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domingo, 31 de julho de 2016

A MALA DA GATINHA FATUQUINHA- FÁBULA

Escrita por mim, Fátima Abreu, mas, idealizada por mais duas pessoas:
Adriano de Alvarenga  e Fernanda Freitas.

Cada personagem foi escolhido por um membro do nosso grupo na IP, correspondendo a um animalzinho.




A gatinha Fatuquinha tinha que mudar de casa, pois ali onde morava, adquirira asma.
Pediu aos seus amiguinhos, os animais da floresta, para ajudá-la a procurar uma nova casa...
E dias foram passando, até que o cavalo Adriano, seu mais novo e dedicado amigo, conseguiu achar uma moradia, que satisfizesse aos anseios da gatinha Fatuquinha.

No dia combinado para a mudança, todos os animaizinhos se ofereceram para ajudar a colocar as coisas da gatinha no caminhão. Embora ela não tivesse lá muitas coisas, devido a enchente que havia acontecido meses antes...
Como precisava de ajuda, aceitou, desde que fosse Joana, a joaninha, encarregada de tomar conta das coisas. A joaninha  com lápis e papel na mão, dava o visto, enquanto eles punham tudo no caminhão...
Sim, ela era a melhor escolha para organizar tal tarefa:
Apesar da baixa estatura, tinha muita percepção, era decidida e de personalidade forte e transparente.
Na verdade, cada bichinho da floresta era um ser ímpar!
O garanhão Adriano, se encarregou de amarrar tudo, com uma corda bem forte, por cima do caminhão, ao terminar tudo.
A  bicharada foi seguindo o caminhão, até o final da estrada.
Era ali, a tal casa que a gatinha agora moraria.
A gatinha Stella, amiga de longa data de Fatuquinha, desde os tempos da adolescência, agora era esteticista, mas, ao saber que sua amiga precisava de ajuda na decoração da nova casa, ofereceu-se para tal tarefa.
Stella gostava de cantar e Fatuquinha, de cantarolar...
As duas começaram juntas na maior animação! Fatuquinha foi para o piano tocar e cantar uma animada canção. MPB das antigas, dos anos 70/80, era as que elas mais gostavam de cantar...

Os animais acompanhavam fazendo aquela festa! Uns trazendo os móveis para dentro, e cantarolando juntos, outros com caixas de papelão nas mãos, dançavam animados...
Patty, a águia ibérica, vinda da Espanha para uma visita aos amiguinhos, dançava animada com suas castanholas, até que olhou da janela para fora...

Muito observadora, amiga de todos, de personalidade forte, e cativante ao mesmo tempo, disse para os demais:
  - Não é melhor acabar logo com essa arrumação, gente? Olha, que já vai cair a tarde, logo escurece...
Todos concordaram.
No dia seguinte, a gatinha Fatuquinha, arrumando todas as caixas, para organizar finalmente sua nova casa, percebeu que faltava sua mala. Olhou daqui e dali e nada! Foi quando o seu novo amigo, Adriano, chegou para uma visita, saber se ela estava bem acomodada.
Ela disse então, ao amigo garanhão:
- Cavalo Adriano, minha mala sumiu!
- Como assim?
- Ela não está dentro de casa... Será que caiu do caminhão, na estrada? Não vou ficar de braços cruzados aqui... Tenho que agir!


 O garanhão Adriano, quando soube do acontecido, prontamente se ofereceu para fazer uma reunião na clareira da floresta no sábado seguinte, quando todos estariam de folga.
Disse para a gatinha Fatuquinha:
- Melhor fazer uma investigação! Todos são suspeitos. Ninguém está livre disso não!

Na verdade, a gatinha não gostou do que seu amigo dissera:
Porque em seu coração amoroso, todos seriam incapazes de roubá-la!
Porém, uma atitude tinha que tomar... A gatinha Fatuquinha não tinha muita coisa na vida, não tinha interesse em coisas materiais, para ela, o importante era manter as amizades, ter o carinho e atenção e dar da mesma forma, aos seus amiguinhos... Temia que os animaizinhos da floresta, entendessem mal, tal investigação...

Triste com aquilo, Fatuquinha começou a agir de seu jeito:
Saiu perguntando a um e a outro bichinho que encontrava, se tinham visto uma mala pela estrada.
Ninguém!
Enquanto isso, o garanhão Adriano, começava sua investigação:
Saiu com sua lupa pela floresta, procurando pistas e pegadas... Mas, claro eram muitas, pela longa estrada!

A gatinha encontrou sua amiga, Stella, que saía de casa para fazer a estética da vizinhança.
Fatuquinha lhe disse lamentando:
- Amiga, estou tão triste! Na mudança, perdi minha mala... Logo isso foi sumir! Tinha tanto valor para mim...
- Não se preocupe, amiga. Vamos reunir os amiguinhos e pedir que procurem por todos os cantos. Iremos encontrar sua mala. O que ela tem dentro?
- Coisas muito minhas, segredos de gatinha...
- Vejo que nem a mim quer revelar... Tudo bem, mas, vamos procurar!


Veio bichinhos de toda parte, até os que não estiveram na mudança do dia anterior:
A ovelha Kátia que era terapeuta dos animaizinhos, o canário sertanejo Tay, a meiga corujinha Ivy, e a sorridente e até meio cômica, morceguinha Eliza...


A pergunta foi feita:
- Vocês viram a mala da gatinha Fatuquinha?
- Como? - dizia um...
- O quê? - dizia outro...
- Sumiu? - perguntou mais um...



A cadelinha Frann mostrou-se muito preocupada com tal sumiço... Afinal, ela era uma amiga querida da gatinha Fatuquinha e não queria que ela ficasse triste.
Frann era de bem com a vida, bonitinha, e muito certinha também! Não gostava de que seus amigos ficassem deprimidos com nada! Ela foi  a motorista do caminhão, e se achava bem envolvida naquilo.
Começou a perguntar a um e a outro, o que fizeram depois da mudança.

A gatinha Fatuquinha ficou até sem jeito com a atitude da amiga...
Entretanto, Frann era uma cadelinha que levava muito a sério as coisas: Não admitiria que alguém houvesse roubado sua amiga!
Uma confusão então se formava:
Um bichinho acusava o outro, e Eliza com seu bom humor, a situação contornava...

 Já o cavalo Adriano, queria dar uma de detetive Sherlock, e não se intimidava em cuidar disso...
Disse em alto e bom tom:
- Todos são suspeitos agora! Vou então, começar minha investigação...

Houve um burburinho...
A  unicórnio Lílian (ser mágico que era),  fez um encantamento para acabar com aquele reboliço, protegendo a todos, uns dos outros...
Muita justa e centrada, disse então, depois de realizar sua magia:
- Meus amigos, não é a gatinha que desconfia de vocês, é o garanhão Adriano, pois quer levar a fama de detetive, para se promover em meio a bicharada! Justiça tem que se fazer! Caso haja um culpado, vamos encontrá-lo! Mas, sem violências verbais, por favor!

Tendo dito isso, os bichinhos se afastaram, ainda um olhando desconfiado para seu vizinho...
Porém, aquele mal estar geral, havia cessado.

Durante quinze dias, a investigação foi realizada. Mas, o garanhão não encontrou nada...

A gatinha Fatuquinha nesse ínterim, recebeu a visita da unicórnio Lílian, muito respeitada por todos, era advogada. Muito centrada nas leis, e muito reservada também, pôs-se ao dispor da gatinha, caso quisesse processar alguém...
Entretanto, Fatuquinha era da paz, já não queria saber de mais nada:
Ficara triste pela confusão formada.
Não gostou de saber que seus amigos se estranhavam uns aos outros, suspeitando de cada vizinho.
Nada disso ela queria!



O leão da floresta, garboso que era, e rei da bicharada, não se achava suspeito de absolutamente nada...
Egocêntrico, achava-se o próprio sol do sistema solar!
E quando o cavalo Adriano veio interrogá-lo, se achou afrontado!
- Aonde rei Delonir Leão, sua majestade estava, no dia da mudança da gatinha?
- EUUUU? -gritou o rei
- Sim, Vossa Majestade...
- Que afronta! Não sabe que sou livre de qualquer suspeita?
- Ora, desculpe-me, rei Delonir Leão, mas, não é por ser o dono da floresta, que fica isento de investigação!
 - Só pelo seu atrevimento engulo-te todo, cavalo rabugento!

E de uma só investida do rei Delonir, o garanhão Adriano, perdeu a vida...
A notícia correu rapidamente a floresta:
O encarregado de tal façanha, fora o esquilo Sílvio César, pois adorava "o circo pegando fogo"...
Ele era muito engraçado, entretanto, muito provocador também. Fazia musculação na academia da cidade.
E as moçoilas da floresta, o achavam cheiroso e atraente...
O esquilo Sílvio César, não parava quieto, sempre correndo de um lado para outro...




A cadelinha Frann, Joana, a joaninha, mais experientes que as demais, tinham ficado ressabiadas com o esquilo... Porque gente que muito ri, fazendo troça de tudo, tem que se ter certa desconfiança:  Vai que esconde um segredo...

Já estivera antes na investigação do cavalo Adriano, e também ficara incomodado:
Onde já se viu? Desconfiar dele, logo o mais cobiçado!

A gatinha Fatuquinha ficara desolada: O rei dera cabo de seu amigo fiel, por causa de sua mala!
Nunca imaginaria tão triste final, para o garanhão Adriano...

Uma nova investigação fora decretada: Dessa vez pelo próprio rei Delonir Leão.
Achava que o culpado tinha que aparecer, antes que ele comesse os seus súditos por indignação!
A patinha Nanda, esperta, centrada, observadora, fora chamada: Estudava comportamento humano e isso, servia também para toda bicharada! Era também a melhor nutricionista da região! Passava dietas  e ensinava a um e outro, a boa alimentação...

A patinha prontamente aceitou sua missão, afinal, seria um bom estudo prestar atenção  a cada um...
Ela mesma já tinha pensado em iniciar uma investigação!
Nandinha, como era chamada pela gatinha Fatuquinha, de celular na mão, foi tirando fotos daqui e dali, gravando vídeos do cotidiano de cada animalzinho que estivera envolvido na mudança...

Ela chegou numa tarde de domingo, com seu violão na mão, na varanda casa de Fatuquinha, convidando-a  para cantarem uma canção: Sabia que a gatinha gostava de "brincar de cantar", como ela dizia ronronando...
Os bichinhos da floresta, ouvindo a cantoria, se aproximaram, achando tratar-se da mais nova dupla sertaneja formada!
De fato, faziam uma boa dupla a gatinha e patinha... Pela diferença de idade entre ambas, podia-se dizer como mãe e filha!
A patinha Nanda na verdade, queria avaliar uma suspeita:
Sendo a gata Fatuquinha, tão desprovida de materialismo, (via-se pela casa mesmo, que nada tinha de luxo ou muito valor) não deveria ter na mala desaparecida, nada que outrem quisesse além dela própria!
O que seria então, de tão valoroso para a gatinha?
Teria de ser por certo, algo muito sigiloso e especial, pois ela até aquele momento, não revelara a ninguém o conteúdo da mala...

Depois disso, os animaizinhos retornaram cada um, ao seu local de origem.
Permaneceram somente ali:
Patty, a águia ibérica, Frann, a cadelinha, Stella, a outra gatinha, e a coelhinha branca Naná, com a patinha Nanda, que a gata Fatuquinha amava essas últimas, como filhas...
E bate papo pra lá, bate papo pra cá, a hora foi passando...
E  já era noite, quando unicórnio Lílian chegou, com Ivy a corujinha, que só saía de noite, como toda coruja...
Essa, muito inteligente, já havia tido o mesmo pensamento que a patinha Nanda:
A mala de Fatuquinha tinha algo de especial, que só a ela importava... Será então que ela esquecida como era, e pelo déficit de atenção, não escondera dos outros no dia da arrumação, e não se lembrava?
Sim, talvez fosse por aí, a chave do mistério!

A unicórnio Lílian, tinha uma revelação e esperou até o final da noite, para fazer:
- Quero dizer minhas queridas, que havia feito um encanto de proteção para todos os bichinhos da floresta no dia da reunião.

A gatinha Fatuquinha disse:
- Mas, parece que para o garanhão Adriano, isso de nada adiantou... O rei Delonir o devorou!
- Você se engana! Tudo não passou de mera ilusão, por mim criada! Adriano, não é um cavalo, e sim, aquele gatinho apaixonado e amigo, por tempos desaparecido... Ele me pediu um encanto para ficar mais perto lhe observando, sem dar muito na pinta... Transformei-o em um garanhão garboso, mas, o encanto se desfez, quando o rei tentou comê-lo... Criei uma fantasia na cabeça do rei, de que ele o havia devorado, com muito bom grado... No entanto, ele escapou quando em gatinho, de novo se transformou...
- Ora, se tudo isso é verdade, aonde está o gatinho Adriano?
- Em minha casa, o castelo das fadas. Logo ele retornará. Aguarda somente meu aval...
- Ah, mas que maravilha! Fico aliviada, pois carregava um peso nas costas, da perda de um amigo...
  Nesse momento da conversa, a patinha  Nanda, reparou que a gatinha Fatuquinha estava sentada em cima de uma mala!
A coelhinha Naná, foi aprimeira a gritar:
- A MALA SUMIDA!
E todas se entreolharam,  repetindo em coro:
- A MALA!!!
A gatinha pulou da mala para o chão e olhou... Sim, era a mala desaparecida!
Não teve jeito de não mostrar seu conteúdo, pois a coelhinha Naná, sempre muito esperta, foi abrindo sem pestanejar...

Ali continha lingeries de todo tipo e cores. A gatinha Fatuquinha, era apaixonada por essas coisas! Afinal, ela teve antes, alguns amores...
As amigas começaram, a revirar a mala e  pediram a gatinha, se poderiam provar tais lindezas!
"Claro, o que é meu, é de todas as minhas amigas também!" - disse a gatinha.
Foi quase uma festa do PIJAMA...




Mas, já era começo da madrugada, quando o gatinho Adriano, surgiu na varanda miando...
Fatuquinha pediu que entrasse e ele se espantou com aquilo que encontrou: Todas ali,de lingerie!

A gatinha foi à cozinha e trouxe duas taças contendo vinho para brindar o seu retorno.
Para suas amigas, a gatinha ofereceu um bule com café quentinho, e distribuiu na poucas xícaras que tinha...
Depois do brinde feito,  a gatinha revelou:
- Eu procurava tanto essa mala, porque o conteúdo verdadeiro, para mim é muito importante...

O gatinho Adriano que por ela era apaixonado, disse com ciúme:
- Sim, as lingeries que usou com seus amantes...
- Não! Imagine... Olhem no fundo da mala.

A corujinha Ivy e a águia Patty, foram as primeiras a olharem: havia um papel dobrado.
Naná tirou da mão da corujinha, pedindo licença, e leu pasma, dizendo alto:
- É UMA LISTA! E SABEM DE QUÊ?

A gatinha Fatuquinha respondeu antes dela dizer:
- São os nomes dos membros da IP!

 A patinha Nanda, havia tido um sonho um dia antes, que ia ao tribunal falar em juízo, o que lembrava daquele dia... Um sonho alternativo, do que talvez seria:

..Lembro-me bem daquele dia ! Estávamos ajudando na mudança da Gatinha Fatú.
Para agilizar, ela e a Gatinha Stella, foram alguns minutos na nossa frente.
No caminhão de mudança, íamos a Coelhinha e eu (Patinha) cuidando do Espelho da sala, claro que a Gatinha Fatú, não é apegada a bens materiais, mas, aquele espelho é única ferramenta de "Selfie" que ela tem!
Joaninha estava grudada na cabine com medo de cair...
A corujinha e a unicórnio estavam batendo papo, sentadas numa poltrona empilhadas de coisas...
Foi quando eu vi a cadelinha e o esquilo, tentando empurrar uma mala para fora do caminhão, correndo ao lado, estavam o cavalo e o rei Leão de conchavos...
Fiquei assustada, e pedi para a coelhinha gritar! Ela gritou até ficar vermelhinha, foi quando a corujinha trouxe- nos um recado do Leão:
Dizia para ficarmos quietinhas, para não virar carne moída!
Joaninha levantou as mãos aos céus pedindo ajuda...
Estávamos coagidas, pois o cavalo correndo ao lado, estava relinchando algumas palavras de terror!
Melhor que todos ajudássemos a empurrar a mala da Gatinha ...
Oh ! Conseguimos derrubar a mala, com a coleção de Poesia da Gata Fatú !
Bem ... na verdade a mala que eles pegaram eram de “Lingerie Sensual”e agora inventaram que a mala sumiu! A mala estava escondida com o cavalo, lá no sítio em Saquarema ...

 Na verdade, o sonho tinha um pouco de realidade: A mala continha as lingeries da gatinha!






























sábado, 30 de julho de 2016

"O PODER DA IMAGEM & SOM, NA SEDUÇÃO"

VAMPIRO

QUAL VAMPIRO TEM SEDE DO MEU PESCOÇO, ELE TE ATENTA, CONVIDA...
SENTE O CHEIRO EMBRIAGANTE DO MEU ALMÍSCAR SELVAGEM...
É DESSA FORMA, QUE EU ME FAÇO PRESENTE,
VAMPIRO- MACHO, QUE DE AMOR SE ENCHE...

FÁTIMA ABREU
* IMAGENS:
DESENHOS DO AMIGO E POETA, JOILSON SANTOS


 DESNUDE

DESNUDE-ME! DESDE OS PÉS ATÉ OS CABELOS!
DESNUDE-ME A ALMA TAMBÉM!
DESCUBRA SEGREDOS MEUS...
DESEJOS CONTIDOS... PROCURE ENTRE MEUS MEIOS, ABAIXO O DECOTE...
E ASSIM, PODE COMEÇAR SUA INVESTIGAÇÃO:
DOCE CONVITE DA MINHA SEMPRE DESNUDA SEDUÇÃO...

FÁTIMA ABREU

AH, SAUDADE! REPUBLICADO





Ah, saudade!
Palavra que a língua portuguesa detém!
Sentimento ímpar.
Da dor por um alguém...

Saudade, dor dilacerante!
Da música que ficou a quem ela correspondia...
Do perfume, do som da voz, da lembrança daquele trejeito...
Ah, saudade! Lança aguda no peito!

Você se pega falando de quem não mais está.
Relembrando momentos de outrora...
E quando pega uma fotografia, enfim, você chora.

Saudade, ausência que arde.
De uma época que não volta mais...

Fátima Abreu Fatuquinha





sexta-feira, 29 de julho de 2016

AS AREIAS DO TEMPO I- REPUBLICADO

                                  As Areias Do Tempo I

AS AREIAS DO TEMPO

Contadas em grãos,
na ampulheta
que só faz
deixar o tempo,
escorrer pelas mãos...

Areias de esperança:
grãos que contam a vida também,
épocas remotas,
do passado da terra.
areias do tempo,
folículos de vidro,
pelo calor transformados.
areias, só areia, e mais nada...

Areia, chão
folículos, grão...
vento que leva a areia
de um lugar a outro
tece as dunas
formam-se as tempestades
na areia, nas desérticas cidades...

Os viajantes se cobrem, o ancião resmunga...
mantos, cobertas, e olhos cerrados
as areias fazendo seu trabalho
unem-se agora, ao vento
parente próximo do tempo...

O tempo, o vento
a areia, o grão
a tempestade, o ancião...

Um tópico do deserto,
os viajantes sabem disso...
as areias formaram pelo movimento constante,
as dunas à sua frente,
podem ficar sem orientação:
pelas areias do deserto, caminham cegos,
onde estão?

" Só há pó, areia, grão"
resmunga o ancião...
a ampulheta se encarrega de avisar,
que o tempo deles, já está a se acabar!

Mais areia, chão...
quem passará por essa imensidão?
o tempo, o vento, a areia, o grão...

Fátima Abreu

quinta-feira, 28 de julho de 2016

POESIAS ERÓTICAS REPUBLICADAS


SOU TUA MUSA


Espalho o gozo pela Terra,
Para quem quiser me ler...
Porque agora no meu corpo, apenas você...

Para aqueles que gostam de sentir os rompantes de paixão,
Faço os versos, revelando desejos contidos,
Transparência da minha alma,
Que diz tudo, em minhas ardentes palavras...

No meu corpo, é você que agora toca,
Sente os caminhos, as curvas...
Sabe cada lugar.
Lambe, esfrega, sorve, copula!
E daí em diante, é só gozar...

Urra desvairado como um leão!
E eu, gemo toda dengosa,
Quando o orgasmo vem então...

FÁTIMA ABREU FATUQUINHA





GRITOS ÚNICOS



GRITAMOS DESVAIRADOS,
LOUCOS APAIXONADOS
MÃOS ENTRELAÇADAS,EM MEIO À VOLÚPIA
DESSE INSTANTE...



TOQUES SUTIS
NA PELE QUE ARREPIA
DELIRANTE DE PRAZER,
MORDE MINHA NUCA,
EU, TE ENLAÇO ENTRE MINHAS COXAS
VERTENDO RIOS DENTRO DO MEU SER...


UMIDADE QUE SE EXPLICA
TAL A VULVA QUE SE EXCITA...
AS TAÇAS DE VINHO
VERTEM O LÍQUIDO,SOBRE NOSSOS CORPOS
UM LAMBE O OUTRO...

DELICIOSA PARTILHA:

GOSTOSURA!
ORGASMOS QUE CHEGAM,
NO CALOR DESSA LOUCURA...

FÁTIMA ABREU FATUQUINHA







FLEURINE

FLEURINE, EU ME CHAMAVA
NO SÉCULO XVI...
ASSIM EU TE ENCANTAVA
ASSIM, O AMOR SE FEZ...


FLEURINE!
TU ME CHAMAVAS:
VENHA CÁ, PESSOA AMADA!
EU IA... E FAZIA...
TUDO QUE O MEU ´SENHOR´, QUERIA...

AH, E EU ERA NOBRE!
MESMO ASSIM ME TORNAVA SERVA...
DOS TEUS DESEJOS INCONTIDOS
DOS MAIORES DESVARIOS...

MAS, EU ERA DESAFIADA!
E COM CORAGEM,
OS TEUS ANSEIOS, REALIZAVA...

ENTRETANTO, ME DAVA CARINHOS TAMBÉM...
ASSIM, COBERTA DE TEUS MIMOS
ME DELICIAVA...
NA CAMA, NO TAPETE
PARA SER TUA, SOMENTE...

SIM, EU ERA TUA...
TODA NUA,
PARA TEU BEM QUERER
PARA TUAS VONTADES
PARA TEUS GOZOS
ESPALHADOS,
NA MINHA FACE
MELADA,
DO TEU LICOR BRANCO.
E TE FAZIA SENHOR,
DE TODO O MEU AMOR...



Fátima Abreu Fatuquinha






Compre meus livros impressos, clicando nas capas que estão na minha página:
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Escolha entre os mais variados temas que escrevo:

* ficção científica
* romances de época, policiais, eróticos, surreais
* poesia
* culinária
* infanto juvenil ( fábulas, contos e prosas poéticas)




EJACULAÇÕES- POESIA ERÓTICA- REPUBLICADO

ESCUTE NA MINHA VOZ, NESSE LINK:

http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/69546








Ele a segurou pelos cabelos,
puxava como se domasse uma égua de estrebaria.


Realmente, era essa a intenção!
já que ela gostava de estar nessa posição...

Também assim, gostava de ser chamada
entre os gemidos pela madrugada...


Era uma fêmea na maior concepção da palavra!
Mas, em certos momentos deixava de ser a dominada,
e queria dominar!


Nesses rompantes,
se fazia felina:
e rasgava as roupas do companheiro
em selvageria extrema,
o sugava inteiro...

Lambia-lhe desde o falo teso
até os testículos, cuidadosamente colocados
em seus lábios de batom vermelho
e chupados como a uma fruta,
que se quer faz tempo...


Outras vezes parava e o mordia,
ele pedia:
" Morde, morde mais, fêmea que me satisfaz! "

Ela aproveitava e também lhe mordia o interior das coxas másculas
e o corpo dele, estendido na cama,
se deixava levar na embriaguez
que a sua fêmea ardente,
lhe fazia sentir...



E nada no mundo mudaria
aquele estado,
absorto nas delícias
que sua felina mulher, fazia...

Para ele, era mais que uma mulher:
POIS MULHER ESTÁ EM TODA PARTE
mas ELA, era única!
a mulher que lhe tocava naquele momento,
era muito mais que sexo feminino em contato...


Uma experiência de pele, quase animal
porque ela também lhe domava
e o fazia, com maestria!

Ele já não conseguia segurar o gozo,
a mulher, lhe provocava com a língua
em movimentos alternados, e de todos os lados...
ela pedia:
"Geme, meu macho, mostra como quer mais!"


Ele gemia, e os jatos de esperma já se via...
em um urro de causar mais desejo para ela
ele se desfazia em gozo
e ela, apenas sorria,
e dizia:
"Teu prazer é o meu maior prazer!"


E para não ficar sem gozar
enquanto ele se refazia,
ela se pôs em cima da cama
frente à ele,
e assim, toda paixão e desejo
se tocava alucinada, querendo ejacular também
e ele se surpreendeu
quando viu o líquido descer qual urina
daquela vermelha vagina...

Fátima Abreu Fatuquinha

PROMESSA: DUETO COM ADRIANO DE ALVARENGA





PROMESSA

Em meus momentos contigo denotados, enlouqueço-te de delírios em tua flor e teus prazeres em nudez de amor...
Adriano de Alvarenga (AA)

EU NUA, EM TEUS BRAÇOS, FAÇO DO AMOR NOSSO MAIOR E MAIS FORTE LAÇO!
NESSE LAÇO QUE SE APERTA, ENTRE LENÇÓIS DE SEDA E PÉTALAS DE ROSAS.
AROMAS SUTIS, ENTRE BEIJOS FEBRIS ALCANÇO-TE!
ENLAÇO-TE!
ENTRE PERNAS E BRAÇOS, ABRO MEU PEQUENO ESPAÇO...
VEM! QUE NÃO SEJA ÚNICO ESSE MOMENTO! OUTROS VIRÃO...
QUANDO DE AMOR SE DERRAMA, NA SEDE DA BOCA E NA FOME DO CORPO, EM MOVIMENTOS QUE VEM E VÃO...

Fátima Abreu (FA)


Em teu espaço... e faço nossa gravidade e sexo reais...
AA


CORPOS RENTES QUE SE SENTEM!
BEIJO-TE ÁVIDA DE MUITOS MAIS...
DÁ-ME? QUERES TAMBÉM?
POSSO TE REALIZAR DESEJOS E DEPOIS DO AMOR, DEIXAR-TE SACIADO...
ENQUANTO EU, FOGOSA QUE SOU,
QUASE TE IMPLORO NOVAMENTE, QUE SE FAÇA MAIS AMOR!
FA

Em nosso deleitar, vem alma, corpo e amor... um sexo selvagem, em teu pequeno espaço... de loucuras se faz. Desejo e sexo.
E te meneio e penetro, com força e desejo.
AA


DESEJOS? AH, POSSO REALIZÁ-LOS...
BASTA QUE COMECES BEM, NAQUELES BEIJOS QUENTES, QUE SABES, MUITO ME CONVÉM...
DOS BEIJOS SE PASSA ÀS CARÍCIAS, FACILMENTE...
É NESSA GANA DE CORPOS QUE SE FAZ FOGO ARDENTE!
DIZ-ME AMANTE POETA: QUE QUERES DA TUA MUSA?
PASSEIOS SOBRE MEU CORPO?
CANÇÕES DEDILHADAS SE FAZEM:
MÚSICA E POESIA!
E ASSIM, VAI SE EMBORA A NOITE FRIA...
TOCA PARA MIM.
E EU CANTO PARA TI.
NESSE PULSAR DE TUAS VEIAS, A ROSA SE ABRE, DESABROCHA...
E JÁ NÃO SERÁ MAIS ROSA!
TORNA-SE UM VULCÃO EXPLODINDO EM LABAREDAS QUE TE ACALORA...
VEM... MAS, NESSE ATUAL MOMENTO, NÃO FAÇA HORA!
FA


Em nosso tempo e espaço, gravidade não convém:
É como em música em harmonias agudas:
Geme e vem...
AA

AH, E COM GEMIDOS, SOPRO EM TEUS OUVIDOS...
SENTE: TE ABRASA?
SÃO APENAS ROMPANTES PEQUENOS, DE UMA PAIXÃO DESVAIRADA...
FA


Em melodias audazes, te faço meu instrumento mais afinado:
E minha boca retira sons de gemidos.
Em nossa cama nos inflamamos, em paixão e gemidos
São uivos de amores e sexo.
AA

JÁ NÃO POSSO ESPERAR, POR MAIS UM ENLACE...
SINTO-ME QUENTE, TAL QUAL A LABAREDA DE UMA LAREIRA:
BASTA ATIÇAR E DALI EM DIANTE, ELA FICA FORTE EM SUA CHAMA...
SINAL DAQUELA QUE TE AMA.
FA

Sacia-me, que te sacio! Em tua pele branca e teu amor, desabrocho tua flor, mais de uma vez:
E em múltiplos sons, te faço harmonias de sexo, minha gata selvagem!
Uiva mais alto e com mais dor... feito tronco navegarei em meu amor.
AA


MEU DOCE AMOR, ATRAIO-TE PARA DENTRO DE MIM!
E NUMA CAVALGADA ALUCINADA,
QUAL ANIMAIS NO CIO, NOS TOMAMOS UM AO OUTRO...
GEMO ALTO, ENQUANTO URRAS, QUAL LOBO PELA MADRUGADA,
É ASSIM O FINAL DA  MAIS LOUCA E APAIXONANTE JORNADA.
ÊXTASE!
FA


Uivos de êxtase, e recomeçamos outra vez:
Até o amanhecer! E varo a noite contigo, ouvindo seus gemidos.
Falando em idiomas de amor.
AA

QUE O AMOR SEJA O NOSSO MAIOR DESEJO!
SIM, ESSES MOMENTOS IRÃO SE REPETIR, POIS SÓ UMA  AVE VOA,
SE LHE PERMITEM ALÇAR VOO...
NOS PERMITIMOS SENTIR, AMAR, E GEMER DE PRAZER...
FA

Enfim nos acariciamos, em um prelúdio de vida a dois.
AA






quarta-feira, 27 de julho de 2016

A PRINCESA & O BARDO- DUETO





A Princesa e o Bardo  ( POESIA- TEMA PARA O DUETO)


BARDO: minha amada
paixão imortal
ver teu semblante e para mim
honra sem igual

PRINCESA: quem procura-me em noite fria?
ah!sois voz bardo vagabundo
se meu pai te vês por decerto te penduras
és isto que procuras?

BARDO: de modo algum princesa
apenas procuro
com ajuda da lua
por vossa beleza

PRINCESA: és tolo galanteador
vagabundo e o que sois
porem és um perigo
deveras encantador

BARDO: ah!minha amada
pelo vosso sorriso
em noite enluarada
corro qualquer perigo

PRINCESA: pobre plebeu
és poeta cantador
entrego-te um beijo meu
com carinho e amor

BARDO: parto agora
alegre sorridente
levando em meus lábios
vosso beijo quente

PRINCESA: te vai meu amor
a calada da noite
carrega perigos para ti
armadilhas e dor

BARDO: nada temo meu amor
vi vosso semblante
provei do teu beijo
agora parto
cumprir seu desejo

PRINCESA: levai meu véu
todo perfumado
e olhando as estrelas
lembrai também
aqui estarei olhando o céu

BARDO: com um beijo
e com um aceno
deixo a promessa
de que aqui regresso
ardendo em desejo

PRINCESA: pequeno poeta
belo encantador
roubaste de mim
todo meu amor

vai-te embora
mas volte
para te rever,
Já conto hora

BARDO: parto sim amada
mas volto
noutra noite enluarada

Delonir Cavalheiro
03/06/2012

**************


DUETO FEITO EM: 26/07/2016


A tua amada em noite enluarada, se vê presa a lençóis de outrem...
Enfim, é a vida!
Quando o amor se perde para a dor...
A tua amada avança pensativa à janela...
Olha para o brilho da lua, o que será que espera?
Teria dado ao seu amado poeta, motivo para voltar?
Percorreria terras distantes, por rios ou mar?

Fátima Abreu FATUQUINHA



DC:
A dor ensina a viver
Se de outro se enamora
Não era de ser
O que tiver de ser meu
O futuro trará
Talvez nas noites
Um ou outro corpo
Me aquecerá



FA:
Será que o perfume de rosas em seus cabelos, ele vai relembrar?
Dele, ela tem somente o cheiro, em seu travesseiro...

O corpo se aquece, com o amor que bem se merece!

DC:
De que adianta trôpego passo
Amanhã ela me receberá?



FA:
Embriaga-se a amada do bardo, em vinho tinto e suave... esqueceria-o?
Não! Pois essa não era sua vontade...
Receberia sim, dentro do corpo ardente, que pede o dele, clemente!

DC:
Talvez a canção  da lira
Ode ao luar
Que faço eu para te amar?


FA:
Faça apenas o que seu coração manda, poeta que me encanta!
A tua lira trovará para mim, e meus olhos se perderão aí então se fechará meu pranto...


DC:
Enfim debruça a noite gélida
Quisera ter teus lábios quentes e teus abraços a me aquecer.
Talvez teu corpo quente. Em alvos lençóis a me receber


FA:
Ah, mas essa saudade há de passar! E o encanto do trovador, na minha memória há de ficar!
Recebo-te, qual iguaria para sua boca...
Abro o que queres de mim, tal qual rosa que desabrocha


DC:
Saudade, saudade
Passa e não demora
Fere meu peito
Ferro em brasa
Chegue o amanhã
De novo vou te ver
De lira em punho
Fazer amor até amanhecer


FA:
Toma-me agora! e percorreremos juntos, a geografia de nossos corpos
O amanhecer encerrará a noite inteira que de amor, se terá
E o trovador poeta de nascimento, cobre suavemente sua bela amada, como sua brisa a tocar-lhe macia o corpo desnudo, na cama já fria...


DC:
Passear por montes
Dedos corpóreos
Desvendar o  segredo e te fazer poesia
Na noite de amor
Inteiramente minha


FA:
Tua! sim, que meu corpo seja estrada nua!
Ah, quisera ter-te em todos os momentos, é verdade!
Bardo que me acalma toda as vontades!


DC:
Estrada nua pra mim
Caminho reto
Campo certo
Para de novo te amar
Estrada nua
Me acende
E me acalma
A alma
E assim
Este poeta vagabundo
Parte do mundo
Em paz
Por que amou
E foi amado

FA:
A alma branda, enfim junta-se a tua!
E no soar do cantos dos pássaros ao amanhecer estaremos juntos poeta e musa...
Eu e você

terça-feira, 26 de julho de 2016

Fazer-te Outra Vez Menino... REPUBLICADO

Para ouvir essa poesia no RL:
As asas eu te dei, restou apenas voar...
Não encontrou o rumo certo,
Nem céu, nem mar...

O horizonte em linha reta, foi teu destino
Queria te dar meu ombro,
FAZER-TE OUTRA VEZ MENINO...

As minhas mãos no teu rosto
Delineavam a face triste:
Homem de muitos desgostos...

Tentei, tentei...
Mas ainda assim, não te mudei
As pérolas não podem ser mudadas!
São duras, nascem assim...
Rígidas, dentro do ostracismo contido nesse processo...
Eu aqui, de braços sempre abertos!

Fátima Abreu Fatuquinha

VÊNUS / AFRODITE- reeditada






RETRATADA EM VÁRIAS CULTURAS, A DEUSA DO AMOR, BELEZA E SEDUÇÃO, SEM DÚVIDA TEVE SUA MAIOR DEVOÇÃO ENTRE GREGOS E ROMANOS:
NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA E PAGÃ.
SOU FÃ DESSA FIGURA.
PELO QUE ELA REPRESENTOU: FAZER AMOR E NÃO, A GUERRA
PELA POESIA CONTIDA EM SUA CRIAÇÃO.
PELA INSPIRAÇÃO NOS VERSOS POÉTICOS.
PELO PODER DE SEDUÇÃO, QUE A DEUSA (SUPOSTAMENTE) DAVA, 
PARA CADA MULHER QUE LHE FOSSE FIEL...

*TINHA FEITO 2 POESIAS QUE A COLOQUEI COMO PROTAGONISTA. 
ESTÃO AQUI NO BLOG, NO LUSO POEMAS E NO RECANTO DAS LETRAS.

ESSA  É A NOVA:



VÊNUS OU AFRODITE? NÃO IMPORTA COMO É CHAMADA!
É DE AMOR QUE ELA SE BANHA, NAS ÁGUAS DA SEDUÇÃO...


Vênus saiu das águas, dentro de sua concha, cercada por Nereidas, as ninfas marinhas.
De suas mãos, pérolas brotaram, de seu coração, amores se espalharam.
E o vento espalhou a notícia:
Havia um novo sentimento a brotar na Terra:
Amor, que faz a paz.
Oposta a 'Marte', senhor da guerra.
Os opostos se atraem e criam uma nova situação:
Poderia o vermelho de Marte, sangue farto, escarlate, render-se à deusa da beleza e sedução?
Fátima Fatuquinha Abreu





FORMA TRADICIONAL DE RETRATÁ-LA COM A MAÇÃ.
TERIA DE SER DOURADA, MAS... AQUI O ARTISTA NÃO FEZ ASSIM.



UMA EXPERIÊNCIA CONTEMPORÂNEA DA REPRESENTAÇÃO DA DEUSA
 GRECO ROMANA




PÉROLAS NO TAPETE (republicado)

PÉROLAS NO TAPETE


O colar de pérolas é arrebentado,
Pelo teu desejo voraz,
De me ter, desesperado...

Elas caem pelo tapete,
Você, quer tocar meu corpo
De vontade, está louco...

Invadir!
É o que te leva a pisar as pérolas, caídas ao chão
Estamos deitados agora, no tapete
As pérolas, ao lado estão...

A entrada se abre...

Segura em meus cabelos,
Nessa hora, aperto, contraio 'a menina',
Serpenteando 'aquilo' que me satisfaz...

Esse impacto, me provoca!
Ponho um dedo na boca, desvairada,
Pensando ser consolada...

Trocamos de posição,
Mas as pérolas, continuam pelo chão...
No ápice que chega para ambos,
Fico toda dormente...
Seguro uma das pérolas,
Rolamos no tapete...

Fátima Abreu


Poesia em áudio no RL:

http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/66415 



O SOPRO DA "BOA MORTE" ( CONTO SURREALISTA ) REPUBLICADO

  Republicado

                                 O Sopro da 'Boa Morte'



A cidade estava bem tumultuada, era a reunião dos aniversariantes septuagenários, no CLUBE PRINCIPAL.
Uma festa merecida para eles, afinal, a partir daquela data comemorativa dos 70 anos, renasceriam para outra vida...
Todos se juntavam para o grande acontecimento: filhos, netos, bisnetos ( se eles já tivessem ), sobrinhos, primos e apenas um amigo ( a )que fosse muito mais próximo do que os outros.
Isso até gerava um desconforto da parte daqueles amigos, que não eram escolhidos para tal momento.
A chegada do convite para a festa era aguardada por eles.
E quando isso não acontecia, havia uma tristeza estampada na face dos amigos de tantas décadas...



A festa era uma tradição desde o século XXII, quando a hecatombe nuclear aconteceu, e a população mundial foi reduzida a dois terços referentes ao século anterior.
As gerações que vieram depois dessa época, sofreram mutações na  pele, na cor dos lábios e não possuíam mais cabelos.
A pele era desprovida de pelos, fosse qual fosse a raça, os lábios das crianças tomaram um tom alaranjado e todos eram calvos, meninos e meninas.
Mas os animais eram os que mais sofreram com a nuvem radioativa do planeta: não se reproduziam mais, ficaram estéreis...
As espécies estavam condenadas ao desaparecimento da face da Terra.
Isso agravara a fome mundial, já que os alimentos orgânicos ficaram contaminados por quase um século...
Agora, no século XXIII, a alimentação era totalmente sintética acrescida de vitaminas e proteínas, e a água era descontaminada em usinas próprias para retirada de elementos radioativos.
No mar, não existiam mais peixes, lulas, polvos...
A única predominância de vida marinha, estava nos golfinhos e baleias. Só eles conseguiram sobreviver, depois da radiação espalhada pelo orbe terrestre.



Algumas famílias preferiam fazer a festa de seus septuagenários em casa. Todos reunidos para aquele evento tão importante. Mas nos mesmos termos de cada clube municipal:
Apenas familiares e o melhor amigo ou amiga. Era uma coisa única, e cabia apenas a quem interessasse ao aniversariante.

Dois meses antes do aniversariante completar  os 70 anos, era premiado com uma viagem dentro dos destinos planejados pela família, que se juntavam para pagar o custeio disso.
E poderia levar um acompanhante consigo.
Quando voltava, a família o recebia bem e davam um almoço de confraternização com as poucas frutas, verduras e legumes que voltaram a ser cultivadas em estufas próprias para isso.



Alfredo estava apreensivo, mesmo feliz por estar com a família naquele momento, tão esperado pela vida inteira... Ele havia escolhido sua casa para a festa, e não o clube.
As luzes foram acesas em volta da casa. Os familiares chegavam e sua melhor amiga também.
A música, era a que ele havia escolhido para o momento, o vinho servido para o brinde também. Tudo corria naturalmente...
 
Depois de muitas homenagens ao aniversariante, e de comerem e beberem à vontade, o bolo foi partido, o brinde fora dado, e todos foram se despedindo com alegria, mas, uma pontinha de tristeza mútua...
Era um sentimento ambíguo.
Alfredo fechou a casa, apagou as luzes, deixando apenas uma luminária que ele acendera em seu quarto, ao lado da cama, em sua mesinha, que anos antes tinha dividido com a esposa. Lembrou-se dela  por um momento:
Ela havia feito os 70 anos, um ano antes dele, já havia então migrado para a nova vida... Ele se encontraria com ela certamente...
Fechou os olhos, respirou fundo, agradeceu a vida que levou, as coisas que teve, os amigos que fez, a família que formou.
Em uma oração singela se preparou para dormir.
O sopro de um vento veio pela janela...
Alfredo já dormia para acordar na outra vida, onde acharia à sua espera os entes queridos que foram antes dele...

Ele era mais um septuagenário que cumprira sua missão:
A data do aniversário de 70 anos, era  a despedida do mundo, para a vida eterna, como sempre fora para todos naquela nova Terra...

Fátima Abreu

Um Conto De ficção, Sobre A Lâmpada De Edison- REPUBLICADO


A LÂMPADA QUE 'CAIU DO CÉU'

Rayana era chamada assim, somente pela cor de seus cabelos reluzentes sob o brilho solar, ao raiar do dia.
Era apelido de menina, porque seu nome verdadeiro era bem diferente: Lucinda.
Não gostava do nome, então o falso era bem melhor, na sua opinião.
Rayana tinha medo do escuro.
Quando era noite de tempestade então, era a morte para ela!
Em um final de semana, seus pais foram visitar alguns parentes no interior, deixando a casa ao encargo de Rayana.
Ela ficou com sua irmãzinha menor e a empregada Filó.
Na noite seguinte da saída de seus pais, chegou sem esperar, uma grande tempestade.
Os raios cortavam o céu, em descargas aterrorizantes, unidas ao barulho estrondoso dos trovões.

A pequena Emiliana, sua irmãzinha de 7 aninhos, tremia, abraçada à Rayana,
que teve que fazer um esforço, para esconder seu próprio medo.
A empregada Filó, trouxe as velas para mais perto das patroazinhas, a fim de que lessem alguma coisa para distrair, esquecendo o temporal.
Mas, Rayana não tinha cabeça para isso. A luz fraca das velas, de nada adiantava na sua opinião.
Haveria de um dia, alguém inventar alguma parafernália, que desse luz artificial! Ela gritava pela casa...

Desgarrada de sua irmã, por alguns instantes, ela não percebeu que Emiliana, já não mais estava na sala.
Pegou uma das velas das mãos da empregada e saiu
à procura da pequena, pela casa.
Vencendo seu medo de escuro, foi guiada pela luz vacilante da vela, pelos corredores enormes da casa...   

Nesse momento, perguntou-se porque seus pais compraram do barão Vitório, aquela casa tão grande!
Foi quando achou sua irmã a um canto da varanda dos fundos, observando um estranho objeto.
Perguntou-a de que se tratava. Ela deu de ombros, num gesto muito seu.
Rayana abaixou-se para olhar melhor, o que era aquilo...
Era brilhante, reluzente mesmo...
Um presente inesperado, não se sabe de onde ou de quem, mas inspirou outra pessoa que também o recebeu (bem distante dali), a criar a lâmpada elétrica incandescente :     
 Thomas Alva Edison (Milan, Ohio, 11 de Fevereiro de 1847West Orange, Nova Jérsei, 18 de Outubro de 1931)                                                              

Rayana não tinha como inventar nada, mas, ele sim. 
Dentro de si, soube que seu desejo seria realizado: Uma premonição talvez... 
Uma 'voz' interior lhe dizia isso.
Pegou a irmãzinha pela mão, e foi guardar numa caixa, o objeto em forma de gota. Era um segredo delas, não mostrariam a ninguém. Daquela noite em diante, Rayana não teve mais medo do escuro: 
Sabia que em algum lugar do mundo, alguém estava guardando um presente igual ao seu, para dar luz por toda casa, principalmente, nas noites tenebrosas de tempestade...

FÁTIMA ABREU

Tentação -SENSUAL- REPUBLICADO


                Tentação

Não fale nada, apenas sinta...
Percebe o amor que habita em mim?
Meus lábios pedem os teus
 

E teu corpo queima, querendo o meu...

Para sentir mais sabor,
Deixo que me cubra de beijos ardentes...
Já está quente?





SENTE O CHEIRO DE ROSAS EM MEU CORPO?
DESEJA-O, COM ESSE ODOR FLORAL, ASSIM?
OU QUER O CHEIRO DE FÊMEA, ALMÍSCAR SELVAGEM
HÁ FEROMÔNIOS EM MIM!!!

SOU FERA VOLUNTARIOSA
QUE DO AMOR, SE SACIA
PARA FAZER TUDO, QUANDO SE AMA...
E O CHEIRO SE ESPALHA
TOMA CONTA DO AMBIENTE
VEM... RESPIRA AQUI...SENTE!

 

QUERO TE MORDER, ARRANHAR
SENTIR TOTAL PRAZER!
EM TEUS BRAÇOS FICAR,
ME ENVOLVER...
E BEIJAR E BEIJAR,
SEM PARAR...

FÁTIMA ABREU









domingo, 24 de julho de 2016

O MELHOR DA NOSSA INFÂNCIA- DINÂMICA


BEM, O MELHOR DA MINHA INFÂNCIA?
ACHO QUE TEVE TANTA COISA, GENTE!
ÉPOCA MARAVILHOSA, TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS...
EU GOSTAVA DE JEANNIE É UM GÊNIO, A FEITICEIRA, PERDIDOS NO ESPAÇO, TÚNEL DO TEMPO, TERRA DE GIGANTES...
GOSTAVA DE TODOS OS DESENHOS DA HANNA BARBERA, DE BATMAN, DOS HERCULÓIDES, JOSIE & AS GATINHAS, ARCHIE SHOW...

POPEYE E PICA PAU TAMBÉM!
BANANA SPLIT (UM PROGRAMA QUE TINHA UNS BONECOS GIGANTESCOS DE CÃES, (ERA BOBINHO) MAS, TINHA DESENHOS NA PROGRAMAÇÃO:
"OS CAVALEIROS DAS ARÁBIAS" E "SHAZZAN".
DE GIBIS NA INFÂNCIA: TODOS DA TURMA DA MÔNICA, ALMANAQUE DISNEY, BETTY & VERÔNICA (TURMA DO ARCHIE),GASPARZINHO, BROTOEJA...
LIA TIRINHAS NO JORNAL: MANDRAKE, BRUCUTU E DAQUELE AGENTE SECRETO, QUE NÃO LEMBRO MAIS O NOME, RS...




O melhor da minha infância, não consigo descrever completamente:
Porque é um conjunto de lembranças guardadas no baú da memória.
Coisas que somente eu sei, outras quem viveu a época, também sabe...
Entretanto, cada um carrega o que marcou, e isso ninguém tira.
Momentos alegres, sempre ficam ali guardadinhos, como carta de amor perfumada
daquelas contendo pétalas de rosas...
E assim foi o melhor da minha infância:
Os Natais em família, meus gibis, minhas 3 bonecas, meu quadro negro no quintal: Aonde dava aulas para as mesmas 3 bonecas, que eu punha sentadas em um banco que meu avô Eduardo tinha feito.
As brincadeiras com meu irmão Paulo, a TV e seus desenhos animados, os livros que lia...
As festas juninas na garagem do quintal, com as bandeirinhas coladas por mim e meu irmão, sendo postas no alto, pelo meu tio Ormil...
Ah, e uma fogueira bem grande que meu pai e avô faziam para assar batata doce e salsichão... Minha mãe fazia cocadas e bolos, minha tia Lindalva fazia doces compotados e vó Emília a canjica à moda de Portugal...
As matinês de cinema aos domingos, que meu pai levava para  assistir TOM & JERRY.
Os desfiles do Cacique de Ramos...
A Praia do Jardim Guanabara, a festa da Penha, o Pavilhão de SÃO CRISTÓVÃO, nossa tanta coisa!

Era feliz e sabia...

FÁTIMA ABREU
Fatuquinha





                                                      SHAZZAN E CAVALEIROS DA ARÁBIA
 


              

Agora a dinâmica do grupo IP no whats app:


 Lembro dos programas que falou e do Gato Félix, e muitos outros com lembranças até um aroma de jasmim e flores que me lembra a  casa da minha avó materna e árvores no meu quintal que tento fazê-lo voltar à antiga paisagem:
Aonde eu brincava e trabalhava, pra manter limpo e lindo, o verde e muitas outras cores, no quintal da minha família.
O gosto de biscoito de leite, músicas dos anos 80/ 90... E na maternidade meus pais falavam que as enfermeiras cantavam " ELE ESTÁ DE OLHO É NA BOUTIQUE DELA..." rs...
Sempre amei livros música ... lembro de um conto que li na infância chamado " Sementinha Bailarina" e a coletânea de sonetos " Os mais belos sonetos que o amor inspirou", além de todos que encontrei na casa dos meus avós.
Essa foi minha infância.

ADRIANO DE ALVARENGA AZEVEDO








                                                            *********************

Picardias e arruaça
Folias de infância
A teve na sala ligada
Passava desenho animado
Gosto de criança
Passava Corrida Maluca
Penélope Charmosa
Mutley e Dick Vigarista
Um pica pau tresloucado
Tudo isso pela manhã
A tarde seção aventura
Diversão garantida
Tinha Batman na telinha
Prendia o Coringa
Vibrava a galerinha

Saudades das aventuras
Da infância
Na telinha que brilhava
Os sonhos da criança.

DELONIR CAVALHEIRO




                                                            *****************

Saudades da Velha Infância.

Que saudades da velha infância eu tenho. Velha porque já se distancia de mim a algum tempo e
porque as crianças de hoje a considerariam antiquada em relação a era digital.
Todavia, eu afirmo que éramos bem mais criativos e independentes que os jovens de hoje. Não vivíamos presos a um teclado ou toque de tela, mas corríamos nas ruas e convivíamos mais uns com os outros. Não havia obesidade infantil que resistisse a tanta energia gasta.
Todavia, eu vivia mais trancadinha em meu mundo com meus personagens de infância.
Eles que foram meus verdadeiros amigos muitas vezes.
Eram tantos! Difíceis de se nomear, mas, com carinho minha infância foi marcada pelos personagens da Disney: Mickey, Donald e Pateta, Tom e Jerry, Pica-Pau.
Tinha também os Flinstones, Scooby Doo e Caverna do Dragão.
A turma do Balão Mágico foi o meu programa infantil preferido ate vir Xuxa e acabar com a inocência dos programas infantis.
Os filmes de sessão da tarde eram tantos bacanas, mas os do Jerry Lewis me divertiam mais e os da cadela Lassie me faziam lembrar o quanto eu queria aquele animalzinho de estimação pra mim.
Enfim, se for citar a todos fica difícil, pois alguns sempre ficarão de fora.
Mas, aqui dentro da telinha da memória e do coração desta eterna criança, sempre estarão presentes.

Lilian Furtado



**********

Minha infância foi marcada por momentos que não custaram dinheiro algum , sempre tivemos Biblioteca em casa por conta das trocas em sebo constante..
Amei  e amooO Pollyana !! Disney Todos !! Em Especial Mickey e Tio Patinhas ! Mas, guardo com carinho as brincadeiras no campo, os acampamentos  no quintal de casa, e quando alguém saía correndo para buscar chicletes Ping Pong para fazermos competições de bolas antes de dormir !!! Tenho saudades sim !! Mas, sempre que posso fujo para o sítio com meus sobrinhos e lá as brincadeiras não mudam e cada vez mais se torna mais alegre !!! Leio Muito e de tudo um pouco !! Então mantenho minha infância sempre por perto !!

Maria Fernanda











sábado, 23 de julho de 2016

DISCUTINDO COM DRUMMOND

Uma análise pessoal do texto de Drummond:

Sempre o admirei, mas tenho que dizer que não concordo com vários trechos desse texto, até porque, hoje em dia, a poesia livre é a mais usada. Temas que ele considerava inadequados e não deviam ser usados, é o que mais se vê por aí...

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Procura da Poesia

Carlos Drummond de Andrade

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.

 * CONSIDERO ISSO UM ERRO DA PARTE DELE, POIS A VIDA E A MORTE INSPIRAM A POESIA, OS ACONTECIMENTOS ENTRE UMA E OUTRA, SÃO AS VERDADEIRAS FONTES DE NOSSA ESCRITA. OS ACONTECIMENTOS TEM SUA IMPORTÂNCIA, E É NATURAL QUE FAÇAMOS DE FORMA POÉTICA, ANIVERSÁRIOS PRINCIPALMENTE, VEJAM ESSE POEMA QUE FIZ CERTA VEZ PARA MINHA FILHA DO MEIO, IZABEL:

A MENINA DOS MORANGOS...

DESDE PEQUENA QUER SEU BOLO ENFEITADO
COM MORANGOS POR TODOS OS LADOS...

GOSTA DO SABOR, DO AROMA
DOS MORANGOS,
 DA COR VERMELHINHA,

A MINHA MENININHA...

E MAIS UMA VEZ
O BOLO SE FEZ
DE CHOCOLATE
COM MORANGOS
NA COBERTURA, E RECHEIO DE PAVÊ
TUDO ISSO FAZEMOS JUNTAS EU E VOCÊ...

MINHA MENINA DOS MORANGOS
PARABÉNS PARA VOCÊ
QUE TENHAMOS MUITOS BOLOS DE MORANGO,
PELA FRENTE...
NOS ANOS QUE VÃO NASCER...

Fátima Abreu
***********


Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

 * ESSA PARTE ENTÃO DISCORDO MUITO, PORQUE  A POESIA É FEITA DE ALMA E PELO CORPO QUE A ESCREVE... EU SOU UMA POETA DE CORPO ( VIDE MEUS POEMAS SENSUAIS E ERÓTICOS ), ALMA E CORAÇÃO.
O SENTIMENTO E PENSAMENTO SÃO PARA MIM, ALGO BEM PECULIAR DE MINHA PERSONALIDADE, ASSIM COMO ACREDITO, DE QUALQUER OUTRO POETA.
SE OS SENTIMENTOS NÃO BROTASSEM,  AS LETRAS NÃO SE ENCAIXARIAM A E ASSIM SENDO, NÃO HAVERIA NO MUNDO, QUALQUER FORMA DE POESIA, PORQUE ELA É A ALMA DA ESCRITA DO AUTOR. VEJA MEU SENTIMENTO NESSE POEMA:

 Pensaria Eu, Estar Nas Estrelas

Quando teu corpo tocasse o meu...
Nada disso era verdade
Apenas meras ilusões de minha parte.

Pensaria eu, ter o teu sorriso sincero.
Mas apenas gargalhadas de pura ironia,
Dos teus lábios eu conseguia...

Pensaria eu ter a tua atenção,
Mas nada passava de uma doce encenação...
Pensaria eu, assim como pensaria você
Se no meu lugar estivesse.
Se com o mesmo enamorado coração,
Tentasse encontrar
Gotas de paixão dedicadas,
Em um mar de solidão.

FÁTIMA ABREU
***************

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.

* OUTRA PARTE QUE NÃO ACEITO: CORA CORALINA 'CANTAVA' POEMAS DO COTIDIANO DA CIDADE DO INTERIOR. É LINDO FALAR SOBRE NOSSA CIDADE SEJA URBANA OU RURAL, A CHUVA, A NOITE... VEJAM MAS ESSE PROSA POÉTICA MINHA:

VIDA NOTURNA


CAÍA A NOITE. OS SONS DIMINUÍAM: APENAS O RUÍDO DOS GRILOS E SAPOS NA FAZENDA.

LONGE DALI, A CIDADE “FERVILHAVA” AINDA, EM BARES, TEATROS, RESTAURANTES, DANCETERIAS, CINEMAS E MOTÉIS...

A VIDA NOTURNA ESTAVA A PLENO VAPOR:
ÔNIBUS, CARROS, MOTOS E CAMINHÕES VINDOS DE TODA PARTE, DEIXAVAM OS FARÓIS LUMINOSOS MARCANDO O ASFALTO DE LUZ.

NAS ESQUINAS, AS BELAS E TRISTES “MENINAS”...
DE LÁBIOS PINTADOS EM EXAGERO, ROUPA CURTA E DECOTES GENEROSOS, SALTO ALTO, E UMA FORTE VONTADE DA NOITE ACABAR...

COLORIAM A NOITE ESCURA, COM SEUS TREJEITOS SENSUAIS, ABORDANDO TODOS QUE PASSAVAM, DA RUA ATÉ O CAIS...
LÁ ESTAVAM GRUPOS DE VÁRIOS TIPOS E PARA TODOS OS SERVIÇOS...

Para dar um toque de poesia, havia
O LUAR QUE CAÍA SOBRE A BAÍA...

Os barcos ao longe, com alguns pescadores já preparados com a rede em punho,
Pareciam estrelas cintilantes, num “céu” de água escura, ao brilho suave das lanternas...
Um dorso nu, estendia uma esteira, na espera de sua companheira...

FÁTIMA ABREU
***************

Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.

* O POETA É UM SER NOSTÁLGICO POR NATUREZA... POR QUE NÃO FALAR, DAS MEMÓRIAS DE UM TEMPO QUE ELE VIVEU E QUE TEM SAUDADES?
O DRAMA VIVIDO, TAMBÉM É FONTE DE INSPIRAÇÃO: O DESESPERO, A  DESILUSÃO, A INDAGAÇÃO, SÃO FREQUENTES NOS  ESCRITOS DOS POETAS.

DESPEDIDA
 
Esperou por uma palavra
Nada
Com o nada
Veio a mágoa,
Com a mágoa
Veio a dor...
Com o a dor,
O consolo de um novo amor...
Caminha feliz, sempre.
Ela diz de coração...
Foi breve e bonita,
Essa relação...
Fátima Abreu
**********

Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.

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