às sereias pertencia...
Munidas de pernas 'encantadas' subiram ao barco, amaram os piratas e depois... deu-se a sua ruína.
Mas queriam apenas no prazer de seduzir, deixá-los náufragos;
Era isso que acontecia sempre:
Quando alguém as ouvia, no canto, o chamado embriagante...
Enganando piratas ou simples viajantes.

Fátima Abreu



quinta-feira, 14 de março de 2013

14/ 03: Dia Da Poesia

                                                                


                                                                   Dia Da Poesia


  1. Nasci poetisa
    Diz-se agora, poeta
    Prefiro a primeira forma.
    Sou bem feminina!
    Na minha mente 'poeta' sempre lembra o masculino.
    A poesia toma conta de mim
    Faz parte do meu todo:
    Como disse, nasci assim.

    Sem escrever, não me imagino...
    Sem ter o que dizer, nem pensar, não poderia viver!
    Poesia nos poros,
    Na pele e no resto do corpo.
    Ah, se Drummond me lesse agora!
    Não aceitaria tais palavras...
    Pois ele poderia ser ousado para sua época
    Mas não achava certo fazer poesias com o corpo...
    Sou assim, não adianta:
    Corpo, alma e coração
    Levam minhas letras sobre o papel
    Guiadas pelos dedos, manuseando a caneta
    De tinta azul,
    Depois, passando para a tela fria
    Levando a minha mensagem quente e talvez 'libertina'
    Mais do que liberal
    Porque sou Fátima Abreu,
    Mulher em potencial.

    Fátima Abreu Fatuquinha

sábado, 9 de março de 2013

A TROCA (mini conto)



Arquimedes não gostava de seu nome, fora dado pela avó, fã de História Geral, que gostava muito desse  grande cientista da  Antiguidade Clássica.
 Se pudesse trocar de nome, queria mesmo ser chamado de Sherlock, pois admirava  o detetive fictício.
Crescera inventando, fantasiando ser como ele. Mesmo na escola, aos 10 anos, ele tentava desvendar coisas complicadas, como 'sumiços' de objetos inexplicavelmente, durante a aula...
Era só para mostrar à sua turma, que ele seria muito bom nessa profissão.

Mas nem tudo é como planejamos na infância e ao se tornar adulto, sua vida tomou outro rumo (já que detetive não lhe daria voos mais altos que os caprichos da sua esposa "perua", pedia)...
Certa tarde, ele estava no aeroporto quando presenciou algo suspeito. 
Nada lhe fugia aos olhos atentos, pois isso ele carregara consigo  a vida inteira: Sempre  achando que aqui e ali, havia algo a ser desvendado, uma conspiração ou algo do tipo.
Percebeu que dois homens trocavam envelopes grandes, mas não eram passageiros de algum voo, não traziam mala ou mochila. Estavam vestidos com roupas pesadas, porque era inverno, mas um deles, usava sobretudo de couro, parecendo esconder mais alguma coisa por dentro. 
Pode observar também, que ele usava luvas e o outro não... 
O primeiro, certamente não queria deixar suas digitais nos envelopes.

Arquimedes, por detrás de seus óculos escuros, fazia uma cara desconfiada e fechada. 
Quem olhasse para ele, naquele momento, acharia que ele estava de mau humor com alguma notícia que acabara de ler no jornal, aberto em suas mãos.
Usando de seu instinto " detetivesco", ele seguiu o homem de sobretudo, pois achava que ele era mais suspeito de tramar algo, do que outro, pelo uso das luvas. Fora do perímetro usual dos passageiros, ele escondia-se atrás de uma carreta cheia de malas, para observar.
Foi quando, pego de surpresa, uma mão pesada sobre seu ombro, bateu em suas costas a seguir. 
Arquimedes virou-se e um policial bem sério, disse-lhe:
_ Se quer um conselho amigo, deixe qualquer suspeita com a polícia. 
_ Deve estar enganado policial, eu nada sei sobre aquele senhor...
_ Pois o observamos  seguindo essa pessoa.
_ Não. Há um equívoco aqui, apenas estava seguindo o mesmo rumo que ele...
_ Para o avião particular dele? Acho que não. Desculpe mas tenho que pedir que volte para dentro do aeroporto ou serei forçado a prendê-lo por estar em área restrita.

Arquimedes baixou a cabeça e voltou para dentro do aeroporto desolado... 
Talvez estivesse atrás de algo sensacional: Uma possível conspiração multinacional... 
Poderia falar disso no futuro, por horas, com seus filhos...
Quando sua esposa "perua" finalmente deixasse que eles viessem ao mundo!

O seu instinto não falhara, pois de certa forma, era algo "grande":
Aquele homem era um importante cientista, passando dados atualizados para um agente do governo, sobre uma terrível arma biológica! 

Fátima Abreu

Moral:
Em toda suspeita, há uma pouco de verdade!









sexta-feira, 8 de março de 2013

A Viagem ( mini conto )




Henrique chegou à casa com novidades: Fariam uma viagem!
Quanto tempo queria isso! Ele e a sua bela esposa, planejaram tanto...
Desde que casaram nunca mais tinham viajado, foi apenas  a 'lua de mel'.
Falta de tempo do seu ofício.
Mas agora poderiam escolher para onde ir, além do mais, ganhara uma boa gratificação do seu empregador. Reconhecendo as merecidas férias, deu-lhe um dinheiro extra.
Eram tempos que não se pensava nisso: Só no século seguinte, esses direitos trabalhistas seriam adicionados na lei.

Francine era paciente, soube esperar o momento que finalmente viriam as férias de seu esposo.
Abriram um mapa sobre a mesa da  saleta, que ele tinha pego com um amigo e puseram-se a escolher o itinerário a seguir  e o destino.

Apressada em decidir, Francine, com seu longo vestido de seda, não reparara no tapete que fazia uma dobra. A bolsa à moda da época, ficara na cadeira, e quando ela foi pegar para conferir seus documentos, tropeçou fatalmente no tapete, pisando em seu próprio vestido.
Caindo ao chão, bateu fortemente com a cabeça. Uma dor aguda tomou conta de si, e tonta, apenas olhou para Henrique antes de fechar seus olhos...

Henrique tentou socorrê-la, mas já não havia esperança ao chegar no hospital:
O traumatismo craniando a levara dos braços amorosos de seu marido, e ela fez então, a viagem final...

Fátima Abreu

Moral: Tenha cuidado com aquilo que deseja! Nem sempre é o melhor para si...