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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

AS DORES DA VIDA




A DOR DO QUERER

O "eu quero" acompanhado da desilusão, do faz de conta que não deu certo, do doce caído no chão...
A dor do querer na mais tenra idade, quando se quer tudo, e nem sempre tem-se à vontade.
Um choro que muda logo para sorriso, se alguém de oferece um brinquedo sonhado, ou um sorvete do sabor esperado.


A DOR DO SOFRER

A idade das descobertas, do amor e das boas festas.
O sentir-se desprezado (a)  se torna uma coisa viva, quando um (a) jovem te deixa á deriva.
Sendo moça, chora a primeira decepção. O outro será o próximo, nessa lista de rejeição.
E se surge uma festa daquelas que se espera novo amor encontrar, e não recebe o convite, mais um drama adolescente vem à frente.
Vem então, a ebulição do hormônios trazendo libido que a forma mais concreta.
Sim, o desejo se instala e apenas se sente,.. Não há muito o que fazer, só se a virgindade se perder.


A DOR DO BOLSO

Essa vem com a vida adulta. Segue depois do estudo, quando vem o emprego, e continua até o fechar dos olhos.
Não existe pais para te dizer mais o caminho. Pois, que agora seja homem e mulher, cada um segue a vida como puder...
Responsabilidades, pagamentos, trivialidades...
Família nova sendo formada, e choro de bebês pela madrugada...
O bolso esvazia-se bem rápido e as contas irão aumentando, à medida que as crianças crescem e de mais coisas vão precisando.


A DOR DA INTERROGAÇÃO

E chega de mansinho a meia idade.
Ele ou ela percebe que muito se passou e nesse meio tempo, não fez nada que sonhou.
As dores físicas surgem então, depois de anos a fio de trabalho e desafios...
O olhar no espelho já diz que as primeiras rugas já se fazem presentes.
Nos cabelos, alguns fios brancos descem da raiz ...
A reflexão chega:
Os sonhos de outrora poderiam ainda ser sonhados?
Poderia  fazer algo que ainda não conseguira?
Ou ficaria naquela labuta ainda, vivendo uma mentira?


A DOR DA INCERTEZA

 A terceira idade chega, trazendo a aposentadoria final: Dos trabalhos queridos ou não, mas, que o sustentaram até então.
A sua rotina de antes, fica na memória.
Porque não se sabe o que fazer a partir da aposentadoria: Se antes tinha tudo controlado, a incerteza do que agora virá , pode gerar uma forte depressão e abalar seu coração.
A infância distante é revivida com nostalgia, nas lembranças...
Segue falando dela, com os netos, suas novas crianças.

Nesse ponto da vida, as dores físicas ficam mais sentidas...
O corpo frágil, não comporta mais o desejos de outras épocas, as vontades que foram encobertas.
Alguns ainda conseguem se manter em boa forma e até saudáveis, contudo, por terem tido o cuidado, de pensar a vida que teriam no futuro...
Porém, outros podem ser largados em um asilo pela família, ou darem sorte de serem bem cuidados.
O mais doloroso pode ser a compreensão, que os dias na Terra, agora, poucos serão.


Por: Fátima Abreu Fatuquinha


Em dueto com JDavi Miguez:


Eu quero:
Bala
Doce
Sorvete
Brinquedo
Brincar
Celular
Basta um não a escutar
Para a choradeira começar.



A amizade a dividir.
O convite não chegou.
A festa perdida.
A paixão não correspondida.
Os hormônios em ebulição.
A vergonha da transformação.



A saída da tutela dos pais.
O correr atrás...
A responsabilidade aumentando.
O dinheiro antes do fim do mês se acabando...


A parada para a reflexão.
Trabalhei muito.
Comprei casa, carro...
Tenho uma estabilidade financeira.
Não tenho mais a dor do bolso.
Cadê minha vida?
Meus sonhos?
Poderei eu retomar?
Os compromissos certamente não me deixarão...



A incerteza.
Para onde foi minha rotina?
Rotina essa, que sempre abominei.
Hoje me faz falta...

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