DELÍRIO
DELÍRIO É PODER BEIJAR E SENTIR QUE O CORPO FICOU DORMENTE!
DELÍRIO É SABER QUE O GOSTO FICOU, QUANDO FECHA SEUS OLHOS.
DELÍRIO É SABER QUE VAI QUERER SENTIR TUDO ISSO NOVAMENTE...
Fátima Fatuquinha Abreu
Mudas Palavras
Ah, a pena foi deixada!
As palavras emudeceram,
Sobre a mesa, somente o livro amarelado pelo tempo, e a rosa na jarra d' água...
Restos de uma história.
Poesias que existiram...
Rabiscos floridos.
Encantados pelos sentimentos de outrora...
Fátima Fatuquinha Abreu
Uma Rosa e um Café
Ah, era tudo que eu queria!
Sobre os livros que contavam os romances de outrora...
Folhas amareladas pela erosão do tempo.
E as lembranças de uma época que não volta mais!
Tempos que o romantismo existia na melhor concepção da palavra...
E que o meu amor, ao teu, se consolidava...
Uma rosa e um café.
Disso que eu preciso agora.
Reler poesias nossas, com gosto de saudade...
E a vontade imensa de ter-te novamente a meu lado.
Óleo e água não se misturam, entretanto, café e leite, sim...
Ah, se nada disso tivesse se transformado em pétalas de rosas secas!
Um romance que ainda não teve fim...
Fátima Fatuquinha Abreu
TRANSFORMAÇÃO
COMO CAFÉ QUE TRANSBORDA DA XÍCARA, TENHO SENTIMENTOS QUENTES E EUFÓRICOS, MAS, ÀS VEZES, ME TORNO CHÁ:
FICO CALADA E CALMA...
EMBORA NESSES MOMENTOS, ESTEJA FORA DE MIM.
TENHAM RECEIO, SE EU FICAR ASSIM...
Fátima Fatuquinha Abreu
O BAR
Era ali que as noites, se arrastavam.
Uma profusão de luzes e som, às vezes a ausência da primeira...
Porém, era o ponto de encontro.
Não havia outro.
E mesmo que ela nunca chegasse a saber, era amada...
Ele a procurava olhando pelas mesas de canto, em que ela gostava de sentar.
Não tinha certeza se viria...
Ele, o barman.
Ela, a artista...
Nunca foram apresentados por alguém.
Ele a atendia, ela pagava e se ia...
Fátima Fatuquinha Abreu
A TINTA DA TUA TELA
( poema reeditado)
Beija-me alucinadamente,
faz bem diferente...
te sorvo a língua
sente...
vibrante,
quente...
Aguarda que te faço tudo
abro as portas
do teu desejo,
te levo ao delírio
de mordo e assopro...
te domino e sou dominada
nessa dança de corpos suados
se acariciando
se querendo...
Te faço viril
nesse meu corpo
teu templo, tua casa
para fazer a tua caminhada...
Vem, não demora muito...
eu, aqui,
já estou louca, por te sentir...
Arranha a tua aranha,
que te prendeu na teia:
te faço homem insano,
louco pela paixão,
que fiz brotar, no teu coração...
Sou agora, a tinta
de tua tela
você, o pincel
que me pinta,
enquadra,
alucina,
me faz doce menina...
Fátima Fatuquinha Abreu
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