D. Norinha sempre foi uma boa vizinha, mudara fazia pouquíssimo tempo, e na vila onde estava, por todos era muito bem vista. Fazia sempre um favorzinho aqui e ali. Tinha bom coração.
Não sabia muito do lugar que havia escolhido para morar, mas era o que sua pensão dava para pagar de aluguel.
Seus filhos eram muito ‘danados’ e aprontavam pela vizinhança!
D. Norinha ficava sem jeito quando isso acontecia, não queria ninguém na sua porta fazendo reclamações. Fazia a política da boa vizinhança...
Certa feita, Cleydison, seu caçula, de 10 anos, marcou um jogo no campinho perto da vila. Com direito a lanche depois da partida.
Saiu recolhendo dinheiro dos participantes.
A mãe, ficou receosa, achou que alguém poderia acusar seu filho de ter ficado com parte do dinheiro. E resolveu então, intervir, dizendo que compraria tudo para o tal lanchinho, e mostraria a notinha para todos. Ele disse que tudo bem, porque pouparia seu trabalho de ir ao mercado.
D. Norinha se arrumou e foi realizar sua tarefa. Chegando ao mercado procurava e nada achava da pequena lista para o tal lanche. Perguntou para uma das estoquistas, onde poderia achar aqueles artigos. Ela olhou para D. Norinha e respondeu:
“ Minha senhora, aqui nada disso vai encontrar ”.
“Mas como pode ser isso?” Pensou D. Norinha...
O gerente que tudo ouvia, disse em tom sarcástico:
“Aqui, nem o Todo Poderoso, se lembra!”
E soltou uma risada horrorosa...
Ele poderia ser o próprio Cão, que em figura de gente, tomara conta do lugar, já que Deus havia esquecido onde Judas perdeu as botas...
Fátima Abreu
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