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domingo, 24 de março de 2013
Norma
Pelas ruas sozinha ela caminhava...
Ainda vestida de camisola, Norma estava.
Poucas horas antes do amanhecer,
Numa madrugada chuvosa, mas não fria...
Era outono, temperatura agradável.
Levava sobre o ombro, o casaquinho amarelo que ele lhe dera,
Quando ainda estavam juntos, na última primavera...
Ruas vazias, ninguém por ali andava...
E ela seguia sem rumo certo:
Decidira sair de casa.
O tic tac do relógio na parede, a incomodara na noite insone.
Pegou apenas o guarda chuva e o casaquinho, caso sentisse algum frio.
E batendo a porta do apartamento, ganhou a rua para caminhar...
Não sabia como resolver as coisas.
A indecisão lhe acompanhava nos últimos dias...
Tirava-lhe o sono,
O que faria?
Mudar para outro lugar, seria a solução,
Ou ali mesmo ficar, numa cidade de ilusão?
Norma criara uma norma para sua vida:
Se aqui ou ali, não estivesse dando certo,
Para outro lugar ela iria.
Era o seu 'espírito cigano'
Nesses instantes, que prevalecia.
Fátima Abreu
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