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sexta-feira, 31 de maio de 2013

CAPT 5: Visitas Incômodas



Cont do capt anterior:  'A Verdade Dói, Emagrece e Muda Tudo'

Visitas Incômodas

O ano era 1989.
Depois do rompimento definitivo de Josué com Eliane, o filho Ademir ficou solidário com sua mãe, não querendo encontrar o pai, aliás, ignorou-o por um bom tempo...
Mas, Adilson não. Até ficou interessado em conhecer seus meio irmãos, pedindo então ao pai que marcasse um dia para a visita.
Adilson levaria a esposa e os dois filhos pequenos também.
Josué ficou contente com essa atitude de seu filho mais velho. Marcou então para o domingo mais próximo.
Já em Niterói, quem não gostou dessa visita planejada, foram Graça  e a filha, pois não tinham o menor interesse em conhecer  a "outra família" de Josué.
Mas o caçula de Josué com Graça, Ivan, ficou bem  ansioso com a novidade.

Um desastre, um incômodo foi aquela visita!
Apesar de morar em Icaraí, bairro nobre de Niterói,  a casa era bem antiga, precisando de reforma, aspecto sujo e espremida entre os prédios 'gigantes' da rua. A esposa de Adilson  apesar de ser bem simples, achou  ao entrar na casa, que Graça era má dona de casa: Tudo tinha aspecto de mal cuidado, sujo mesmo!
Apesar de sua sogra Eliane, ser uma pessoa de 'cara amarrada', pelos desgostos da vida, ela tinha que admitir que era caprichosa, muito limpa e organizada. Isso ela não poderia dizer de Graça...
Essas coisas, mesmo não querendo reparar, fica claro, quando encontramos um ambiente assim...
Adilson não percebia nada disso, pois estava contente em conhecer seu irmão Ivan, mas a irmã, já não fez uma cara agradável...
O ambiente ficou desconfortável, estavam sem assunto... Foi servido um cafezinho com umas rosquinhas de coco ( aquelas da TV, que rima com minha personagem Maribel). Apenas isso e nada mais...
Os filhos de Adilson gostaram também de Ivan, porque eram crianças e ele adolescente. Porém, em dado momento, ficaram entediadas e desejosas de voltar para casa, no Irajá.
A esposa de Adilson chamou-o e disse que todos já queriam ir e que se despedisse logo.
Ao saírem dali, uma certeza: Nunca mais voltariam naquele lugar! Foi o que aconteceu.

Mas, o contato com Ivan continuou. Ele foi convidado para ir na próxima viagem que Adilson e família  fariam à Bahia. Josué também iria para matar as saudades dos parentes, pois havia um ano que não aparecia por lá.
Tudo marcado foram então: Adilson, esposa, os dois filhos do casal, Josué e Ivan.

Passaram por muitas 'porteiras' ( tinha que descer alguém do carro e abrir cada uma, para passar)até chegarem na entrada do lugarejo, que distava exatos 8 km da Rodovia Rio - Bahia.
Os parentes de Josué (que estavam sentados em volta de uma árvore, em frente à casa), ao avistar um carro de fora, um Monza preto, passando pela única via pública que beirava a estação do trem, logo perceberam que só poderia ser  "SINHÔ",(assim chamavam Josué por lá) que vinha do Rio com alguém...

 
 LAGEDO ALTO (BA)

Entretanto, levaram um susto quando desceram do carro Adilson junto com Ivan, uma coisa que nunca achavam que iria acontecer: Sabiam da existência das famílias de Josué que moravam longe uma da outra,  e não esperavam por isso. Na verdade, fizeram umas expressões de interrogação em seus rostos e Josué foi tratando de explicar tudo.

Depois, fez-se um almoço com uma carne de sol na brasa e galinha ao molho pardo.
Durante os 4 dias que ali estiveram, Adilson pagou por tudo, pois a família  baiana de sue pai, era grande e não tinha muitas condições financeiras. Se fossem contar com ajuda de Josué, estaria me maus lençóis, porque esse, mal chegou e foi procurar  a mesa de pôquer do bar. Não fosse  a mala de roupas que trouxe consigo, teria de ficar ali na Bahia, até ter como pagá-los...  Pois o negócio nesses cantos do interior nordestino, são resolvidos na 'base da peixeira' ou do tiro!
Resultado: Voltou para casa com a roupa do corpo.

"QUEM JOGA CENTAVOS, ESPERANDO MILHÃO, ACABA SEM NADA NA MÃO"

continua...

Fátima Abreu


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