_ Corre menino, vai chamar D.Marcinha, diz que é para atender telefone, na casa da vizinha!
_ D. Marcinha não tá agora aqui... Ela saiu faz tempo, eu vi.
_ Ah, então serve a filha...Anda logo, que a pessoa tá na linha!
_ Tá bom mãe, vou chamar a Aninha...
O menino saiu apressado, para ver a menina de seu agrado.
E gritou pela janela, que viesse atender ao telefone, a Aninha, sua mais linda vizinha...
Aninha veio correndo, atender ao chamado do pequeno.
_ Quem é no telefone Pedrinho? Seria meu padrinho?
_ Acho que não Aninha, pelo jeito é coisa para sua mãezinha...
_ Ah, o recado então é pra ela? Vou pegar papel e caneta pra anotar, se não for assim, não vou recordar!
_ Anda logo, se apressa, a Dona tá lá esperando tempo à beça...
Aninha entrou de novo apressada pelo menino, que já estava se indo... Pegou as coisas para anotar o recado, e foi para casa de D. Cotinha, a mais fofoqueira das vizinhas...
Entrando na casa de Pedrinho, Aninha, deu bom dia à vizinha.
D. Cotinha respondeu, ficando de orelha em pé, para escutar com cuidado, o recado...
_ Entendi sim Nina, você quer que diga pra mamãe, que vem aqui hoje, para dormir.
E D. Cotinha ficou levemente preocupada, por que Nina viria na casa de Aninha? Ela tinha sido amante de seu marido, e Cotinha havia já perdoado o indivíduo...
Não queria Nina por perto, era bonita, a danada! Faria seu marido cair de novo, em suas garras afiadas...
Arquitetou a pergunta, para parecer casual, nada bem parecido com o seu normal:
_ Ah, Nina vem pra cá, mas ela não estava em Maricá?
_ Bem, D. Cotinha, foi isso que ela disse, deve ter tido algum problema com a Clarisse...
_ Ah, sei... A Clarisse, quem é mesmo? Por acaso, elas tem algum caso?
_ Ai, D. Cotinha, D. Cotinha! Não vá pensar mal da minha amiga Nina, ela apenas divide o apartamento com a Clarisse, foi isso que ela sempre disse.
_ Menina, não sei não... Hoje em dia tá tudo tão mudado! Vai que elas são do babado...
_ Não acredito nisso D. Cotinha, Nina sempre foi muito boa menina...Cresceu aqui, com a gente, e nunca notei nada diferente!
_ É eu sei, até meu Marcos se engraçou... MAS MEU CORAÇÃO JÁ PERDOOU...
_ Pois então! Nina é muito feminina, desde muito pequenina.
_ Deixa isso pra lá, não tenho nada com isso, enfim... Águas passadas pra mim...
_ Agora vou embora... Obrigada por usar o seu telefone, o nosso tá ruim, por esse motivo ela ligou pra cá, e não pra mim...
_ Ah, bem que desconfiei disso. Ela nunca ligaria pra cá, sabendo que eu não gosto dela... Mas se não tem outro jeito, se apela!
_ É verdade! Vou rápido, cuidar de tudo, para a chegada dela... Até qualquer hora, D. Cotinha, não se esqueça da encomenda das minhas empadinhas...
_ Pode deixar menina Ana, que as empadinhas vão ser feitas hoje, sem demora, espera... Mas não entro lá quando a Nina estiver, vai ter que buscar aqui, se quiser comer antes de dormir.
_ Pode deixar, eu venho buscar. E quero mesmo lá pelas 8 horas da noite, depois do jornal, que papai costuma ver, só depois disso, vamos comer.
_ Tá certo, menina Ana... Não esqueça de avisar sua mãe quando ela chegar, do recado da sirigaita, e cuidado com o seu pai, vai que na tentação ele caí...
_ Não! Que é isso, D. Cotinha? Se alguém vai "cantar" a Nina, não é meu pai, é a sua Virgínia!
_ O que você tá me dizendo, menina? Que a minha filha Virgínia, gosta de mulher então? Nunca vi coisa mais doida que essa não!
_ A senhora tinha mais era que cuidar da sua cria, em vez de olhar pra casa dos outros, faz igual a tartaruga: carrega a casa nas costas, e não deixa de observar, o que nela está...
FÁTIMA ABREU
NOTA:
Esse texto não é para falar de opção sexual de ninguém, pelo contrário, sou totalmente contra preconceitos de qualquer origem, é apenas para mostrar que tem coisas mais importantes, do que falar da vida dos outros...
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=129351#ixzz1cwekNK3v
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
_ D. Marcinha não tá agora aqui... Ela saiu faz tempo, eu vi.
_ Ah, então serve a filha...Anda logo, que a pessoa tá na linha!
_ Tá bom mãe, vou chamar a Aninha...
O menino saiu apressado, para ver a menina de seu agrado.
E gritou pela janela, que viesse atender ao telefone, a Aninha, sua mais linda vizinha...
Aninha veio correndo, atender ao chamado do pequeno.
_ Quem é no telefone Pedrinho? Seria meu padrinho?
_ Acho que não Aninha, pelo jeito é coisa para sua mãezinha...
_ Ah, o recado então é pra ela? Vou pegar papel e caneta pra anotar, se não for assim, não vou recordar!
_ Anda logo, se apressa, a Dona tá lá esperando tempo à beça...
Aninha entrou de novo apressada pelo menino, que já estava se indo... Pegou as coisas para anotar o recado, e foi para casa de D. Cotinha, a mais fofoqueira das vizinhas...
Entrando na casa de Pedrinho, Aninha, deu bom dia à vizinha.
D. Cotinha respondeu, ficando de orelha em pé, para escutar com cuidado, o recado...
_ Entendi sim Nina, você quer que diga pra mamãe, que vem aqui hoje, para dormir.
E D. Cotinha ficou levemente preocupada, por que Nina viria na casa de Aninha? Ela tinha sido amante de seu marido, e Cotinha havia já perdoado o indivíduo...
Não queria Nina por perto, era bonita, a danada! Faria seu marido cair de novo, em suas garras afiadas...
Arquitetou a pergunta, para parecer casual, nada bem parecido com o seu normal:
_ Ah, Nina vem pra cá, mas ela não estava em Maricá?
_ Bem, D. Cotinha, foi isso que ela disse, deve ter tido algum problema com a Clarisse...
_ Ah, sei... A Clarisse, quem é mesmo? Por acaso, elas tem algum caso?
_ Ai, D. Cotinha, D. Cotinha! Não vá pensar mal da minha amiga Nina, ela apenas divide o apartamento com a Clarisse, foi isso que ela sempre disse.
_ Menina, não sei não... Hoje em dia tá tudo tão mudado! Vai que elas são do babado...
_ Não acredito nisso D. Cotinha, Nina sempre foi muito boa menina...Cresceu aqui, com a gente, e nunca notei nada diferente!
_ É eu sei, até meu Marcos se engraçou... MAS MEU CORAÇÃO JÁ PERDOOU...
_ Pois então! Nina é muito feminina, desde muito pequenina.
_ Deixa isso pra lá, não tenho nada com isso, enfim... Águas passadas pra mim...
_ Agora vou embora... Obrigada por usar o seu telefone, o nosso tá ruim, por esse motivo ela ligou pra cá, e não pra mim...
_ Ah, bem que desconfiei disso. Ela nunca ligaria pra cá, sabendo que eu não gosto dela... Mas se não tem outro jeito, se apela!
_ É verdade! Vou rápido, cuidar de tudo, para a chegada dela... Até qualquer hora, D. Cotinha, não se esqueça da encomenda das minhas empadinhas...
_ Pode deixar menina Ana, que as empadinhas vão ser feitas hoje, sem demora, espera... Mas não entro lá quando a Nina estiver, vai ter que buscar aqui, se quiser comer antes de dormir.
_ Pode deixar, eu venho buscar. E quero mesmo lá pelas 8 horas da noite, depois do jornal, que papai costuma ver, só depois disso, vamos comer.
_ Tá certo, menina Ana... Não esqueça de avisar sua mãe quando ela chegar, do recado da sirigaita, e cuidado com o seu pai, vai que na tentação ele caí...
_ Não! Que é isso, D. Cotinha? Se alguém vai "cantar" a Nina, não é meu pai, é a sua Virgínia!
_ O que você tá me dizendo, menina? Que a minha filha Virgínia, gosta de mulher então? Nunca vi coisa mais doida que essa não!
_ A senhora tinha mais era que cuidar da sua cria, em vez de olhar pra casa dos outros, faz igual a tartaruga: carrega a casa nas costas, e não deixa de observar, o que nela está...
FÁTIMA ABREU
NOTA:
Esse texto não é para falar de opção sexual de ninguém, pelo contrário, sou totalmente contra preconceitos de qualquer origem, é apenas para mostrar que tem coisas mais importantes, do que falar da vida dos outros...
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