sábado, 3 de outubro de 2015

O QUE VEM POR AÍ... REPUBLICADO





GENTE QUERIDA QUE ME ACOMPANHA:

Assim que resolver essas coisas pendentes de mudança de casa, e cirurgia da vesícula, começarei se DEUS quiser (E ACHO QUE ELE QUER! POIS ME DEU ESSE DOM DA ESCRITA), meu vigésimo livro.

Será um romance do tipo 'MIL E UMA NOITES', pois farei a personagem principal como Sherazade. Claro, numa trama alternativa, como foi meu conto de fantasia: "MIX, UM NOME, UM DESTINO"...
Aguardem!

O nome também já está pensado, mas, pode haver mudanças ainda:
"Liberta-te ou Liberta-me!"
ou "Apenas Liberdade"


Será entremeado de poesias minhas e as coletivas também, do grupo no zap: "IMAGINAÇÃO POÉTICA", com a citação dos amigos que participaram delas.


Fátima Fatuquinha Abreu


NOTA: Um conto que fiz há tempos, mas, que vou inserir no novo livro, é esse:


A Odalisca, o Sheik & o Gênio



Muitos e muitos anos atrás, na distante Arábia, vivia um sheik em seu palácio, coberto de luxo e riquezas, possuía um harém com as mais belas moças do seu reino, mas infelizmente nenhuma delas tocava seu coração...
Um dia, triste e abatido, pensou em uma maneira de encontrar a moça certa para ser sua companheira pelo resto de sua vida:
Disfarçou-se de plebeu, e andou pelas ruas do povoado, no comércio aberto, procurando um rosto que lhe chamasse a atenção, uma moça que lhe causasse interesse não apenas bela beleza...

Ele pediu ajuda ao seu melhor amigo: Rachid, que conseguiu as roupas para um disfarce autêntico.
Muitas pessoas passavam ali no mercado, e provinham de vários lugares diferentes, até ocidentais...
Certo que iria encontrar sua eleita entre o povo, ficou ali observando o vai e vem das pessoas...
Do alto de um palanque, um mercador de escravas anunciou o lote a ser negociado, e a atenção do sheik voltou-se para aquele local.
Ele olhou uma a uma das escravas a serem vendidas, e percebeu que todas estavam de olhar cabisbaixo, mas apenas uma estava de " nariz em pé", com uma altivez, que ele se impressionou de imediato...
Chegou perto do mercador e cochichou ao seu ouvido:

_ Quero aquela moça que olha para o alto, ponha o preço que lhe pago!
_ Com esses trapos que veste? Onde teria dinheiro suficiente para comprá-la?
_ Meu amigo Rachid, aqui, lhe dará o quanto pedir...

E voltando-se para Rachid, o mercador assentiu, dada a boa apresentação dele, pois somente o sheik estava com vestimentas pobres...
O amigo fiel do sheik, foi até onde a moça estava, pagou o preço combinado ao mercador, e a trouxe até ele, que relutava em ser vendida, e mordia ferozmente Rachid...
A moça encontrou os olhos do sheik, e nesse momento seu coração acelerou sem ter motivo aparente...
O sheik percebeu que não se enganara! Aquela era uma jovem especial! Sem dizer nada, desatou as amarras em suas mãos e as beijou... Em seguida, colocou-a sobre seu cavalo e a levou ao palácio...

A moça não entendia nada! Quem era aquele homem que acabara de conhecer, e que a levou até o palácio do sheik?
Para satisfazer sua curiosidade, perguntou finalmente:

_ Quem é o senhor afinal?
_ Sou o sheik.

Ela ficou catatônica por uns dois minutos... E o sheik voltando-se para seu amigo que estava junto, disse:
_ Conte tudo por favor, assim pode ser que ele entenda o que se passa.
Rachid relatou a compra feita por ele, mas em nome do próprio sheik, que estivera disfarçado no mercado... Sem mencionar as reais intenções do sheik, que era te tê-la como esposa...
O sheik disse para ela, que ficaria entre suas odaliscas no hárem. E que naquela noite, ela dançaria para ele...


Duas moças entraram no salão e levaram Sumara para dentro do harém. Iriam prepará-la para a noite, com banhos imersos em essências especiais, óleos aromáticos, e a vestimenta de véus e guizos para dançar...
Enquanto isso, o sheik já estava de banho tomado e roupa trocada, e voltou ao salão para que a ceia se iniciasse.
Bateu palmas e as servas trouxeram Sumara.
Ele a olhou bem dentro dos olhos, e disse sorrindo:

_ Agora dance para mim.

A contra gosto, mas sabendo que isso era tudo que poderia fazer no momento, ela começou sua dança dos sete véus...
Em movimentos de sedução, que o seu corpo fazia, mais interessado o sheik ficava... Pediu que repetisse sua apresentação, com a dança do ventre, e assim ela fez...
Dentro de si guardava um rancor, por estar sendo usada, era assim que se sentia...
Muito embora o seu primeiro contato com o sheik, ainda no mercado, tivesse despertado também seu coração solitário.
E pensava durante a dança:

" Ele me pareceu bom, mas agora vejo que não o é, não passo de mais uma odalisca do seu harém, é como todos os homens que se aproveitam das mulheres, fazendo com que sejam meros objetos de seus desejos."
O sheik também estava imerso em seus pensamentos:

" Não me enganei, ela é a moça certa, é diferente das outras, o seu olhar altivo mostra que ela não é submissa, tem personalidade... E como dança maravilhosamente bem! "
A testaria por um breve tempo, para notar as suas reações, e depois revelaria a verdade: Ela seria sua esposa!

Sumara fez uma reverência ao fim da dança, e saiu apressada para o aposento atrás do salão. O sheik ainda ficou um tempo ali e depois foi para seu quarto, mas naquela noite, não dormiu:
Apenas pensava em Sumara...
E no harém, Sumara também não conseguia dormir, estava com receio de se apaixonar por ele, isso seria terrível! Sabia que nunca poderia ocupar lugar no coração do sheik, porque era apenas mais uma de suas odaliscas... Com esse pensamento finalmente dormiu...

Passaram-se muitos dias, e o sheik todas as noites a fazia dançar para ele, já não queria outra para isso...
Numa manhã clara e ensolarada, um mercador passava, e pediu um pouco d´água no portão de entrada do palácio. Sumara que estava no pátio, o viu e decidiu levar a água para o mercador, recolheu com sua ânfora da fonte, e deu-lhe em uma concha, pelas grades do portão...
Ele bebeu o quanto precisava, e agradecido por ela ter sido caridosa para com ele, resolveu lhe dar um presente...
Assim, procurando entre seus objetos de venda, achou uma garrafa decorada muito bonita. Entregou nas mãos dela, dizendo:

_ Como você foi boa comigo, aceite esse presente, é apenas uma garrafa, mas é de coração que te dou... Está comigo há muitos anos...
Espero que sirva para alguma coisa.
_ Obrigada, é uma linda garrafa!

Ele assentiu e virou-se acenando com a mão...
Quando Sumara olhou de volta, ele estranhamente já havia sumido...

Levou a garrafa para dentro, colocaria flores para enfeitar, porque serviria de jarro, era muito bonita cravejada de pedras coloridas.
Ao retirar a tampa, uma fumacinha saía de dentro, e logo um gênio estava em sua frente!
Olhando para Sumara disse, fazendo uma reverência:

_ Bem, aqui estou para ser seu gênio! Realizarei apenas 3 desejos, mas pense bem, para depois não se arrepender!

A moça quase caiu para trás, mas depois se recuperando do susto, respondeu:

_ Então vai me conceder 3 desejos? Deixe-me ver, não sei bem o que pedir, mas a primeira coisa que me ocorre, é a liberdade, quero sair daqui agora!
_ Que seja!

Batendo palmas o gênio levou Sumara do palácio, e num passe de mágica, estava nos arredores da cidade. Agradeceu ao gênio, e disse que aguardasse sua chamada, para quando ela decidisse os outros 2 desejos que faltavam...
Ele concordou, afinal, era justo que pensasse com calma o que queria realmente...



Sumara pensou em procurar sua irmã Sulamita, que há muito tempo não via, queria morar com ela, até decidir o que fazer dali em diante...
O gênio a seguia, mas apenas ela o via...
Ao chegar na casa de sua irmã, notou que ninguém vinha atendê-la. Ficou preocupada. Será que Sulamita havia sido pega com ela, por algum mercador inescrupuloso?
Sumara chamou e nada... Perguntou ao vizinho, um mercador de frutas, se ele sabia o paradeiro de Sulamita:

_ Boa tarde Bartolomeu! Sabe de minha irmã?
_ Sim. Ela acabou de perder um bebê, e está ainda na casa da parteira, que está cuidando dela.
_ Ah, obrigada por me dizer... Vou até lá, agora mesmo!

Sumara bateu na porta da casa humilde, mas muito limpa, da senhora parteira. Ela veio atender, e disse espantada, ao reconhecer Sumara:

_ Sumara! Você veio! Como soube do que aconteceu com a sua irmã?
_ Acabei de saber pelo Bartolomeu...
_ Ah, sim... Sua irmã está bem agora, mas o bebê não resistiu...
Entre minha filha, venha falar com ela...

Dito isso, Sumara entrou, e viu logo Sulamita deitada em uma cama, ainda abatida... Beijou-lhe a testa.
Sulamita abriu os olhos e ficou surpresa... Mas pelo menos uma coisa boa acontecia: Sua irmã estava ali, depois de mais de um ano que não se viam!



_ Sulamita minha irmã, estou triste com tudo isso! E eu, que nem sabia que você estava grávida! Mas agora estou aqui, e vou te ajudar. Estive em cativeiro, fui vendida ao sheik, era uma de suas odaliscas.
_ Mas que absurdo, minha irmã! Então te fizeram de serva? Logo você, que sempre foi tão forte, decidida, e livre!

O gênio, a tudo observava...
Sumara levou sua irmã de volta para casa, com todo cuidado e carinho, pois ainda estava fraca, mas antes, agradeceu a senhora parteira pelo que fez pela sua irmã, e disse que depois acertava pelos serviços, ao que a senhora respondeu:

_ Não se preocupe com isso, minha filha... Cuide apenas de sua irmã.
Ao chegar em casa, Sumara chamou o gênio em um canto, e cochichou em seu ouvido:
_ Não tem como trazer o bebê de volta à vida?
_ Impossível! Sou apenas um gênio, e ainda estou aguardando os seus 2 desejos, para que eu fique livre finalmente!
_ Pois muito bem! Lá vai mais um: Quero que minha irmã esqueça essa tristeza, e viva na fartura a partir de agora!
_Que seja!

Dizendo isso, e batendo as palmas, a casa se transformou em uma estalagem grande, com muitos quartos, salão, uma excelente cozinha, bem abastecida de tudo, e banheiros romanos...
Sulamita poderia ter seu próprio negócio, e esquecida do passado, não sofreria mais.

_ Muito bem, gênio! Ótima ideia essa, da estalagem! Mas tem certeza que ela não se lembra do passado?
_ Claro! Eu não faço trabalho pela metade!

Satisfeita, Sumara conversou com a irmã como fariam para que a estalagem ficasse bem cheia de hóspedes. Decidiu que faria um apresentação de dança do ventre todas as noites, isso garantiria que os viajantes tivessem interesse pelo lugar, afinal, uma atração assim, só no palácio do sheik!



A estalagem lotou de viajantes pela noite, a notícia correu pelos arredores do lugar, de que haveria uma atração especial de dança. Sumara estava certa. Sua dança garantiria um bom dinheiro para elas, a estalagem estaria sempre cheia...
Mesmo cansada, quando se deitou, não conseguia dormir, porque sua mente estava em outro lugar: No palácio, na lembrança do rosto do sheik...

Enquanto isso, no palácio, o sheik andava de um lado para outro, sem entender como a sua eleita, tinha sumido inexplicavelmente dali...
Berrava, gritava com os servos e servas que continuassem a procura, mas de nada adiantava...
Um pensamento deixou-o preocupado:

" Não posso deixar que ela suma pelo mundo. Agora que encontrei a quem amo, não poderei desistir de procurar. "
Resolveu então, que no dia seguinte, ele mesmo iria procurá-la.
Pela manhã disfarçou-se, mas dessa vez de vendedor de tapetes, e saiu do palácio para o resgate de sua amada...

Apregoava o produto que estava em uma carroça devidamente providenciada pelo seu amigo Rachid, até que avistou um rosto conhecido no meio do povo: "Sim, era ela!"
Sumara estava no mercado de frutas e enchia um cestinho. O sheik se encaminhou até ela, disfarçadamente, não queria que ficasse assustada...
Saberia agora, o que se passava finalmente, e como ela teria escapado sem deixar rastro pelo portão do palácio...
Ela se dirigia para a estalagem, e o sheik achou estranho não conhecer aquele lugar, parecia novo para seus olhos, uma estalagem perto do mercado, não poderia ficar despercebida...



Largou a carroça com os tapetes em um beco, e foi até a estalagem, iria entrar como viajante e aguardaria o momento certo para falar e se declarar de uma vez para Sumara...
Ao perceber que o homem que entrara era o sheik disfarçado novamente, Sumara levou um choque!
Estava atônita, com medo que ele a levasse de volta, e assim perdesse mais uma vez, a sua liberdade.
Ele tapou-lhe os lábios com dois dedos, e fez sinal para que nada dissesse.
E repentinamente a beijou... Sem esperar tal atitude, ela ficou espantada, mas correspondeu deixando-se beijar, enebriada, nos braços robustos do sheik...

Ele confirmou seu amor, dizendo as palavras que tanto ela sonhava ouvir:

_ Te amo Sumara, como nunca amei ninguém antes! Quero que volte ao palácio, e seja minha esposa, governe comigo o reino, e tenhamos filhos que serão fruto do mais puro amor!
_ Nossa! Por essa eu não esperava! Mas aceito, porque já o amava, desde o primeiro olhar...

O gênio, que tudo via, de braços cruzados aguardava pacientemente ao último desejo, para que fosse embora de uma vez por todas dali...
Disse então tocando o ombro de Sumara:

_ Esse sheik aí, te ama mesmo Sumara, mas me diz logo, de uma só vez, qual é o terceiro desejo?
_ Fique quieto! Não me perturbe mais!
_ Que seja! Agora finalmente estou livre e vou embora! Adeus, Sumara!

Dito isso, o gênio sumiu, e nunca mais Sumara soube dele... Mas até hoje ela fica pensando como desperdiçou o seu terceiro desejo...

Sumara casou-se com o sheik, e o palácio no dia, estava em tumulto, porque todos queriam saber quem era a escolhida, entre todas as moças do reino. Quando os portões do palácio foram abertos, o povo e a nobreza se juntaram...
O casamento foi lindo, e muitos choravam...

Muitos aplaudiam, pelo sheik ter escolhido uma de suas servas para ser a sua esposa.
Sumara convidou sua irmã Sulamita, para morar com ela no palácio, afinal, não poderia deixar de cuidar da irmã mais nova...
Sulamita pediu a Bartolomeu que tomasse conta do negócio dali em diante, e foi morar com o casal.
Depois do primeiro ano de casamento veio o primeiro dos 3 filhos do casal, e quem ajudou a criar, com o maior amor do mundo?
Sulamita, a quem a vida, havia negado o desejo de ser mãe...


FÁTIMA ABREU 
Fatuquinha




                               1001  BEIJINHOS 


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