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terça-feira, 28 de abril de 2020

FERIADO NA QUARENTENA



Esse mês de abril atípico (por estarmos em quarentena), teve um feriadão.
Contudo, um feriadão desses na quarentena, faz alguma diferença?

Apenas para aqueles profissionais que tem que trabalhar mesmo, indo e vindo, o feriado ainda teve alguma graça remota...
Lembrei de antes de tudo isso começar, quando um feriadão desses (principalmente para nós, cariocas), era tão esperado!
Crianças, adultos e idosos, no mesmo ideal:
Aproveitar como pudessem, dias de Sol.

Como uma situação mundial muda todo o cotidiano...
Não tivemos o brilho nos olhos esperando o tal feriadão!
Não fez diferença se era ou não.

Esperamos que os próximos feriados já sejam diferentes desse.
É que esperança, se tem, que tudo vá dar certo! 
Que o brilho retorne aos olhos cansados de assistir aos noticiários dos jornais, estatísticas mortais...

E para finalizar,  a constatação final: Feriadão na quarentena, é como comida sem sal.


segunda-feira, 27 de abril de 2020

Livro 28: Pelo Sol do Entardecer

Pelo Sol do Entardecer




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A ex escrava balançava o bebê num cesto feito de cordas, forrado com muitas cobertas de linho, para tornar afofado o local onde a criança dormia.
O calor daquele verão estava maior do que os anos anteriores, no estado da Bahia.
Ela voltou os olhos para Marina que já dormia.
“Era um anjo no corpo de uma menina.” Pensava, enquanto embalava a filha da dona da casa...
O parto da senhora tinha sido difícil, quase morreu naquele momento. A boa mulher que agora estava com o bebê, foi a sua parteira, e era meses antes, ainda escrava...
A sua liberdade foi justamente conseguida, devido ao chamado "milagre" de ter salvo mãe e filha.
A mãe da criancinha, estava ainda na casa dos vinte e poucos anos, era muito bonita e educada.
Não tinha o buço característico das portuguesas, pois, não herdara isso de sua mãe, tampouco os cabelos negros do restante de sua família materna.
Sobre seus ombros caíam cachos muito bem arrumados, de um ruivo intenso.
Sim, ela era a única que herdara geneticamente, os cabelos de sua avó paterna, a francesa, Marguerite.
Dulcina não tinha título de nobreza, mas, vinha de uma família rica, que preferiu deixar Portugal naqueles tempos difíceis, para tentar a vida em novas terras. O Brasil era o foco agora.
Seus pais deram à mocinha, uma educação voltada para as Artes, embora ela preferisse estar atenta aos inventos que apareciam no mundo naqueles tempos.
Tempos depois, já casada com seu primeiro esposo, foi levada à uma reunião, onde conheceu o próprio D. Pedro II! Dessa maneira, soube das novas invenções que ele trazia para o país.
Como o telefone, por exemplo. Foi na chamada Exposição Mundial (ou Universal) dos EUA, onde esteve presente, que conheceu e experimentou, o aparelho de Graham Bell.

* Nota: Um erudito, o imperador estabeleceu uma reputação como um vigoroso patrocinador do conhecimento, da cultura e das ciências. Ele ganhou o respeito e admiração de estudiosos como Graham Bell, Charles Darwin, Victor Hugo e Friedrich Nietzsche, e foi amigo de Richard Wagner, Louis Pasteur e Henry Wadsworth Longfellow, dentre outros.
Dulcina se encantou com as histórias que o imperador contava naquela noite, dos muitos países que visitara:
Pedro II chegou à Nova Iorque em 15 de abril de 1876, e de lá viajou pelo interior do país; indo até São Francisco no Oeste, Nova Orleans no Sul, Washington, D.C, no Noroeste, e Toronto, no Canadá.
Sua viagem foi um "triunfo completo", tendo Pedro II causado uma profunda impressão no povo americano por sua simplicidade e gentileza.
Depois atravessou o Atlântico, onde visitou a Dinamarca, Suécia, Finlândia, Rússia, o Império Otomano e a Grécia.
Em sequência foi para a Terra Santa, Egito, Itália, Áustria, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Países Baixos, Suíça e Portugal.
Ele voltou ao Brasil em 22 de setembro de 1877.
Em sua estadia nos Estados Unidos, Pedro II visitou o presidente Ulysses S. Grant; nesse mesmo período, na Filadélfia, Pensilvânia, visitou a primeira Exposição Mundial dos EUA. *
Foi quando descobriu muitas invenções que despertaram sua curiosidade. E o telefone passaria despercebido para muitos, se não fosse o interesse do respeitado imperador brasileiro, pelo objeto.
O Brasil foi um dos primeiros países a fazer uso de telefone, graças ao interesse do imperador pela invenção. Seu espanto quando usou a primeira vez, foi mostrado na frase que proferiu:
"Meu Deus, isto fala!"
Certo era, que o monarca tinha muito interesse nos assuntos envolvendo Ciência, e também desenvolvimento arquitetônico, social, literatura e Artes.
Dulcina desejava ardentemente que seu marido continuasse a amizade com o amigo em comum ao imperador (que os levou até ali), para outras vezes poder visitá-lo, nessas reuniões.
Mas, o esposo Maurício Noberto Montes, veio à falecer de doença tropical, em uma de suas viagens ao norte do país, para seu negócios, onde contraiu malária.
Dessa forma, Dulcina enviuvara cedo, aos 20 anos. Visto que se casara aos 18, teve a vida de burguesa em ascensão, por apenas dois anos.
Os pais tinham se mudado do Rio de Janeiro para o interior de São Paulo, logo depois de casar sua única filha.
Dulcina que não queria ficar sozinha, pensava em voltar ao lar paterno, mudando-se para outro estado, onde nunca imaginaria viver antes! E deixaria finalmente a Corte do Rio de Janeiro, que considerava o passaporte para uma vida de conhecimento e cultura...
Os pais de Dulcina ainda eram jovens: O pai tinha 42 anos, e a mãe 40. Aventuraram-se na compra de uma fazenda de café no interior do estado de São Paulo (pois, era o ouro daquela época), logo depois de casarem a filha.
Dulcina escreveu-lhes uma carta compartilhando a morte repentina e precoce de seu esposo.
Uma carta nessa época, levaria no mínimo um mês para chegar ao destinatário.
Contudo, ela aguardaria a resposta de seus pais (já considerando positiva), para voltar a morar com eles.
Nos dias de espera por correspondência, ela se dedicaria aos estudos filosóficos e científicos, ideias que chegavam ao Brasil, bem avançadas:
Energia limpa, vinda da Tartária. Calçadas rolantes usando energia vinda da atmosfera... E muitas outras novidades, que eram consideradas inimagináveis para esse período da História!
A maioria da arquitetura do Rio de Janeiro, como de várias metrópoles do mundo, também era baseada na da Grande Tartária.


sexta-feira, 24 de abril de 2020

O Trem e os Amores Possíveis

Essa imagem me inspira.
Sou amante de épocas  mais inocentes, distantes...
O trem  como cenário,  é o pano de fundo desse romance imaginário.
Ela, viajando só.  Ele,  distraído  sem notar  que à  sua frente, bela dama está...
O jornal toma sua atenção.
Quem conspiraria a favor?
O universo  ou o destino?
Ou os dois...?
Ela olha as paisagens que se desfazem a sua frente, com a rapidez do trem.
As flores deixadas de lado, foram dadas por alguém...
Sinal que não  era tão  importante, enfim.

Sinto  que em casos assim, como esses dois do trem,  basta um único  olhar, para um belo romance começar...

Fátima Fatuquinha Abreu


quinta-feira, 16 de abril de 2020

Em Tempo de Quarentena

CORONA EXPRESS: Retratos da vida em quarentena (terça, 17/3 ...



De repente o mundo mudou. Gente chorou com perdas, outros agradeceram a recuperação.
Uns se habituaram com a própria casa, que antes só era usada como dormitório e restaurante para o jantar. Outros redescobriram seus filhos que praticamente não viam! Claro, os afazeres de trabalho, viagens e qualquer coisa que pudesse justificar a ausência impediam esse contato maior...
Alguns tiveram que segurar seus pais mais velhos e avós em casa.
A mídia amedrontava. As mentes se contorciam...
Os dias ficaram longos.
As noites mais curtas.
O sono ficou comprometido.
As máscaras e luvas eram vistas por aí...
As ruas se esvaziaram e em todo lugar havia preocupação.
Aprendia-se novos idiomas, artes e até a culinária esquecida dos mais abastados, pois para eles, restaurantes, ou a cozinheira da casa, ofereciam aquilo que eles quisessem comer, então, aprender a cozinhar não era necessário...
Mas, os restaurantes fecharam e só o delivery permanecia.  Cozinhar se tornou hobby para aqueles que nunca fritaram um ovo na vida.
Tinha-se que aprender algo, para passar pela quarentena.
E a gente então, para pensar:
Outras pandemias vieram no passado, como a Gripe Espanhola, que ficou na Terra por dois anos, talvez muito longos para quem a vivenciou. O que faziam sem internet, TV?
Sobreviviam um dia após o outro!
Assim, descarte noticiários. Viva sem ler estatísticas, faça a quarentena como nossos antepassados.
Crie, cante, dance, faça Arte!
E medite o quanto isso tudo pode mudar sua vida daqui em diante.
Pois, de tudo se tira uma lição.
Reflita.

Era Para Ser Uma Crônica da Quarentena... Mas, deixei como prosa poética:

Um dia ao abrir o jornal, ao escutar o rádio, ao ligar a TV, a mesma notícia tínhamos que saber:
Um vírus que poderia ser letal, invadia nosso espaço e nosso cotidiano natural...
A mudança em todos os setores estava instalada, e muitos não queriam isso, todavia, era preciso!
E a cada noticiário fosse em qualquer uma das mídias existentes, mais assustadora, ficava toda gente...

O meu cotidiano não foi muito mudado, pois, minha casa, já é meu espaço de trabalho normal.
E se contar de tantos anos vividos, nada ficou desigual.
Leio, escrevo, limpo, cozinho, canto e danço, tudo como antes.
Embora agora, tenhamos o tal vírus agravante.

Meus dias só mudaram em um aspecto: Não saio à rua se não for necessário.
Não quero ser uma carta fora do baralho.
Sim, estou no grupo de risco, pelo o ar me faltar quando a asma teima em chegar...
Assim, o melhor a fazer, é em casa permanecer, até esse tal vírus finalmente perecer!
Minhas manhãs começam quando dia está despertando ainda, e o galo da vizinhança canta e canta...
Levanto-me e sigo para o banheiro, depois, já faço meu café. Aquele pretinho quente, que agrada tanto a gente!
Depois disso, a lida diária começa, e ligo o rádio para me manter um pouco mais informada, sem me abater pela estatística mortal do vírus.
Por que me contaminar com tristeza? Eu posso fazer meu dia alegre, e passar pelas notícias ruins, como se fosse apenas um mal estar ou algo assim...
Depois disso, paro um pouco os afazeres domésticos normais e ligo meu notebook  para escrever um pouco mais.
Novo livro estou escrevendo agora, será o de número vinte oito, e nesse caso, será especial para mim: Pois se trata de um romance de época, coisa que muito me agrada fazer.
E assim, viajo nas minhas próprias palavras e me distraio esquecendo mais uma vez o Corona perigoso...
Já no fim da tarde, depois de um banho delicioso, que me renova as forças, procuro filmes para assistir com meu namorado.
Sempre dois ou três títulos de gêneros diferentes, e que nos distraia sem violência, e dor, pois, dos meus preferidos estão os filmes de amor.
Amor, que remove tudo de ruim, tanto para você que me lê, quanto para mim.
E de mãos entrelaçados como jovens namorados, esquecemos a meia idade e nos transportamos em imaginação, para um cinema, talvez assistindo a um filme de ação.
E se assim for, aperto mais a mão dele, pois a adrenalina sobe!
Para depois, me acalmar no próximo filme, aquele de romance, que me faz sempre sonhar...
A noite se vai, e dá lugar à madrugada, ainda estamos acordados, pois, em dias de quarentena, como umas férias, não se tem pressa de dormir, mas, de acordarmos vivos e sorrir.

Fátima Abreu (Fatuquinha)



sábado, 11 de abril de 2020

Luz



Luz para teu caminho. O Sol não está lá por acaso.
Ele é usina de energia da Luz que precisamos no sistema.
Ele te dá calor e vitamina D.
Algo mais, que escondem de você...
O Sol mantém suas explosões não é a toa...
Ele realiza uma reforma interna dentro do seu ser:
Essa reforma, você não vê.
São fótons chegando, para seu novo DNA
Coisas que quem estuda a fundo, sabe.
Mas, fica na obscuridade para quem nunca, sobre isso, se interessar.


Fatuquinha 



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A Unicidade
Um dia alguém disse que todos somos Um.
Alguns não entendiam o que significava essa expressão.
Precisou estar mais consciente, de que o mundo está diferente, para se entender que essa sempre foi a grande e única questão!
Um dia o abraço faltou.
Noutro, a mão que afagava parou.
E nos dias que se seguiram, mesmo sem o toque, uma certeza se deu:
Não era você ou eu.
Éramos Nós!
E nisso, pobres, ricos e gente de todo lado do mundo, diziam:
Somos Um, mesmo com diferentes etnias.

Fatuquinha