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segunda-feira, 29 de junho de 2015

O HOMEM DE PALETÓ - REEDITADO

O HOMEM DE PALETÓ


Noite enluarada
Por Deus abençoada...

Em passos longos,


Ele anda.
A fonte ainda está na praça!
Pensou...

A mesma praça que um dia,

Tanto lhe tocou!
Lembranças de outros tempos/:
De uma infância
que ficou para trás...

Agora ele, homem feito,

Não esconde seus medos:
Pelo contrário, os mostra.
E assim, cabisbaixo,
Fecha seu paletó.
O frio intenso, agora o incomoda...

Abre então o guarda-chuva

Pois começa um chuvisco inesperado
Pensa então:
Para onde vou? Para que lado?

Incerta é sua vida agora:

Depois que perdeu tudo,
Nem uma casa, nem amigos,
Só a solidão...

E com esse vazio no peito,

Grita alto:
Não, não!

Coitado do homem de paletó!

Seu nome é Desespero,
Irmão da Desilusão...
Fadado à sua sina,
Senta à beira de um degrau.

Quando, chega então, uma antiga conhecida:

Ele a fita, e dá um sorriso...
'Minha prima', pensou.
Seu nome é Esperança,
Filha da tia Luz.

Assim, Esperança dá a mão ao Desespero

Ele sorri.
Esperança é muito boa, e diz:
Ainda estou aqui
Prove um pouco de mim,
Sentirá-se novamente feliz.

Fátima Abreu

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