Naquele dia o mar estava de ressaca, e as ondas batiam fortes rasgando a areia, formando enormes dunas...
Naquele dia, brigamos, duas almas nuas...
Desesperadamente tentava contornar a situação:Deixei o meu silêncio, ser a minha forma de expressão...
Limitei-me a apenas fitar o mar...
Parecia que ele combinava com o momento, saberia o mar, o que acontecia?
Não sei, mas era isso que eu percebia, revolto como as tuas palavras, o mar se encontrava...
E eu, que no começo respondia à altura da situação, por fim achei melhor calar então...
E no meu silêncio, percebeu o mal que me fazia...
Restou-te apenas pensar e pensar, e se arrepender, pelo que acabara de fazer...
As gaivotas tinham sumido da praia, e ela estava deserta aquela hora, apenas tu e eu, o mar por testemunha...
Naquela manhã ninguém se arriscaria pegar o barco, ir pescar...
O céu era cinza, como a nossa briga...
Mas felizmente, esse momento passou, tentei esquecer aquele tal dia, o qual pela primeira vez, causou intensa agonia...Somos adultos, mas por vezes nos tornamos crianças... O mar presenciou tudo, e até os peixes fugiram para não perceber que nesse dia, estávamos a nos perder...
Felizmente passou... Depois da tempestade, a calmaria chegou...
Fomos embora dali, o mar não estava satisfeito: Ele queria "curtir" sua ressaca, sem ninguém por perto...
Nós éramos intrusos na paisagem nesse dia, nem barco havia!
Apenas nós, e o vento cortante de mudança de estação...
Praia agora, só quando o Sol voltar com força:
Assim em dia colorido, não há chance de nenhuma briga mais...
O Sol é meu amigo, e com ele brilhante, sou mais feliz em todos meus instantes...
Sorria amor, teu sorriso é tão gostoso de apreciar, o vento bate em calmaria agora, mas a chuva está insistente lá fora...
Deixemos que ela passe, assim como foi esse nosso impasse...
Agora aguardo o Sol, voltaremos então ao mar, e faremos as pazes com ele também, e as gaivotas, barcos e peixes, estarão lá, como sempre estiveram antes, quando estamos nos amando em deliciosos rompantes...
Fátima Abreu
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