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sábado, 18 de abril de 2015

A Fuga

Capítulo 4:

                   De: Rio de Janeiro - RJ Para: Lavras - MG              



O sol batia forte no vidro do carro. A manhã já ia pelo meio, quando Layla acordou.
Juvenal Rossini estava cansado: Havia dirigido a noite inteirinha. Precisava parar agora.
Estacionou o carro embaixo de uma árvore e como de costume, procurou uma amendoeira.
Layla abriu a porta do carro, esticou o corpo se espreguiçando e disse:
- Bem, estou precisando de um café bem forte!

Rossini respondeu apontando:
- Ali mesmo, na loja de conveniências do posto, podemos tomar nosso café da manhã, minha querida.

Ele a abraçou e foram na direção da loja. Estava realmente faminta!
Comeu pão com presunto, tomou café, abriu um iogurte de morango e por último, comprou um saco de rosquinhas de nata, para ir comendo dentro do carro.
Já Rossini tomou um café com leite, comendo um sanduíche de mortadela.
O que ele precisava mesmo, era dormir...

Pagou o que comeram e Layla escolheu uma revista para levar também.
Depois que saíram da loja de conveniências, Juvenal Rossini olhou ao redor  e percebeu que tinha um motel desses de passagens rápidas, feito mesmo para viajantes, bem pertinho do posto de gasolina.

Disse então para Layla:
- Preciso descansar, princesa. Você dormiu até aqui, eu não... Vamos ficar umas três horas naquele motel. Tiro um sono, você se distraí com a TV, ou usa seu notebook, como quiser...

- Tudo bem. Claro que precisa descansar! Não quero um acidente na estrada...

Foram em direção ao motel e por lá ficaram o tempo necessário para que Rossini tirasse o seu sono.
Enquanto isso, Layla abriu o notebook e verificou as fotos da formatura, postadas pelas amigas de classe, nas redes sociais.
Ficou emocionada. Abriu um dos vídeos compartilhados, e mais choro...
Correu para o banheiro, sentiu uma náusea.
Não era dada a enjoos, estranhou.
 "Ah, de certo teria sido pela gula no café da manhã!
Alguma coisa não deveria ter caído bem." Pensou.

Foi tomar um banho. Notou que as auréolas dos seios estavam mais escuras que o normal.
Estranhou novamente... Estaria com algum problema de saúde?
Quando chegassem ao destino,  a cidadezinha que Rossini escolhera em Minas Gerais, procuraria logo um médico. Tinha de saber o que estava errado com ela.

O celular tocou.  Antes estivera desligado.
Mas, quando Layla viu as imagens da formatura, deixou ligado novamente, caso os pais tentassem entrar em contato para saber o que havia acontecido.
Sim, era uma chamada de casa.
- Alô, filha cadê você? Responda pelo amor de Deus!

- Mamãe não se preocupe, estou bem viva. Vou me casar com Rossini longe do Rio, só isso...

- Só? Você some na noite da sua formatura, ou melhor, foge com esse homem, e me diz que vai casar? Percebe a loucura que está fazendo?

-  Não é nenhuma loucura, sou maior de idade, mãe. Além disso, foi a minha escolha. Não espero que entenda, mas, que me perdoe. Se eu dissesse meus planos, tenho certeza que tentariam impedir...

- Claro que sim! Filha, pelo menos me diga para onde vocês vão. Eu e seu pai queremos manter contato, por favor...

- Sim, mamãe. Vamos para uma cidadezinha do interior de Minas, chama-se Lavras. Assim que estiver acomodada, entro em contato novamente. Deixe que eu ligo, ok?

- Certo, concordo. Então fique com Deus, Layla. E que Ele te abençoe, para que não venha se arrepender do que está fazendo!

- É por minha conta e risco, mamãe. Dê um beijo no papai e diga que me perdoe também. Tchau.

- Tchau, filha.


Layla estava mais sensível do que o normal, e novamente rompeu em lágrimas...
Com o barulho do choro, Rossini acabou acordando. Correu para junto e perguntou angustiado:

- O que houve, minha querida? Está arrependida ou sente alguma coisa?

- Não estou arrependida, somente abalada. Acabo de falar com minha mãe. E sim, sinto que estou diferente, estou enjoada, os meus seios estão com os mamilos mais escuros também, isso é muito estranho...

- Ao chegar em Lavras, vou te levar a um médico. Mas, acho melhor evitar de falar com seus pais agora, isso pode te deixar  muito angustiada... Quando tudo se acertar, você dá notícias. Certo?

- Ok, disse exatamente isso para minha mãe.

Eles se beijaram e logo estavam fazendo amor, como um casal apaixonado em noite de núpcias...




Continua no meu próximo livro...

Fátima Abreu




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