Rompe-se algo dentro de mim.
Vejo-me mais velha. Não queria:
Tenho uma alma 'menina', com momentos de alegria.
Entretanto, a vida faz isso sempre:
Tira a alegria, põe a tristeza.
Como se hoje tivesse pão, e amanhã nada sobre a mesa...
Tento me acertar.
Fico quieta, penso.
Porém, essa espera muda é inútil: Nada vem.
Um amigo muito querido por mim, a ponto de chamá-lo de primo,ao ler uma frase minha,
(A tristeza envelhece e a felicidade revitaliza), comentou:
" Por isso que você é uma pessoa alegre e jovem. Parabéns Fatuquinha."
Se fosse pouco tempo atrás, concordaria com ele.
Mas, de agosto para cá, me sinto 5 anos mais velha.
Os problemas tem esse poder.
As indecisões também.
A falta de soluções para essas situações, idem.
Com isso, a consequência reflete na face: rosto cansado, olheiras, pele mais seca, pequenas rugas que antes não apareciam...
Essa sou eu...
Mesmo que esse meu amigo e outras pessoas, afirmem a minha vitalidade aos 50 anos!
Não me sinto mais tão jovial.
A criança dá lugar à mulher cansada de tantas batalhas e desafios.
Sempre tentava compreender o que ficou de melhor em cada situação vivida até hoje.
Nunca achava que tudo era ruim, sempre procurando motivar-me e aos que me cercavam dizendo:
De tudo se tira uma lição. Há males que aparecem para um bem maior...
Já não sei se continuo a pensar dessa maneira.
O vento corre contra. A próxima rajada será melhor?
A filha caçula diz que sou dramática demais.
Queria saber se ela tivesse levado os baques que já levei, se não seria...
Cada um tem em sua vida, seus momentos de completa solidão, mesmo com outros no entorno.
Estou assim: Sozinha.
Sem rumo para o meu atual dilema.
Sem saber o que fazer.
A ponto de achar a solidão (antes detestada), uma amiga silenciosa que embala...
Como um vento guiando um veleiro cor de rosa...
Suave.
E uma vontade louca de 'fugir' para longe.
Onde a minha solidão enfim seja verdadeira:
Só eu, e o recomeço.
Sem 'pedras no sapato', de um 'pé doente'.
Fátima Abreu
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segunda-feira, 29 de setembro de 2014
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Amaranda Renasceu
Essa é uma história verídica. Apenas contada por mim, na forma de mini conto autorizado pela protagonista, uma senhora de seus 80 e poucos anos...
Interior da Bahia. Uma família, onde o pai era evangélico, o que naqueles tempos, chamavam de "crente". Batizava-se as pessoas somente depois de já adultos, nessa religião.
No costume daquela época ( na primeira metade do século XX ), colocava-se nomes parecidos em seus filhos e filhas, geralmente com mesma inicial.
Era o caso das filhas desse senhor. Amaranda, a mais velha morreu cedo.
Amanda e a outra irmã ficaram.
Um dia, o cartório da pequena cidade pegou fogo e todos os papéis com ele...
Isso se deu porque a esposa do dono do cartório, descobriu que ele a traía e que muitos já sabiam disso. Ela então resolvida a dar uma lição que ele nunca esquecesse, ateou fogo dentro e fora do cartório.
Os habitantes do lugar tiveram que refazer as certidões de nascimento, etc.
O pai deu entrada nas papeladas das filhas. Mas o escrivão que não deveria estar em seus melhores dias, fez confusão, e ressuscitou Amaranda, deixando Amanda como a morta da família.
Desse dia então, a filha nascida Amanda, tornara-se Amaranda.
Passaram a chamá-la pelo nome da falecida. Ninguém lembrava que ela um dia fora Amanda.
Com o tempo, ela se casou, teve seus filhos, aos quais juntaram-se aos que seu marido já trazia do primeiro casamento. Uma nova família iniciou e a nova 'Amaranda', agora já era chamada apenas de Mara. Rendeu frutos como ela mesma me disse certa vez: muitos netos, alguns bisnetos e os 'agregados', pessoas que como eu, surgiram nessa família quase que por acaso: Ela era parente de meu primeiro (falecido) marido, porque era prima do pai dele, consequentemente dele, em segundo grau, o que só se foi descobrir isso aqui no Rio de Janeiro, além de ser avó de meu genro, que casou-se com a minha 'filha do meio', mas essa é uma outra história...
FÁTIMA ABREU
Interior da Bahia. Uma família, onde o pai era evangélico, o que naqueles tempos, chamavam de "crente". Batizava-se as pessoas somente depois de já adultos, nessa religião.
No costume daquela época ( na primeira metade do século XX ), colocava-se nomes parecidos em seus filhos e filhas, geralmente com mesma inicial.
Era o caso das filhas desse senhor. Amaranda, a mais velha morreu cedo.
Amanda e a outra irmã ficaram.
Um dia, o cartório da pequena cidade pegou fogo e todos os papéis com ele...
Isso se deu porque a esposa do dono do cartório, descobriu que ele a traía e que muitos já sabiam disso. Ela então resolvida a dar uma lição que ele nunca esquecesse, ateou fogo dentro e fora do cartório.
Os habitantes do lugar tiveram que refazer as certidões de nascimento, etc.
O pai deu entrada nas papeladas das filhas. Mas o escrivão que não deveria estar em seus melhores dias, fez confusão, e ressuscitou Amaranda, deixando Amanda como a morta da família.
Desse dia então, a filha nascida Amanda, tornara-se Amaranda.
Passaram a chamá-la pelo nome da falecida. Ninguém lembrava que ela um dia fora Amanda.
Com o tempo, ela se casou, teve seus filhos, aos quais juntaram-se aos que seu marido já trazia do primeiro casamento. Uma nova família iniciou e a nova 'Amaranda', agora já era chamada apenas de Mara. Rendeu frutos como ela mesma me disse certa vez: muitos netos, alguns bisnetos e os 'agregados', pessoas que como eu, surgiram nessa família quase que por acaso: Ela era parente de meu primeiro (falecido) marido, porque era prima do pai dele, consequentemente dele, em segundo grau, o que só se foi descobrir isso aqui no Rio de Janeiro, além de ser avó de meu genro, que casou-se com a minha 'filha do meio', mas essa é uma outra história...
FÁTIMA ABREU
VÂNIA
Esse texto refere-se a uma pessoa que foi de minha estima, que aqui, troco apenas o nome, mas conto sua vida e as 'voltas' que ela teve que passar...
Vânia era uma jovem pernambucana que conheceu um rapaz que trabalhava na Marinha Mercante: Edson; Gostaram um do outro, em pouco tempo já namoravam.
Edson trabalhava juntamente com seu melhor amigo, Honório.
Honório, já tinha se casado com Conceição. Sempre dizia a Edson que se casasse também, porque aquela vida de viajante pelo mundo, um dia iria acabar...
Teria de arrumar um emprego em terra firme. O ideal seria, ter uma esposa quando voltasse para casa no fim de cada dia, esperando com um bom jantar e o carinho da mulher...
Animado com o incentivo de Honório, Edson pediu Vânia em casamento. Afinal, estavam apaixonados mesmo, por que esperar mais? Ela aceitou.
Rapidamente Conceição e Vânia já eram amigas também.
Os dois marinheiros ficaram em terra de vez, trabalhando agora, na estiva.
Moravam em bairros vizinhos e pelo menos uma vez a cada 10 dias se visitavam.
Conceição teve 2 filhos: Linda e Valter, e Vânia 3: Sérgio, Marina e Nadir.
As famílias durante anos se visitaram, a amizade cada vez mais firme...
Dos filhos de Conceição e Honório, Linda casou-se primeiro, e teve um único filho: Eduardo.
Valter casou-se anos depois com Maria, tiveram 3 filhos. Mas sua primeira filha, Fiona, foi batizada por Vânia e Edson, o casal que já estava na casa dos quarenta e tantos anos, nessa época...
Os filhos de Vânia e Edson já estavam todos casados e também com filhos, menos Nadir, que era estéril... Ou seria o marido?
Anos se passaram, e as visitas de Fiona aos padrinhos era motivo de muita alegria para a menina: Sua madrinha Vânia, sempre fazia o seu bolo preferido: molhado com caldo de laranja ao sair do forno, e depois polvilhado com açúcar e canela. Além disso, ainda tinham os biscoitinhos de nata, as brevidades e o café com leite mais gostoso, que em qualquer outro casa: com leite de cabra!
Tudo isso servido com pães e geléia que sua madrinha fazia, numa mesa grande (com toalha bordada e com crochê nas pontas) no centro da copa.
Havia no aparador, um relógio que batia a hora exata, mas fazia um estrondo danado! Mas era muito gostoso para todos, aquelas tardes de domingo!
Fiona, no dia da festa de seus 15 anos, ganhou de sua madrinha uma pulseira cravejada de pedras azuis, a sua cor preferida.
Um ano depois, seus padrinhos foram ao seu casamento: Fiona casara-se grávida, mas eles em nenhum momento fizeram qualquer comentário. Ela adorava seus padrinhos Vânia e Edson, que nesse tempo, já se encontravam na terceira idade...
Quando Fiona já tinha 2 filhos, seu padrinho faleceu. Ela sentiu...
Gostava muito dele.
A madrinha Vânia estava sem seu companheiro de tantos anos agora... Triste e preocupada... Sofria tremendamente.
Dali em diante, a vida de Vânia se transformou:
Naquela época, quando se ficava viúva, os trâmites da pensão eram bem demorados, não havia a tecnologia de hoje, e a burocracia dos papéis em nada ajudava...
Vânia estava sem receber dinheiro, já faziam 6 meses! Quem a ajudou nesse período, foi justamente Valter e Maria, seus compadres.
Vânia vivia outro drama: Quando sua filha Nadir foi largada pelo marido, ficou vivendo com ela, e estava diabética também. Sorte que Nadir não teve filhos com seu marido: era um aproveitador barato, sempre vivendo às custas dos sogros por todos aqueles anos.
Nadir ficou cega pelas complicações do diabetes.
Nesse momento, Vânia já estava recebendo sua pensão e agradecida, quis pagar a Valter, pelos meses de ajuda contínua... Logicamente ele não quis receber, eram compadres, isso era como uma grande família, os laços de amizade eram assim naquela época...
Mas Vânia estava apenas no começo do fim:
Nadir piorava a olhos vistos... As despesas aumentavam, contas, medicação, alimentação...
Vânia tinha se queixado ao seu filho mais velho, Sérgio. Pois não incomodaria seu compadre Valter, mais uma vez.
Aliás, achava uma abuso que seu filho nunca lhe oferecera ajuda, sabendo tudo que passava!
Sérgio tinha planos diferentes: Queria vender a casa enorme de sua mãe, (seria o procurador) alegando que seria melhor para ela e Nadir, uma casa menor para morar, menos trabalho para cuidar, etc...
Vânia aceitou a proposta do filho; assinou a procuração lhe dando plenos poderes para cuidar disso.
Mas aí veio mais um choque em sua vida:
Sérgio deu-lhe apenas uma pequena parte da venda e ficou com praticamente todo o resto.
Fiona que nessa época estava morando numa casa que pertencia a seu pai, já havia dito que iria se mudar. Vânia lembrou-se disso e ligou para seu compadre Valter:
_ Compadre, Fiona vai mudar de bairro, não vai?
_ Sim Vânia. Por quê?
_ Gostaria de alugar sua casa, se não tiver problema. Quando ela sair, logo em seguida eu entro, o que acha?
_ Por mim tudo bem, comadre. Mas e sua casa?
_ Vendi. Depois lhe conto tudo...
_ Está bem. Na semana que vem, pode vir buscar as chaves, porque Fiona muda no sábado.
_ Obrigada, compadre. Mande lembranças para a comadre Maria. Até logo.
_ Até logo, Vânia.
Depois disso, foi só uma coisa atrás da outra: Nadir faleceu.
Vânia ficou só e seu filho não mais a visitava, talvez fosse remorso, sem coragem de encarar a mãe...
Sua outra filha Marina, morando distante, também não vinha... A depressão tomou conta de seu ser.
Em certa tarde, Vânia pegou um ônibus para ir pagar umas contas no banco.
Teve um mal súbito e caiu. Os passageiros a ampararam e a levaram para o pronto socorro mais próximo, mas de nada valeu: Vânia teve um derrame fulminante e faleceu.
Era o fim de uma vida que havia sido muito feliz, até o dia em que seu marido morreu e tudo se modificou...
Agora devem estar juntos e sossegados.
Fátima Abreu
NOTA: FIZ ESSE TEXTO PORQUE ESTAVA COM SAUDADES DELA...
Nó de Marinheiro*
Não há rosas sem espinhos,
Tampouco amores sem carinhos.
Não há início sem meio e final.
Equilíbrio para tudo:
Se o Bem somente existisse, o CÉU era aqui.
Se o Mal brotasse só, seria o umbral.
Não existe somente fel:
Há na natureza, também o mel.
Não há só desilusão:
Existem momentos de amor e cumplicidade.
Não há frio sem cobertor.
Não há verão sem calor.
Não há você sem mim
Perderia o norte.
Eu, sem você, calmaria enfim...
Porém, é essa necessidade mútua que nos enlaça:
Nó de marinheiro.Junta e amarra.
Rosa e azul.
Vê a diferença?
Para uns, um escudo protetor.
Para outros, voo alçado para longe...
Para nós, o complemento.
Quem de nós estaria certo:
Os que precisam ou os que querem ser precisados?
Assim vamos levando...
No passar da década.
Será que a gente se acerta?
Fátima Abreu
*Poesia baseada nas frases do filme: 'Náufrago'
"É como o fogo: pode nos destruir, ou aquecer."E a lição: O TEMPO NOS SALVA, OU NOS MATA:
"O tempo nos controla sem piedade, não liga se estamos doentes, com fome, com sede, se somos russos, brasileiros ou seres de Marte."
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Meu Lobo Viajante
REEDITADO PARA ESSE BLOG:
MEU LOBO VIAJANTE
Caminha pelos meus sonhos, viajante,=.
Estou aqui te esperando. Em gozos solitários, enquanto você não vem... Mas é com você, que quero sentir prazer. Venha até mim. Estou à espera de meu lobo... Caminha em meus sonhos, viajante. Sente tua presença em meu corpo. Coloque-se dentro dele... Faça que se abrase, com tua espada flamejante. Beije-me, enquanto penetra a gruta. Sinta como me dou inteira para você... De todos os jeitos, de todas as maneiras. Só quero sentir prazer... Caminha em meus sonhos, viajante: Diz palavras que quero ouvir. Mesmo que à outras, já tenha dito, O que importa para mim, é sentir... Queime meu corpo, com teu fogo O teu, cobrirei com beijos ardentes... E no teu falo, me perco Não saio. Quero que jorre teu néctar orgânico e quente. Em meu corpo que espera... Caminha em meus sonhos, viajante. Já conhece todos os meus segredos. Venha me satisfazer agora! Sou tua, à qualquer hora.
Fátima Abreu
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segunda-feira, 22 de setembro de 2014
O CALOR DO CORPO
O Calor do Corpo
Esse, que nenhum ventilador ou ambiente refrigerado dá conta.
Aquele que sobe de mansinho...
Atinge o rosto, enrubra, incendeia...
Não ao ponto de uma combustão humana!
Entretanto, ele queima forte em nossas veias.
Latente, pulsante...
Calor que só sente, quem tem sangue quente.
Fátima Abreu
O LIVRO, SEU MELHOR AMIGO!
O LIVRO, SEU MELHOR AMIGO!
Cada página, um sonho ou aventura...
O livro é sua abertura: Fonte da liberdade.
Modo de escapulir do entorno.
Dirigir seu pensamento ao que as palavras dizem;
E sonhar, imaginando estar ali.
Um livro é um amigo:
O seu melhor, acredite!
Pode dormir com ele, sem que te incomode:
Não ronca, não se espalha pela cama...
Sonhe abraçando-o.
Beije-o ao virar a página.
E tenha uma boa noite!
Mas, não se esqueça:
Meus livros também podem ser seus companheiros...
Fátima Fatuquinha Abreu
http://www.clubedeautores.com.br/authors/32550
(Para comprar impresso)
http://www.americastarbooks.net/9781611028942.html
(Versão em inglês do livro UM CONTO DE AREIA & MAR)
http://www.bookess.com/profile/fatuquinha/books/
(Vitrine virtual para escolher em e-book e enviar e-mail para :
fatuquinha@gmail.com , fazendo o pedido de um par de e-livros por apenas 10 Reais)
domingo, 21 de setembro de 2014
Um Trecho de: 1 Baile, 1 Vida
Trecho do meu livro:
"UM BAILE, UMA VIDA"
O caseiro
do Visconde levou a pequena bagagem daquele fim de semana, para dentro da casa.
Estranhou
a falta da Viscondessa Nadine, mas não ousou perguntar por ela.
Pode
perceber a beleza da professora que acompanhava seu patrão, e os olhares que
trocavam entre si...
Ali,
quando a família estava de férias, realizavam-se saraus: Com recitais de
poesia, piano, e um baile para finalizar a noite.
Beatrice
encantou-se com o tamanho do salão.
De certo,
era bem maior do que sua família tivera na cobertura do prédio onde moravam,
antes de seu pai ir à falência...
O piano
estava ‘imponente’ no canto direito: Sobre um assoalho que havia sido alterado
para receber três degraus. Dessa forma, elevando assim o local, do resto do
ambiente.
As tábuas
corridas do chão brilhavam pela cera (que com certeza a empregada havia passado
para mostrar serviço ao patrão quando chegasse ali), o lustre do teto, de um
cristal francês, fazia a peça chave do salão.
Havia
também uma mesa grande, no canto esquerdo, com uma toalha ricamente bordada,
acompanhada de 12 cadeiras de madeira talhada e assentos de couro marrom.
Um
gramofone estava sobre uma mesinha pequena, e era com certeza o objeto da moda,
nas casas de pessoas que tinham títulos de nobreza.
Victório
foi até ele e pôs um disco pesado que começou à tocar com fortes ruídos
chiados, mas mesmo assim, entendia-se bem a valsa que dali saía...
Pegou
Beatrice pela mão e disse:
_
Concede-me essa dança, senhorita Beatrice?
_
Certamente...
Os dois
rodopiaram no salão por mais de meia hora, e a aproximação da dança, fez nascer
certo sentimento inesperado, pelo menos da parte de Beatrice...
Era
calculista, já havia arquitetado alguns pontos em sua mente, mas não esperava
sentir algo real, nos braços daquele homem...
Sentiu
afoguear seu rosto. Mas não parou de dançar.
Já o
Visconde, apreciava tão boa acompanhante,
e não queria admitir, mas estava gostando de tudo aquilo.
FÁTIMA ABREU
Quer ler mais?
Peça já o seu em e- book, pelo e-mail:
fatuquinha@gmail.com
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
NUVEM
FLOCO BRANCO,
ALGODÃO DOS CÉUS...
NUVEM, SE TRANSFORMA EM NIMBUS AGORA:
PRENÚNCIO DE MUDANÇA RADICAL,
NO HORIZONTE, VAI HAVER TEMPORAL...
NUVEM, DE BRANCA, SERENA,
TRANSFORMA-SE EM CINZA:
CHUVA, CAI INCESSANTE...
A NUVEM, SE TORNA FEROZ!
TRAZ DENTRO DE SI OS RAIOS,
ENERGIA DA NATUREZA
QUE FAZ DA PEQUENA NUVEM, ANTES, BRANCA E AMIGA,
TORNAR-SE CRUEL, DEVASTADORA, ALGOZ!
A CHUVA LAVA A TERRA...
E O OLHAR TRISTE DO OBSERVADOR,DA JANELA,
CLAMA PARA QUE PARE, PÕE-SE A ORAR:
SEM LEVAR A CHUVA,SEU PRECIOSO LAR...
FÁTIMA ABREU
Diana Conhece Nathalie
Pintura de Michael Garmash
Nathalie aproximou-se de Diana.
Notara que a mulher que havia lhe pedido um martini, parecia estar aérea, perdida mesmo...
Pode reparar também que Diana estava muito bem vestida, sinal que tinha uma vida sem problemas financeiros; bem diferente de Nathalie...
_ Olá! Sou Nathalie, a moça que lhe serviu o martini no bar, ainda agora, lembra-se?
_ Ah, olá. Desculpe-me, é que estou um pouco 'avoada' essa noite, zonza... Não sei na verdade, nem por onde andei... Quando vi, já estava entrando aqui no Piano's Bar.
Adoro jazz e blues, e fui atraída para este lugar. Meu nome é Diana, como a deusa do Olimpo, sabe...
_ Quer alguma ajuda Diana? Que lhe chame um táxi, talvez...
Pois acho que não está bem; seria melhor voltar para casa, não?
_ Sim, sim... Acabando meu drink, e depois dessa música que está tocando, voltarei para casa.
_ É melhor. Chamarei um táxi assim que queira, ok? Não sei porquê, mas gostei de seu jeito, parece que já a conhecia antes. Mas sei que é improvável: Afinal, mal tenho amigas, a não ser, as moças do meu curso de enfermagem...
_ Escute, Nathalie: Gostaria de fazer amizades, pelo que vejo. Quer juntar-se ao meu grupo social? Chamamos de "Círculo". Reunimo-nos na casa de minha amiga, Cecília.
_ E como é esse grupo, o que fazem?
_ Bem, temos como via de regra, a amizade acima de tudo. União mútua, em todos os sentidos. Um ajuda o outro, seja no que for. Além de...
_ Além de?
_ Sexo. Fazemos isso também, com quem quisermos do grupo: Tempos novos... relacionamentos abertos, sem culpa. Amamos uns aos outros, sem ciúmes. Mas, se isso é obstáculo para você, esqueça minha proposta...
_ Bem, Diana, na verdade sou virgem ainda, acredita? Em pleno século XXI, uma mulher de vinte anos, que nunca teve intimidade com ninguém, apenas uns namoricos que não deram em nada, além de uns beijos mais quentes e uns 'amassos'... E há gente, que pensa que mulheres como eu, que trabalham em bar, estão à disposição de qualquer um que aparecer... Pode até acontecer com a maioria, mas, comigo não.
_ Nossa! Realmente nunca conheci uma moça dessa idade, ainda virgem. Então, não está mais aqui quem falou. Esqueça tudo.
_ Deixe seu número de telefone comigo, Diana. Se um dia eu mudar de ideia, te ligo, ok?
Diana sorriu levemente e escreveu no guardanapo de papel o número de seu celular. Era mais interessante dessa maneira: Porque se Nathalie, simplesmente colocasse o número ditado em seu telefone, seria apenas mais um, na lista de contatos... Entretanto, faz parte da sedução, um número anotado displicentemente em um guardanapo, isso ela aprendera com Lana, não com Cecília...
Diana retirou o colar de pérolas que emoldurava seu pescoço, e deu-o para Nathalie, como se fosse um presente de amigas, de muitos anos... De início, ela não quis aceitar o presente, achando precipitado tudo aquilo...
Mas, Diana a convenceu, dizendo:
_ Fica lindo em você, Nathalie. Serve para loiras, tanto quanto, para morenas. Não se preocupe, tenho outros em casa.
Passada meia hora de conversa, Nathalie então chamou o táxi, a pedido de Diana.
Nathalie virou-se já na porta, retornando ao bar, para olhar o táxi levando aquela morena tão bonita, mas, visivelmente problemática...
Não tardou muito e Diana recebia a ligação: Foi no dia em que Nathalie completava 21 anos...
Fátima Abreu
Ambas personagens estão no meu livro:
A TRILOGIA DO "CÍRCULO"
Peça já o seu:
fatuquinha@gmail.com
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
ACHO QUE SOU LOUCA/George Harrison - My Sweet Lord
ACHO QUE SOU LOUCA
POR TE AMAR DESSE JEITO
CHEGA A DOER DENTRO DO PEITO.
QUERER TE ROUBAR BEIJOS,
PLANTAR DESEJOS,
FAZER COM QUE ME ACEITE
E QUE SEJA BOA, PARA TEU DELEITE.
ACHO QUE SOU LOUCA
POR TE QUERER BEIJAR A BOCA
TODOS OS INSTANTES,
QUE PERTO ESTÁ DE MIM.
ACHO QUE SOU LOUCA
E VOCÊ NÃO COMPREENDE:
O SENTIMENTO É QUE ME MOVE!
FAZ COM QUE EU SEJA ASSIM:
AMOR SEM FIM...
ACHO QUE SOU LOUCA
POR QUERER COM VOZ ROUCA,
COLOCAR-TE NOS MEUS BRAÇOS,
E PRENDER, NUM LONGO ABRAÇO.
ACHO QUE SOU LOUCA
NÃO SEI SE É PARA VOCÊ,
O QUE HÁ DENTRO DE MIM...
QUER EU FIQUE QUIETA,
MAS, COMO PODERIA?
SE O AMOR FALA MAIS ALTO!
DÓI TE AMAR TANTO ASSIM:
QUERENDO-TE O TEMPO TODO,
PERTO DE MIM.
ACHO QUE SOU LOUCA
PORQUE SEM VOCÊ, PERCO O CHÃO.
TOTAL É MINHA DEPENDÊNCIA
DESSE TEU CORAÇÃO.
FÁTIMA ABREU
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
UM POEMA ÉPICO
A Musa e Seu Gladiador
A lira toca seu mais lindo acorde
Os serviçais servem de vinho e frutas, os convidados
Nos divãs estão os nobres
Em uma conversa de banalidades
A linda moça dança, mas teme uma fatalidade:
Será que o rei a escolherá para aquela noite?
Um brinde é erguido ao deus Baco
A jovem acaba sua apresentação e se recolhe...
Seu coração teme:
Não pode ser do rei, ama com fervor
Seu lindo gladiador!
E no meio do burburinho, surge belo rapaz
Vem resgatar sua amada
Com a ajuda de sua espada!
O rei nervoso, envia os guardas...
Mas o rapaz revida, e salva sua musa
Fogem apressados dali...
Vênus abençoou esse amor,
E com sua ajuda
Serão felizes, acabou-se o temor...
Os serviçais servem de vinho e frutas, os convidados
Nos divãs estão os nobres
Em uma conversa de banalidades
A linda moça dança, mas teme uma fatalidade:
Será que o rei a escolherá para aquela noite?
Um brinde é erguido ao deus Baco
A jovem acaba sua apresentação e se recolhe...
Seu coração teme:
Não pode ser do rei, ama com fervor
Seu lindo gladiador!
E no meio do burburinho, surge belo rapaz
Vem resgatar sua amada
Com a ajuda de sua espada!
O rei nervoso, envia os guardas...
Mas o rapaz revida, e salva sua musa
Fogem apressados dali...
Vênus abençoou esse amor,
E com sua ajuda
Serão felizes, acabou-se o temor...
Fátima Abreu
domingo, 7 de setembro de 2014
Anjo Tentador
Um anjo tentador
Golpeou com sua flecha
Gerando seu amor...
Um anjo mulher, inflamou teu coração,
Jogando rosas perfumadas,
Por onde tu andavas...
Vestida de azul celeste
Com nuances em outros tons
Deixava aparecer um pouco do mais íntimo, de seu corpo delineado.
Curvas que te convidavam ao prazer:
Mas sendo ela um anjo, nada disso poderia ser...
Fátima Abreu
sábado, 6 de setembro de 2014
Vestir & Despir
Vestir & Despir
Vestia-me de amor.
Vestia-me em doce.
Vestia-me para depois despir-me...
Despia-me para teu gosto,
E o meu.
Despia-me entre lençóis de cetim
Beijando-te a boca avidamente
E deixando traços de carmim...
Depois de tudo,
Do amor delirante,
Vestia-me outra vez,
Tomava um bom gole de vinho tinto,
Na taça que me oferecia,
E dançávamos juntos
Ao som de doce melodia.
Fátima Abreu
Despia-me entre lençóis de cetim
Beijando-te a boca avidamente
E deixando traços de carmim...
Depois de tudo,
Do amor delirante,
Vestia-me outra vez,
Tomava um bom gole de vinho tinto,
Na taça que me oferecia,
E dançávamos juntos
Ao som de doce melodia.
Fátima Abreu
terça-feira, 2 de setembro de 2014
AS 2 PÉROLAS RELUZENTES
Fecho-me tal qual a concha no fundo do mar.
Cá estou, pensamento latente.
Mas como a concha, guardo a pérola branca, lisa, brilhante, reluzente...
No ostracismo do meu pensar,
Reluz a pérola:
Da areia, se fez a branca célula...
A natureza segue seu ritmo,
Transformando o grão de areia,
Em pequena beleza cobiçada...
Grão = Semente
Abro-me para o mundo:
Talvez não seja a pérola,
E sim, a concha...
A pérola branca, ama...
A pérola negra, aceita esse amor.
As pérolas se fundem,
Miscigenadas, tem um maior valor...
Pérolas mais reluzentes!
Seguem juntas, fundidas na mesma concha, mesmo sendo tão diferentes...
Fátima Abreu