( Conto )
Naquele dia ela parecia contente.
Saiu ainda cedinho pela rua. O dia acabara de nascer.
Não levara documento algum.
Apenas a vontade de caminhar sem rumo certo.
Precisava disso. Era assim que clareava seus pensamentos e tomava decisões.
Maribel não tinha olhos cor do céu, como na canção. Mas 'terrivelmente' expressivos!
Neles, se liam sua alma. Nada escapava...
Maribel conheceu Jairo nesse dia que mal saia da noite: Ele caminhava cabisbaixo, rosto contraído, esbarrou...
E na troca de olhares, fez-se a 'magia'. Dessas que ninguém vê, hoje em dia.
Tão difícil é acreditar nisso!
Amor à primeira vista... Até o termo diria-se hoje, é ultrapassado.
Mas acontecia, naquele dado momento para os dois.
Não interessava passado, nomes, profissão, religião ou qualquer que fosse rotulada pela sociedade.
_ Desculpe-me, moça. Ando tão desastrado ultimamente...
_ Não tem nada. Eu também estava aérea, não prestava atenção.
_ Sendo assim, estamos quites.
Disse, exibindo um largo sorriso para Maribel.
Ela retribuiu prestando bem atenção que o sorriso dele era realmente encantador...
Atrás deles estava um banco de madeira rústico, feito de um corte em tronco de árvore. Ele a convidou para sentar ali e conversar um pouco. Maribel assentiu.
Sem perceberem, uma hora se passou. Somente quando o celular dela tocou, soube disso.
Ela tinha deixado lembrete para seus afazeres.
Jairo deu-lhe seu número para que anotasse na sua agenda do celular e copiou o dela também.
Apertaram as mãos e despediram-se enfim. Mas não sem antes ficar certo que ligariam um ao outro para marcar um passeio juntos.
Esse foi o primeiro dia de um amor que duraria para sempre, mesmo estrelas distantes, se encontram em algum ponto lá no céu...
(continua)
Fátima Abreu
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