O quadro na sala, estampava a minha pessoa
A cabeça, levemente para o lado.
Um jeito de mostrar o meu melhor perfil.
De frente, dizem que sou minha mãe todinha...
Mas dessa forma, ( perfil ) tomo a minha própria identidade.
A mulher de vermelho, me apresenta através do quadro.
Gerações do futuro, que nada sabiam sobre mim!
Ficamos agora muito bem apresentados:
Em preto & branco, naquele quadro...
A mulher de vermelho, diz ser uma escritora de vanguarda,
A figura ali estampada...
Mulher de muitas facetas!
Desde culinária, desenhos, poemas, contos...
Filha, irmã, esposa, mãe, sogra, avó.
Todas, em uma só...
Insegura algumas vezes, pouca memória...
Mas tolerante, amiga, chorosa, uma alma que perdoa sempre...
Ainda que isso lhe parecesse estranho.
Precisava sempre estar perdoando alguém...
Tantos lhe magoavam!
"Uma mulher lutadora"...
Vencendo os preconceitos, daqueles que a sua escrita erótica incomodava...
A mulher de vermelho dizia...
Embora não seja apenas erotismo, em seu acervo!
Há de tudo um pouco:
Desde espiritualidade, até humor!
Passando pela poesia, escrita de olhos marejados,
Muitas vezes...
'Sabe que outra mulher escreveu sua biografia?' Ela continuava:
Sim, um livro sobre tudo o que passara!
Mas com 'ares' de personagem:
Ali, como uma professorinha, era retratada.
Embora nunca houvesse 'oficialmente', sido...
Triste, isso.
A mulher de vermelho me apontava:
Fátima Abreu, ou Fatuquinha...
Apelido carinhoso, que lhe dera, seu primeiro esposo.
Agora fica aqui nesta sala,
A imagem, entendam ou não,
Dessa mulher, em questão...
FÁTIMA ABREU
NOTA:
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